ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA: ORGIA DE FINAL DE ANO! MORTE DA MORAL PÚBLICA! ANUNCIADO NO DIA DE FINADOS!

A) (Ex-Blog) O jornal Globo, na sexta-feira (02), divulgou em primeira mão as leis e medidas que a prefeitura do Rio pretende aprovar neste final de ano. Tanto planejamento nesses 3 anos, tantas declarações e, agora, surge um pacotaço de discutível valor moral. O Centro de Mídia, já previsto para o Parque Olímpico (25% da área do autódromo e 75% para construção de prédios), agora volta compensado com novo aumento de gabarito. A estimativa de R$ 400 milhões se procura legitimar por um lado, por outro escandaliza. A construção de um novo velódromo (negada nas eleições), com custo 10 vezes maior que o atual, será feita em outro local, explicitando um escândalo: o local do atual autódromo é o filet-mignon do interesse imobiliário na área. O campo de golfe entra na negociação, embora já estivesse previsto. E tenta-se aprovar tudo no final deste ano, com baixa legitimidade, com 40% da câmara municipal renovada nas eleições e boa parte dos que perderam com –digamos- menor interesse.

B) (Globo, 02) 1. O prefeito Eduardo Paes encaminhará segunda-feira à Câmara dos Vereadores um projeto de lei que muda parâmetros ambientais e urbanísticos na Barra a fim de viabilizar a construção do campo de golfe dos Jogos Olímpicos de 2016. O potencial construtivo dos terrenos serão transferidos para outras áreas da Barra e do Recreio — justificou Paes. A área de ZCVS é de apenas 6% do total do campo de golfe, a proposta promete causar polêmica entre ambientalistas, por falta de estudos prévios.

2. Além disso, desde anteontem — o prazo esgotava-se em 31 de outubro — não é mais possível propor ao Comitê Olímpico Internacional (COI) mudanças no projeto do Rio para abrigar os Jogos. O Comitê Rio 2016 quanto a prefeitura estavam cientes das limitações ambientais da área há pelo menos oito meses. O secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, argumentou que o projeto propondo a mudança da lei só não foi enviado antes devido à demora na conclusão das negociações com os empresários que construirão o campo de golfe, numa parceria público-privada (PPP). As Olimpíadas vão viabilizar um empreendimento que vinha sendo anunciado há anos e já havia licenciado na prefeitura o projeto de um campo de golfe, logo após o lançamento do condomínio Riserva Uno. Na campanha de lançamento ele era anunciado no site como tendo “vista para o futuro maior campo de golfe do Brasil”.

3. — As Olimpíadas viraram desculpa para tudo. O que se quer é mudar a cidade sem muita discussão. É uma contradição querer mudar a legislação ambiental e, ao mesmo, tempo vender a ideia de que se pretende promover olimpíada sustentável, diz a vereadora Andréa Vieira. Além de sugerir mudanças na APA de Marapendi, o novo pacote olímpico que o prefeito Eduardo Paes apresentará segunda-feira aos vereadores propõe mudanças no gabarito de trechos do futuro Parque Olímpico do Rio, onde será permitido construir prédios residenciais e comerciais. O objetivo seria transferir para a iniciativa privada o ônus de construir o prédio do centro de mídia e transmissões das Olimpíadas (IBC/MPC). O gabarito da área localizada no interior do antigo Autódromo de Jacarepaguá passaria de 12 para 18 pavimentos, como no Condomínio Rio 2.

4. A autorização permitiria mudar cláusulas do contrato da parceria público-privada firmado entre a prefeitura e o Consórcio Rio Mais (Carvalho Hosken, Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez) para urbanizar a área, de cerca de um milhão de metros quadrados. Em troca, as construtoras passaram a ser donas dos terrenos remanescentes. O objetivo seria atender a uma demanda do mercado, que dá preferência a prédios mais altos. A prefeitura autoriza também a construção de um hotel num terreno livre do Riocentro.

5. A PPP com o Rio Mais chega hoje a R$ 1,4 bilhão. Ao longo de 15 anos, a prefeitura pagará R$ 525 milhões para que os investidores privados façam a manutenção do Parque Olímpico. Além de urbanizar o local, o consórcio fará o mesmo no entorno da Vila dos Atletas. Depois de muita discussão, o destino do velódromo construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007 — e que custou R$ 14 milhões à prefeitura do Rio e ao Ministério do Esporte — está selado. A estrutura será mesmo desmontada conforme os planos iniciais e doada para a prefeitura de Goiânia (GO). A estimativa, com base em preços de setembro deste ano, é que um velódromo novo custará R$ 134 milhões. A nova estrutura foi planejada numa área diferente.