15 de outubro de 2013

POR QUE A CONFLITIVIDADE EXPLODIU NO RIO APÓS ESSES 3 ANOS? CAPÍTULO 1!

1. As intervenções urbanas podem ser agrupadas em dois tipos. Aqueles que entendem que a cidade é um organismo vivo, com sua história e sua cultura e que as intervenções dos governos devem ser convergentes com  elas, ou então corrigir eventuais desvios que estejam afetando aquela dinâmica. O outro grupo é o daqueles que pensam a cidade da forma que querem e as intervenções são feitas sem qualquer preocupação com a história e a cultura da cidade, como se o passado fosse um deserto.

2. É desse segundo tipo que fazem parte o atual prefeito e sua equipe. Para eles, os principais problemas do Rio são os cidadãos, são os cariocas. E a prioridade de seu governo é reprimi-los e discipliná-los, pois só assim se terá uma cidade higienizada. Por isso, tudo se trata com “choque”, como num sanatório quando se usava o choque elétrico para controlar os pacientes.

3. O “ambiente urbano-cultural” dos bairros não importa. Um bom projeto de um arquiteto criativo, na lógica das construções nos desertos dos países petroleiros, e leis aprovadas a fórceps pela maioria cultivada a sementes de clientela, bastam para o interesse imobiliário prevalecer sobre a história e a cultura da cidade. O vetor imobiliário é o mais expressivo vetor de poder no Rio desde a demolição da “cabeça de porco” há exatos 120 anos. 120 toneladas de vigas despareceram na CTI da Perimetral para os túmulos dos funerais dos bairros históricos do entorno e construção do monumento de exaltação a um novo bairro de espigões de escritórios envidraçados.

4. Da mesma forma, o vetor de transportes públicos, onde do bonde ao ônibus prevaleceram sempre seus interesses. O transporte complementar cresce no Rio à sombra do abandono do sistema de ônibus das regiões periféricas, onde a taxa de lucro é menor. Em 2009, os mesmos ônibus de sempre receberam uma concessão de 30 anos sem pagar um tostão, mas cujo valor seria uns 50 bilhões de reais. Isso, sob uma mal disfarçada licitação. E essa hegemonia dos ônibus é garantida na base do porrete sob o transporte complementar, usando a eventual ilegalidade existente como pretexto.

5. A população de rua -cuja diversidade vai da pobreza, a doenças, a vícios e ao delito- é pasteurizada e criminalizada. Formam-se grupos de choque para reprimir. Desloca-se o centro de alocação deles, em função daquela diversidade, para um local bem distante dos bairros, cujo alto valor do solo “exige” uma permanente higiene social.

6. As favelas –em grande maioria consolidadas e assim entendidas na constituição municipal- voltam a ser criminalizadas e a remoção, como afirmação politico-higiênica, volta à ordem do dia. As águas do Guandu têm memória. Divulgam metas de exclusão, em milhares de pessoas, e chamam as câmeras da mídia para registrar os desmontes e os sofrimentos ocorrendo. As câmeras pegam também os risos sádicos dos grupos de assalto responsáveis.

7. Até para o lixo se usa o mesmo método. São criados grupos de blitzes, reunindo garis, fiscais, GMs e PMs para reprimir, multar e claro fotografar para a máxima exposição das vítimas. Isso agora no lixo sólido, porque no lixo líquido (o caso dos mijões), a guerra com prisões e remoções para delegacias, esse processo já tem uns 3 anos.

8. Tentam expulsar os cariocas da sua cidade, da história e da cultura dela, mas esse processo começa a sentir resistência: os cariocas se reuniram nas redes sociais. E, no limite do estresse urbano, retornaram massivamente às ruas, às greves, aos protestos… Isso começou em várias cidades brasileiras. Mas no Rio, ocorreu, foi potencializado e não parou mais. Quem imaginou que a golpes de violência uma outra cidade seria parida, agora se oculta tentando explicar tudo por conta de grupelhos ativistas.

9. Um slogan de uma só palavra conta tudo: Basta!

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AVALIAÇÃO ÓTIMO+BOM DE DILMA NO MESMO LUGAR ENTRE AGOSTO E OUTUBRO!

(Blog de Maurício Costa Romão, 14/10) 1. O gráfico com link no final registra as informações sobre a avaliação da gestão de Dilma Rousseff captadas nas últimas seis pesquisas nacionais publicadas na mídia (Datafolha, Ibope, Vox Populi, MDA, Ibope e Datafolha, nesta sequência). O desempenho da gestão da presidente é mensurado pela soma dos percentuais de “ótimo e bom” aferida nas respectivas pesquisas.

2. Os levantamentos que foram realizados em agosto, setembro e primeira quinzena de outubro, estão colocados em ordem cronológica dos respectivos trabalhos de campo.  Desde então, a governante não consegue avançar além do patamar médio de 37%, conforme atestam os números mostrados no gráfico, onde a maior distância entre um resultado e outro difere de apenas três pontos percentuais.

3. Conheça o gráfico.
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PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA ACHA QUE HÁ UMA BOLHA IMOBILIÁRIA NO BRASIL!

(G1, 14) Em agosto deste ano, Robert Shiller, professor da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e um dos ganhadores do prêmio Nobel de Economia de 2013 – anunciado nesta segunda-feira (14) -, falou sobre a possibilidade de haver uma bolha imobiliária em algumas cidades do Brasil. “Não é possível saber com certeza, mas suspeito que exista uma bolha imobiliária nas maiores cidades do Brasil”, disse o economista, durante breve passagem pelo país. Shiller, cocriador do índice de preço de imóveis S&P/Case-Shiller, ficou conhecido por ter previsto a bolha imobiliária dos Estados Unidos.