26 de maio de 2014

MAIS TEMPO DE TV OU MENOS ADVERSÁRIOS? TEORIA E PRÁTICA!

1. A última pesquisa do Ibope confirma um fato curioso. Com 8 pré-candidatos, Dilma, Aécio e Campos somados têm 71% das intenções de voto. Com apenas os 3, Dilma, Aécio e Campos somam 67% das intenções de voto. Se é assim numa pesquisa, é provável que no processo eleitoral a quantidade de candidatos afete tanto a votação dos favoritos quanto a decisão de votar. O voto num candidato residual tanto pode ser um voto de protesto quando um voto de esperança se esse candidato servir de referência. Everaldo e Randolfe entram nessa segunda hipótese.

2. No Ibope, na lista com 8 candidatos, 24% não marcaram nenhum nome. Com 3 nomes essa porcentagem subiu para 33%.

3. Por isso, quando um candidato (especialmente em ou de um governo) atrai outro partido para apoiá-lo, não só pensa no tempo de TV, mas também na redução do número de candidatos na disputa. Às vezes ter mais candidatos na disputa interessa quando um deles tira votos de um adversário competitivo.

4. Vamos ao caso do Rio em 2014. A candidatura de Crivella tira votos de Garotinho (e vice-versa). Nesse sentido, interessa a Pezão, a Lindbergh e Cesar Maia. E a Dilma, pela confiança que tem em Crivella e não tem em Garotinho. A candidatura de Lindbergh não interessa a Pezão, pois além de tempo de TV, perde votos do PT que já votaram no PMDB-RJ em 2010 e 2012. Mas essa é uma batalha perdida desde quando Lula garantiu a candidatura de Lindbergh.

5. Agora, o PMDB-RJ quer retirar as candidaturas que potencialmente trocam com Pezão, especialmente na Capital e em perfil de eleitor. Os últimos fatos indicam que podem ter conseguido tirar Miro do jogo. Isso também interessa a Dilma, pois deixa Campos na busca de candidato. Além disso, as relações de Miro com os meios de comunicação são de proximidade, o que em campanha poderia ajudar seu crescimento.

6. E o PMDB-RJ, apesar de ser informado que não há nenhuma chance, continua insistindo que o DEM-PSDB-PPS não tenham candidato a governador. Cardeais do PMDB-RJ dizem que não precisam do tempo de TV deles, mas que o importante é Cesar Maia não ser candidato, evitando a perda de votos de Pezão, seja na capital, seja em frações do eleitorado de fora da capital que não votam em Garotinho ou Crivella.

7. Portanto, o raciocínio que atrair outros partidos tem apenas relação com o tempo de TV é simplista. Tem, mas deve-se incluir na análise quem são os candidatos e a quem interessa –ou não- a candidatura de cada um deles.

8. Por isso tudo, esse imbróglio a 15 dias do início das Convenções. E não apenas no Rio, é claro. O Rio entra apenas como exemplo.

* * *

REGIÃO METROPOLITANA DO RIO, ONDE A INSATISFAÇÃO COM OS SERVIÇOS PÚBLICOS É A MAIOR DO BRASIL!

(Pesquisa da FGV – Políticas Públicas -entre março e abril com 3.600 pessoas- Globo, 25)

1. Pesquisadas as Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo e os serviços públicos de Segurança, Saúde, Transporte e Educação. Taxa geral de INSATISFAÇÃO em Segurança: 80%, Saúde 79%, Transporte 73%, Educação 67%.

2. As taxas de Insatisfação no RIO foram: Saúde 84%, Segurança 84%, Transporte 77% e Educação 71%. Taxa média de 79%. Brasília foi a pior em Segurança 85%, e Transporte 82%, com taxa média de 77,7%.

3. As médias de Insatisfação no conjunto dos serviços públicos foram: Rio 79%, Brasília 77,7%, Porto Alegre 73,7%, São Paulo 73,7%, Recife 72,2% e Belo Horizonte 69,2%.

* * *

AS ELEIÇÕES DE DOMINGO!

1. PARLAMENTO EUROPEU! O PPE, centro-direita, com 28,2% e PS, centro-esquerda, 25,7%, sofreram fortes perdas, mas com 53,9% garantem a UE contra aventuras em sua constituição. Das 751 cadeiras, o PPE ficou com 212 e o PS com 193. Forte crescimento dos euro-céticos+xenófobos+antipolítica+radicais de direita e esquerda, que somaram pouco mais de 20%. FN de LePen vence na França. UKIP vence no Reino Unido. Na Espanha a maioria de 80% do PP+PSOE caiu para 60%. PP de Rajoy venceu o PSOE por 2 deputados. Na Catalunha os partidos independentistas chegaram a 58%. Na Itália o PD de centro-esquerda venceu com 43% dos votos. MV5 –antipolítica- teve 20%. Força Itália de Berlusconi 16%. Na Alemanha o CDU+CSU de Merkel obteve 35,3% e o SPD, centro-esquerda, cresceu para 27%. Mais uma vez os liberais não atingiram 5%. Na Grécia, o Syriza, a esquerda radical anti-austeridade, venceu com quase 30% dos votos. Abstenção na Europa: 57%. Em Portugal a abstenção atingiu 66%.

2. COLÔMBIA! O candidato de Uribe, Zuluaga ultrapassou o presidente Santos: 29,3% x 25,7%. A surpresa foram os crescimentos finais das candidatas da esquerda e da conservadora, que fecharam cada uma com 15%. Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, derrapou, fechando com 8%. O segundo turno será dia 15 de junho e o resultado é imprevisível.

3. UCRÂNIA! O empresário Poroshenko confirmou seu favoritismo. Recebeu 55% dos votos e com isso não haverá segundo turno. Os eleitores de parte das mesas das regiões de etnia russa no leste não puderam votar, o que não afetou o resultado. As primeiras declarações de Pososhenko que contatará Putin para conversar, apontaram para um desdobramento racional.

AS ELEIÇÕES DE DOMINGO!

1. PARLAMENTO EUROPEU! O PPE, centro-direita, com 28,2% e PS, centro-esquerda, 25,7%, sofreram fortes perdas, mas com 53,9% garantem a UE contra aventuras em sua constituição. Das 751 cadeiras, o PPE ficou com 212 e o PS com 193. Forte crescimento dos euro-céticos+xenófobos+antipolítica+radicais de direita e esquerda, que somaram pouco mais de 20%. FN de LePen vence na França. UKIP vence no Reino Unido. Na Espanha a maioria de 80% do PP+PSOE caiu para 60%. PP de Rajoy venceu o PSOE por 2 deputados. Na Catalunha os partidos independentistas chegaram a 58%. Na Itália o PD de centro-esquerda venceu com 43% dos votos. MV5 –antipolítica- teve 20%. Força Itália de Berlusconi 16%. Na Alemanha o CDU+CSU de Merkel obteve 35,3% e o SPD, centro-esquerda, cresceu para 27%. Mais uma vez os liberais não atingiram 5%. Na Grécia, o Syriza, a esquerda radical anti-austeridade, venceu com quase 30% dos votos. Abstenção na Europa: 57%. Em Portugal a abstenção atingiu 66%.

