11 de maio de 2016

NOVAS TENDÊNCIAS POLÍTICAS NA AMÉRICA LATINA!

Relatório resumido da reunião da ODCA, da FUNDAÇÃO KONRAD ADENAUER (KAS) e da FLC/DEM – S. Paulo, 9 de maio de 2016.

1. Apresentação da coordenadora da KAS, do Programa Regional Partidos Políticos e Democracia, Kristin Wesemann, que sublinhou a importância da troca de informações entre os partidos através de reuniões específicas, uso do site da KAS – Montevidéu e redes.

2. Cesar Maia, vice-presidente da ODCA. A onda azul cresce na América Latina e a onda vermelha diminui. Mapas de georreferenciamento mostram as concentrações regionais. A onda azul gerou convergência em relação ao que não queremos, mas não ao que queremos. Em alguns países venceu um populismo midiático, como Guatemala e Costa Rica. Nesse ciclo democrático e nos últimos 20 anos, 18 presidentes não completaram o mandato observado o estado de direito.

3. Jorge Ocejo, presidente da ODCA: Democracia e Humanismo, nossa alternativa política. O Humanismo Cristão como referência básica dos partidos da ODCA. As questões doutrinárias básicas.

4. Humberto Schiavoni, Presidente do Conselho Nacional do PRO-Argentina. PRO a princípio tentou se somar a dissidentes peronistas. Depois, adotou caminho próprio. Venceu a prefeitura de Buenos Aires e liderando uma coligação convergente, venceu a presidência da República. Pela primeira vez nos últimos 80 anos um presidente não é da UCR ou do PJ.

5. Senadora Maria Lourdes Landivar, do Partido Democrata da Bolívia. O novo quadro político da Bolívia. A vitória da oposição no plebiscito sobre mandato indefinido para o presidente Evo Morales.

6. Ramon Guillermo Aveledo, ex-secretário executivo da Mesa de Unidade Democrática da Venezuela. Descreveu os avanços da oposição, a extraordinária vitória parlamentar com 70% dos parlamentares e os novos absurdos obstáculos colocados pelo governo. Com as assinaturas recém conseguidas, o plebiscito sobre a continuidade do governo Maduro tem que ser realizado.

7. Situação do Brasil. José Aníbal, do PSDB do Brasil, descreveu a situação brasileira e o processo de impeachment. Deputado Aleluia analisou o impeachment pela ótica da corrupção. Paulo Gouvêa introduziu um vídeo apresentado na reunião da IDU, e agora nessa reunião, mostrando a dinâmica do fracasso do governo do PT.

8. Na parte da tarde, reuniram-se assessores de relações internacionais. Kristin, representante da KAS, apresentou o trabalho que vem realizando com as juventudes dentro do programa de formação de novos quadros e o sucesso das últimas 3 reuniões. Falaram representantes do México, Chile, Colômbia e Brasil. Destaque para o convite feito pelo Partido Conservador da Colômbia sobre a Escola de Formação Política.

9. Reunião bilateral entre DEM e Presidente e Secretário Executivo da ODCA. Para o Congresso de 26/27 de maio em Santiago do Chile haverá a flexibilização para novos partidos observadores e nenhuma restrição para adesão dos partidos da ODCA a FLC.

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SINAIS POSITIVOS PARA AS ECONOMIAS DA AMÉRICA LATINA!

(Andrés Oppenheimer – La Nacion, 10) 1. Finalmente há uma boa notícia para a América Latina: há sinais de que grande parte da economia da região pode se recuperar mais cedo do que o esperado.  Na verdade, apenas um mês depois que o FMI e outras instituições financeiras internacionais previram que a economia latino-americana iria encolher pelo segundo ano consecutivo e que a região poderia continuar em recessão para os próximos dois ou três anos, surgem sinais de esperança.

2. A principal razão para este otimismo cauteloso é que as taxas de juros dos EUA não aumentaram significativamente e a maioria das moedas latino-americanas continua se valorizando em relação ao dólar americano. Parece complicado, mas não é. O que acontece é que a economia norte-americana está crescendo mais devagar do que os economistas tinham previsto. Quando a economia dos Estados Unidos não cresce, o Banco Central norte-americano mantém as taxas de juros relativamente baixas para permitir que às empresas consigam dinheiro emprestado a juros relativamente baratos e continuem impulsionando a economia.

3. Dessa forma, quando as taxas de juros nos EUA não sobem, os grandes investidores internacionais voltam a investir dinheiro em economias emergentes como as da Argentina, Colômbia, México e Brasil, que oferecem taxas de juros mais elevadas. E isso já está acontecendo. Quando o novo governo da Argentina anunciou recentemente planos para oferecer 16,5 bilhões de dólares em títulos com taxas de juros entre 6,7% e 7,5%, recebeu ofertas de até 68 bilhões de dólares de 600 grupos de investimento.

4. A entrada de dólares está fortalecendo as moedas latino-americanas, permitindo que os países da região importem a preços mais baratos e paguem mais facilmente suas dívidas externas. Além disso, fica mais fácil para os latinos americanos viajarem para o exterior. “A América Latina vai crescer mais do que o esperado”, disse Alberto Bernal, especialista em mercados emergentes da XP Valores Mobiliários. “Ironicamente, a recuperação terá pouco a ver com o que os países latino-americanos estão fazendo, e sim com o que está acontecendo com a economia dos Estados Unidos.” Bernal acrescentou que “os índices de crescimento para a região não serão bons, mas serão melhores do que o FMI previu no mês passado.”          

5. Em abril, o FMI previu que a economia da região iria encolher 0,5% este ano, mas muitos economistas independentes acreditam agora que o crescimento pode acabar ser zero ou ligeiramente positivo. De acordo com a XP Securities, a moeda brasileira irá valorizar esse ano 11,6% em relação ao dólar; no México essa valorização seria de 7,3%; a moeda colombiana em 13,4%; a chilena em 12,4% e a moeda peruana em 12%. O único grande país cuja moeda vai continuar enfraquecendo em relação ao dólar será a Argentina, cujo peso vai desvalorizar 8,3% este ano, diz a consultoria.

6. Mas a valorização das moedas será um fator positivo e vem num momento em que os ventos políticos estão mudando e muitos países estão se afastando – ou irão se afastar muito em breve – de suas políticas populistas desastrosas dos últimos anos. Esta trégua econômica poderia ser a dose suficiente de alívio financeiro que os países da América do Sul necessitam para levantar novamente a cabeça e fazer o que eles deveriam estar fazendo há muito tempo: investir em educação e inovação de qualidade e diversificar suas economias.

7. Será uma grande oportunidade para a América Latina dedicar sua energia para produzir bens mais sofisticados, tornar-se mais competitiva na economia global e inaugurar uma era de prosperidade em longo prazo. Oxalá.