13 de dezembro de 2022

ÊXODO DE 250 MIL PESSOAS PARA OS EUA AMPLIA RISCO DE COLAPSO POPULACIONAL EM CUBA!

(The New York Times/O Estado de SP, 10) Cerca de 250 mil pessoas fugiram de Cuba em direção aos Estados Unidos neste ano, segundo dados do governo americano. O êxodo, provocado por uma combinação entre o impacto do colapso da reaproximação entre Havana e Washington no governo Donald Trump, o bloqueio econômico e a alta global dos preços trazida pela pandemia e a guerra na Ucrânia, pode levar, segundo analistas, a uma redução populacional e da força de trabalho na ilha.

A mulher do motorista de táxi Joan Cruz Méndez é uma destes cubanos. Em março, Cruz, 41 anos, comprou uma passagem de avião para sua esposa voar para o Panamá e usou suas economias para pagar US$ 6.000 a um contrabandista para levá-la aos Estados Unidos, onde ela pediu asilo político. Ela está trabalhando em uma loja de autopeças em Houston.

Ainda em Cuba, de onde tentou sair três vezes, o taxista dá a dimensão da crise que afeta dos cubanos. “Acho que grande parte da população perdeu a esperança, que é a última coisa que você pode perder”, disse. Em uma dessas tentativas, ele navegou por 50 km no estreito que separa Cuba da Flórida, mas teve de voltar.

Quando o mar está calmo, Cruz e seus vizinhos esperam que o contingente local da Guarda Costeira cubana termine seu turno, antes de carregar as embarcações improvisadas em seus ombros pela cidade e sobre rochas escarpadas antes de baixá-las suavemente na água e tentar mais uma vez.

Fuga de cérebros
Mesmo para uma nação conhecida pelo êxodo em massa, a onda migratória atual é que as que a antecederam. Cerca de 3 mil pessoas partiram do porto de Camarioca em 1965 e 125 mil partiram de Mariel em 1980. Em 1994, protestos de rua levaram a um êxodo de cerca de 35.000 pessoas, que deram à costa da Flórida em boias e embarcações precárias.

A onda atual não tem fim à vista e ameaça a estabilidade de um país onde a expectativa de vida é de 78 anos e tem cada vez mais idosos na sua população.

“Esta é a maior fuga de cérebros quantitativa e qualitativa que este país já teve desde a revolução”, disse a antropóloga Katrin Hansing, da Universidade da Cidade de Nova York. “São os melhores, os mais brilhantes e os que têm mais energia.”

A partida de muitos cubanos mais jovens e em idade de trabalhar augura um futuro demográfico sombrio para o país. Atualmente, o governo comunista mal consegue pagar as magras pensões de que a população mais velha do país depende.

“A saída de cubanos de sua terra natal é nada menos que “devastadora”, disse Elaine Acosta González, pesquisadora associada da Florida International University. “Cuba está se despovoando.”

Sanções e pandemia
A fuga da ilha ficou mais fácil no ano passado, quando a Nicarágua deixou de exigir visto para a entrada de cubanos no país. Milhares de cubanos venderam suas casas e pertences e voaram para Manágua. Ali, recorreram a coiotes para percorrer os 2,7 mil quilômetros que separam o país da fronteira dos EUA com o México.

As condições de vida em Cuba sob o regime comunista há muito são precárias, mas tanto a pandemia como as sanções impostas pelo governo Trump foram devastadoras para o turismo, a principal fonte de recursos de Cuba. Nos últimos três anos, as reservas financeiras de Cuba diminuíram. As importações – principalmente alimentos e combustível – caíram pela metade. A comida ficou mais cara e escassa, assim como os remédios. Até o fornecimento de energia elétrica foi afetado.

Os apagões são constantes e a situação é tão terrível que a companhia elétrica do governo se gabou neste mês de que o serviço elétrico funcionou ininterruptamente naquele dia por 13 horas e 13 minutos.

