15 de abril de 2021

ESG E SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL!

(Marcus Nakagawa, coordenador do centro ESPM de desenvolvimento sócio-ambiental – O Estado de S. Paulo, 14) No final dos anos 90, as empresas no Brasil estavam em um crescente desenvolvimento pela responsabilidade social corporativa. Organizações como Instituto Ethos, Akatu, Idis e CEBDS, entre outras, estavam realizando suas várias atividades para disseminar o tema. A grande finalidade era mobilizar os negócios para entender a importância de pensar além dos indicadores financeiros. Inserindo também na sua gestão indicadores com as temáticas da governança, investimento social privado, relacionamento com a comunidade, ética, gestão de stakeholders e vários outros.

Todos estes índices estão nos Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis que atualmente possuem uma maior integração com as diretrizes de relatórios de sustentabilidade da Global Reporting Initiative (GRI), com a Norma de Responsabilidade Social ABNT, NBR, ISO26000, SASB, CDP e outras iniciativas ligadas à transparência e mensuração do desenvolvimento sustentável corporativo.

Em 2005, nasceu como uma iniciativa pioneira na América Latina o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da então Bovespa, hoje B3. A ferramenta faz uma análise comparativa, por meio das suas sete dimensões de empresas listadas na bolsa de valores, com o olhar da sustentabilidade corporativa. A atual carteira, que vigora do período de 4 de janeiro a 30 de dezembro de 2021, reúne 46 ações de 39 empresas que somam R$ 1,8 trilhão em valor de mercado. Esta carteira mostrou uma rentabilidade de +294,73% ante os +245,06% do Ibovespa, no fechamento de 25 de novembro de 2020.

No Fórum Econômico Mundial de 2020, o seu fundador, Klaus Schwab, disse que a pandemia deixou clara a falta de sustentabilidade do sistema antigo em termos de coesão social, falta de oportunidades e inclusão. Para o ano de 2021, o Fórum já colocou que o cenário de negócios enfrentará maior incerteza no pós-covid. Ou seja, cada vez mais, a certeza de que a missão empresarial vai além das questões financeiras e que também está ligada aos seus impactos no meio ambiente, no social e na forma da sua governança, ou seja, as três letras que formam a sigla ASG (Ambiental, Social e Governança) ou ESG (Environmental, Social & Governance) em inglês.

No setor financeiro estas três letras traduzem a sustentabilidade empresarial: a Blackrock, maior empresa em gestão de ativos do mundo, definiu, desde o início de 2020, um plano de ação para tornar a sustentabilidade um componente-chave dos seus investimentos. E na sua Pesquisa Global mostrou que 54% dos respondentes consideram que o investimento sustentável é fundamental para os processos e os resultados dos investimentos. Os participantes planejam dobrar os seus ativos sustentáveis sob gestão nos próximos cinco anos. Já 75% colocam que estão integrando ou considerando integrar o ESG nas suas decisões de investimento.

A análise do ESG é fundamental para a tomada de decisão dos investidores diminuírem seus riscos, além de responder às demandas da sociedade e do planeta, de uma forma monetizada, política ou de relacionamento positivo. Independentemente se a sigla ESG será a substituição para os vários termos existentes hoje, como responsabilidade social corporativa, cidadania corporativa ou sustentabilidade empresarial, entre outros, o importante é que o movimento está em um crescimento exponencial e muitos profissionais pelo desenvolvimento sustentável estão trabalhando para tornar os dados, indicadores e análises mais concretos e tangíveis. E sua empresa já está trabalhando com foco também no ESG?