12 de fevereiro de 2016

SE OS PRINCIPAIS EIXOS RODOVIÁRIOS DO RIO NÃO TIVESSEM SIDO MUNICIPALIZADOS EM 1993, 1994 e 2007, A CIDADE, HOJE, SERIA UM CAOS IRREVERSÍVEL!

1. A desintegração do Estado do Rio de Janeiro sob a gestão do PMDB em seus governos sucessivos, desde 2003, foi um processo cumulativo que atingiu o clímax na implosão em 2015. Suas consequências sobre a capital se fazem sentir progressivamente.

2. Essa situação teria produzido um quadro inadministrável na capital se em 1993 o prefeito Cesar Maia não tivesse decidido municipalizar os principais eixos rodoviários da cidade que haviam sido assumidos pelo governo estadual desde a fusão.

3. Em 1993, numa reunião entre o prefeito Cesar Maia e o governador Leonel Brizola, no Palácio Laranjeiras, foi decidido municipalizar o parque viário na capital. Com isso, o Estado, através do DER-RJ, se concentraria na área do antigo Estado do Rio.

4. Foram municipalizadas a Avenida das Américas, a Avenida -hoje- Airton Senna, a Estrada Lagoa-Barra, o Túnel -hoje- Zuzu Angel e o Viaduto do Joá, o Túnel Rebouças, o Viaduto Paulo de Frontin, a Perimetral (Viaduto JK, demolido em grande parte), a Avenida Automóvel Clube (hoje Luther King). Em 1994, o prefeito Cesar Maia e o Governador Nilo Batista decidiram municipalizar a Avenida Brasil em toda a sua extensão e a Francisco Bicalho.

5. Esse intenso processo de municipalização dos principais eixos viários da cidade do Rio de Janeiro se completa em 2007, quando o prefeito Cesar Maia e o governador Sergio Cabral decidiram municipalizar a Linha Vermelha em seus dois segmentos: o inicial inaugurado para a Eco-92 até o aeroporto do Galeão, e depois, toda a Linha Vermelha (Avenida João Goulart) até a Baixada Fluminense, nos dois vetores em direção a Belo Horizonte e a São Paulo.

6. Essa foi uma decisão estratégica, tanto levando em conta que seria inviável a gestão dos transportes na capital sem o controle completo de seu parque rodoviário, como pela maior capacidade administrativo-financeira da capital.

7. Essa decisão só poderia ter sido tomada quando a legislação nacional decidiu a autonomia política/administrativa das capitais com a eleição direita de seus prefeitos, a partir de 1985. Os impasses entre prefeitura da Capital e governo do Estado em matéria viária eram crescentes, sem assunção central de um responsável. A absurda situação dos veículos (automóveis, ônibus, caminhões, micro-ônibus…) rodarem sobre bases/pavimentos no Rio sob duas jurisdições exigia a municipalização.

8. Agregue-se a essa decisão de municipalização dos principais eixos viários da capital a decisão do governador Marcello Alencar fazer as concessões do transporte sobre trilhos, metroviário e ferroviário. Com isso, a articulação público-privada entre prefeitura e setor privado se deu de forma nova, sem impasses políticos.

9. Assim, o sistema como um todo se expandiu, tanto o rodoviário (Linha Amarela, duplicações das principais vias nas zonas norte e oeste, reconstrução da Avenida Brasil…), como o Metroviário alcançando toda a zona sul e chegando agora à Barra da Tijuca.

10. Com isso, a desintegração estadual não alcançou o sistema de transportes da capital, o que -de outra forma- seria um caos inimaginável nas condições estaduais -cumulativas- desde 2003 até hoje.

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HOSPITAL DIGITAL EM TORONTO: ELOGIOS…, E CONFLITOS TRABALHISTAS!

(Toronto Star, 09) 1. Novo Hospital “digital first” (primariamente digital) de Toronto afligido por problemas pessoais. Os trabalhadores têm queixas sobre a Humber River, mas os executivos da ultra moderna unidade de saúde dizem que sua operação é um sucesso. O hospital tem sido celebrado por seus robôs que preenchem prescrições e o mantra de “digital first”. Mas, enquanto o Hospital Humber River se muda para uma nova instalação de 1,8 milhão de pés quadrados, seus problemas parecem distintamente humanos.

2. Desde que abriu suas portas em outubro, a instalação de North York teve de lidar com a duplicação do seu tamanho, adição de mais 100 leitos, e uma revolução tecnológica. Adicione a tudo isso uma guerra de palavras muito análoga sobre condições de trabalho e de uma efervescente disputa trabalhista entre sindicatos rivais, e se tem uma receita para confrontos – e, de acordo com a representante do sindicato Tim Oribine, risco para a saúde pública.

3. “A frustração está presente em todos os lugares de lá”, disse o representante da Teamsters Local 419, que representa os funcionários da limpeza do hospital. Embora o hospital admita que nem tudo tem sido perfeito desde a abertura, diz que em geral a operação tem sido um sucesso. A controvérsia, agora objeto de um caso no Conselho de Relações Trabalhistas de Ontario, foi provocada em parte pela decisão do novo Hospital Humber River em subcontratar, para realizar alguns serviços de limpeza, a Crothall Healthcare, subsidiária da gigante corporativa Compass Canada.

4. A Teamsters afirma que isso viola os termos de seu acordo coletivo, que proíbe a subcontratação de serviço que poderia ser feito por membros da Teamsters. Isso também criou dois níveis de remuneração, de funcionários decentemente remunerados e terceirizados com baixos salários, argumenta Oribine.