2. COLÔMBIA! O candidato de Uribe, Zuluaga ultrapassou o presidente Santos: 29,3% x 25,7%. A surpresa foram os crescimentos finais das candidatas da esquerda e da conservadora, que fecharam cada uma com 15%. Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, derrapou, fechando com 8%. O segundo turno será dia 15 de junho e o resultado é imprevisível.

3. UCRÂNIA! O empresário Poroshenko confirmou seu favoritismo. Recebeu 55% dos votos e com isso não haverá segundo turno. Os eleitores de parte das mesas das regiões de etnia russa no leste não puderam votar, o que não afetou o resultado. As primeiras declarações de Pososhenko que contatará Putin para conversar, apontaram para um desdobramento racional.

REGIÃO METROPOLITANA DO RIO, ONDE A INSATISFAÇÃO COM OS SERVIÇOS PÚBLICOS É A MAIOR DO BRASIL!

(Pesquisa da FGV – Políticas Públicas -entre março e abril com 3.600 pessoas- Globo, 25)

1. Pesquisadas as Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo e os serviços públicos de Segurança, Saúde, Transporte e Educação. Taxa geral de INSATISFAÇÃO em Segurança: 80%, Saúde 79%, Transporte 73%, Educação 67%.

2. As taxas de Insatisfação no RIO foram: Saúde 84%, Segurança 84%, Transporte 77% e Educação 71%. Taxa média de 79%. Brasília foi a pior em Segurança 85%, e Transporte 82%, com taxa média de 77,7%.

3. As médias de Insatisfação no conjunto dos serviços públicos foram: Rio 79%, Brasília 77,7%, Porto Alegre 73,7%, São Paulo 73,7%, Recife 72,2% e Belo Horizonte 69,2%.

MAIS TEMPO DE TV OU MENOS ADVERSÁRIOS? TEORIA E PRÁTICA!

1. A última pesquisa do Ibope confirma um fato curioso. Com 8 pré-candidatos, Dilma, Aécio e Campos somados têm 71% das intenções de voto. Com apenas os 3, Dilma, Aécio e Campos somam 67% das intenções de voto. Se é assim numa pesquisa, é provável que no processo eleitoral a quantidade de candidatos afete tanto a votação dos favoritos quanto a decisão de votar. O voto num candidato residual tanto pode ser um voto de protesto quando um voto de esperança se esse candidato servir de referência. Everaldo e Randolfe entram nessa segunda hipótese.

2. No Ibope, na lista com 8 candidatos, 24% não marcaram nenhum nome. Com 3 nomes essa porcentagem subiu para 33%.

3. Por isso, quando um candidato (especialmente em ou de um governo) atrai outro partido para apoiá-lo, não só pensa no tempo de TV, mas também na redução do número de candidatos na disputa. Às vezes ter mais candidatos na disputa interessa quando um deles tira votos de um adversário competitivo.

4. Vamos ao caso do Rio em 2014. A candidatura de Crivella tira votos de Garotinho (e vice-versa). Nesse sentido, interessa a Pezão, a Lindbergh e Cesar Maia. E a Dilma, pela confiança que tem em Crivella e não tem em Garotinho. A candidatura de Lindbergh não interessa a Pezão, pois além de tempo de TV, perde votos do PT que já votaram no PMDB-RJ em 2010 e 2012. Mas essa é uma batalha perdida desde quando Lula garantiu a candidatura de Lindbergh.

5. Agora, o PMDB-RJ quer retirar as candidaturas que potencialmente trocam com Pezão, especialmente na Capital e em perfil de eleitor. Os últimos fatos indicam que podem ter conseguido tirar Miro do jogo. Isso também interessa a Dilma, pois deixa Campos na busca de candidato. Além disso, as relações de Miro com os meios de comunicação são de proximidade, o que em campanha poderia ajudar seu crescimento.

6. E o PMDB-RJ, apesar de ser informado que não há nenhuma chance, continua insistindo que o DEM-PSDB-PPS não tenham candidato a governador. Cardeais do PMDB-RJ dizem que não precisam do tempo de TV deles, mas que o importante é Cesar Maia não ser candidato, evitando a perda de votos de Pezão, seja na capital, seja em frações do eleitorado de fora da capital que não votam em Garotinho ou Crivella.

7. Portanto, o raciocínio que atrair outros partidos tem apenas relação com o tempo de TV é simplista. Tem, mas deve-se incluir na análise quem são os candidatos e a quem interessa –ou não- a candidatura de cada um deles.

8. Por isso tudo, esse imbróglio a 15 dias do início das Convenções. E não apenas no Rio, é claro. O Rio entra apenas como exemplo.

23 de maio de 2014

PLC-79/2014: “CENTROS DE CONVENÇÃO” OU MAIS ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA?

A. Projeto de Lei Complementar 79/2014, além de tudo, é inconstitucional!

A.1. PLC 79/2014 se dispõe a criar incentivos para a criação de novos centros de convenções. Na segunda-feira (12), este Ex-Blog publicou uma análise do blog UrbeCarioca mostrando os elementos de pura especulação imobiliária contidos no PLC 79/12014.

A.2. Agora, e mais especificamente, que a constitucionalidade do Projeto de Lei Complementar em questão fica maculada por causa de seu Artigo 2°, que diz: “Art. 2° Aplicam-se ao disposto nos incisos I, II, III, IV e V do art. 17 da Lei Complementar n° 108, de 25 de novembro de 2010, os incentivos e benefícios fiscais, previstos na Lei n° 5.230, de 25 de novembro de 2010.”

A.3. A inconstitucionalidade se dá pois a Carta Magna brasileira de 1988 prevê, em seu Artigo 150, Parágrafo 6°: § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).

A.4. Fica claro, portanto, que os benefícios fiscais ensejados pelo Artigo 2° do Projeto de Lei Complementar 79/2014 apenas poderiam ser concedidos por lei específica, não podendo ser incluídos em uma proposição que verse sobre outras matérias como faz a referida proposição.

A.5. Sendo assim, a Câmara Municipal incorrerá em grave erro legislativo caso aprove o Projeto de Lei Complementar supracitado na forma como está posto.

