27 de maio de 2013

BRASIL: O PRIMEIRO CASO DE FORTE MULTIPLICADOR E MOBILIZAÇÃO PELAS REDES SOCIAIS!

1. O pânico e a mobilização relativos ao caso Bolsa Família/CEF, além de serem investigados pela Polícia Federal, para identificar eventual promotor, devem estimular pesquisadores de opinião pública a estudar o processo que levou a mensagens –provavelmente deflagradas para smartphones- terem produzido essa enorme mobilização.

2. Se foi assim, esse é o primeiro caso no Brasil de um multiplicador via redes sociais ter produzido tamanho efeito. Um caso novo (talvez no mundo), pois o público atingido de baixa renda não é o característico das redes sociais. Em outros casos, como na África do Norte, na Europa e EUA, a dinâmica desses processos se deu em torno da classe média.

3. O fato de a CEF ter liberado pagamento de bolsa família de dois meses, com um mês adiantado, certamente deu credibilidade à onda que veio logo em seguida, pois mudou a regra do jogo. Dessa forma, se teve dois tipos de multiplicador: um vertical e outro horizontal. O vertical seria a distribuição de mensagens a partir de pontos via –imagina-se- telemarketing. Provavelmente esta distribuição só ocorreu porque teve como lastro o adiantamento pela CEF no dia anterior, dando credibilidade ao início da onda.

4. O multiplicador horizontal é o que deve despertar o maior foco dos pesquisadores. Uma vez deflagrado o processo verticalmente –e dado que o uso de smartphones, incluindo, claro, os celulares mais simples, que são de uso generalizado no Brasil- os pontos alcançados se encarregaram de multiplicar solidariamente para seus pares cadastrados no bolsa-família. Como o bolsa-família tem concentração espacial entre comunidades de baixa renda, da mesma forma, o boca a boca, aumentou o multiplicador.

5. O notável é o fato da onda, via redes, ter chegado em 24 horas a 13 Estados e centenas e centenas de municípios, sem quaisquer proximidades com as fontes de deflagração, e atingido à população de baixa renda. Esse é um caso que mostra que aqueles que imaginavam que a mobilização via redes (indignados…) era uma exclusividade da classe média veem agora que não.

6. Claro que os assuntos deflagradores podem não ser os mesmos, mas o meio sim. Em nível político essa é uma informação importante. Os setores de baixa renda são também alcançáveis pelas redes sociais, só que por assuntos específicos e meios de amplo uso.

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2013: PALÁCIO LARANJEIRAS COMPLETA 100 ANOS E COPACABANA PALACE 90 ANOS!                 

1. Arquiteto francês Joseph Gire (1872-1933). Algumas de suas obras no Rio. Palácio Laranjeiras em 1913. Hotel Gloria em 1922. Hotel Copacabana Palace em 1923. Edifício Praia do Flamengo (o primeiro de apartamentos) 1923. Edifício A Noite em 1930. Palácio da Ilha de Brocoió em 1930.

2. Joseph Gire não é nem nome de rua nem nome de praça no Rio. Será feito agora um projeto de lei nesse sentido.

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PETROBRÁS GARANTIU PREÇOS BAIXOS A SÓCIO DE PASADENA (EUA) POR 15 ANOS!

(Estado de SP) 1. Documentos internos da Petrobrás sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela estatal, obtidos com exclusividade pelo ‘Broadcast’/‘Agência Estado’, sugerem uma série de falhas por parte dos gestores da companhia na confecção do negócio. As decisões fizeram com que a Petrobrás pagasse US$ 1,18 bilhão pela compra da refinaria que, oito anos antes, valia US$ 42,5 milhões. E, no fim da aquisição, no ano passado, valia quase um décimo do que foi pago.

2. Os documentos mostram que a Petrobrás se comprometeu a vender, por 15 anos, petróleo a um preço que garantisse aos belgas um retorno mínimo no negócio de 6,9% ao ano, já excluindo taxas e impostos. Ou seja, em caso de cenário adverso, o que posteriormente acorreu, a estatal ficaria com o ônus e teria de vender petróleo à sócia por preço fora de mercado.

