13 de agosto de 2018

AINDA SOBRE O DEBATE PRESIDENCIAL NA BAND!

1. As reações imediatas da mídia relativas ao debate entre os candidatos a presidente na BAND foi realçar o inusitado. Isso lembrou uma velha história de um professor aos alunos de jornalismo: “Cachorro morder alguém não é notícia. Notícia é alguém morder um cachorro”.

2. Nessa lógica, a participação do Cabo Daciolo foi exaltada. De outro lado, a participação pífia de Bolsonaro foi destacada como estratégia, quando o que estava claro era um certo desconcerto nas respostas.

3. Alckmin e Ciro – que se portaram como presidenciáveis e responderam as perguntas sem subterfúgios e fizeram perguntas dentro do que se espera de um presidenciável -, foram quase esquecidos. Exceção de Elio Gaspari, que destacou na sua coluna deste domingo: “Alckmin e Ciro se deram bem na BAND”.

4. Talvez o grande destaque do debate tenha sido a audiência de 6,2% na Grande SP,  chegando em certos momentos a 8%. Essa audiência, maior do que a da emissora nesse horário e similar ou maior que os talk-shows de prestígio na TV aberta e na TV por assinatura, deveria ser exaltada e comentada. Foi mais ou menos o dobro do Roda Viva e GloboNews com os presidenciáveis.

5. Tal audiência é uma prova de que o eleitor não está tão desligado da campanha presidencial como se avalia. Se as pesquisas mostram altos índices de “Não Voto” (abstenção, brancos e nulos), isto não quer dizer alienação ou ausência, mas posicionamento que em algum momento da campanha pode apontar preferências participativas por este ou aquele candidato.

6. E se estes altos índices forem mantidos, há que sublinhar que não se tratará de alienação, mas de posicionamento sublinhado por argumentos, e com forte multiplicador. As redes sociais servem como desaguadouro de reação às crises, e não devem ser tomadas como posicionamento definitivo até as eleições.

7. Com isso, as pesquisas eleitorais de até aqui, mostram apenas que as respostas de intenção de voto indicam ainda preferências superficiais ou espera pela campanha para se decidir. Nesses sentidos, a campanha 2018 está aberta. Ou seja, os que estão atrás nas pesquisas não têm por que desanimar. E os que estão na frente devem saber que suas porcentagens são, por enquanto, apenas provisórias.

8. Depois de 15 dias de TV, as pesquisas começarão a mostrar as efetivas tendências de voto…, ou não voto.