07 de novembro de 2012

VÃO MAL AS FINANÇAS DA PREFEITURA DO RIO! PELO JEITO, MUITO MAL!

1. As medidas anunciadas pelo prefeito do Rio, embrulhadas em celofane, deixaram claro que as receitas previstas para 2013 não serão suficientes para cobrir as despesas –digamos- contratadas. Em parte devido a compromissos assumidos para 2016; em parte devido a obras iniciadas contando com hipotética ajuda federal; e em parte pelo extravagante crescimento das despesas com terceirizações, especialmente com as OSs na área de saúde, mas não apenas nessa área.

2. O orçamento de 2013 dá sinais discretos para os distraídos e fortes para os atentos. Incha as transferências correntes, supõe novos empréstimos por quase 1,5 bilhão de reais. Não se vê de onde podem tirar os 3 bilhões que sonham em investir.

3. Não sem razões e sem nenhuma vergonha ou inibição, o prefeito foi à Brasília conversar com o ministro da fazenda e pediu a ampliação da capacidade legal de endividamento em 7 bilhões de reais, ou um crescimento de cerca de 80% sobre o endividamento atual.

4. Aí entram seus movimentos que a imprensa tem divulgado. O novo pacote olímpico com maquiagem ambiental é, na verdade, a transferência de patrimônio e receita à especulação imobiliária, para que esta realize desembolsos olímpicos previstos para a prefeitura. E dentro deste, como não poderia deixar de ser, questões de ordem de ética pública. Pelo menos 500 milhões de reais passam a ser executados pelo setor privado que, com isso, deverá ter um lucro líquido três vezes maior, pelo que foi divulgado.

5. Em seguida, as edições dominicais dos jornais estamparam nas manchetes um inacreditável aumento do IPTU que, traduzindo as entrelinhas, não ficaria por menos de 500 milhões de reais para o bolso do contribuinte. Fala-se em bondades para os contribuintes. Na verdade são as tradicionais leis de anistia que os governos tiram da algibeira sempre que enfrentam problemas de caixa. E aumentos e interpretações do ISS fechando o pacote. Imaginam que o otimismo fiscal e a passividade do poder legislativo poderiam agregar mais uns 40% sobre o que projetam para o “novo” IPTU.

6. E outros contrabandos, que certamente virão nos projetos de lei e que não são anunciados para não despertar resistências. E as promessas eleitorais que se danem. Afinal, depois do voto, o eleitor pouco conta para esses.

7. O princípio da reeleição é o governante se suceder e, com isso, evitar um ciclo fiscal irresponsável, pois o sucessor será ele mesmo. Mas, pelo jeito, esse princípio foi atropelado na busca do poder pelo poder e…, de suas benesses. E lixem-se a responsabilidade fiscal, os bolsos dos contribuintes. Que a classe média pague a conta em curto prazo e a cidade pague a conta em longo prazo.

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A LEI DOS ROYALTIES DO PETRÓLEO, APROVADA ONTEM (06) NO CONGRESSO, AFETA DURAMENTE O ESTADO DO RIO E, DE FORMA GRAVE, OS SEUS MUNICÍPIOS!

Por 286 votos a favor e 124 contra, a Câmara de Deputados aprovou o texto-base do Senado, de autoria do relator Vital do Rêgo (PMDB). A União tem sua fatia nos royalties reduzida de 30% para 20% já em 2012. Para os Estados produtores –Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo– a participação cai de 26,25% para 20%. Já os municípios produtores (confrontantes) são os que sofrem maior redução: de 26,25% passam para 17% em 2012, outra redução para 13% em 2013 e chegam a 4% em 2020. Os municípios afetados pela exploração de petróleo também sofrem cortes: de 8,75% para 2%.

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MUDA O PERFIL SOCIOECONÔMICO DAS FAVELAS DO RIO NO CICLO DE GOVERNO DO DEM! 

(Globo, 06) 1. A distribuição de classes econômicas mudou radicalmente nas favelas cariocas entre 2001 e 2011. Enquanto a proporção de moradores da classe C passou de 29% para 66%, o número de pessoas que pertencem à classe D caiu de 59% para 20%. Um levantamento feito pelo Instituto Data Popular, com base em entrevistas em cinco comunidades e dados do IBGE, mostra ainda que, no mesmo período, os representantes da classe AB — com renda familiar a partir de R$ 4.345 — passaram de 1% da população das favelas cariocas para 13%.

2. Segundo o levantamento, se as cerca de mil comunidades do Rio formassem um município, ele seria o nono maior do país. E essa população tem forte peso na economia carioca, movimentando R$ 13 bilhões por ano, 33% do total de R$ 38,6 bilhões que as favelas brasileiras movimentam anualmente.

3. Entre os maiores de idade, 85% contribuem com a renda da casa e 70% estão empregados ou são autônomos. Mas o sonho de cursar uma faculdade (declarado por 39%) prevalece sobre o desejo de conseguir emprego (28%). No universo geral da pesquisa, 28% são a principal fonte de renda da família.

4. Perguntados sobre o que pretendem adquirir nos próximos 12 meses, 49% responderam que desejam comprar móveis, 36% querem eletrodomésticos e 24% planejam contratar TV por assinatura. Cerca de 16% usam cartões de crédito emprestados. A falta de um cartão próprio é uma das razões para que não comprem na internet. A porcentagem dos que consomem on-line (16%) é bem menor do que a de jovens acostumados a se conectar (90%).

5. A proporção de analfabetos entre os jovens nas favelas é de 3%.

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OBAMA VENCE: REPUBLICANOS CONTROLAM A CAMARA E DEMOCRATAS O SENADO!

1. Obama obteve 50,5% dos votos e Romney 49,5%. Obama fez 303 delegados e Romney 206.

2. O Senado continua Democrata: 52 a 44 cadeiras. A Câmara continua Republicana: 229 a 176 cadeiras.

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SÍRIA: CHINA COM REPRESENTANTES DA ONU EM PEQUIM! 

Diversamente da proposta apresentada pela China em mar/2012, o país agora sugere que o cessar-fogo seja buscado em áreas específicas ou de forma gradual, inicialmente, para depois ser expandido. Tal posição parece derivada da constatação, pela China, de que um cessar-fogo abrangente, ainda que temporário, não seria mais viável no curto prazo.