A chegada de milhares de cubanos à fronteira sul americana tornou-se um problema para o governo de Joe Biden. Analistas dizem, no entanto, que Washington enfrenta um problema que ajudou a criar.

Para atrair os eleitores cubano-americanos no sul da Flórida, o governo Trump descartou a política de reaproximação do presidente Barack Obama, que incluía restaurar as relações diplomáticas e aumentar as viagens à ilha. Essa política foi substituída por uma campanha de “pressão máxima” que aumentou as sanções e limitou severamente quanto dinheiro os cubanos poderiam receber de suas famílias nos Estados Unidos, uma importante fonte de receita, Com isso, para milhares de cubanos a solução foi emigrar.

“Não é difícil de entender: se você devastar um país a 90 milhas de sua fronteira com sanções, as pessoas virão à sua fronteira em busca de oportunidades econômicas”, disse Ben Rhodes, que atuou como vice-conselheiro de segurança nacional no governo de Obama e foi a pessoa de referência nas conversações com Cuba.

Embora o presidente Biden tenha começado a recuar em algumas das políticas de Trump, ele demorou a agir por medo de irritar a comunidade cubana na Flórida e incorrer na ira do senador Robert Menendez, um democrata e poderoso cubano-americano que preside o Senado Relações Exteriores Comitê, disse William M. LeoGrande, professor da American University, que escreveu extensivamente sobre as relações EUA-Cuba.

12 de dezembro de 2022

MARROCOS E PORTUGAL, RIVAIS NA COPA, TRAVARAM BATALHA QUE ORIGINOU LENDA DO SEBASTIANISMO!

Folha de SP, 09) Com encontro marcado para este sábado (10), às 12h, nas quartas de final da Copa do Qatar, Portugal e Marrocos já foram rivais, mas nos campos de batalha.

O reino árabe foi responsável pelo fim de uma dinastia e o nascimento do maior dos mitos portugueses, o sebastianismo, que também desembarcou no Brasil.

Tudo começou em 1574. Portugal, um império católico expansionista comandado pelo jovem dom Sebastião (1557-1578), que assumira o trono aos 14 anos, buscava recuperar seu prestígio perdido no mundo árabe.

Anos antes, em 1541, os lusitanos haviam sido enxotados do Marrocos por um vultoso exército comandado por Mohamed Ech-Cheikh, que se tornaria sultão daquele reino.

Morto em 1552, Ech-Cheik foi sucedido por Mulai Abdallah El-Ghalib. Este, morto em 1574.

O reino, então, é assumido por seu filho mais velho, Mohammed El-Moutaouakil, mas a tradição sucessória da coroa marroquina dizia que o trono devia ser ocupado pelos irmãos do comandante defunto antes de caber a qualquer filho.

Amparado por isso, Mulai Abdelmalek, irmão mais velho do chefe supremo morto, entrou em ação. Em 1576, apoiado pelos otomanos, moveu exércitos para Marrakech, capital do reino, para depor seu sobrinho, que fugiu.

Portugal viu ali uma oportunidade. Uma crise na família real marroquina era um convite para o país ibérico voltar ao norte da África e se vingar da derrota sofrida há quase três décadas.

Deposto, Mohammed buscou ajuda na Espanha, mas por receio, o rei Felipe 2º preferiu não agir diretamente.

“Foi então que o ex-comandante marroquino foi pedir ajuda a Portugal, que, em troca de poder no território do país africano, logo aceitou”, diz Ana Paula Megiani, vice-diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (Universidade de São Paulo).

Autora do livro “1580: Portugal, uma Retrospectiva” (ed. Tinta da China, 2019), em que faz uma retrospectiva da última excursão portuguesa em solo árabe, a professora de história ibérica afirma que dom Sebastião foi deslumbrado pelas promessas de Mohammed.

Em troca do auxílio bélico, o marroquino teria prometido terras, que deixaria a coroa portuguesa pregar a fé cristã em toda região e, finalmente, a coroação de Sebastião como imperador do Marrocos.

