03 de fevereiro de 2017

PAIS, FILHOS E PODER NA PREFEITURA DO RIO! XIPOFAGIA POLÍTICA!

1. Três prefeitos do Rio escalaram seus filhos em funções de governo que mesclavam as responsabilidades e poder deles com de seus pais prefeitos. Essas funções com designações próximas, como Casa Civil, ou chefia de gabinete, ou Secretaria de Governo, ou de Planejamento…, incorporavam funções precípuas do prefeito.

2. Se essas funções fossem ocupadas por técnicos ou políticos sem intimidade com o prefeito, que não frequentassem a mesma residência, não haveria maiores problemas como em tantos casos, nos acertos e nos erros. E até daria –e dão- maior liberdade nos erros aos prefeitos.

3. Mas a intimidade com o prefeito e as atribuições do cargo, inevitavelmente levam à percepção da máquina do governo, das pessoas que demandam serviços da prefeitura, dos políticos e das empresas que são contratadas, a ideia que o poder efetivo está dividido entre pai e filho. E a juventude e maior mobilidade dos filhos permite imaginar que tanto faz usar a porta de entrada de um como de outro para levar seus pleitos, suas demandas.

4. Isso independe da qualidade pessoal dos filhos, capacidade administrativa, pessoal, técnica ou política. Com isso, o prefeito e seu filho passam a ser vistos como um só personagem e a proximidade dos interessados com um ou com outro produzirá a mesma decisão de interesse da máquina, das pessoas, dos empresários e dos políticos.

5. A idade dos filhos –seu maior vigor- permite –independente de vontades- que estes sejam alcançados com mais facilidade por aqueles para levar suas demandas numa proporção bem maior que a seus pais.

6. A intenção pode ser a melhor e a qualidade dos filhos permitiria –potencialmente- contar com eles para tarefas fundamentais do prefeito. Mas o resultado não é esse. A percepção externa altera o poder interno pela prioridade dada aos contatos.

7. Isso não tem dado certo dos mais diversos pontos de vista na prefeitura do Rio. Três exemplos, quase contínuos, demonstram isso. Os casos ocorreram com os prefeitos Saturnino Braga. Marcelo Alencar e agora com Marcelo Crivella. Muito em breve o prefeito Marcelo Crivella sentirá isso. Não se trata de linha hierárquica, mas de um só personagem de poder em duas pessoas com total intimidade e as mesmas atribuições que terminam fazendo a balança pender em direção ao filho.

8. Como o caso atual ainda está apenas semeado, pode servir de alerta ao prefeito Crivella.