B. Blog da procuradora Sonia Rabello de Castro (13) analisa o PLC 79/2014 e suas benesses!

B.1. Por que um grupo de vereadores da Cidade do Rio, apoiados por outros tantos parlamentares (OBS.: e com o executivo na sombra), às vésperas de eleições para deputado federal e estadual (2014), sem ter nem por que, propõem um projeto de lei que prevê a cessão gratuita de milhares de m² de construção, fora das regras gerais da Cidade e sem qualquer projeto urbanístico que o justifique? Quem se beneficiará? Empreiteiras da construção civil? Imobiliárias? Donos de terras na Barra da Tijuca?

B.2. Ao nosso ver, o referido projeto rompe com a ética urbanística da cidade. A proposta legislativa não se justifica no âmbito do planejamento. Ela pretende dar, gratuitamente, para uns poucos proprietários de lotes e empreiteiros, milhares de m² em edificabilidade, completamente fora da regra geral dos bairros! O pretexto que pretende justificar o tratamento não isonômico desta exceção ao planejamento territorial da Cidade seria estimular a construção de “centros de convenção” em hotéis para a Olimpíada.

B.3. Isto está confuso no projeto de lei, já que apenas no inciso II do seu artigo 1º menciona que: “II – para os cinco primeiros pavimentos a projeção máxima será de noventa por cento da área do lote, que terá Índice de Aproveitamento de Área – I.A.A. igual a 4,0, desde que as obras estejam concluídas até abril de 2016;”

B.4. Mesmo sem explicar como esta alegação se justifica, ela parece irrealizável, materialmente. Mesmo que a proposta legislativa seja aprovada antes das convenções eleitorais, em julho de 2014, supõe-se ser quase que materialmente impossível que as empreiteiras possam, antes de julho de 2016, elaborar os projetos, aprová-los na Municipalidade, contratar, executar e terminar as obras no prazo assinalado.

B.5. Justificativa ilegítima – Parece evidente que os proponentes sabem que a “pegadinha” do dispositivo está no conhecimento de que, na prática, não será necessário ter o projeto construído, mas simplesmente tê-lo aprovado, licenciado e estar na primeira laje para se garantir, juridicamente, sua execução fora do prazo da lei, para além de 2016!

B.6. Portanto, a justificativa legislativa é ilegítima porque não será sindicalizável. E uma cidade, como o Rio, tem um Plano Diretor (PD) em vigor, esta lei deve comandar todas as demais regras urbanísticas. E, é no Plano Diretor que encontramos o art.14, no capítulo sobre “Ocupação Urbana”.

B.7. Então, é elementarmente evidente que, ao se pretender cumprir o Plano Diretor da Cidade, não é possível propor leis que modifiquem índices urbanísticos comuns a todos, com regras de exceção, muito menos regras sem estudos de planejamento que as respaldem e que atendam, minimamente, as diretrizes acima especificadas.

B.8. Há uma hierarquia legal que deve ser observada e cumprida.  Mas, é difícil absorver esta noção básica da cultura jurídica-urbanística quando os controles são tão débeis e a responsabilização pelos malfeitos são praticamente nulos.

* * *

PROGRAMA NACIONAL DO DEMOCRATAS!

Programa Nacional do Democratas, na TV, nesta quinta-feira (22).

* * *

DILMA CONTINUA CAINDO NOS VOTOS VÁLIDOS!

1. Intenção de Voto. Série do IBOPE de março, abril e maio. Dilma 40%, 37% e 40% / Demais 24%, 26% e 36%. Não Voto 36%, 37% e 24%.

2. Série do IBOPE de votos válidos de março, abril e maio. Dilma 62,5%, 58,7% e 52,6%. /
Demais 37,5%, 41,3% e 47,4%.

3. Entre março e abril, Dilma perdeu 6,1% dos votos válidos. Entre abril e maio, Dilma perdeu 10,4% dos votos válidos.

4. Veja a tabela completa.

* * *

ALGUMAS CURIOSIDADES DA PESQUISA DO IBOPE DE MAIO!

1. Com vários nomes Aécio tem 20%. Com 3 nomes (Dilma, Aécio, Campos), Aécio tem 17%. Dilma passa de 40% para 39% e Eduardo Campos fica com 11%. Não Voto (nulo/branco/não sabe) passa de 24% para 32%.

2. Segundo turno, com Aécio, Dilma tem 43% e com Campos tem 42%.

3. Não vota de jeito nenhum. Numa lista Aécio tem 20%. Apenas com o nome dele tem 37%. Dilma na lista 33%, e apenas com o nome dela tem 43%. Campos 13% e 34%.

4. 51% não confiam em Dilma. 43% confiam. 48% não aprovam seu governo. 47% aprovam.

5. Querem mudar tudo ou quase tudo: 65%. Não querem mudar 30%. Entre os 65% que querem mudar tudo, 25% querem mudar tudo com Dilma. Ou seja, 16,2% de todos os pesquisados.

6. De resto permanece a mesma fratura no eleitorado: pobres (56%), de baixa instrução (51%), nordeste (52%), Municípios até 20 mil habitantes (49%), Dilma ganha com folga.

* * *

COMPETITIVIDADE: O LEGADO REAL DO PT!

(Folha de SP, 22) Pelo quarto ano seguido, o Brasil perdeu competitividade no cenário internacional. O país ficou no 54º lugar em uma lista de 60 países no Índice de Competitividade Mundial da escola suíça IMD. Há quatro anos, o país ocupava a 38ª posição. “Este ano não só perdemos em relação aos outros países como tivemos perda absoluta”, diz Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral, responsável pelos dados do Brasil na pesquisa. “Foi nosso pior desempenho. Desde 1996, nunca estivemos no último quartil do relatório [entre os 25% piores].”

COMPETITIVIDADE: O LEGADO REAL DO PT!

(Folha de SP, 22) Pelo quarto ano seguido, o Brasil perdeu competitividade no cenário internacional. O país ficou no 54º lugar em uma lista de 60 países no Índice de Competitividade Mundial da escola suíça IMD. Há quatro anos, o país ocupava a 38ª posição. “Este ano não só perdemos em relação aos outros países como tivemos perda absoluta”, diz Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral, responsável pelos dados do Brasil na pesquisa. “Foi nosso pior desempenho. Desde 1996, nunca estivemos no último quartil do relatório [entre os 25% piores].”

ALGUMAS CURIOSIDADES DA PESQUISA DO IBOPE DE MAIO!

1. Com vários nomes Aécio tem 20%. Com 3 nomes (Dilma, Aécio, Campos), Aécio tem 17%. Dilma passa de 40% para 39% e Eduardo Campos fica com 11%. Não Voto (nulo/branco/não sabe) passa de 24% para 32%.

