06 de outubro de 2016

FATOR ESPACIAL É O DECISIVO PARA EXPANSÃO DO VOTO!

1. Os institutos de pesquisa definem sua amostragem em base aos dados censitários básicos, ou seja, gênero, idade, nível de instrução, nível de renda. E agregam outros elementos na amostra, como religião, situação quanto ao emprego… E agregam um elemento fundamental: o ESPACIAL (bairro, cidade, estado, região…).

2. Nem todos os elementos têm igual peso como preditor de voto. Ou seja: em alguns a variação não altera substancialmente a proporção de voto para este ou aquele candidato. Dessa forma, os institutos devem destacar aqueles que têm um peso mais que proporcional na formação e predição do voto.

3. Desde fins do século 19  -bem antes das pesquisas eleitorais- que a microssociologia (Vide Gabriel Tarde, As leis da imitação. Em francês), que a proximidade ou seja o fator espacial é destacado como formador progressivo da opinião pública. Hoje, com todos os métodos sofisticados de aferição e simulação, se pode garantir que é o fator espacial que constrói a decisão de voto.

4. Por exemplo: a opinião de pessoas com diferentes níveis renda, de instrução ou gênero, etc., que vivem num mesmo local, tendem a ter opinião mais próxima que outras pessoas dos mesmos níveis de renda, instrução, gênero que vivem em bairros diferentes ou distantes.

5. Por esse fator espacial, após as eleições em municípios, estados, regiões e países, antes os institutos e agora diretamente os meios de comunicação georreferenciam o voto, aplicando cores distintas aos diversos candidatos. O que se vê é que um candidato concentra espacialmente as preferências e o outro ou outros da mesma forma.

6. Dessa forma, a propaganda numa campanha eleitoral deve buscar a expansão da preferência por um candidato expandindo a mancha georreferenciada.  O esforço de convencimento do eleitor longe de sua área de concentração espacial do voto, tem uma produtividade relativamente baixa.

7. O mais produtivo é intensificar a campanha onde há aquela concentração, e ampliar a decisão de voto, expandindo a mancha desde as suas fronteiras em direção aos demais espaços.

8. Terminado o primeiro turno, os dois candidatos no início do segundo turno devem ir atrás dos locais de votação dos que não passaram para o segundo turno, dentro da sua concentração ou mancha de voto. Por exemplo, Bolsonaro teve uma grande votação nas áreas militares e de residência de militares e policiais na Zona Oeste. Esse voto tende a cair no colo do Crivella porque agrega ao fator espacial os valores. Em menor intensidade –mas de forma importante- os demais candidatos.

9. Da mesma forma Freixo. Suas prioridades devem ser priorizar os locais dentro de sua mancha em que os que não passaram para o segundo turno tiveram suas votações. E buscar –por exemplo- a mancha de Osorio na Zona Sul, mesmo que ideologicamente as candidaturas sejam muito diferentes.

10. E depois –ambos- procurar expandir as suas fronteiras. No quadro georreferenciado simplificado abaixo isso significaria Crivella expandir suas fronteiras do azul e Freixo do amarelo. Com um georreferenciamento mais detalhado isso fica ainda mais claro e orientador da campanha.

11. Em 2000, o candidato Cesar Maia –em função das pesquisas, e orientado pelo GPP- expandiu suas fronteiras microlocais, tanto no primeiro como no segundo turno, com forte presença de suas equipes nesses pontos. Ultrapassou Benedita por 17 mil votos e depois venceu Conde por 70 mil votos. Ambos 2 dias antes da eleição estavam na frente de Cesar Maia.

12. Quando as manchas são espacialmente distantes, a expansão deve priorizar o sentido interno. Vale dizer: uma diferença muito grande e sólida forma como um bloqueio à penetração da opinião adversária.

13.  Quadro Georreferenciado Rio, para o segundo turno.