Logo, Portugal se preparou para a batalha. “Era uma cruzada da fé. Portugal queria levar o cristianismo ao mundo árabe a todo custo, retomando sua influência na região”, diz Leonardo Trevisan, historiador e professor do curso de relações internacionais da ESPM.

Em julho de 1578, os navios lusitanos partiram para o Marrocos. Eram 500, que carregavam, ao menos, 15 mil homens.

No país declarado inimigo, os portugueses marcharam a pé rumo à capital. Depois de dois dias caminhando, a cúpula militar, liderada por dom Sebastião, resolveu voltar aos navios, mas era tarde. Os homens passaram dias no deserto. Fome e desidratação os esgotavam.

Em 4 de agosto, chegaram a Alcácer-Quibir, primeira e última resistência marroquina. Mais numeroso, com ao menos 50 mil homens, o exército local logo atacou.

Os portugueses não tiveram chances e em poucas horas estavam quase todos mortos, incluindo Dom Sebastião. Os outros dois reis marroquinos, o deposto e o conquistador, também foram mortos. O episódio ficou conhecido como a batalha dos Três Reis ou batalha de Alcácer-Quibir.

NASCE O SEBASTIANISMO
A derrota portuguesa precisava de uma explicação. Seu exército havia sido humilhado, seu imperador morto e muitos de seus nobres sequestrados pelas forças marroquinas, que exigiam uma quantia considerável em ouro e prata para os libertar.

“Foi então que surgiu a lenda de que, ao pagar pelos nobres sequestrados, Portugal também receberia dom Sebastião de volta. Como seu corpo nunca fora encontrado, muitos acreditaram”, diz Trevisan, da ESPM.

O mito do sebastianismo, a volta messiânica do imperador que nem todos acreditavam estar morto, se espalhou e ganhou força com período complicado adentrado pelo reino português com sua partida.

Sebastião não teve filhos, com isso a coroa passou a seu tio, o cardeal dom Henrique, o último membro da dinastia de Avis. Muito idoso, o breve rei morreu em dois anos.

Assim, em 1580, Portugal, sem sucessores ao trono, foi anexado à Espanha, tendo Felipe 2º como seu soberano. O rei espanhol afirmava ser parente de dom Sebastião.

O sebastianismo ganhou muita força neste período, chamado de União Ibérica. Cidadãos portugueses não aceitavam a submissão do império, que sempre fora uma grande potência.

Passaram-se 60 anos até que a independência do reino fosse restaurada por dom João, duque de Bragança, aclamado dom João 4º, rei de Portugal.

“À época, o sebastianismo já estava na mentalidade portuguesa. Não se tratava somente da volta de seu antigo imperador, mas de um desejo permanente de salvação. Sempre que Portugal esteve em apuros, era por dom Sebastião que chamavam”, conta Megiani, da USP.

Junto à corte portuguesa, a crença desembarcou no Brasil. Virou tradição oral no Nordeste e embalou muitas guerrilhas separatistas em terras tupiniquins.

Hoje, a crença é mais forte no estado do Maranhão. Lá, acredita-se que dom Sebastião monta um boi e aparece para proteger os moradores dos perigos.

“A verdade é que o sebastianismo é o retrato de sociedades latino-americanas. Sempre estamos esperando por um salvador”, afirma Trevisan. “Vivemos das glórias do passado e queremos repetir, de qualquer maneira, aquele ciclo. E isso tem muito a ver com esporte.”

“Após a derrota portuguesa no Marrocos, a Espanha passa a exercer grande influência na região. Interessante que os árabes tenham derrotado os espanhóis nas oitavas e enfrentem os portugueses agora. É tudo história”, completa.

09 de dezembro de 2022

COM A DESTITUIÇÃO DE PEDRO CASTILLO, DINA BOLUARTE ASSUME A PRESIDÊNCIA DO PERU!

