03 de julho de 2013

FINANCIAMENTO DE CAMPANHAS! HISTÓRIA ELEITORAL INDICA QUE, EM PLEBISCITO, FINANCIAMENTO PÚBLICO NÃO PASSA.

1. Na campanha presidencial de 1952, nos EUA, que elegeu Eisenhower, Richard Nixon era seu candidato a Vice-Presidente. Surgiu um “escândalo” na campanha. Nixon foi denunciado por receber recursos privados para a campanha e veio a desconfiança sobre sua aplicação. O Partido Republicano e Eisenhower deram 10 dias para ele se explicar ou renunciar a candidatura.

2. Nixon pediu a seu partido que pagasse todas as TVs e Rádios, pois faria uma entrada em rede nacional num dia determinado para explicar. Foi a primeira rede nacional da história. Na época não havia videoteipe e tinha que ser ao vivo. Nixon contratou, sem divulgar, a Price para auditar os recursos recebidos –origem e destinação.

3. Na noite marcada, falou sentado em cadeira, em uma mesa de escritório e sua esposa em poltrona afastada com seu cãozinho. Foram 15 minutos. Nixon lembrou o fato e apresentou o trabalho de auditoria da Price –a mais qualificada consultoria existente. Mostrou o que recebeu e onde foi aplicado.

4. Perguntou aos telespectadores (praticamente o país todo nas TVs e rádios): vocês acham que numa campanha se deveriam usar recursos públicos, tirando esse dinheiro da saúde, educação, obras, previdência…? Ou se deveria fazer o que eu fiz: pedir recursos às empresas? Eu pedi às empresas, e vocês? Pediu que as imagens da TV focalizassem seu cãozinho “Damas” e disse: Eu só não declarei o cãozinho que ganhei na campanha, pois minhas filhas o adoram.

5. Concluiu pedindo que quem estivesse com ele que se  comunicasse com a sede de seu partido e os que morassem ali que fossem para a frente do partido. Os telefones entupiram e uma multidão foi para frente do partido, consagrando Nixon. Ele ficou e foi eleito Vice-Presidente. Esse programa foi filmado e está disponível, sendo de fácil acesso. Uma aula.

6. Voltemos à nossa conjuntura: será que o eleitor vai querer financiamento público de campanha? Como será a resposta num plebiscito?  É viável uma decisão dessas fora de ato legislativo? Se for assim e vencer o financiamento privado, nunca mais se poderá mudar este critério, pois terá força constitucional.

7. Veja o vídeo da fala de Nixon em 1952 em rede nacional: partes 12.

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PIB DO ESTADO DO RIO PERDE PARTICIPAÇÃO EM RELAÇÃO A BRASIL E SUDESTE!

(Artigo ‘Ajustar Rumos’ de Adriana Fontes e Valéria Pero no Globo de 02/07/2013) 1. O Estado do Rio de Janeiro, após ter um desempenho econômico superior ao da economia brasileira entre 2003 e 2006, voltou a perder participação no PIB total e do Sudeste. Estudo foi feito pelo Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro, uma parceria entre Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade e Sebrae/RJ.

2. O Rio de Janeiro reduziu menos a desigualdade de renda na última década, tornando-se o mais desigual entre os estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste em 2011. A renda domiciliar per capita, por sua vez, cresceu menos do que a média brasileira e do Sudeste. Esses dois movimentos levaram a avanços menores na redução da pobreza do que a maioria dos estados brasileiros.

3. As micro e pequenas empresas fluminenses absorvem, em termos relativos, menos trabalhadores formais e com salários médios mais baixos. Isso se deve à participação mais alta de comércio e serviços de baixa qualidade. Em resumo, o Rio de Janeiro avançou na última década, porém menos do que o Sudeste e do que a média brasileira, ficando próximo dos estados do Nordeste em alguns indicadores.

4. Para diminuir as enormes desigualdades no Rio, é necessária uma atuação efetiva, especialmente do setor público para geração de negócios que permitam diversificação da estrutura produtiva; a profissionalização das micro e pequenas empresas; formação e qualificação da mão de obra; mobilidade urbana na metrópole; e qualidade nos serviços públicos.

