09 de janeiro de 2014

A VOLTA DOS EX-PRESIDENTES: SÓ ESTÁ FALTANDO LULA!

1. Dos países da América do Sul, onde há direito ao retorno de ex-presidente, três terão ex-presidentes candidatos. Chile, em que Bachelet já foi eleita agora em dezembro. Tabaré Vasquez, no Uruguai, eleição em outubro de 2014. No Peru, Alan Garcia já anunciou que volta como candidato em 2016.

2. Na Colômbia, Uribe vem sofrendo um cerco do atual presidente (cria sua), em função da origem das autodefesas, patrocinadas pelos fazendeiros, depois pervertidas em milícias patrocinadas com dinheiro da cocaína. Uribe optou pela imunidade e será candidato ao senado. Mas terá seu espelho como candidato a presidente. Venezuela, Equador e Bolívia têm reeleições bolivarianas indefinidas. Paraguai teve eleição recente.

3. Só no Brasil o ex-presidente Lula afirma que não será candidato a presidente em 2014, a nada. Bem, isso se o quadro interno e do cone sul não estimulá-lo até junho de 2014.

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MAIS UMA DO CABRAL!

(Folha de SP, 09) O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), nomeou o tesoureiro de seu partido no Estado, Arthur Vieira Bastos, para o cargo de conselheiro da agência reguladora do transporte público fluminense, a Agetransp.   Como conselheiro, ele terá a função de fiscalizar empresas cujos sócios doaram mais de R$ 5 milhões para a campanha do PMDB em 2010.

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A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E A PRECARIZAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO!

(Elísio Estanque, Professor da Universidade de Coimbra – Entrevista ao Caderno Aliás – Estado de SP, 22) 1. Nos anos 1990, Ulrich Beck, alemão que estuda essas temáticas, pensava na enorme precarização da força de trabalho na qual não há praticamente direitos, e sim uma enorme rotatividade e instabilidade. Só que, na Europa, não se esperava que ela fosse tão brusca, tensa e violenta.  A inovação tecnológica cria uma precariedade que não é apenas objetiva e material, mas também psicológica, o que leva o trabalhador a recriar os instrumentos da própria vulnerabilidade.

2. O trabalhador é colocado numa situação vulnerável não apenas porque sabe que pode ser deslocado de um momento para outro ou ser facilmente demitido, mas também porque incorpora a ideia de que é preferível aceitar qualquer que seja a condição de trabalho a não ter nenhum. Daí que concorda em ser colocado numa posição de maior dependência. E aceita de certo modo ser explorado até a exaustão. . Isso acontece na relação assimétrica de poder que ele mantém com a entidade patronal.

3. A polivalência deixa de ser sinônimo de maior autonomia do trabalhador para torná-lo mais dependente de uma competitividade castigante. Dentro das empresas também há uma condição muito estimulada entre os trabalhadores, os prêmios de produtividade, que muitas vezes são ilusão. Se olharmos de um lado a multiplicação do lucro da atividade financeira e de outro os salários, há uma distância que se foi elevando nas últimas décadas em todos os países, a começar pelos EUA. Resumindo, essa multiplicidade de competências aconteceu por imposição de cima para baixo. A margem de negociação foi desaparecendo porque o próprio campo sindical deixou de negociar as condições de trabalho.

4. Mas me parece que essas situações sejam cada vez mais excepcionais porque os servidores públicos estão sendo igualmente descartados, enquanto os recursos públicos seguem muitas vezes a lógica do privatismo. Eu diria que o cartão de ponto, neste momento, está no bolso de todo mundo. Está no celular, no computador, nos imensos meios técnicos que as empresas possuem para controlar o que cada um está a fazer a cada momento.

5. Houve uma viragem de paradigma nas últimas duas ou três décadas. Os sindicatos temem ser agressivos, estão muito enfraquecidos. Em parte porque, seja no infoproletariado ou em outros vínculos laborais, as empresas e o trabalho tendem a ser terceirizados. Note-se, por exemplo, que, aqui no Brasil, cerca de 1/3 da força de trabalho é terceirizada. Em Portugal, mais de 30% dos trabalhadores estão com contrato a termo certo, ou seja, estão em situação de precariedade. As novas gerações de força de trabalho vão entrando no mercado em condição particularmente precária e dependente, individualizada e com medo.

6. O desemprego de jovens, na faixa abaixo dos 30 anos, ultrapassa os 40% de desempregados em Portugal e na Espanha, são 50%.  No Brasil apesar das melhoras em termos de formalização do emprego em relação há 15 anos, repara-se nos altíssimos porcentuais de rotatividade. Se o paradigma desenvolvimentista do Brasil sair triunfante dessa encruzilhada em que nos encontramos, é possível que a classe trabalhadora, nas próximas décadas, vá se beneficiar disso. Mas neste momento há uma grande incerteza nesse sentido. Os poderes do capitalismo global são realmente esmagadores.

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ARMAS QUÍMICAS: DESTRUÍ-LAS EM UM TANQUE DE TITÂNIO EM AGUAS INTERNACIONAIS É TOTALMENTE SEGURO?

(NNC- Reino Unido, 09) Os 4 passos para desmantelar o arsenal químico da Síria.

1) Transporte. As autoridades sírias são responsáveis pelo armazenamento e transporte seguros das armas químicas provenientes de diversos galpões, identificados pelos inspetores internacionais em todo o país árabe. Elas devem ser levadas até Latakia.

2) Embarque. Remoção de componentes químicos mais perigosos é primeiro passo de acordo.

3) Escolta naval. Dinamarca e Noruega enviaram navios de escolta militar, encarregados de transportar os agentes químicos a um porto italiano que não foi identificado. Os cargueiros também estarão acompanhados por embarcações militares da Rússia e da China.

4) Destruição. Ao chegar à Itália, os agentes químicos mais “críticos” serão transferidos a uma embarcação da Marinha americana, o MV Cape Ray, responsável por levá-los a águas internacionais – onde deverão ser destruídos em um tanque de titânio, num processo chamado de hidrólise.  Os materiais menos tóxicos serão levados a navios noruegueses e dinamarqueses, que por sua vez os transportarão a instalações comerciais onde serão neutralizados.

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CAI 30% O CONSUMO DE CERVEJA NA ALEMANHA!

(El País, 06) 1. As estatísticas não mentem. No início dos anos noventa, cada alemão bebia em média 140 litros de cerveja por ano. Duas décadas depois, o consumo não supera os 100 litros por ano, uma realidade que forçou as cervejarias a lançar uma luta feroz para vender suas cervejas através de campanhas milionárias de publicidade e ofertas populares nos supermercados.

2. Tudo em vão. Estudos realizados pela Associação de Cervejarias alemãs mostram que o consumo de álcool no país deixou de estar na moda e que a saúde se torna mais importante a cada dia para a população alemã. Pior ainda, os alemães desenvolveram um saudável hábito Mediterrâneo: eles descobriram o prazer de beber vinho.