(Agenda do Poder, 08) A vice-presidente do Peru, Dina Boluarte, assumiu a Presidência do país nesta quarta-feira (7/12). A advogada cobre a vacância deixada por Pedro Castillo, após ser destituído pelo congresso peruano e preso logo em seguida.

Também nesta quarta-feira (7/12), o Congresso do Peru aprovou pedido de impeachment contra o então presidente, após anúncio de golpe de estado. Castillo tentou dissolver o Congresso e instituir estado de exceção.

O parlamento, por sua vez, em sessão de urgência, votou a destituição de Pedro Castillo. A aprovação do impeachment contou com o apoio de 101 deputados. Outros seis votaram contra e houve 10 abstenções.

A destituição teve o apoio da então vice-presidente peruana, Dina Boluarte. Mais cedo, em uma publicação no Twitter, a advogada afirmou que rejeita a decisão de Pedro Castillo de “perpetrar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso”.

Dina referiu-se à medida adotada por Castillo como um golpe, e considerou que pode agravar a crise política e institucional que atinge a sociedade peruana.

06 de dezembro de 2022

UMA NOVA DIREITA?

(Cesar Maia) Não há novidades na radicalização política dos últimos anos. É assim desde meados do século 19, entre direita e esquerda. A mobilização da direita através da massificação populista teve seu auge após a 1ª Guerra Mundial, com o Fascismo e o Nazismo. Em ambos os casos a propaganda ganhou enorme destaque.

Neste momento, a polarização passou a ser vista como um momento de uma nova direita. É importante analisar as circunstâncias que produziram essa percepção. Para tanto, há que analisar as extremas direitas nos diversos países, o que elas têm em comum nos dias de hoje e o que as diferencia de antes.

A mobilização da direita nos séculos 19 e 20 teve um caráter religioso. Mas sempre por um processo vertical, de cima para baixo. Nos últimos anos, ocorreu uma mudança significativa. Esse processo de mobilização e massificação ganhou um caráter horizontal. O seu multiplicador ocorreu de forma difusa. Isso teve uma liderança da direita. A razão de fundo foi tecnológica, através da internet e a popularização horizontal pelos smartphones. Isso gerou uma massificação através das Redes Sociais. Para se diferenciar da esquerda, essa nova direita assumiu-se como conservadora e antidemocrática.

A esquerda foi surpreendida ao sentir que o sindicalismo e os movimentos sociais articulados da forma anterior não eram mais capazes de mobilizar. A avaliação deste novo quadro, a partir dos democratas nos EUA e Europa e, como desdobramento, chegando ao Brasil, alterou essa hegemonia.

A esquerda e os democratas absorveram as novas tecnologias e passaram a também mobilizar via Redes Sociais. Esta é uma nova situação que superou a polarização anterior e, com isso, a extrema direita foi perdendo a hegemonia conquistada.

Assim, temos um novo quadro. A radicalização da direita atraiu a esquerda para uma aproximação ao centro em defesa da democracia. E a absorção e o uso das Redes Sociais.

05 de dezembro de 2022

PRECISAMOS FALAR SOBRE A FORÇA DA DEMOCRACIA!

(Fareed Zakaria – Washington Post/O Estado de SP, 04) Ao longo dos meses recentes, temos nos preocupado muito com a fragilidade da democracia. Dos EUA ao Brasil, da Suécia à Itália, o sistema pareceu enfrentar desafios reais. Na realidade, em todos esses casos, eleições surtiram o efeito de domar muitas das forças mais iliberais e, pelo menos por agora, o centro está mantido. Enquanto isso, testemunhamos sinais de fraquezas profundas e estruturais em algumas das autocracias mais poderosas do mundo. O exemplo mais marcante é a China, onde uma extraordinária onda de protestos confronta os poderes existentes. No cerne do problema está a falta de vontade do governo de mudar o curso em relação à sua política anticovid. Trata-se de um problema inerente às ditaduras, onde a tomada de decisão é feita a portas fechadas, de maneira hierárquica e incapaz de ser responsabilizada. Ao contrário dos autocratas, os líderes democráticos são submetidos a pressões persistentes para mudanças de política. Os líderes sabem que passarão por eleições, então, se as coisas não estão funcionando, as políticas têm de mudar – ou então eles serão substituídos.