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TORCEDOR PADRÃO FIFA!

(Ruy Castro – Folha de SP, 03) 1. Pouco antes de Brasil x Espanha, a TV deu em close um torcedor que já nos habituáramos a ver nos jogos do Flamengo: um negro plástico e desdentado, famoso na antiga geral do Maracanã pela alegria com que contagiava o pessoal à sua volta. Seu próprio déficit dentário era uma marca –simbolizava o Brasil profundo. Só que, neste domingo, ele não estava no Maracanã. Estava a alguns quilômetros, no Terreirão do Samba, assistindo ao jogo pelo telão.

2. Torcedores como ele não tiveram vez na Copa das Confederações. Foi assim em todas as sedes, e houve jogos em que os únicos negros na “arena” eram os que estavam em campo. Ao cobrar ingressos de ópera para o futebol, a Fifa tentou transformar em suíça –nacionalidade de seu presidente Joseph Blatter– a torcida brasileira. Era como se todo mundo ali fosse leitor de Hermann Hesse e Friedrich Dürrenmatt, conterrâneos de Blatter.

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EIKE BATISTA E ANP: O QUE HOUVE, AFINAL?

(Coluna Miriam Leitão – Globo, 02) 1. Há muito a explicar neste caso do colapso do campo de Tubarão Azul, do grupo OGX. Em maio do ano passado, a empresa fez junto à Agência Nacional de Petróleo a “declaração de comercialidade” do campo. Se era comercial há um ano, como é possível que agora se descubra “que não há tecnologia capaz de viabilizar economicamente qualquer investimento adicional”?

2. O mais espantoso é que os poços de Tubarão Tigre, Tubarão Gato, Tubarão Areia tiveram suas declarações de comercialidade protocolada na ANP em março deste ano. E, subitamente, todos são inviáveis. Sobre Tubarão Azul, o único do qual estava extraindo petróleo, a empresa chegou a prever que ele iria produzir 50 mil barris/dia. Agora, de repente, “não há tecnologia capaz” e o campo pode parar de dar petróleo no ano que vem. Uma reviravolta espantosa.

3. Para se ter uma ideia, em junho de 2012, a empresa informou, segundo a Reuters, que estava confiante de que poderia extrair de 110 milhões a 150 milhões de barris do campo de Tubarão Azul. Em entrevista, o principal executivo da OGX disse que Tubarão Azul poderia extrair de 40 mil a 50 mil banis/dia. E isso tinha sido resultado de cinco meses de testes. Depois, foram feitas previsões de 20 mil. Quando as previsões encolheram para 5 mil barris/dia, foi trocado o presidente da empresa.

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FHC NO RODA VIVA – TV CULTURA CRITICA AUTORITARISMO DE DILMA!

(Globo, 02) 1. O ex-presidente FHC disse que a presidente Dilma decidiu tardiamente convidar a oposição para dialogar sobre as manifestações sociais nas ruas e a sugestão de um plebiscito para reforma política. – Ela devia ter chamado a oposição antes para conversar. Agora é tarde – afirmou FH, em entrevista, à noite, ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

2. Por mais de uma vez, FHC apontou como um erro da presidente neste momento a “falta de diálogo”.  – Acho que faltou conversar com o país e não, o que é a moda hoje, ler um texto de marqueteiro na televisão – disse o líder tucano, referindo-se ao pronunciamento de Dilma em rede nacional logo no início dos protestos.

3. O tema voltou a ser abordado por ele quando perguntado qual conselho daria para Dilma para enfrentar a atual crise. – Eu diria converse um pouco mais, porque o poder afasta. As pessoas não dizem com sinceridade o que pensam (a um presidente). Você é que tem que permitir isso. Eu diria ouça mais. As decisões são solitárias na vida de um presidente e têm que ser assim. Por isso, tem que ouvir muito antes.

4. O ex-presidente disse que não considera uma reforma política a solução para todas as reivindicações feitas por manifestantes nas últimas semanas. – O povo quer melhorias para vida cotidiana. Não vai se resolver a questão só com isso (reforma política).