Cesar Maia: gratuidade a motoristas e cobradores nos banheiros de terminais rodoviários é lei 5.672/2013.

O Projeto de Lei que concede gratuidade no acesso a banheiros situados em terminais rodoviários para motoristas e trocadores de ônibus, de autoria de Cesar Maia, foi aprovado pela Câmara de Vereadores.

LEI Nº 5.672 DE 27 DE dezembro DE 2013.

Concede gratuidade no acesso a banheiros situados em terminais rodoviários para motoristas e trocadores de ônibus.

Autores: Vereadores Cesar Maia e Carlo Caiado

Art. 1º O acesso e a utilização de qualquer banheiro situado em terminais de ônibus e/ou rodoviárias será gratuito para motoristas e trocadores de ônibus que atuarem em linhas que possuírem ponto de parada nos respectivos terminais.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial de 30/12/2013

08 de janeiro de 2014

KENNEDY E JANGO NOS EUA EM 1962: HIPOCRISIA DIPLOMÁTICA!

1. A visita de Jango aos EUA, em 1962, foi um enorme sucesso. Kennedy o recebeu na pista, o alojou em casa especial, o recebeu na Casa Branca. Esteve com Jango durante período três vezes maior que o programado. Jango discursou no Congresso dos EUA, fato que raros presidentes viveram. Depois, em Nova York, Jango desfilou na Broadway em carro aberto, debaixo de chuva de papéis picados e aplausos da população.

2. Veja este vídeo da cobertura de 7 minutos.

3. (Elio Gaspari – Folha de SP, 08/01/2014) 3.1. No dia 7 de outubro de 1963, John Kennedy presidiu uma longa reunião na Casa Branca e nela, em poucos segundos, fez a pergunta essencial a Lincoln Gordon, seu embaixador no Brasil: “Você vê a situação indo para onde deveria, acha aconselhável que façamos uma intervenção militar?”.

3.2. Um ano antes (1962), o presidente americano pusera no seu baralho a carta de um golpe militar para depor João Goulart. A associação de Kennedy ao golpe está amparada nos fatos, mas ao longo do tempo pareceu mais fácil jogar a responsabilidade em Lyndon Johnson, seu detestado sucessor.

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SEGUE A PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA PELA PREFEITURA DO RIO! ORGANIZAÇÃO SOCIAL EXCLUÍDA É QUE VAI FICAR COM R$ 108 MILHÕES!

(Fernando Molica – Informe de O Dia – O Dia, 08) 1. A Secretaria Municipal de Saúde vai contratar, por R$ 108 milhões, a Organização Social (OS) Ação MedVida — a instituição não foi aceita pela Secretaria Estadual de Saúde e, em novembro de 2012, teve um contrato rompido pela Prefeitura de Maricá.

2. Um dos fundadores da MedVida é o pastor Adenor Gonçalves dos Santos, controlador do Grupo Galileo Educacional, dono da Universidade Gama Filho e da UniverCidade, que passam por uma longa crise. O site do MedVida traz livros e artigos do empresário.

3. Vencedora de um chamamento público feito pela Prefeitura do Rio, a MedVida vai gerenciar, por dois anos, 125 leitos no antigo Hospital São Bernardo, na Barra, depois transformado em hospital da Gama Filho.

4. Para comprovar experiência em serviços públicos de saúde e ser homologada como OS no Rio (o que ocorreria em julho de 2012), a MedVida citou o trabalho em Maricá. Mas a experiência foi desastrosa: o contrato acabou rompido por falta de prestação de contas e atrasos no pagamento de funcionários. A prefeitura criou comissão para apurar danos aos cofres públicos. Há suspeita de desvio de equipamentos.

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DEPOIS DOS BRICS, OS MINT!

(BBC, 07) 1. Com desaceleração dos Brics, criador do termo agora aposta no ‘Mint’. Em 2001, o mundo começou a falar dos Brics – Brasil, Rússia, Índia e China (posteriormente com a inclusão da África do Sul) – as potências emergentes na economia mundial. O termo foi cunhado pelo economista Jim O’Neill.

2. Após a recente desaceleração dos Brics, O’Neill identificou outros quatro países – México, Indonésia, Nigéria e Turquia – que, segundo ele, também podem se tornar gigantes econômicos nas próximas décadas.

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ÍNDICE DE CONFIANÇA DAS EMPRESAS NO BRASIL CAI DE 48% PARA 10%!

