27 de novembro de 2012

PSICANALISTA DIZ QUE ENTREVISTA DE JOÃO SANTANA OCULTA PREOCUPAÇÃO COM DILMA!

1. Ontem (26), na Folha de SP, o publicitário de Lula e do PT, João Santana, deu uma entrevista de ufanismo e exaltação a Dilma. Sobre Dilma ele diz assim. “Dilma Rousseff será candidata e vai ganhar a eleição. Provavelmente no primeiro turno. Se a eleição fosse hoje, novembro de 2012, ganharia no primeiro turno. Ela está firmando uma imagem vigorosa de grande consolidadora das políticas sociais, de ampliadora dos direitos da classe média, de reformadora moral e modernizadora do país. Está se formando a imagem de uma mulher firme, honesta, que não tem medo de tomar medidas duras. Uma mulher que não se deixa mandar. Que sabe fazer parcerias e alianças com setores importantes, especialmente com Lula. Uma presidenta que enfrenta uma das maiores crises da economia internacional sem titubear. Uma mulher de raça. Que enfrenta os bancos para abaixar os juros, as empresas de energia para abaixar a tarifa elétrica. Eu não estou inventando: estou relatando a leitura de estudos profundos de opinião.”

2. Este Ex-Blog perguntou a um conhecido psicanalista o que achou da entrevista. A resposta é essa, a seguir:

3. (Psicanalista) “Se João Santana fosse um publicitário recém-formado, seriam ‘arroubos da juventude’. Mas um profissional maduro, que já venceu e perdeu eleições em todos os níveis e com a avaliação que o mercado lhe dá, suas palavras devem ser lidas pelo que ocultam. Os exageros em relação à Dilma apenas denotam a preocupação de Santana quanto às possibilidades dela em 2014. Porém, há outra possibilidade de ocultamento. É o que se chama de promoção para baixo nas empresas. Lendo o que não foi dito, mas oculto, se pode garantir das duas uma e, em ambas, sua preocupação com a competitividade de Dilma. Uma é tentar levantá-la junto à opinião pública, com adjetivos de imagem que nem os publicitários de Kennedy ou Clinton ousariam usar. Outra é que o verdadeiro candidato dele é Lula. E nada melhor que exaltar Dilma para que ela ‘desista’ da candidatura, orgulhosa e com a alma cheia por uma missão cumprida. Eu aposto nesta segunda hipótese. Mas há uma certeza: Dilma não faz parte do jogo dele para 2014. Repare neste trecho da resposta de Santana e entenda o que ele pensa e tenta ocultar: ‘(…) ela sabe fazer parcerias, especialmente com Lula’. Parceria, especialmente com Lula, é sair e passar, com pompas e circunstâncias, a candidatura para Lula.”

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DESTAQUES NO SEMINÁRIO DE LIMA/PERU  SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA E GESTÃO LOCAL!

Seminário promovido pela Fundação Konrad Adenauer e ODCA braço da IDC na América Latina em 22/11/2012.

1. Andres. Deputado PPC – Peru. Segurança, problema da América Latina. Latinobarómetro. Taxa se Vitimização (você foi vítima de algum delito?). México 42%. Peru 40%. Brasil 32%. Chile 29%. Média América Latina: 33%. Peru. Insegurança: 61% maior problema. Cada vez custo político da insegurança é maior. Lima metropolitana: 48% dizem que sofreram algum assalto em 2012 (pesquisa de vitimização).

2.1. Eguren. Deputado PPC – Peru. Segurança: há um fator preliminar: debilitamento da família. Valores se debilitam. Quantas horas os pais estão com os filhos e os filhos sós? (Onde estão os filhos?). Pais compensam com presentes e concessões. Tendência é seguir deteriorando. De  2006 a 2012, Peru teve  7 ministros do interior (segurança pública), com média de 8 meses. Governo atual: em pouco mais de um ano, 3 ministros do Interior.

2.2. Novas leis que aumentam  as penas e estatísticas de aumento dos delitos. São duas curvas paralelas. Foram mais de 50 novas leis e nada aconteceu. Nas penitenciárias entram num nível e saem mais violentos. População penal 52 mil para uma capacidade de 27 mil. Desde 1996 a relação passou de 1,2 para 1,9. Uma tarefa pendente: choque de confiança.

3.1. Jorge Del Oro, consultor argentino da OCPLA. A mídia é uma indústria que quer colocar seus produtos no mercado. Na América Latina, 53% das notícias são sobre delitos. Jornais das TVs: bloco inicial é sempre delito. A maioria do público submetido à TV tem suas crenças sociais baseadas na vitimização e na aceitação da violência para impor a ordem.  Mídia cria estereótipos e estigmas sobre determinados perfis sociais.