2. Segundo turno, com Aécio, Dilma tem 43% e com Campos tem 42%.

3. Não vota de jeito nenhum. Numa lista Aécio tem 20%. Apenas com o nome dele tem 37%. Dilma na lista 33%, e apenas com o nome dela tem 43%. Campos 13% e 34%.

4. 51% não confiam em Dilma. 43% confiam. 48% não aprovam seu governo. 47% aprovam.

5. Querem mudar tudo ou quase tudo: 65%. Não querem mudar 30%. Entre os 65% que querem mudar tudo, 25% querem mudar tudo com Dilma. Ou seja, 16,2% de todos os pesquisados.

6. De resto permanece a mesma fratura no eleitorado: pobres (56%), de baixa instrução (51%), nordeste (52%), Municípios até 20 mil habitantes (49%), Dilma ganha com folga.

DILMA CONTINUA CAINDO NOS VOTOS VÁLIDOS!

1. Intenção de Voto. Série do IBOPE de março, abril e maio. Dilma 40%, 37% e 40% / Demais 24%, 26% e 36%. Não Voto 36%, 37% e 24%.

2. Série do IBOPE de votos válidos de março, abril e maio. Dilma 62,5%, 58,7% e 52,6%. /
Demais 37,5%, 41,3% e 47,4%.

3. Entre março e abril, Dilma perdeu 6,1% dos votos válidos. Entre abril e maio, Dilma perdeu 10,4% dos votos válidos.

4. Veja a tabela completa.

PLC-79/2014: “CENTROS DE CONVENÇÃO” OU MAIS ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA?

A. Projeto de Lei Complementar 79/2014, além de tudo, é inconstitucional!

A.1. PLC 79/2014 se dispõe a criar incentivos para a criação de novos centros de convenções. Na segunda-feira (12), este Ex-Blog publicou uma análise do blog UrbeCarioca mostrando os elementos de pura especulação imobiliária contidos no PLC 79/12014.

A.2. Agora, e mais especificamente, que a constitucionalidade do Projeto de Lei Complementar em questão fica maculada por causa de seu Artigo 2°, que diz: “Art. 2° Aplicam-se ao disposto nos incisos I, II, III, IV e V do art. 17 da Lei Complementar n° 108, de 25 de novembro de 2010, os incentivos e benefícios fiscais, previstos na Lei n° 5.230, de 25 de novembro de 2010.”

A.3. A inconstitucionalidade se dá pois a Carta Magna brasileira de 1988 prevê, em seu Artigo 150, Parágrafo 6°: § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).

A.4. Fica claro, portanto, que os benefícios fiscais ensejados pelo Artigo 2° do Projeto de Lei Complementar 79/2014 apenas poderiam ser concedidos por lei específica, não podendo ser incluídos em uma proposição que verse sobre outras matérias como faz a referida proposição.

A.5. Sendo assim, a Câmara Municipal incorrerá em grave erro legislativo caso aprove o Projeto de Lei Complementar supracitado na forma como está posto.

B. Blog da procuradora Sonia Rabello de Castro (13) analisa o PLC 79/2014 e suas benesses!

B.1. Por que um grupo de vereadores da Cidade do Rio, apoiados por outros tantos parlamentares (OBS.: e com o executivo na sombra), às vésperas de eleições para deputado federal e estadual (2014), sem ter nem por que, propõem um projeto de lei que prevê a cessão gratuita de milhares de m² de construção, fora das regras gerais da Cidade e sem qualquer projeto urbanístico que o justifique? Quem se beneficiará? Empreiteiras da construção civil? Imobiliárias? Donos de terras na Barra da Tijuca?

B.2. Ao nosso ver, o referido projeto rompe com a ética urbanística da cidade. A proposta legislativa não se justifica no âmbito do planejamento. Ela pretende dar, gratuitamente, para uns poucos proprietários de lotes e empreiteiros, milhares de m² em edificabilidade, completamente fora da regra geral dos bairros! O pretexto que pretende justificar o tratamento não isonômico desta exceção ao planejamento territorial da Cidade seria estimular a construção de “centros de convenção” em hotéis para a Olimpíada.

B.3. Isto está confuso no projeto de lei, já que apenas no inciso II do seu artigo 1º menciona que: “II – para os cinco primeiros pavimentos a projeção máxima será de noventa por cento da área do lote, que terá Índice de Aproveitamento de Área – I.A.A. igual a 4,0, desde que as obras estejam concluídas até abril de 2016;”

B.4. Mesmo sem explicar como esta alegação se justifica, ela parece irrealizável, materialmente. Mesmo que a proposta legislativa seja aprovada antes das convenções eleitorais, em julho de 2014, supõe-se ser quase que materialmente impossível que as empreiteiras possam, antes de julho de 2016, elaborar os projetos, aprová-los na Municipalidade, contratar, executar e terminar as obras no prazo assinalado.

B.5. Justificativa ilegítima – Parece evidente que os proponentes sabem que a “pegadinha” do dispositivo está no conhecimento de que, na prática, não será necessário ter o projeto construído, mas simplesmente tê-lo aprovado, licenciado e estar na primeira laje para se garantir, juridicamente, sua execução fora do prazo da lei, para além de 2016!

B.6. Portanto, a justificativa legislativa é ilegítima porque não será sindicalizável. E uma cidade, como o Rio, tem um Plano Diretor (PD) em vigor, esta lei deve comandar todas as demais regras urbanísticas. E, é no Plano Diretor que encontramos o art.14, no capítulo sobre “Ocupação Urbana”.

B.7. Então, é elementarmente evidente que, ao se pretender cumprir o Plano Diretor da Cidade, não é possível propor leis que modifiquem índices urbanísticos comuns a todos, com regras de exceção, muito menos regras sem estudos de planejamento que as respaldem e que atendam, minimamente, as diretrizes acima especificadas.

B.8. Há uma hierarquia legal que deve ser observada e cumprida.  Mas, é difícil absorver esta noção básica da cultura jurídica-urbanística quando os controles são tão débeis e a responsabilização pelos malfeitos são praticamente nulos.

22 de maio de 2014

AS GREVES DAS PMs, OS SAQUES, VANDALISMO, LINCHAMENTOS E PREDAÇÕES!

1. Fatos dispersos e aparentemente desconexos podem ter causas comuns. As greves das PMs da Bahia e de Pernambuco produziram, como reações imediatas, centenas e centenas de atos de pilhagem, saques e aumento da criminalidade. Como se sem a presença da polícia setores da população colocassem para fora uma violência contida, apenas contida pela presença da polícia.