(Folha de SP, 07) 1. A falta de confiança no rumo da economia demoliu o otimismo das empresas brasileiras, que até outro dia estavam entre as mais entusiasmadas do mundo.  Ao longo de 2013, o índice de confiança no futuro do país, calculado pela consultoria Grant Thornton, despencou de 48% para apenas 10%. Foi a maior queda entre os 44 países da pesquisa.

2. A média global, feita com base na opinião de 12.500 empresas sobre os países em que atuam, é 27%. O Brasil ficou abaixo até da média de 22% de otimismo dos Brics, o bloco emergente do qual o país faz parte ao lado de Rússia, Índia, China e África do Sul. Para pesquisar o índice de confiança na economia brasileira, a anglo-americana Grant Thornton acompanha anualmente o humor de donos e executivos de 300 empresas de médio porte. O levantamento é feito a cada três meses.

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BRASIL! POLÍTICA ECONÔMICA INSUSTENTÁVEL: HÁ UM MOMENTO QUE A FARSA SE DESFAZ!

(Alexandre Schwartsman – Folha de SP, 01) 1. A expansão medíocre do produto, a inflação mal e mal contida a golpes de controles diretos de preços, o crescente déficit externo, somados ao desempenho pífio da produtividade, sugerem que o atual arranjo de política é insustentável. Não há casos de economias que tenham prosperado sob essas condições. Pelo contrário, há sempre um momento em que a farsa se desfaz e a crise sobrevém.

2. Sabe-se, portanto, ser necessária uma mudança nos rumos de política econômica para evitar que o país atinja um estado do qual não conseguirá sair sem consequências dolorosas. Não se requer, contudo, nenhum conhecimento político mais profundo para concluir que –tendo evitado fazê-lo sob condições eleitorais mais favoráveis– não parece nada provável que o governo possa se engajar em um esforço de austeridade às vésperas da eleição.

3. Ainda que Brasília acene timidamente com promessas de não piorar adicionalmente seu já lamentável desempenho, os Estados, crescentemente livres das amarras previamente impostas pela União, devem aumentar ainda mais seus gastos.

07 de janeiro de 2014

NÃO VAI HAVER PRÉ-CAMPANHA! A GRANDE VAIA? VAI HAVER GRANDE MARCHA?

1. Normalmente as pré-campanhas semeiam o que vai se colher na campanha eleitoral. Mas esse não será o caso de 2014. A começar com o Carnaval no início de março que, como desdobramento, leva a Semana Santa para a segunda metade de abril.

2. Depois vem a Copa do Mundo. Poder-se-ia argumentar que é assim a cada 4 anos, a cada eleição presidencial. Mas essa é diferente. A Copa do Mundo é aqui. Para efeito da atenção dos eleitores, ela começa na medida em que as delegações vão chegando. E no caso do Brasil começa na convocação e nos jogos-treino, aqui bem pertinho.

3. A campanha eleitoral começa formalmente dia 5 de julho. Mas é exatamente aí que se inicia a última semana da Copa, com toda a excitação relativa. E, em seguida, as análises e os debates: por que ganhou, por que perdeu, o que poderiam ter feito, quais foram os destaques e os fracassos, etc.

4. Assim, acabou o mês de julho. Agora é finalizar a TV, que começa 15 dias depois. E o que fazer desde agora -janeiro- até agosto? Tentar tirar proveito da Copa já está demonstrado que desgasta. Fazer folders com o calendário da Copa, só dia 5 de julho, com 22 dias de Copa. Antes vai ser um grande risco junto aos TREs.

5. Que candidato a governador ou a presidente vai meter a cara num estádio? Grande drama para Dilma, que tem obrigação de aparecer junto ao presidente da FIFA, assistir abertura e fechamento, declarar aberta a Copa, ir ao Campo…

6. Para ela uma pré-campanha minimizada seria excelente e para seus adversários um problema. Estes terão que fazer uma pré-campanha de proximidade. Mas ela, que pensava que sem pré-campanha surfaria na onda do primeiro turno, agora, com as inevitáveis vaias, terá que ser treinada por seus marqueteiros para as caras, as bocas, os gestos e as declarações.

7. E nem se levou em conta até aqui as hipotéticas manifestações de ruas. Campanha complicada esta. Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.

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PREFEITO DO RIO ABRE O JOGO SOBRE AUMENTO DAS PASSAGENS DE ÔNIBUS!

(Valor Econômico, 06) 1. “…Paes: Nunca anunciei aumento de passagem com a antecedência que fiz em 2013. Antes, chegava no dia 28 de dezembro e anunciava que no dia tal de janeiro haveria o aumento. Em 2013, antecipei o debate. Disse que ia ter que aumentar. Isso permitiu que o Tribunal de Contas [do Município] se manifestasse. Tem auditoria [do TCM], termina auditoria e depois eu faço o aumento de ônibus. Não é deixar de fazer as coisas. É fazer de maneira diferente.”

