GOVERNO TEMER MOSTRA QUE A POLÍTICA EXTERNA AGORA É OUTRA!
1. O primeiro grande momento do início do governo Temer veio exatamente em cima do vetor mais polêmico do governo Lula-Dilma: a política externa. Os governos bolivarianos, por excesso de entusiasmo ou desinformação, fizeram uma incursão na política interna brasileira.
2. Infantilmente, se somaram à banda de música do PT/PCdoB/CUT/MST questionando a constitucionalidade do afastamento de Dilma. Uma intervenção descabida na autodeterminação brasileira. Os bolivarianos já haviam perdido uma batalha análoga numa situação semelhante com o Paraguai.
3. Se, neste caso, com toda a invasão coreográfica dos ministros de relações exteriores, inclusive do Brasil, foram ignorados pelos poderes e pela sociedade paraguaios, deveriam ter aprendido a lição.
4. Repetiram a dose através de notas, declarações e chamadas de volta dos embaixadores da Venezuela e El Salvador, só que agora provocando o Brasil. Ocorreu o esperado. O Brasil formalizou duramente seus protestos direcionando-os aos países bolivarianos e a Unasul. No dia seguinte, a moribunda econômica e politicamente Venezuela tentou mitigar. Era tarde.
5. No primeiro dia de governo Temer, através do chanceler José Serra, desmanchou-se qualquer resquício de memória do co-ministro Marco Aurélio Garcia. Se imaginavam que conseguiriam produzir algum ruído interno no Itamaraty, se iludiram. Ao contrário.
6. E à distância deram um forte aperto de mãos nos Estados Unidos e Reino Unido, afirmando a tradição histórica da política externa brasileira. Talvez os bolivarianos tenham imaginado que o ministro Serra, de raízes à esquerda, iria calar e ganhar tempo. Não contavam com a rapidez e contundência da resposta.
7. Os fatos terminaram prestando um enorme serviço ao governo Temer. Sem mobilidade internacional enquanto tiver um caráter provisório, o que impede viagens e fotos, visitas de chefes de governo ou de estado, foi logo no primeiro dia que Temer mostrou de que lado está seu governo.
8. Um ato contundente de descolamento dos bolivarianos: não programado, inesperado, e logo no primeiro dia de governo. As fronteiras da política externa brasileira estão demarcadas, sem ser necessário tomar a iniciativa, apenas reagindo. Agora a OEA e a Unasul ficarão mansas. E o Mercosul entra em nova fase com o Brasil livre para mudar de azimute.
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NOTAS ECONÔMICAS E SOCIAIS!
1. (M. C. Frias – Folha SP, 18) De mais positivo na economia, Luis Stuhlberger, gestor da Verde Asset Management, vê a redução a quase zero do déficit em conta corrente, devido ao colapso das importações, o que gera a solvência externa do país. Mas o que mais surpreendeu foi a resiliência do investimento direto no Brasil. “O valor de US$ 50 bilhões é bastante alto para o padrão do país e em crise, cai bastante.”
2. (Ancelmo Góis – Globo, 17) 1. O Brasil registrou queda de 15,8% na venda de imóveis, no acumulado dos últimos 12 meses. Nos primeiros três meses de 2016, o setor vendeu 23.460 imóveis, 16% a menos que no mesmo período de 2015. Os dados são da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias.
3. (Ancelmo Góis – Globo, 17) A procura por credito despencou 14% no setor financeiro, de janeiro a abril deste ano, em comparação ao mesmo período de 2015. E, em geral, a queda foi de 5,5, na comparação dos períodos. Os números são da Boa Vista SCPC.
4. (Jornal Nacional, 17) Um estudo do Conselho Federal de Medicina mostra que o país perdeu de 2010 a 2015 quase 24 mil leitos de internação. É como se a cada dia, 13 leitos fossem fechados nos hospitais. Rio de Janeiro, Fortaleza e Brasília são as capitais que mais perderam leitos.
5. (Estado de S.Paulo, 17) Os preços dos aluguéis em abril caíram 0,22%, mantendo a tendência verificada nos últimos 12 meses. Nesse intervalo, em apenas um mês (fevereiro) o índice ficou estável e, nos demais, houve queda. No acumulado do período, a redução de preços chega a 4,80%, recorde negativo para a série do índice, iniciada em 2009 pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).