03 de julho de 2018

ENTREVISTA DO FILÓSOFO MANGABEIRA UNGER AO ESTADO DE S.PAULO, 01/06! 

1. A candidatura do Ciro Gomes deve ter dois lados. De um lado, é uma candidatura de centro-esquerda, que prioriza as alianças com partidos desse campo, a começar pelo PSB e PCdoB. O outro lado: a candidatura de Ciro não deve ser vista apenas como de centro-esquerda. Ela deve se oferecer também como agente social mais importante do Brasil de hoje, que são os emergentes. Quem são eles? Em primeiro lugar, é uma pequena burguesia empreendedora mestiça e morena que luta para abrir e manter pequenos negócios. Em segundo lugar, é uma massa de trabalhadores ainda pobres, mas que mantém dois ou três empregos. Em terceiro, é a multidão que é maioria pobre que já tem os olhos vidrados na vanguarda dos emergentes. Há determinados partidos que estão em diálogo com essa realidade social.

2.  Por exemplo, o DEM. Não vejo o Democratas como direita ou centro-direita. Eles são o partido dos empreendedores regionais. Têm raízes nessa estrutura produtiva descentralizada do País. Pelo contrário, o PSDB, que muitas vezes é visto como um partido à esquerda do Democratas, me parece estar à direita do DEM. Está comprometido com o receituário tradicional do chamado Consenso de Washington. Com uma política social meramente compensatória e um colonialismo mental e cosmopolita. Isso que é direita. Não considero que uma aliança com o Democratas seja apenas um oportunismo tático. Vejo consistência em manter uma candidatura que tem esses dois lados, que não estão em contradição. Não podemos nos permitir abusar do sectarismo ideológico.

3. Precisamos construir uma candidatura que não seja apenas de centro-esquerda, mas seja também uma candidatura com um projeto produtivista que conquiste os emergentes. Uma candidatura desse tipo precisa incorporar os empreendedores A conta foi invertida. Nós temos todo direito de pleitear que o PT se junte a nós antes do primeiro turno.” graúdos, pequenos e médios. Não vejo nenhuma inconsistência nisso.

4. Não sei se forças tradicionais vão ou não arrumar uma candidatura plausível. Por enquanto, não o fizeram. O que vejo é que temos uma grande obra de transformação institucional no País. A última grande obra institucional no Brasil é a de Getúlio Vargas, e nós ainda vivemos em meio aos destroços do corporativismo do Vargas. O PSDB, que muitas vezes é visto como um partido à esquerda do Democratas, me parece estar à direita do DEM.

5. Lula deu muitos benefícios ao povo brasileiro, mas não deixou um legado institucional. As candidaturas de Lula e Ciro não são dois cavalos andando na mesma direção. Tenho imenso respeito pelo presidente Lula, mas vejo que, se amanhã ele voltasse à Presidência, a tendência seria continuar o que fez antes: essa popularização do consumo com o mínimo de construção institucional. É uma forma de fazer política que privilegia apenas o consenso.

02 de julho de 2018

INTERNACIONAIS DE CENTRO/CENTRO-DIREITA PASSAM A ATUAR EM CONJUNTO! DECISÃO FOI ADOTADA NA REUNIÃO DA IDC EM BRUXELAS LIDERADA POR AMBOS OS PRESIDENTES!

RELATÓRIO DA REUNIÃO DA INTERNACIONAL DEMOCRATA DE CENTRO (IDC) – REALIZADA ENTRE 28/30 DE JUNHO DE 2018 EM BRUXELAS – REALIZADA NO PARLAMENTO EUROPEU!

1. Presente Harper,  primeiro-ministro do Canadá e presidente da UDI – União Democrata Internacional.

Presentes 60 dos 94 países da IDC.

2. Lopez, secretário geral da IDC. Cumprimentos a Jano, eleito com o partido mais votado da Eslovénia. / Presença de Harper é um fato e UM encontro histórico, e é o início de uma atuação conjunta./ Declaração conjunta IDC/UDI sobre Cuba teve 90.000 interações./ Vamos criar um fórum especial sobre fake-news. Essa é uma preocupação da União Europeia./ Importância dos Observadores Internacionais da IDC e UDI. /Estatuto da Juventude-IDC pronto está sendo submetido ao comitê executivo e aos partidos membros./ Organização do Comitê de Mulheres está atrasado./ IDC passará a ter uma revista digital, pelo menos anual./ Próxima reunião da IDC será dia 23/11/2018 em Cabo Verde na Ilha do Sal./ Congresso do PPE -Partido Popular Europeu- será em 20/09/2018 na Croácia./ IDC já conta com 83 partidos membros e 11 observadores, em todos os continentes./ 29/07 irá comissão de observadores às eleições em Pnom Penh, no Camboja.