2. Em grandes cidades, o policiamento procura não ter coreografia com fardas, armas e giroscópios. Assim, se passa a sensação de segurança e que a própria população mantém espontaneamente um comportamento adequado.

3. Simultaneamente àqueles fatos, têm ocorrido, por todos os lados, atos de barbárie, tipo justiça pelas próprias mãos. E ocorrem espalhados pelo país.  São linchamentos e assassinatos como vingança “social” e com alguns aplausos.

4. Junto às manifestações de protestos, têm vindo ações de violência. No início, com a coreografia dos black blocs por referências internacionais. Depois, e agora, junto a manifestações de pequeno e médio portes, se multiplicam ações predatórias. Centenas de ônibus queimados iluminam estes fatos.

5. E fechando esse conjunto, grupos dentro de greves massivas, atuando de forma violenta com ataques e depredações.

6. É inevitável avaliar o vínculo difuso entre essas ações violentas. Que clima é esse que ativa tais comportamentos? O que ocorreu nos últimos anos que incorporou em setores da população uma reação violenta aos problemas e às circunstâncias. E em que medida fatos determinados estimulam outros fatos determinados e com isso produzem correntes e redes espontâneas?

7. Lembre-se que os fatos sociais muitas vezes são cumulativos e impulsionadores crescentes pelos próprios fatos ou pelos efeitos-demonstração.

8. Que os sociólogos, politólogos, psicólogos, especialistas policiais e militares, autoridades, políticos, lideranças sociais, etc., mergulhem nesses fatos já, que compreendam as suas dinâmicas para reverter tais tendências. Quanto mais se acentue e se espalhe a violência mais, no futuro as ações repressivas terão maior intensidade.

9. É hora! Já passou da hora! A sensação generalizada é que não há mais autoridade.

* * *

VIOLÊNCIA GERAL! “EM MAIS DE 60 ANOS, NUNCA VI NADA IGUAL”!

(Zuenir Ventura – Globo, 17) 1. Depredar 708 ônibus em dois dias é uma proeza inédita. Em mais de 60 anos no Rio, nunca vi igual. Algumas semanas fora, e a volta a um país de cara amarrada, espumando de raiva, quebrando e depredando como se estivesse na Idade das Pedras, além das de crack. Depredar 708 ônibus em dois dias é uma proeza inédita. Em mais de 60 anos no Rio, nunca vi igual.

2. Além de jogar pedras em ônibus, bancos, lojas e prédios públicos, a moda (nacional) é também depredar pessoas, como fizeram com a pobre senhora em Guarujá, a partir de um boato falso, num espetáculo de crueldade digno dos antigos circos romanos. Ou como duas moças, de 19 e 15 anos, fizeram em Foz do Iguaçu com uma adolescente de 13, executada igualmente a pedradas por ciúme do namorado de uma delas.

3. Por pouco, a população não fechou o círculo da barbárie, linchando as duas criminosas, o que seria o sétimo justiçamento este ano no país. E há os que, em vez de pedras, matam atirando vasos sanitários de uma altura de 24 metros, como aconteceu num estádio em Recife.  Desde que Freud passou a substituir Marx nas análises da realidade, sabe-se que o meio ambiente não explica tudo. Assim, para entender o sanatório geral que é hoje o Brasil, recomenda-se chamar, além dos sociólogos, os psicanalistas.

* * *

DATAFOLHA (20) PESQUISA PAULISTANOS SOBRE MANIFESTAÇÕES (52% A FAVOR) E A COPA (90% ACHAM QUE HÁ CORRUPÇÃO)!

(Folha de SP, 22) 52% apoiam as manifestações hoje. 90% acham que há corrupção na Copa. 45% são a favor da realização da Copa e 43% são contra. Para 76%, o Brasil não está preparado para sediá-lo. E, para 66%, o torneio irá trazer mais prejuízos que benefícios para o país.  63% afirmam ser contra as manifestações durante a Copa. Mas para 76%, os protestos contra a Copa irão aumentar até lá.

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LÍBIA MERGULHADA NO CAOS AO SABOR DAS MILÍCIAS!

(BBC, 20) 1. Líbia está mergulhada na instabilidade desde o derrocamento do coronel Muamar Gadafi em outubro de 2011. Desde então, milícias irregulares ostentam o poder de fato em extensos territórios enquanto cinco governos foram se sucedendo numa luta por assumir o controle do país.

2. Quem controla a Líbia? Ninguém e esse é o problema. Há numerosos grupos armados, uns 1.700, com objetivos muito diferentes, mas com um denominador comum: dinheiro e poder. Trata-se de grupos ideologicamente divididos: alguns são islamitas, outros secessionistas e há também os liberais. E mais: as milícias também se diferenciam por linhas étnicas e regionais, o que faz torna a situação uma explosiva mistura.

3. Não eram aliados? Efetivamente, hoje aparecem divididos e antes estavam unidos pelo ódio ao coronel Gadafi, mas nada mais que isso. As milícias tinham suas bases em diferentes cidades e lutam suas próprias batalhas.  Depois de 4 décadas de governo autoritário sabem pouco de democracia. Por isso não souberam forjar alianças e construir um novo regime baseado no estado de direito. Os milicianos tomaram instalações petrolíferas operadas por empresas ocidentais, o que levou a uma enorme queda da produção, ainda que sem impacto notável nos mercados globais.

4. Quais são as principais milícias? Ansar al Sharia é considerado o mais perigoso dos grupos islamitas armados na Líbia. Analistas apontam que teria forjado alianças com outros grupos islamitas. O coronel Kalifa Haftar também possui uma poderosa milícia. Haftar esteve por trás do  ataque aéreo de 16 de maio contra uma base aérea militar em Bengasi e no assalto dois dias depois ao parlamento em Trípoli.

5. Quem é o coronel Haftar? O coronel Haftar esteve  junto a Gadafi quando tomou o poder em 1969 e jogou um papel fundamental na incursão militar da Líbia no Chade nos 80. Em 1987, foi preso e anos depois após ser libertado fugiu para os EUA. Reapareceu na Líbia durante a rebelião contra Gadafi e formou uma milícia a partir de desertores das forças leais a Gadafi. Para muitos líbios, segue sendo uma figura escura que provoca muita instabilidade.

6. A situação da Líbia é muito mais anárquica porque o exército se desintegrou após a queda de Gadafi, a diferença do Egito. Líbia nunca teve grupos políticos bem organizados que defendam os interesses de suas bases. Dessa forma o governo está à mercê das milícias. De fato, paga a muitos milicianos com a esperança de comprar a sua lealdade e ajudar a construir um exército nacional, mas há muito pouca evidência de que isso esteja ocorrendo.

