05 de outubro de 2016

PESQUISAS E RESULTADO ELEITORAL PARA PREFEITO DO RIO!

1. Durante toda a campanha eleitoral os institutos de pesquisa -Datafolha e Ibope- divulgaram os resultados de suas pesquisas pelos votos totais, ou seja, incluindo os brancos, nulos e os que não respondiam.

2. Na véspera da eleição e depois na boca de urna e na divulgação do resultado pelos TREs, apenas foram apresentados os votos válidos, excluindo os brancos e nulos.

3. Numa eleição com alta porcentagem de votos brancos e nulos, a diferença das porcentagens elevando os votos válidos não permite que se avalie se as pesquisas erraram ou acertaram, em quanto e em relação a quem. Incluamos os brancos e nulos no total e vejamos os resultados para prefeito do Rio.

4. Crivella. teve pelo TRE 22,71%. As pesquisas de ambos os institutos, já na segunda metade da campanha davam a Crivella algo como 30%. Portanto, observou-se um expressivo declínio de Crivella, aliás como em outras eleições. A queda foi proporcionalmente semelhante, só que Crivella vinha de um patamar muito maior e isso não criou nenhum risco de sua ida ao segundo turno.

5. Marcelo Freixo recebeu do TRE 14,92%. Durante toda a segunda metade da campanha, Freixo manteve-se com uns 10%. Dessa forma, Freixo cresceu uns 4 a 5 pontos nos últimos dias. Esse crescimento se explica pelo voto útil saindo de Jandira e indo para Freixo. Jandira vinha nas pesquisas na segunda metade da campanha com uns 7% a 8%. Mas os números do TRE lhe deram 2,73% sobre os votos totais. Assim se observa claramente um voto útil desde Jandira a favor de Freixo.

6. Pedro Paulo, na segunda metade da campanha vinha com uns 9% a 10%. Incluindo brancos e nulos, o TRE lhe deu 13,18%. Esse ganho veio especialmente da queda de Crivella.

7. Bolsonaro vinha na segunda metade da campanha com uns 8%. O TRE lhe deu 11,44%. Seu crescimento veio claramente da queda de Crivella nas áreas militares da Zona Oeste, onde Bolsonaro falou para o eleitor de seu pai.

8. Indio da Costa vinha na segunda metade da campanha com uns 7%. O TRE lhe deu 7,35%. Portanto, os sinais de crescimento dados nos últimos dias eram mais flutuações do eleitor buscando o destino final de seu voto.

9. Osorio atravessou a segunda metade da campanha eleitoral com uns 4 a 5%. O TRE lhe deu 7,05%. Esse crescimento veio desde Pedro Paulo, num duplo movimento de transferência desde Crivella para Pedro Paulo e deste para Osório, que cresceu fortemente nas zonas eleitorais da Zona Sul, de classe média superior.

10. Alessandro Molon ficou quase onde estava. Vinha com 2% e fechou com 1,17% no TRE. Aqui também um movimento a favor de Freixo.

11. Elas por elas, a única diferença que efetivamente o IBOPE e o Datafolha não identificaram em suas pesquisas foi a queda abrupta de Crivella. No entanto, os números do GPP, o instituto de tradicionalmente melhor amostragem na cidade do Rio de Janeiro, mantiveram Crivella entre 24% e 25% durante toda a campanha.

12. Esses 5 pontos de diferença do GPP em relação aos 30% de Crivella durante a campanha mereciam ser avaliados pelo IBOPE e Datafolha, inclusive pedindo emprestados os dados internos das pesquisas do GPP para identificar eventuais problemas em suas pesquisas naquelas regiões.

AUMENTO DE ABSTENÇÃO É, EM GRANDE MEDIDA, CADASTRO ANTIGO SEM RECADASTRAMENTO!

(Folha de S. Paulo, 04) 1. Apesar da taxa de abstenção em 17 das 26 capitais ter subido em relação às eleições de 2012, ela caiu nas cidades que realizaram o recadastramento biométrico obrigatório nos últimos quatro anos.  Isso sugere que o aumento no não-comparecimento pode ser influenciado também pela desatualização dos dados de eleitores. Segundo dados do TSE, a taxa de abstenção média nas capitais no primeiro turno foi de 16,7% em 2012 para 16,8% neste ano. Nas 12 cidades que fizeram o recadastramento recentemente, esse número caiu de 16,55% para 13,2%.

2. Por outro lado, se forem consideradas apenas as capitais que nunca fizeram o recadastramento –caso de São Paulo e Rio– as abstenções chegaram, em média, a 21,2%. Em 2012, esse número foi 18,5%. Isso pode ter acontecido porque eleitores que mudam de cidade e não se cadastram em um novo local, assim como mortes não reportadas, inflam os índices de abstenção. Nos locais onde houve o recadastramento recentemente, os dados dos eleitores estão mais atualizados e a ocorrência desses registros errados tende a ser menor.