2. (Ex-Blog) Confirma que vai aumentar e jogar a culpa no TCM. Grave porque diz isso com todas as letras, cinicamente.

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MULTIPLICAM-SE OS ASSALTOS NA ZONA SUL DO RIO! ESTE EX-BLOG HAVIA ALERTADO MESES ATRÁS!

(Folha de SP, 07) 1. Os furtos em Copacabana, bairro nobre da zona sul do Rio de Janeiro, aumentaram cerca de 92% no período de junho a setembro de 2013, em comparação com o quadrimestre de 2012. Segundo levantamento feito pelo UOL com dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) foram registradas 2.133 ocorrências na 12ª DP neste ano, com 1.074 casos a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

2. Apenas em julho do ano passado, quando foi realizada a Jornada Mundial da Juventude na capital fluminense, foram registrados 1.188 furtos. O dado é superior à soma dos furtos que ocorreram nos meses de junho, agosto e setembro de 2013.  Os bairros vizinhos, Ipanema e Leblon, também tiveram aumento nos indicadores de criminalidade. Em relação ao acumulado do quadrimestre de 2012, a 13ª DP (Ipanema) teve, de junho a setembro de 2013, 18% a mais de boletins de ocorrência, com elevações percentuais do número de roubos (73,3%), furtos (32,8%) e roubo a transeunte (40%). No Leblon (14ª DP), o roubo a celular quase dobrou.

06 de janeiro de 2014

RIO: UM RÉVEILLON PARA SE ESQUECER!

1. No ano da Copa do Mundo, quando a organização do réveillon deveria ter o máximo esmero, o que se viu foi um descalabro, afetando a imagem do Rio, num ano fundamental de grande evento.

2. Minutos antes da meia noite, na quadra da praia, troca de tiros feriu 12 pessoas.

3. Na areia, delinquentes introduziram os mini-arrastões, assaltando à vontade. A delegacia de Copacabana ficou superlotada e o atendimento deplorável.

4. A delegada chefe da Polícia Civil exonerou o delegado da DP de Copacabana.

5. Apesar das críticas no ano anterior, a saída das pessoas em direção ao transporte público foi mais uma vez o caos.

6. Também, apesar das críticas no ano anterior, o cercado VIP voltou a ocorrer, sendo que, este ano, com transporte oficial apoiado pela Guarda Municipal, que levou os felizes convidados diretamente ao local.

7. E, para culminar, a Comlurb -pela primeira vez- não organizou a limpeza das praias no final da madrugada. No final da manhã, a sujeira tomava conta da praia de Copacabana, num volume nunca visto. Os sites dos jornais mostraram. Quando os garis chegaram, era tarde.

8. Os escritórios do Centro da Cidade decidiram protestar contra as autoridades e não fazer a tradicional chuva de papel picado. Os não informados foram muito poucos.

9. O “beijaço” criado pela prefeitura, apesar da conclamação do locutor, não aconteceu, a menos que para uns gatos pingados, em geral, da ‘turma’.  Outra vez uma forma de protesto contra as autoridades.

10. O abuso de patrocinador no réveillon recebeu protestos desde o dia anterior.

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MERVAL PEREIRA COMENTA AS ELEIÇÕES ESTADUAIS NO RIO!

(Coluna de Merval – Globo, 05) 1. A reeleição de Dilma tende a ter o apoio não apenas do PMDB local como dos possíveis candidatos Garotinho, do PR, Marcelo Crivella do PRB, e do PT com o senador Lindbergh Farias. PSB e PSDB estão à procura de um candidato que represente o novo na política, na tentativa de explorar a grande rejeição que atinge todos os favoritos.

2. O ex-prefeito Cesar Maia deve ser, como candidato do DEM, o único oposicionista com algum peso. O senador Aécio Neves articula a candidatura do treinador da seleção brasileira de vôlei Bernardinho, dentro dessa tentativa de apresentar ao eleitor carioca uma alternativa nova. Ao mesmo tempo, coloca em sua balança a possibilidade de que um racha entre o PT e o PMDB de Cabral possa provocar uma dissidência informal que leve parte da máquina partidária a trabalhar em favor de sua candidatura.

3. O PSB tem em Marina Silva seu principal trunfo no Rio, onde ela obteve uma grande votação em 2010. Por isso, a candidatura própria é a alternativa, podendo optar pelo deputado federal Alfredo Sirkis, ex-PV que se filiou ao PSB, ou o ex-ministro da Cultura de Lula, Gilberto Gil.