LÍBIA MERGULHADA NO CAOS AO SABOR DAS MILÍCIAS!

(BBC, 20) 1. Líbia está mergulhada na instabilidade desde o derrocamento do coronel Muamar Gadafi em outubro de 2011. Desde então, milícias irregulares ostentam o poder de fato em extensos territórios enquanto cinco governos foram se sucedendo numa luta por assumir o controle do país.

2. Quem controla a Líbia? Ninguém e esse é o problema. Há numerosos grupos armados, uns 1.700, com objetivos muito diferentes, mas com um denominador comum: dinheiro e poder. Trata-se de grupos ideologicamente divididos: alguns são islamitas, outros secessionistas e há também os liberais. E mais: as milícias também se diferenciam por linhas étnicas e regionais, o que faz torna a situação uma explosiva mistura.

3. Não eram aliados? Efetivamente, hoje aparecem divididos e antes estavam unidos pelo ódio ao coronel Gadafi, mas nada mais que isso. As milícias tinham suas bases em diferentes cidades e lutam suas próprias batalhas.  Depois de 4 décadas de governo autoritário sabem pouco de democracia. Por isso não souberam forjar alianças e construir um novo regime baseado no estado de direito. Os milicianos tomaram instalações petrolíferas operadas por empresas ocidentais, o que levou a uma enorme queda da produção, ainda que sem impacto notável nos mercados globais.

4. Quais são as principais milícias? Ansar al Sharia é considerado o mais perigoso dos grupos islamitas armados na Líbia. Analistas apontam que teria forjado alianças com outros grupos islamitas. O coronel Kalifa Haftar também possui uma poderosa milícia. Haftar esteve por trás do  ataque aéreo de 16 de maio contra uma base aérea militar em Bengasi e no assalto dois dias depois ao parlamento em Trípoli.

5. Quem é o coronel Haftar? O coronel Haftar esteve  junto a Gadafi quando tomou o poder em 1969 e jogou um papel fundamental na incursão militar da Líbia no Chade nos 80. Em 1987, foi preso e anos depois após ser libertado fugiu para os EUA. Reapareceu na Líbia durante a rebelião contra Gadafi e formou uma milícia a partir de desertores das forças leais a Gadafi. Para muitos líbios, segue sendo uma figura escura que provoca muita instabilidade.

6. A situação da Líbia é muito mais anárquica porque o exército se desintegrou após a queda de Gadafi, a diferença do Egito. Líbia nunca teve grupos políticos bem organizados que defendam os interesses de suas bases. Dessa forma o governo está à mercê das milícias. De fato, paga a muitos milicianos com a esperança de comprar a sua lealdade e ajudar a construir um exército nacional, mas há muito pouca evidência de que isso esteja ocorrendo.

DATAFOLHA (20) PESQUISA PAULISTANOS SOBRE MANIFESTAÇÕES (52% A FAVOR) E A COPA (90% ACHAM QUE HÁ CORRUPÇÃO)!

(Folha de SP, 22) 52% apoiam as manifestações hoje. 90% acham que há corrupção na Copa. 45% são a favor da realização da Copa e 43% são contra. Para 76%, o Brasil não está preparado para sediá-lo. E, para 66%, o torneio irá trazer mais prejuízos que benefícios para o país.  63% afirmam ser contra as manifestações durante a Copa. Mas para 76%, os protestos contra a Copa irão aumentar até lá.

VIOLÊNCIA GERAL! “EM MAIS DE 60 ANOS, NUNCA VI NADA IGUAL”!

(Zuenir Ventura – Globo, 17) 1. Depredar 708 ônibus em dois dias é uma proeza inédita. Em mais de 60 anos no Rio, nunca vi igual. Algumas semanas fora, e a volta a um país de cara amarrada, espumando de raiva, quebrando e depredando como se estivesse na Idade das Pedras, além das de crack. Depredar 708 ônibus em dois dias é uma proeza inédita. Em mais de 60 anos no Rio, nunca vi igual.

2. Além de jogar pedras em ônibus, bancos, lojas e prédios públicos, a moda (nacional) é também depredar pessoas, como fizeram com a pobre senhora em Guarujá, a partir de um boato falso, num espetáculo de crueldade digno dos antigos circos romanos. Ou como duas moças, de 19 e 15 anos, fizeram em Foz do Iguaçu com uma adolescente de 13, executada igualmente a pedradas por ciúme do namorado de uma delas.

3. Por pouco, a população não fechou o círculo da barbárie, linchando as duas criminosas, o que seria o sétimo justiçamento este ano no país. E há os que, em vez de pedras, matam atirando vasos sanitários de uma altura de 24 metros, como aconteceu num estádio em Recife.  Desde que Freud passou a substituir Marx nas análises da realidade, sabe-se que o meio ambiente não explica tudo. Assim, para entender o sanatório geral que é hoje o Brasil, recomenda-se chamar, além dos sociólogos, os psicanalistas.

AS GREVES DAS PMs, OS SAQUES, VANDALISMO, LINCHAMENTOS E PREDAÇÕES!

1. Fatos dispersos e aparentemente desconexos podem ter causas comuns. As greves das PMs da Bahia e de Pernambuco produziram, como reações imediatas, centenas e centenas de atos de pilhagem, saques e aumento da criminalidade. Como se sem a presença da polícia setores da população colocassem para fora uma violência contida, apenas contida pela presença da polícia.

2. Em grandes cidades, o policiamento procura não ter coreografia com fardas, armas e giroscópios. Assim, se passa a sensação de segurança e que a própria população mantém espontaneamente um comportamento adequado.

3. Simultaneamente àqueles fatos, têm ocorrido, por todos os lados, atos de barbárie, tipo justiça pelas próprias mãos. E ocorrem espalhados pelo país.  São linchamentos e assassinatos como vingança “social” e com alguns aplausos.

4. Junto às manifestações de protestos, têm vindo ações de violência. No início, com a coreografia dos black blocs por referências internacionais. Depois, e agora, junto a manifestações de pequeno e médio portes, se multiplicam ações predatórias. Centenas de ônibus queimados iluminam estes fatos.

5. E fechando esse conjunto, grupos dentro de greves massivas, atuando de forma violenta com ataques e depredações.

6. É inevitável avaliar o vínculo difuso entre essas ações violentas. Que clima é esse que ativa tais comportamentos? O que ocorreu nos últimos anos que incorporou em setores da população uma reação violenta aos problemas e às circunstâncias. E em que medida fatos determinados estimulam outros fatos determinados e com isso produzem correntes e redes espontâneas?

