30 de novembro de 2015

ELEIÇÕES NO RIO SOFREM NOVA TURBULÊNCIA!

1. O processo eleitoral no Rio, ainda na fase de pré-campanha, sofreu forte impacto. O PMDB acredita que o tempo vai mitigar os problemas de imagem de seu candidato, ao sair do noticiário.  Mas, mesmo que isso aconteça, o problema não está aí, e sim na projeção de cenários para a campanha eleitoral, de como os fatos serão reavivados na reta final. Essa expectativa termina gerando pesquisas e avaliações internas que ampliam as incertezas dentro do PMDB. As pesquisas de hoje podem ser projetadas para agosto/setembro de 2016? Como?

2. A candidatura do senador Romário está praticamente inviabilizada com o noticiário (além de foto e gravações) no gabinete do senador Delcidio Amaral. A Procuradoria Geral da República informou que irá investigar o caso. O senador Romário, em entrevista ao Globo (27), disse que tinha conta no banco citado, mas que estava fechada depois que parou de jogar na Europa. E não se lembra da data que a conta fechou. Os levantamentos que a PGR solicitará ao MP suíço levam meses. A suspeita despertada pelas gravações que o banco-filial em que existiria a conta teria cancelado por ordem da matriz interessada num acordo entre o senador e o PMDB exigirão uma varredura no banco filial na Suíça. O que levará algum tempo. Muito dificilmente o senador Romário trocaria a imunidade parlamentar pelo cargo de prefeito, que não conta com imunidade.

3. Para efeito de cálculo, excluindo a candidatura do PMDB, que tem máquina, e de Romário que desistiria, ficam 3 blocos. O primeiro é o de Freixo e Molon. A vantagem que terão nesse novo quadro são novos espaços abertos na área popular, especialmente para Freixo. O segundo bloco são os candidatos que aparecem lá embaixo em pesquisas, hoje. Como os deputados Otavio Leite, Indio da Costa e Clarissa Garotinho. Estes não se beneficiam imediatamente desse novo quadro e terão que esperar a campanha. Há a hipótese do PR de Garotinho vir a apoiar Crivella num acordo de compensações regionais no Estado.

4. O terceiro bloco é Crivella, que é, imediatamente e de longe, o mais beneficiado pelos fatos. O espaço popular se abre ainda mais para ele, o que o impulsiona da faixa dos 15% para a faixa dos 20%. A série de matérias na TV Record sobre a situação do governo do Estado e do PMDB-RJ impulsiona ainda mais essa tendência. Conseguindo o apoio do PR, seu tempo de TV passa a ser significativo e Crivella se torna favorito para ir ao segundo turno.

5. De forma hipotética se poderia projetar as tendências pré-eleitorais, DE HOJE, com o novo quadro. Crivella estaria encostando nos 25%, Freixo nos 15%, Molon e o PMDB entre 10% e 5%, e os demais de 5% para baixo. Os partidos estão em campo com suas pesquisas. Até o final da primeira semana de dezembro se terá um quadro consolidado delas fornecendo mais informações sobre o imbróglio eleitoral carioca.

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RJ: QUEDA DOS ROYALTIES DO PETRÓLEO PASSA DE 70% EM 4 MUNICÍPIOS!

(Maria Cristina Frias – Folha de SP, 27) 1. A queda na arrecadação com royalties pela exploração de petróleo neste ano já supera os 70% em quatro municípios da Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro. Na cidade de Arraial do Cabo, a redução no acumulado do ano, até outubro, chega a 100% na comparação com 2014. As retrações de receitas também foram expressivas em Macaé (88%), Niterói (71%) e Campos (70%).

2. “Há uma cadeia de empresas de médio porte –de transporte a fornecedores. Com o freio da Petrobras, diversas delas deixam de investir”, diz o presidente da Ompetro (Organização dos Municípios Petroleiros), Aluizio dos Santos. “A segunda metade de 2015 foi crítica para a região. Tínhamos 163 mil empregos formais, só neste ano, perdemos 7.000 postos de trabalho.”  Macaé aprovou um pacote de redução tributária, que desonera em 25% a alíquota de ISS (Imposto Sobre Serviços) das companhias ligadas à atividade petroleira.

3. “O cenário atual é de grandes empresas terem de deixar o país, pela dificuldade de atuação no setor de petróleo e gás, caso a Petrobras se mantenha como operadora única”, avalia Santos, que também é prefeito de Macaé. “A indústria hoje tem um ‘mantra’ de corte de custos. A redução de impostos é uma forma encontrada pela cidade para dar fôlego ao setor.”

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ESPANHA: ELEIÇÃO COMPLETAMENTE INDEFINIDA!

1. O jornal El País publicou pesquisa do instituto Metroscopia neste domingo. Três semanas da eleição geral há um empate rigoroso entre as 4 principais forças.

2. PP, que governa, tem 22,7%, Ciudadanos, um partido novo que flutua em torno do centro, tem 22,6%, o PSOE tem 22,5% e o Podemos, esquerda em base às redes sociais, tem 27,1%.

3. Na pesquisa espontânea o empate se reproduz na faixa dos 15%.

4. O regime parlamentarista espanhol vai exigir uma composição entre duas forças políticas para formar maioria de governo. Assim como em Portugal, mesmo a vitória do PP trará dificuldade em formar maioria.

5. Conheça a pesquisa completa.

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CRESCE A CENTRO-DIREITA NA AMÉRICA DO SUL!

(Folha de SP, 29) 1. Uma nova geração de políticos de centro-direita vem emergindo como alternativa aos governos de esquerda “nacionais e populares” instalados na última década nos países da América Latina. A vitória de Mauricio Macri, na Argentina, coloca em evidência essa nova liderança, que se replica em países como Brasil, Uruguai, Venezuela e Peru. Em comum, eles têm como bandeira o pragmatismo. Pouco afeitos aos discursos ideológicos e às categorizações de esquerda versus direita, eles construíram sua identidade no confronto com o discurso do grupo político que está no poder, cujos símbolos maiores são o kirchnerismo, na Argentina, e o chavismo, na Venezuela.

2. Aécio Neves, Senador, presidente do PSDB, ex-governador de MG (2003-2010). Perdeu a eleição presidencial de 2014 para Dilma Rousseff por 3 pontos de diferença.  Filho de um ex-presidente, o conservador uruguaio Luis Lacalle Pou, 42, do Partido Nacional, também se vende como “alternativa jovem”.  Representando a nova direita, ele perdeu a eleição em 2014, mas deu trabalho para Tabaré Vázquez, que só o superou na segunda rodada. No país governado por Nicolás Maduro, as duas principais caras desse movimento são o opositor preso Leopoldo López e o governador Henrique Capriles.

3. No Peru, que em abril vota para presidente, a direitista Keiko Fujimori, 40, lidera as pesquisas eleitorais com o slogan “Tenho a força de ser jovem e de ser mulher”. Apesar de carregar o legado do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko repaginou a proposta do pai. Condena alguns aspectos de sua gestão, como as esterilizações forçadas.