21 de novembro de 2012

PREFEITURA DO RIO!  ENSINO FUNDAMENTAL: ESCOLAS PERDEM 30.503 ALUNOS EM 4 ANOS!

1. O principal vetor de comunicação da Prefeitura do Rio não é a publicidade. É a Mentira. Todos os cariocas querem boas notícias de sua cidade. A imprensa não é diferente. Com isso, divulga informações que recebe da prefeitura do Rio e, muitas vezes, por acreditar nas matérias que recebe, divulga mentiras.

2. Semana passada, foi divulgada uma matéria em que as escolas da prefeitura do Rio passaram a receber alunos da rede privada. Aliás, sempre foi assim, por razões sociais ou de mudança de local de moradia. E, na matéria, são divulgados números acompanhados de entrevistas pontuais e análises sobre nova atratividade das escolas.

3. Na verdade, o que está ocorrendo nos últimos anos, em função da privatização da educação pública municipal do Rio, é uma perda sistemática de alunos, ou seja, de redução do número de matrículas.

4.  Vamos aos dados oficiais da secretaria municipal de educação da prefeitura do Rio. Em 14 de novembro de 2012, dias atrás, a secretaria de educação em seu site informou que o “Total de Alunos de Ensino Fundamental era de 532.099”. Se quiser ver, vá ao site e clique.

5. Em 2009, na análise que o Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro fez, ele informou  que, no final de 2008, o Total de Alunos de Ensino Fundamental era de 562.602. Comparando novembro de 2012 com dezembro se 2008, se verifica que, na verdade, o que ocorreu e vem ocorrendo continuadamente nestes anos, segundo os números oficiais, é uma perda de alunos matriculados.

6. Essa perda, em 4 anos, foi de 30.503 alunos. Isso sim deveria ser explicado. Para onde foram? Para as ruas? Para trabalho infantil? Para escolas particulares? Para o ócio?

7. E ainda houve perda acentuada de matriculas na pré-escola (4 e 5 anos), no caso de quase 20%, no EJA (educação de jovens e adultos), nesse caso, de mais de 30%. Mas como a matéria divulgada só tratava de educação fundamental, fiquemos com esta e com a absurda perda de 30.503 alunos. Outro dia este Ex-Blog vai tratar da pré-escola e do EJA.

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RIO DE JANEIRO E RIO GRANDE DO SUL PODEM PERDER 2 DEPUTADOS FEDERAIS CADA NO RECÁLCULO PELO CENSO 2010!

(Maurício Costa Romão) 1. A Tabela (ver link no final) mostra, nas três primeiras colunas, as eventuais alterações que adviriam nas bancadas dos estados na Câmara, caso o TSE transforme em Resolução oficial a minuta expedida em fevereiro de 2010.  Os números entre parêntesis referem-se à perda ou ganho de vagas parlamentares.  Nas colunas finais da Tabela desfila-se o novo mapa parlamentar na hipótese de o TSE reexaminar os quantitativos com base em estimativas populacionais de um ano antes da eleição.

2. Note-se que, seja pelo ângulo da Minuta, seja pela revisão populacional em 2013, os estados de Pernambuco, Rio de Janeiro, Paraíba, Rio Grande do Sul, Paraná e Piauí perderão parlamentares relativamente às respectivas bancadas atuais. E, nas duas circunstâncias, ganham mais legisladores os estados do Pará, Amazônia, Minas Gerais, Santa Catarina, Ceará e Rio Grande do Norte.

3. Conheça.

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ONDE ESTÃO OS EUA? OS RISCOS DE DESINTEGRAÇÃO DO ORIENTE MÉDIO!

(Condoleeza Rice, Ex-Secretária de Estado dos EUA- The Washington Post/Estado de SP, 20)
1. A guerra civil na Síria pode vir a ser o último ato na história da desintegração do Oriente Médio tal como o conhecemos. Egito e Irã são Estados com histórias extensas e contínuas e identidades nacionais fortes. A Turquia também. Quase todos os outros Estados importantes da região foram criados modernamente pelos britânicos, que estabeleceram suas fronteiras como se estivessem traçando linhas pretas no verso de um envelope, sem a menor preocupação com diferenças étnicas e sectárias.

2. O desejo de liberdade ganhou força e eclodiu em Túnis e se alastrou pelo Cairo e por Damasco. O perigo é que esses Estados artificiais acabem por se desintegrar.   O grande equívoco cometido ao longo desse último ano foi atribuir um caráter humanitário ao conflito com o regime de Bashar Assad. As ações de Damasco foram bárbaras e selvagens e muitas pessoas inocentes foram assassinadas. Mas não estamos diante de um replay do que ocorreu na Líbia. Há muito mais coisas em jogo.

3. O desmoronamento da Síria impele sunitas, xiitas e curdos na direção de uma rede regional de alianças confessionais. O  Irã sonha com a expansão de sua influência entre os xiitas, unindo-os sob a bandeira teocrática de Teerã – pondo fim à integridade do Bahrein, da Arábia Saudita, do Iraque e do Líbano. Os iranianos empregam os grupos terroristas, o Hezbollah e as milícias xiitas do sul do Iraque para apregoar sua oferta. A Síria é a ponte para o Oriente Médio árabe. Teerã já não esconde o fato de que suas forças de segurança agem no país para dar sustentação a Assad. Nesse contexto, as aspirações nucleares iranianas são um problema não só para Israel, mas para a região como um todo.

4. E onde estão os EUA? Os americanos passaram 12 meses à espera de que russos e chineses concordassem com ineficazes resoluções da ONU pedindo “o fim do derramamento de sangue”, como se Moscou fosse abandonar Assad e Pequim realmente se importasse com o caos que impera no Oriente Médio. Vladimir Putin não é um homem sentimental. Mas enquanto estiver convencido de que Assad consegue se aguentar, não fará nada para enfraquecê-lo.

5. Nos últimos dias, a França resolveu ocupar o vácuo diplomático e reconhecer um recém-formado movimento de oposição que, em termos gerais, pretende representar todos os sírios. Os EUA deveriam seguir o exemplo de Paris, examinar as intenções desse grupo unificado a fim de, eventualmente, armá-lo. O peso e a influência dos EUA se fazem necessários. Agora é preciso agir.