7. Lembre-se que os fatos sociais muitas vezes são cumulativos e impulsionadores crescentes pelos próprios fatos ou pelos efeitos-demonstração.

8. Que os sociólogos, politólogos, psicólogos, especialistas policiais e militares, autoridades, políticos, lideranças sociais, etc., mergulhem nesses fatos já, que compreendam as suas dinâmicas para reverter tais tendências. Quanto mais se acentue e se espalhe a violência mais, no futuro as ações repressivas terão maior intensidade.

9. É hora! Já passou da hora! A sensação generalizada é que não há mais autoridade.

Cesar Maia defende o direito à greve

Hoje, os servidores da Secretaria Estadual de Saúde iniciaram uma greve por tempo determinado. É importante que nos solidarizemos, que possamos acompanhar, que as nossas escadarias possam servir para que divulguem os seus pleitos.

Hoje, no RJ TV 1, numa matéria sobre a greve de 24 horas da Polícia Civil, o governador Pezão disse exatamente assim: “Não vou fazer pirotecnia no meu último ano de governo”. Ato falho! Está ali gravado. Não vou trazer para passar aqui. Mas o mais interessante é que ele e a matéria falaram da reivindicação dos policiais civis, reivindicação por melhores salários. Mas, na matéria, entra um claquete dos policiais civis, que não estão reivindicando aumento de salário, estão reivindicando a incorporação da gratificação a seus vencimentos. Portanto, o que os governos fazem – Eu fiz! -, quando se inicia um processo de incremento da remuneração de uma categoria, vou falar do Magistério ou da Saúde, categorias enormes da Prefeitura, o primeiro passo que você dá é a gratificação, já com um planejamento financeiro para a incorporação. Porque a gratificação, ela tem o risco, ou a certeza, de não ir à aposentadoria. E, como não é vencimento, os triênios não incidem sobre a gratificação. Entende-se o primeiro momento. Mas tem que haver um planejamento financeiro para que a gratificação não seja, simplesmente, uma maneira de reduzir custos. A matéria divulgada pela imprensa fala em aumento de tantos por cento, mas não foi, está faltando a incorporação. Portanto, não é exatamente o que a matéria traduzia e que o Governador expressava.

21 de maio de 2014

O QUE PREOCUPA -PARA VALER- NA COPA!

1. Em reunião de simulação de situações em Brasília, os analistas chegaram à conclusão que a Copa em si não será problema. Em torno dos estádios se colocam cinturões de isolamento com duas circunferências concêntricas.

2. Os assistentes mostrariam seus ingressos em cada uma delas e finalmente no estádio. Mobilizações eventuais ficariam na parte externa à primeira circunferência. Um pouco de barulho, alguma ação de separação por parte da polícia e nada mais grave.

3. E assim se iria até a grande final no Maracanã. Bem, se o Brasil for vencendo as etapas anteriores. Mas se não for…

4. Esse é o ponto. Se o Brasil for desclassificado até a semifinal, os riscos de grandes manifestações serão enormes. Nelas estariam os manifestantes de sempre somados aos torcedores frustrados que convergiriam com os demais no sentido que tudo foi um gasto inútil. Um sentimento muito mais intenso que em 1950.

5. A conclusão unânime é que a paz na copa, ou pelo menos as manifestações sob controle dependem muito mais da seleção brasileira que dos esquemas policiais e militares. Que no caso de uma desclassificação prematura da seleção não haverá força policial ou militar capaz de conter as manifestações.

6. Assim, a responsabilidade da seleção será dupla: vencer as partidas e conter as manifestações. E, portanto, governos federal e estaduais nunca torcerão tanto pela seleção canarinha como agora na Copa-2014.

7. E se isso -a desclassificação- acontecer logo na segunda fase…, salve-se quem puder.

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DEBATE IBMEC!

Minhas palavras de encerramento no debate entre Pré-candidatos a Governador no IBMEC (19). Assista.

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SMARTPHONES PASSAM COMPUTADOR!  JORNAIS COM DIFICULDADES NA TRANSIÇÃO PARA APARELHOS MÓVEIS!

(Blog Rio Na Prevenção, 20) 1. À medida que o uso da internet se torna cada vez mais comum em aparelhos móveis, como telefones celulares e tablets, os jornais não apenas estão tendo dificuldades para realizar a transição, mas estão ficando para trás. Em 2014, pela primeira vez, o montante de tempo que os americanos gastam consumindo mídia nos aparelhos móveis irá exceder o tempo gasto no computador, de acordo com um relatório realizado pelo e Marketer divulgado em abril. Quase um quarto (23,3%) da média diária de consumo dos americanos este ano será em aparelhos móveis, comparado a 18% no desktop.

2. O mercado de aplicativos de jogos e de redes sociais irá se beneficiar dessa transição, já que a parcela de consumidores é muito maior em aparelhos móveis do que em desktop. As redes sociais constituem cerca de um quarto (24,5%) do tempo que os usuários gastam nos smartphones e tablets (23%), comparado a 15,5% do tempo em desktop. O mercado de jogos online constitui 4,4% do tempo gasto pelos usuários em smartphones e 5,8% em tablets.

3. Já os jornais representam apenas 0,9% do tempo que os usuários gastam quando navegam na internet via desktop. Esse número cai para 0,2% em smartphones e 0,4% em tablets. “As publicações estão investindo toneladas de dinheiro para realizar a transição para o mundo digital, mas ainda não descobriram uma fórmula”, diz Rachel Pasqua, chefe da área móvel na agência de consultoria de mídia MEC.

4. Uma das dificuldades enfrentadas pelos jornais na transição para o mercado de aparelhos móveis é que, na maioria das vezes, eles tentam replicar a experiência física de ler jornais em papel para os smartphones. “Eles precisam pensar em novas maneiras de entregar o conteúdo nesse tipo de mídia”, ressalta Rachel. Porém, nem todos os jornais encontram dificuldades na transição para o mercado de aparelhos móveis. New York Times e Wall Street Journal são exemplos de publicações que têm experiências consideradas positivas no mercado digital. O número de visitantes únicos do Journal em plataformas móveis cresceu de 8.1 milhões em março de 2013 para 11.7 milhões em março de 2014. A audiência do Times aumentou de 19.7 milhões para 27.4 milhões no mesmo período.

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TRÊS ELEIÇÕES DESTE FIM DE SEMANA TÊM PESO E RISCO ESTRATÉGICOS!