4. O deputado federal Miro Teixeira, que esteve com Marina na formação do Rede Sustentabilidade e se filiou ao PROS, é uma alternativa tanto para o PSB quanto para o PSDB, mas ambos os partidos temem que compromissos do PROS com o governo federal impeçam uma aliança oposicionista. Miro Teixeira tem conseguido autonomia no estado para fazer alianças e se mantém como uma peça importante no xadrez político do Rio, com a simpatia de Marina.

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PRESIDENTE DA FIFA LAMENTA OS ATRASOS DO BRASIL PARA A COPA!

(Folha de SP, 06) 1. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou em entrevista à imprensa suíça que o Brasil vem acumulando atrasos nas obras para a Copa do Mundo-2014 porque começou a se preparar para o Mundial tarde demais.

2. “O Brasil acabou de se dar conta que começou tarde demais. É o país com mais atrasos desde que estou na Fifa e foi o que teve mais tempo, sete anos, para se preparar”, explicou o dirigente em declarações publicadas neste fim de semana no jornal suíço 24 Horas.

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OS CINCO DESAFIOS PARA A DIPLOMACIA BRASILEIRA EM 2014!

(BBC, 03) 2014 começa com a expectativa de empenho do governo em algumas questões da política externa, dando prosseguimento aos esforços de Brasília em ampliar a influência brasileira no mundo. A BBC listou cinco dos principais desafios que a política externa brasileira deverá enfrentar no ano que se inicia.

1. Acordo Mercosul-União Europeia.

2. Crise com os Estados Unidos.

3. Tensão comercial com a Argentina

4. Nova política de cooperação.

5. Grandes obras no exterior em grande parte financiadas pelo BNDES.

03 de janeiro de 2014

PERFIL DOS ELEITORES “SEM RELIGIÃO” NO ESTADO DO RIO!

Pesquisa GPP –23-24/11- com 2.400 eleitores em todo o Estado do Rio.

1. As pessoas que se declaram Sem Religião, quase todas acreditam em Deus, ou seja, não são ateias. O que querem dizer com esta resposta é que não seguem nenhuma Igreja, nenhum Culto. No Estado do Rio são 15,1%.

2. Entre os homens, 18% se declaram Sem Religião (SR); e entre as mulheres, 12,6% / 28,1% dos jovens entre 16 e 24 anos se declaram SR. Na medida em que a faixa de idade sobe, menos pessoas se declaram SR: 20,1%, 15%, 9,1% até 8,1% dos maiores que 60 anos.

3. Por nível de instrução, curiosamente os dois extremos são os que têm a menor proporção dos SR: 13,4% entre os que têm até o ensino fundamental incompleto e 12% entre os que têm o nível superior completo. /  Por nível de renda a oscilação é pequena sobre a média de 15,1% de SR.

4. Por região do Estado, a Capital fica quase na média dos SR com 15,2%. A proporção é menor no Interior, com 13% e maior na região metropolitana com 16,7%.

5. Portanto, o único corte que explica os SR é a idade e o sexo. Quanto mais jovem/homem  mais SR. Quanto maior a idade/mulher, menos os SR.

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AS ESTRANHAS CONSULTORIAS CONTRATADAS PELA PREFEITURA DO RIO! AGORA R$ 26 MILHÕES DE REAIS!

1. Para apoiar a secretaria de obras nas atividades de “monitorização” da Transbrasil. Inacreditável.

2. Contratação de empresa especializada em serviços técnicos de engenharia para apoiar a SMO, através da Coordenadoria Geral de Obras – 5ª Gerência de Obras e da Coordenadoria de Programas de Investimentos/Unidade Executora – UEL, nas atividades de monitorização dos contratos de obras e serviços relacionados à implantação do Transbrasil – corredor exclusivo BRT (Bus Rapid Transit).   ESTIMATIVA PREVISTA de R$ 26.167.746, 48 (vinte e seis milhões, cento e sessenta e sete mil, setecentos e quarenta e seis reais e quarenta e oito centavos).

3. (republicado por ter saído com incorreções no Jornal O Dia de 30/12/13). Aviso de Licitação CO-45/2013.

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SÍRIA: GUERRA CIVIL MILITAR! BRASIL GUERRA CIVIL URBANA!

(G1, 01/01/2014) 2013 foi o ano mais sangrento na guerra civil da Síria. Mais de 73 mil pessoas, 22 mil delas civis, morreram no ano.

(G1, 04/11/2013) Dados divulgados esta semana mostram que os homicídios aumentaram no país. Só no passado mais de 50 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. É o maior número registrado em cinco anos.