CHINA.

Esses problemas se agravaram em sociedades modernas. Considerem a diferença entre a China da época dos protestos liderados por estudantes na Praça Tiananmen, em 1989, e a China de hoje. No fim dos anos 80, o número de chineses urbanos com grau universitário estava na casa de poucos milhões. Hoje, mais de 200 milhões de chineses têm nível universitário. Até o lendário “great firewall” (expressão que alude à Grande Muralha da China) – com seu exército de 2 milhões de censores – tem dificuldades para dar conta da torrente de imagens e mensagens criadas nas redes sociais chinesas. Nos anos recentes, tendemos a colocar o foco nos muitos problemas causados pelas redes sociais, mas esquecemos que o efeito fundamental delas é empoderar indivíduos. Na Rússia, vemos como um processo de tomada de decisão similarmente fechado e indiferente pode levar ao desastre. Como resultado da guerra do presidente Vladimir Putin, seu país está cada vez mais isolado e empobrecido. Putin mobilizou 300 mil reservistas, muitos deles relutantes sobre combater na Ucrânia. Ao mesmo tempo, centenas de milhares de russos fugiram de seu país. No Irã, vemos uma autocracia teocrática determinada a manter seu controle ideológico sobre o país. As elites governantes do Irã acreditam que sua versão fundamentalista do Islã deve ser imposta – ou terão o mesmo destino dos comissários soviéticos. Em contraste, democracias liberais não tentam impor ideologias que lhes agradem sobre seus povos. Em seu cerne está a convicção profunda e permanente de que os seres humanos devem ter liberdade de escolher suas formas pessoais de felicidade – e o respeito ao fato de que pessoas diferentes terão definições diferentes sobre uma vida boa.

TRANSFORMAÇÃO.

Autocracias podem parecer impressionantes por certo tempo porque são capazes de ser constantes, consistentes e implacáveis na busca de objetivos. Mas enfrentam um desafio fundamental: têm dificuldade para se ajustar a uma sociedade em transformação (a China foi exceção por algum tempo, criando uma forma incomum de ditadura com base em consenso, tecnocrática e responsiva. Mas, sob Xi Jinping, o regime reverteu para algo mais parecido com a norma autocrática). Portanto, o reflexo do autocrata à mudança é repressão, que funciona apenas durante um determinado período. É estarrecedor recordar que, quando os pais fundadores dos EUA construíam seu experimento de governo, estavam virtualmente sozinhos em um mundo de monarquias. Esses políticos se inspiraram nos escritos dos filósofos do Iluminismo, como Montesquieu e John Locke, estudando exemplos históricos da Grécia antiga e Roma – e incorporando elementos vitais da governança inglesa e do direito comum. Eles tiveram alguns fracassos. Mas, no fim, chegaram a um arranjo surpreendente: um sistema que protege direitos individuais, permite mudanças regulares na liderança, evita hegemonias religiosas e cria uma estrutura flexível o suficiente para se adaptar a grandes transformações. A democracia é frágil de sua própria maneira, mas este é um bom momento para considerar suas forças. Essa ideia abstrata de governo, criada em grande medida pelos EUA e seguida ao longo dos anos por incontáveis nações, espalhou-se para países ricos e pobres, europeus, asiáticos, latino-americanos e africanos. E é submetida ao crivo do tempo há dois séculos e meio. Alguém acha que os regimes de Rússia, China ou Irã durarão tanto quanto? Winston Churchill foi certamente justificado em sua convicção de que a democracia é a pior forma de governo – exceto por todas as demais.