3. Rossi Coordenador da criação e da preparação dos estatutos da Juventude. Integrada a IDC e em apoio a ela. Realizamos reunião no PPE e no Parlamento Europeu. Proposta de Estatuto distribuída as nossas organizações de jovens.

4. Geymael, Líbano. Há que desenvolver cultura da tolerância e de luta contra os extremismos.

5. Pastrana, presidente da IDC. Novo governo colombiano, recém eleito, terá 50% de mulheres nos ministérios e terá como base geral menos de 40 anos. Venezuela cada vez mais uma narco-ditadura. Conflito na Nicarágua: repressão já assassinou mais de 250 jovens.

6. Harper, primeiro-ministro do Canadá e presidente da UDI. Pela primeira vez UDI e IDC participam de reunião conjunta. UDI tem usado a língua inglesa mas vai ampliar. Eleição dele é exemplo disso. Reunião do Congresso da UDI em setembro em Los Angeles. Reforçaremos nosso vinculo com a IDC. Imediatamente declarações conjuntas sobre Cuba, Venezuela, Nicarágua e Moldávia. UDI é de centro-direita e reúne conservadores e liberais. A secretaria geral da UDI está localizada em Munique. UDI já tem 50 anos. Vivemos uma conjuntura de riscos em relação ao Capitalismo de Estado. Partido Republicano-EUA não tem estado muito ativo na UDI desde Bush e não tem representante na comissão executiva. A reaproximação é fundamental pela importância dos EUA. Republicanos no Senado e na Câmara não pensam da mesma maneira. Opiniões de Trump refletem muito mais a opinião pública dos norte-americanos.

7. Ato formal de assinatura de Declaração conjunta da IDC-UDI pelos seus presidentes.

8. Bruk, do CDU-Alemanha. Impulsionar efetivamente as relações da IDC e UDI. Buscar as oportunidades. Posicionamento da Fundação Adenauer tem privilegiado a UDI.

9. Lópes. Canadá tem estado mais próximo da União Europeia o que estimula aproximação UDI-IDC. Por isso este é o momento. Não há que ter ciúmes mútuos. É oportunidade para todos brilharem mais. A presença de partidos nas duas organizações comprovam isso.

10. Juno. Apesar de nossa vitória essa foi por maioria simples. Negociação na Eslovênia tem sido difícil para formar o governo. Resolução sobre Moldávia serve para todos os países europeus do leste e do centro.

11. Departe presidente da Renovação Nacional do Chile, recém ingressado na IDC, desde a reunião em Budapeste, vem para fortalecer a IDC. Piñera lidera a criação do Foro de Santiago -de centro-direita- como alternativa e oposição ao Foro de Porto Alegre. Será formalizado em novembro.

12. Chahin, Presidente do PDC do Chile protesta quanto a forma de inclusão da RN na IDC sem consultar os partidos da IDC existentes no país. E passando por cima da ODCA -regional latino-americana da IDC. / Brok-CDU: Não há que estender mais a discussão sobre ODCA e PDC do Chile. Tudo foi feito estatutariamente.

13. Gemayel. Forte migração síria ao Líbano. Dos 4 milhões de habitantes 1,7 milhão são refugiados palestinos. Líbano está deixando de ser exemplo de democracia pois está sendo desintegrado. Acordo nuclear com Irã deve ser revisto. Hezbolah no Líbano é uma força paramilitar.

14. IDC-África. Problemas são similares aos da América Latina. É necessário que os partidos africanos da IDC tenham mais visibilidade./ Ferreire de Cabo Verde. Reunião de novembro da IDC na Ilha do Sal terá todo apoio. Estamos lutando pela democracia na África e contra os populismos, especialmente no parlamento africano.

15. Partido da Esperança da Guiné recentemente integrado a IDC lidera a luta pela democracia e pela lei que pouco existem no país. Nem a eleição presidencial próxima, está garantida. As últimas eleições ainda não tem resultados publicados. Governo deve intervir em certos temas: mercados não resolvem tudo. Apostar no Centro. Não podemos decidir entre liberdade e mercado.

16. Mário – Portugal alerta mais uma vez para a situação da Albânia como centro de drogas.