02 de janeiro de 2014

POR QUE UM GOVERNO QUE VINHA SENDO BEM AVALIADO PASSA A SER MAL AVALIADO QUANDO UM GOVERNANTE SE TORNA IMPOPULAR?

1. Muitos têm dificuldade de entender por que um governo que vinha sendo bem avaliado, de repente, passa a ser mal avaliado. Há duas razões –progressivas- relativas ao tempo. A primeira é a propaganda, que leva o eleitor de um local pensar que tudo aquilo que vê, lê ou ouve, está ocorrendo em outros bairros ou outras cidades. Mas o tempo e a interação entre as pessoas vão corrigindo essa percepção.  A segunda é o tempo, que leva o eleitor a dar ao governante uma espécie de carência para que aquilo que prometeu possa chegar a ele.

2. Mas há outra razão que diz respeito diretamente à popularidade do governante. Quando um governante tem avaliação pessoal positiva, o filtro do eleitor focaliza as virtudes do governo e as destaca. Com os defeitos, tem confiança que o governante que aprova irá corrigir os problemas progressivamente.

3. Mas quando um governante tem avaliação pessoal negativa, o filtro do eleitor focaliza os defeitos do governo e os destaca. Sendo assim, um mesmo governo que vinha sendo bem avaliado, quando muda a avaliação pessoal do governante, passa a ser mal avaliado.

4. Em 2013 ocorreu isso. Com as manifestações, a partir de junho, houve um choque de desprestígio que atingiu todos os políticos e, especialmente, os governantes, uns mais e outros menos. A essa impopularidade na pessoa dos governantes, simultaneamente ocorreu a mudança de foco –das virtudes para os defeitos- e os governantes passaram a ser imediatamente mal avaliados.

5. Podem-se buscar exemplos no mundo todo para definir uma regra. Com governantes bem avaliados há sempre governos bem avaliados. Mas não há governos bem avaliados com governantes mal avaliados. Para não se ir muito longe, o Chile de Piñera é exemplo disso. A imagem declinante do presidente contaminou seu governo, apesar dos inquestionáveis méritos e elogiados números.

6. A imagem de quem governa é fator capital. Não adianta responder à impopularidade com performance e medidas de governo. A política de imagem terá que ter este foco específico: a imagem. Um governo desastrado provavelmente terminará arrastando a imagem do presidente. Mas essa não é uma equação necessariamente simultânea. O velho jogo de criminalizar o adversário, de culpar causas externas, pode dar fôlego à imagem de quem governa, mesmo num caso desses. Vide Chávez, Maduro e Cristina Kirchner.

7. Recuperar a avaliação de um governo através de suas realizações, qualificando sua comunicação, é meta que pode resultar em curto prazo. Mas recuperar a imagem desbotada de um governante é tarefa de médio e longo prazo, certamente além da próxima eleição.

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MARINA, PV E O ANJO EXTERMINADOR!

1. Para as eleições de 2010, Marina foi recebida pelo PV de braços abertos. Até mudaram o estatuto naquilo que ela exigia. Dois anos depois ela saiu do PV criticando-o e prometeu criar seu partido, o que, aliás, acabará fazendo.

2. O problema é que Marina, ao sair atirando, implodiu o PV, que agora -em 2014- procura um caminho de sobrevivência.  Precisa colocar a sua marca e, para isso, precisa ter candidato a presidente e a governadores.

3. (Vera Magalhães – Painel – Folha de SP, 01) Posição. O PV vai defender o lançamento de Eduardo Jorge como candidato da sigla à Presidência em seu programa partidário de televisão, que vai ao ar amanhã. A legenda vai defender ainda a formação de chapas próprias nos Estados.

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CENAS EXPLÍCITAS DE CIÚME POLÍTICO!

(Folha de SP, 01) 1. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta semana que o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, não deve ser visto como um herói salvador. A declaração foi dada em entrevista ao programa Manhattan Connection, do GloboNews, na segunda-feira.

2. Para FHC, o ministro atuou com perseverança e clareza no julgamento do processo do mensalão, mas não é o salvador da pátria.  “Eu acho que as pessoas descreem tanto das instituições que procuram sempre heróis salvadores.”. Questionado, o ex-presidente classificou uma possível candidatura de Barbosa à presidência de “aventura” e afirmou que é difícil imaginar o ministro do STF dentro da vida partidária.

3. “Ele não tem o traquejo, o treinamento para isso. Uma coisa é você ter uma carreira de juiz. Outra coisa é você liderar um país”, disse FHC.