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2011-201: QUEDA DE PREÇOS INTERNACIONAIS DE PRODUTOS PRIMÁRIOS REDUZ US$ 20 BILHÕES DAS EXPORTAÇÕES DO BRASIL!

(Estado de SP, 27) 1. A queda nos preços internacionais das matérias-primas agrícolas, metálicas e do petróleo deve tirar cerca de US$ 20 bilhões das exportações brasileiras entre 2011 e 2013, nas contas da consultoria GO Associados. Em 2011, as vendas somaram US$ 196,9 bilhões e em 2012 foram US$ 183,7 bilhões. Para este ano, a previsão é de US$ 176,9 bilhões, quase US$ 7 bilhões menos de receita – em comparação ao ano passado – obtida com a venda de produtos básicos, que respondem por 70% das exportações brasileiras.

2. Praticamente todas as matérias-primas agrícolas e minerais estão com os preços em queda no mercado internacional por duas razões: o baixo crescimento dos países desenvolvidos e as incertezas sobre o desempenho da China, o grande comprador desses produtos. Entre 2011, ano de pico das cotações das commodities, e abril deste ano, os preços médios em dólar no mercado de commodities agrícolas, minerais e energéticas acumularam queda de quase 12%, segundo o índice CRB (Commodity Research Bureau), referência mundial.

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NOTAS ECONÔMICAS LATINO-AMERICANAS! (AGÊNCIAS)!

1. Os membros fundadores da Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia e México) combinaram na cúpula de Cali (Colômbia), que terão até 30 de junho para chegar a um acordo sobre os detalhes do desmantelamento alfandegário que deve afetar, na primeira fase, cerca de 90% do comércio entre os quatro membros. A cúpula serviu para dar um impulso a este ambicioso processo de integração regional e não apenas na área do comércio. Os líderes concordaram em criar um visto único de turista válido para os quatro países e realizar campanhas de promoção turística conjunta. Eles também concordaram em compartilhar embaixadas e expandir a rede de escritórios comerciais conjuntos.

2. A prova de sua força está nas presenças da cúpula de Cali: além dos presidentes dos países membros – Eduardo Santos (Colômbia), Sebastián Piñera (Chile), Ollanta Humala (Peru) e Enrique Peña Nieto (México) – os presidentes de dois países candidatos para entrar no clube, Laura Chinchilla (Costa Rica) e Otto Perez Molina (Guatemala), e os primeiros-ministros dos dois países observadores, o espanhol Mariano Rajoy e o canadense Stephen Harper -, além de delegações da Austrália, Nova Zelândia, Japão e Uruguai.

3. O Chile está sempre dependente do preço do cobre. Se em 2012 o preço do cobre voltasse a seu nível de antes de 2003, o déficit da balança de pagamentos foi de 18% do PIB, bem acima do que foi em 1981 (13%) ou em 1982 (9 %), na época da grande crise chilena. Em 2012 o país gastou quase 10 bilhões de dólares a mais do que tinha. O balanço de pagamentos, considerado o melhor indicador de sustentabilidade econômica, passou nos últimos anos de um superávit de 5% para um déficit de 4%: o excesso de 3,2 bilhões de dólares de três anos atrás, se tornou um déficit de 9,5 bilhões dólares.

4. Relações agrícolas entre a China e a América Latina no período 2009-2011: (i) as exportações de commodities agrícolas continuam desempenhando papel importante em diversos países, em especial Argentina (80% das exportações para a China no período), Brasil e Guatemala. Os países que possuem uma baixa importância relativa das exportações de produtos agrícolas são, em geral, grande exportadores de commodities minerais como Chile, Colômbia, Bolívia e Venezuela; (ii) Argentina, Bolívia, Brasil, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela apresentaram apenas um produto concentrando cerca de 80% das exportações agrícolas por pelo menos dois anos; (iii) as exportações de commodities agrícolas da AL  para a China estão concentradas (90%) na Argentina e no Brasil; (iv) todo o aumento da safra de soja no Brasil nos últimos três anos foi absorvido pela China.