07 de agosto de 2015

CRISE POLÍTICA TAMBÉM SERÁ DE LONGO PRAZO!

1. O escândalo do mensalão, tornado público em meados de 2005 com a entrevista bombástica do deputado Roberto Jefferson à Folha de SP, levou 5 anos até a condenação dos responsáveis. Na medida em que não se esclarecia o papel do presidente Lula, que Jefferson o inocentava, e que a eleição presidencial ocorreu logo no ano seguinte, o mensalão só veio a gerar impacto de opinião pública com os julgamentos televisivos pelo STF no último ano do governo Lula.

2. A impulsão da economia, estimulada por medidas populistas fiscais e cambiais, suavizou as responsabilidades do governo do PT. A enorme popularidade de Lula abriu o caminho para ele “escolher” a nova presidente e obter uma vitória tranquila no segundo turno.

3. O relator no STF, ministro Joaquim Barbosa, entendeu que os crimes eram conexos e levou para o julgamento, no STF, políticos, empresários e executivos, independentemente de terem ou não imunidade. Ao que se soube, apenas um dos envolvidos teria optado pelo recurso da delação premiada, o doleiro Lúcio Funaro e, com isso, escapado da condenação e dos holofotes.

4. Agora o processo é muito diferente. São dezenas que optaram pela delação premiada. Os envolvidos no setor privado alcançam as elites empresariais e, com isso, sistemas de defesa muito mais sofisticados.

5. O juiz Sérgio Moro chamou a ele todos aqueles que não têm imunidade parlamentar, sejam políticos, ou -obviamente- empresários, executivos, doleiro e agentes privados diversos. Esse é um processo de longa duração, pois as delações precisam ser comprovadas para que os políticos com imunidade possam ser condenados pelo STF.

6. Todos os julgamentos realizados pelo juiz Sérgio Moro, ou na primeira instância, subirão para as Câmaras no TJ e depois para o STJ.

7. Na medida em que as provas em relação a políticos com imunidade parlamentar sejam oferecidas e o procurador geral da República faça a denúncia ao STF, se iniciam os processos de investigação e de defesa dos denunciados.

8. Se o mensalão culminou em 5 anos, certamente o petrolão deverá levar no mínimo oito anos. No caso específico dos políticos com imunidade poderiam se repetir os prazos do mensalão, ou cinco anos.

9. Tomando como base o mês de março de 2014, quando o Lava Jato começou, estaríamos falando de 2019 para políticos com imunidade e 2022 para os demais. Com isso, a campanha presidencial de 2018 correria sob o signo do risco da antipolítica e, assim, a imprevisibilidade política teria curso.

10. Se é fato o que muitos analistas garantem, que a crise econômica passou a estar estreitamente vinculada à crise política, a conjuntura atual se arrastaria junto com sua imprevisibilidade pelo menos até os desdobramentos das eleições de 2018.

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100 MIL CAMINHÕES PARADOS, OU 14% DA FROTA!

(Folha de SP, 07) 1. O país tem mais de 100 mil caminhões parados em garagens de empresas transportadoras. É o que aponta pesquisa da NTC&Logística, associação que reúne companhias de frete de todo o país. No levantamento, as empresas apontaram que estão com 13,5% de seus caminhões parados, em média. A frota estimada pelo setor é de 800 mil caminhões, o que aponta para perto de 100 mil veículos parados.

2. “Caminhão parado é prejuízo. O normal é que 5% da frota, no máximo, fique parada para manutenção ou de reserva”, disse Lauro Valdívia, diretor técnico da associação. Segundo ele, o motivo da paralisação é a drástica redução no volume de fretes no últimos meses. Para 84% dos pesquisados, houve queda nos negócios em relação ao ano passado, devido, principalmente, à menor demanda.