08 de janeiro de 2015

ECONOMIA E POLÍTICA NA AMÉRICA LATINA EM 2015!

1. Em 2014 ocorreram 4 eleições presidenciais na América Latina: Colômbia, Brasil, Bolívia e Uruguai. Essas 4 eleições ratificaram o quadro político anterior nesses países e, especialmente, na América do Sul. Todo o grupo bolivariano e os governos do mesmo bloco,  Argentina e Brasil, em base a esta legitimação pelo voto, aprofundaram a ideia de integração a partir da UNASUL e com a ampliação do MERCOSUL – descaracterizando sua origem como acordo comercial.

2. Colômbia, México, Chile e Peru construíram uma alternativa econômica com a criação do Acordo do Pacífico, acompanhando a linha dos acordos de livre-comércio. O Mercado Comum Centro-Americano (MCCA), criado em 1960 e é formado até hoje pelos países fundadores Costa Rica, Guatemala, Honduras, Nicarágua e El Salvador e que, na prática, é integrado por EUA, se encontra fortalecido pela situação econômica favorável dos EUA. Finalmente o NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) criado em 1993, que inclui além dos EUA e Canadá, o México.

3. Com a forte queda do preço do barril do Petróleo, a política venezuelana de subsídios aos países do Alba e outros com quem mantém acordos bilaterais está perdendo força. Dessa forma –e cada vez mais- os governos populistas dos países da América do Sul se isolam no continente, com as exceções de regra, hoje, como Nicarágua e El Salvador.

4. México vive uma crise política grave, mais uma vez impulsionada pela ação dos cartéis de drogas e reforçada com a compra de uma mansão pela primeira dama. Com isso, seu presidente, Peña Nieto (PRI), que assumiu em 1 de dezembro de 2012, impulsionando reformas e sinalizando um novo ciclo econômico, passou a fazer parte da crise latino-americana, adicionada agora com a queda do preço do petróleo.

5. A queda do preço do barril do petróleo atinge o México, a Colômbia, o Equador, a Bolívia e, profundamente, a Venezuela. A queda dos preços dos produtos minerais de exportação atinge especialmente o Chile, o Peru, a Bolívia e o Brasil. As crises econômicas mais graves são as da Venezuela e Argentina, combinando recessão e alta inflação. No caso da Venezuela, o impasse político governo-oposição se aprofunda e o desabastecimento generalizado vai minando, mesmo que lentamente, a popularidade de Maduro.

6. Na Argentina, com uma estrutura partidária anárquica, afeta a previsibilidade para a sucessão. Como sempre, o governador do poderoso Estado de Buenos Aires (distinto da Capital), Daniel Sciolli, de uma das sublegendas do PJ (peronista na origem), sempre se destaca, com 40% da população e mais ainda da economia. O prefeito reeleito de Buenos Aires-DF (3 milhões de habitantes), Mauricio Macri, aparece como candidato de centro-direita, mas ainda circunscrito à capital. O grande destaque nas últimas eleições legislativas intermediárias foi Sergio Massa, popular prefeito do município metropolitano de Tigre. Cristina Kirchner mantém a maioria parlamentar e não é improvável que faça um acordo eleitoral com Daniel Sciolli que evite uma forte derrota eleitoral para seu grupo. As primárias do início do segundo semestre darão maior nitidez às circunstâncias.

7. Em 2015 teremos as seguintes eleições: El Salvador – legislativas em março. México, legislativas intermediárias em julho (importantes, pois podem aprofundar a minoria governamental). Guatemala – presidencial e legislativas em setembro. O quadro partidário é inorgânico. Não há reeleição. O atual presidente, ex-general Pérez Molina, de um novo partido –Partido Patriótico- provavelmente apoiará sua vice Roxana Baldeti, presidente de seu partido. A esposa do ex-presidente Alvaro Colon deve se apresentar como candidata pela esquerda.

8. Argentina, presidencial e legislativa em outubro–novembro (segundo turno). Venezuela –legislativas provavelmente no ultimo trimestre.  Já em abril de 2016 serão as eleições presidencial e legislativas no Peru, fechando este ciclo. Só na Argentina, dependendo da imprevisível eleição presidencial, o cenário político e econômico local pode mudar.

* * *

EMPREITEIRAS DA CHINA E EUA PODEM OCUPAR O LUGAR DAS 23 DA LAVA-JATO!

(P&G, 06) 1. Outrora dispostas a duelar com os chineses pelo mercado africano, principalmente em Angola e Moçambique, as empreiteiras brasileiras correm o risco de serem engolidas pelas concorrentes dentro da própria casa por conta de alguns passos errados. O maior escândalo de corrupção da história do país levou a Petrobras a suspender negócios com 23 das empresas citadas na a Operação Lava Jato e já ameaça a conclusão de obras como a refinaria de Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro.