3.2. Insegurança: a) emocional principalmente via mídia. b) objetiva (Vitimização direta e indireta e estatísticas). Imaginário popular é o conjunto emocional + objetivo.  Segurança e Liberdade são um binômio inseparável da democracia.

3.3. Instâncias de validação têm passado por uma direita autoritária (fortalecer polícia, aumento das penas); e o “populismo”: falta de participação, corrupção e pobreza. Ambas não contam com uma interpretação mais ampla do delito.

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CRESCIMENTO ANUAL DA PRODUTIVIDADE DE 2% CAI NO GOVERNO DILMA PARA 0,35%! 

(Silvia Matos, economista e coordenadora do Boletim do IBRE/FGV – Estado de SP, 26)

1. A desaceleração econômica deste ano vem com uma provável queda da produtividade total dos fatores, que é o termo que os economistas usam para designar a eficiência da economia. O crescimento esperado nos três primeiros anos do governo Dilma é quase a metade do que foi no período do Lula. Não só é um crescimento baixo, mas um crescimento de pior qualidade.

2. O crescimento anual da produtividade no governo Lula foi em torno de 2% no segundo mandato. Foi uma fase em que se investiu mais, se acumulou mais capital, e ele foi mais bem usado, o que se reflete no nível de ocupação da capacidade instalada.  O crescimento da produtividade nos três primeiros anos do governo Dilma, incluindo nossa projeção para 2013, é de apenas 0,35% ao ano. Investe-se pouco, não tem como tirar o crescimento do fator trabalho e não estamos conseguindo ganhos de produtividade.

3. Devemos ter investimento negativo este ano. O investimento está relacionado à eficiência da economia, que é medida pela produtividade. Como ela está caindo, isso deve afugentar o investimento. Existe uma correlação importante entre investimento em infraestrutura e produtividade. Nos últimos anos, houve queda do investimento público em infraestrutura. Há o fator externo, mas outros países latino-americanos estão num bom momento. Os investimentos do Chile chegaram a 28% do PIB. Colômbia e México são países que estão mantendo um crescimento satisfatório.

4. O intervencionismo e o que eu chamo de ‘microgerenciamento’ por parte do governo podem estar influenciando nisso. Se tomamos a tendência da produtividade, ela indica queda nos últimos anos. A partir da crise, começaram a ser tomadas medidas pontuais para incentivar e privilegiar setores escolhidos. A reação do governo à crise foi a de aumentar a interferência nos mercados, de uma forma talvez meio caótica, instável, com mudanças de regras, que pode ter tido efeitos colaterais de perda de eficiência econômica.

5. Estamos um pouco no meio do caminho, às vezes dando a impressão de que queremos caminhar um pouquinho mais para o lado da Argentina. Então a gente fica nessa zona nebulosa, querendo algum tipo de capitalismo de Estado, que pode acabar afugentando ainda mais o investimento.

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COMPETITIVIDADE: BRASIL 37 EM 43 PAÍSES!

(Folha de SP, 27) 1. A dificuldade para obter crédito, os juros altos e a pesada carga tributária são, segundo estudo da Fiesp, as principais causas de o Brasil ter ficado em 37º dentre 43 países em termos de competitividade no ano passado. Foram pesquisadas as maiores economias do mundo -que representam 90% do PIB mundial- em relação a economia doméstica, abertura, governo, capital, infraestrutura, tecnologia, produtividade e capital humano.  O estudo considerou de competitividade elevada países como EUA, Hong Kong, Coreia do Sul e Irlanda. Suécia, Alemanha e Finlândia têm competitividade satisfatória. Um terceiro grupo é o dos países de competitividade média (como Espanha, Rússia e Itália). Por último, figuram os de competitividade mais baixa, no qual se enquadra o Brasil.

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COPÉ É O NOVO PRESIDENTE DO UMP DE SARKOZY!

Jean-François Copé foi proclamado presidente da UMP, com 952 votos à frente de François Fillon. Comprometeu-se a formar uma equipe de trabalho com « diferentes personalidades de nossa família » e fez convite para Fillon dela participar. 48 anos de idade, Copé, judeu não praticante e casado com uma argelina, foi Prefeito de Meaux de 1995 a 2002 e de 2005 em diante. Ocupou diversas funções ministeriais, inclusive de porta-voz nos governos de Raffarin e de Villipin.