1. Domingo, 25 de maio, ocorrerão 3 eleições em 3 regiões diferentes, mas todas com enorme peso estratégico. A começar pelas eleições para o Parlamento Europeu, onde o crescimento dos candidatos xenófobos (lideram as pesquisas no Reino Unido e França), do social-anarquismo (antipolítica na Itália…), do crescimento dos partidos “residuais” (vide Espanha onde se aproximam dos 30%) e da esquerda ácida (Alemanha…), coloca em risco a garantia de maioria absoluta da soma populares do PPE (centro- direita) e socialistas (socialdemocratas). A soma das bancadas ficando abaixo dos 50%, abre espaço para rever eixos constituintes da União Europeia. Nesse momento esta fronteira está apenas um pouco acima dos 50%, segundo as pesquisas.

2. Na Colômbia há uma eleição imprevisível entre três candidatos. O ex-favorito absoluto à reeleição, o presidente Santos, teve queda acentuada a partir do escândalo com seu publicitário flagrado por hackers em suas estranhas relações com traficantes. Santos joga tudo no acordo com as FARC. Seu principal adversário –Zuluaga- candidato de Uribe- arqui-inimigo das FARC, cresceu ao denunciar o escândalo com Santos. Mas em seguida o governo conseguiu grampear o hacker, seu informante, criando outro escândalo. Nessa luta de foice, cresceu o ex-prefeito de Bogotá, Peñalosa, que se aproximou dos dois a ponto de não se poder prever até a dupla que irá para o segundo turno. Peñalosa representaria algo como a socialdemocracia. Haverá segundo turno. A vitória de Zuluaga alterará radicalmente o processo de negociação com as FARC, a começar pela impossibilidade de perdões aos crimes de sangue e sequestros, assim como as relações com a Venezuela.

3. Finalmente, na Ucrânia, que vive uma crise econômica sem precedentes, transformada em crise política com a rebelião que depôs o presidente, seguida da secessão da Crimeia (sul), do plebiscito das regiões do leste que também querem se integrar a Rússia e a necessidade da Rússia de ter um caminho por terra dentro da Ucrânia para alcançar a Crimeia. As pesquisas divulgadas apontam Piotr Poroshenko, empresário produtor de chocolate, como  favorito com mais de 35% e crescendo. Segue a ex-primeira ministra Yulia Timoshenko com uns 10% e –apesar de um governo desastrado- tem apoio de potências ocidentais. Finalmente com algo como 5%, o banqueiro Serguei Tiguipko, antigo assessor eleitoral do deposto presidente. Poroshenko é considerado o principal patrocinador da revolta que derrocou em fevereiro, Yanukóvich. O mandato será de cinco anos.

* * *

QUEM ANDA DE AVIÃO NO MÉXICO!

(Pesquisa nacional da Consulta Motofsky) 72,6% afirmaram que nunca andaram de avião. 26,3% já andaram de avião. 1.1% não responderam. / Entre os que já andaram de avião.  Quantas vezes? Só uma vez na vida 40,4% – Menos de uma vez por ano: 17,5% – Uma vez ao ano 18,5% – Uma vez a cada seis meses 19,6% / Uma vez ao mês 2,3%.

OBS.: Eliminando -só uma vez na vida e menos de uma vez ao ano- quem anda de avião mesmo, corresponde a 42% de 26,3% ou 11% dos mexicanos de mais de 18 anos.

QUEM ANDA DE AVIÃO NO MÉXICO!

(Pesquisa nacional da Consulta Motofsky) 72,6% afirmaram que nunca andaram de avião. 26,3% já andaram de avião. 1.1% não responderam. / Entre os que já andaram de avião.  Quantas vezes? Só uma vez na vida 40,4% – Menos de uma vez por ano: 17,5% – Uma vez ao ano 18,5% – Uma vez a cada seis meses 19,6% / Uma vez ao mês 2,3%.

OBS.: Eliminando -só uma vez na vida e menos de uma vez ao ano- quem anda de avião mesmo, corresponde a 42% de 26,3% ou 11% dos mexicanos de mais de 18 anos.

TRÊS ELEIÇÕES DESTE FIM DE SEMANA TÊM PESO E RISCO ESTRATÉGICOS!

1. Domingo, 25 de maio, ocorrerão 3 eleições em 3 regiões diferentes, mas todas com enorme peso estratégico. A começar pelas eleições para o Parlamento Europeu, onde o crescimento dos candidatos xenófobos (lideram as pesquisas no Reino Unido e França), do social-anarquismo (antipolítica na Itália…), do crescimento dos partidos “residuais” (vide Espanha onde se aproximam dos 30%) e da esquerda ácida (Alemanha…), coloca em risco a garantia de maioria absoluta da soma populares do PPE (centro- direita) e socialistas (socialdemocratas). A soma das bancadas ficando abaixo dos 50%, abre espaço para rever eixos constituintes da União Europeia. Nesse momento esta fronteira está apenas um pouco acima dos 50%, segundo as pesquisas.

2. Na Colômbia há uma eleição imprevisível entre três candidatos. O ex-favorito absoluto à reeleição, o presidente Santos, teve queda acentuada a partir do escândalo com seu publicitário flagrado por hackers em suas estranhas relações com traficantes. Santos joga tudo no acordo com as FARC. Seu principal adversário –Zuluaga- candidato de Uribe- arqui-inimigo das FARC, cresceu ao denunciar o escândalo com Santos. Mas em seguida o governo conseguiu grampear o hacker, seu informante, criando outro escândalo. Nessa luta de foice, cresceu o ex-prefeito de Bogotá, Peñalosa, que se aproximou dos dois a ponto de não se poder prever até a dupla que irá para o segundo turno. Peñalosa representaria algo como a socialdemocracia. Haverá segundo turno. A vitória de Zuluaga alterará radicalmente o processo de negociação com as FARC, a começar pela impossibilidade de perdões aos crimes de sangue e sequestros, assim como as relações com a Venezuela.

3. Finalmente, na Ucrânia, que vive uma crise econômica sem precedentes, transformada em crise política com a rebelião que depôs o presidente, seguida da secessão da Crimeia (sul), do plebiscito das regiões do leste que também querem se integrar a Rússia e a necessidade da Rússia de ter um caminho por terra dentro da Ucrânia para alcançar a Crimeia. As pesquisas divulgadas apontam Piotr Poroshenko, empresário produtor de chocolate, como  favorito com mais de 35% e crescendo. Segue a ex-primeira ministra Yulia Timoshenko com uns 10% e –apesar de um governo desastrado- tem apoio de potências ocidentais. Finalmente com algo como 5%, o banqueiro Serguei Tiguipko, antigo assessor eleitoral do deposto presidente. Poroshenko é considerado o principal patrocinador da revolta que derrocou em fevereiro, Yanukóvich. O mandato será de cinco anos.