2. Para evitar prejuízos e tentar cumprir os prazos, a estatal informou que “buscará fornecedores de bens e serviços de forma a garantir procedimentos competitivos”, acrescentando que “isso poderá, eventualmente, envolver empresas estrangeiras”. Segundo fontes do mercado, essas empresas devem vir principalmente da China e dos Estados Unidos. A expectativa é de que esses grupos estrangeiros se associem com empresas de médio porte no Brasil, incapazes de assumir sozinhas obras tocadas por construtoras como Queiroz Galvão e OAS, que já começaram a demitir e enfrentam problemas para concluir obras e vendem participação em consórcios para exploração de serviços públicos.

3. Nesse cenário emergencial, as empresas estatais chinesas devem sair na frente, já que trabalham com taxas de retorno mais baixas e têm, portanto, preços mais competitivos.
Chineses estão consolidados no setor de petróleo e gás brasileiro. “Os chineses serão os primeiros a se apresentar”, diz Rodolpho Salomão, presidente da Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (Aneinfra). “Eles estão se aproximando. Vão continuar desenvolvendo a inteligência deles e aproveitar um mercado grande como o Brasil, junto com outros países que estão passando por estagnação econômica, que vão encontrar no nosso mercado a possibilidade de se reerguer”, comenta.

* * *

PETROBRAS, EM 11/2014, NÃO FAZIA A MENOR IDEIA DA TENDÊNCIA DE PREÇOS DO BARRIL DE PETRÓLEO!

1. Respostas dadas pela Petrobras em seu site Fatos e Dados. Investimentos: respostas à Deutsche Welle. 25.Nov.2014. Pergunta 4) Qual é o valor de um barril de petróleo produzido no Brasil, em média? Resposta: O lifting cost da companhia no Brasil foi de US$ 14,36 por barril (RMF, 2º trimestre de 2014).  Já o preço médio de venda de petróleo no Brasil foi US$ 98,19 por barril (Form 20-F em 2013).

2. Pergunta 6) É verdade que o valor de referência definido pela companhia no plano 2014-2018 é de 105 dólares por barril? Resposta: A premissa de preço de Brent para o Plano de Negócios e Gestão 2014-2018 foi de 105 US$/bbl em 2014, 100 US$/bbl em 2015, 2016 e 2017 e US$ 95/bbl em 2018. Para cada processo de Planejamento é realizada uma atualização das premissas em linha com as melhores informações disponíveis no momento. Na época da divulgação do PNG 2014-2018 as projeções da Petrobras se encontravam no viés mais conservador dos previsores, como pode ser constato no slide 24 do Plano Estratégico 2030.

3. Pergunta 2) Quando o Brasil foi autossuficiente no petróleo? Por quais motivos o Brasil não se manteve autossuficiente?   Resposta: O Brasil atingiu a autossuficiência em petróleo em 2006: a produção de petróleo no país equiparou-se ao volume de derivados consumidos à época. Entre 2007 e 2013, no entanto, a demanda por derivados cresceu em média 4,6% a.a. no Brasil, contra um crescimento médio anual de 2,3% na produção de petróleo, levando o país a deixar de ser autosuficiente. A partir de 2016, o Brasil voltará à condição de exportador líquido de petróleo e derivados, mas de forma sustentável e definitiva, com o crescimento contínuo da curva de produção de petróleo operada pela companhia, que inclui o óleo da Petrobras e de seus parceiros.

4. Pergunta 1) Qual é a produção atual de petróleo da Petrobras e o consumo do produto no Brasil?  Resposta: A produção de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu, em outubro, a média de 2 milhões 126 mil barris/dia (bpd), 0,4% maior que o produzido em setembro. Outubro foi o nono mês consecutivo de crescimento da produção de petróleo da companhia no país.  A produção de derivados no país atingiu 2 milhões 204 mil bpd no 3º trimestre de 2014, 4% maior que a produção do ano anterior. A carga processada chegou a 2 milhões 138 mil bpd, e, do volume total de petróleo processado, 80% vieram de campos brasileiros . O consumo de derivados no Brasil em 2013 foi de 2 milhões 501 mil bpd.

5. Pergunta 3) Quando foi o penúltimo aumento de preços dos combustíveis no Brasil (sendo que o último foi agora em novembro)? Em quantos porcentos foi reajustado a gasolina e o diesel?   Resposta: O penúltimo reajuste de preços ocorreu em novembro de 2013 e foi de 4% para a gasolina e de 8% para o diesel.