RIO É A CIDADE-SEDE DA COPA COM HOTÉIS COM A MENOR TRANSPARÊNCIA!

(Globo, 26) 1. A secretária Nacional do Consumidor, Juliana Pereira, do Ministério da Justiça, afirmou ontem (25) que o Rio é a cidade-sede da Copa do Mundo que apresenta maiores problemas na relação entre o setor hoteleiro e consumidores. A secretária reuniu-se com dirigentes de Procons do país inteiro e disse também que esse segmento perdeu a oportunidade de ser transparente. O setor, segundo Juliana Pereira, omitiu dados dos preços dos hotéis para os órgãos de defesa do consumidor e da sociedade.

2.  – A situação mais grave que tem nos chegado é a do Rio, que, de fato desperdiçou uma oportunidade de construir uma relação de transparência e apresentar, não só para os órgãos de defesa do consumidor como para toda a sociedade as tarifas que estão sendo cobradas — disse Juliana, que insistiu com esse setor do Rio.

3. Juliana mostrou como exemplo de falta de transparência no setor pesquisas feitas sobre o carnaval e o réveillon. — Nós pedimos para mostrar a média tarifária da alta temporada, que ocorre no Carnaval e no réveillon. E, assim, se criar um ambiente de escolha, de transparência, mas isso foi desperdiçado. Houve uma reunião com hotéis do Rio, onde surgiu a proposta da transparência, mas, infelizmente, o setor não correspondeu. Não houve acordo firmado.

O USO EQUIVOCADO DAS REDES SOCIAIS EM CAMPANHAS ELEITORAIS!

1. No Painel da Folha de SP (24), Vera Magalhães destaca o planejamento do PSDB para uso das redes sociais na campanha presidencial de 2014. Diz assim: O comando da campanha de Aécio Neves (PSDB) ao Palácio do Planalto montou uma força-tarefa para formar 9 mil militantes em todo o Brasil para atuar nas redes sociais a favor da candidatura do tucano. Até o fim de maio, serão 300 sessões de treinamento. Os militantes são orientados a difundir noticiário positivo de Aécio e críticas ao governo Dilma Rousseff. O PSDB bancará os custos com salas e equipamento. O PT fará evento semelhante, em abril, em São José dos Campos (SP). Segundo um dirigente tucano, a maior parte dos militantes é jovem e quase todos são voluntários. Reservadamente, o partido admite pagar uma ajuda de custo para incentivar a adesão ao programa.

2. Este Ex-Blog, em notas anteriores, sublinhou que os “turistas” nas redes sociais, acionados por interesse eleitoral, vendidos por agências que se dizem especializadas em marketing na internet têm muito pouca ou nenhuma eficácia. As notas postadas nas redes têm um potencial efetivo de multiplicação quando são de iniciativa daqueles que já estão nas redes e, portanto, conhecem a sua rotina e avançaram em circunferências interativas de atenção.

3. Muito mais ainda. A lógica das redes parte da iniciativa dos indivíduos e não de máquinas partidárias ou organizações específicas. Quando essas são identificadas, a credibilidade dos repasses desmorona. E principalmente quando se trata de ação política orquestrada e verticalizada. Imagine notícias pasteurizadas e distribuídas para postagem dos 9 mil “contratados”.

4. Há um vetor correto na proposta: não fazer campanha explícita do candidato, mas multiplicar ideias que produzam convergência espontânea e sinergia com as ideias do candidato –a favor dele e contra seus adversários.

5. O que se deve fazer e já deveriam ter feito há muito tempo, é identificar os militantes e simpatizantes que já estão nas redes, cotidiana e sistematicamente e buscar com eles criar canais de informações que estes multiplicariam ou não, ajustando da forma que entenderem seus textos. O estímulo central não pode nunca tirar o caráter espontâneo das iniciativas individuais. Lembre-se que uma só pessoa na rede pode ter um multiplicador maior que os 9 mil. Identificar essas pessoas –militantes/simpatizante teria um valor agregado potencial milhares de vezes maior.

6. A publicidade na internet nos ensina isso. Empresas pagam para postar seus banners nos tipos de comunicação em rede, de pessoas que já partem de um volume sensível de acessos.

25 de março de 2014

CONSCIÊNCIA DE CULPA! APÓS OFENSIVA DOS TRAFICANTES, CABRAL NÃO SABE SE SAI OU SE FICA!

1. O governador Sérgio Cabral havia decidido sair no início de abril e passar o cargo para Pezão, seu vice e candidato a governador. Mas a atual crise, com ações terroristas de traficantes sobre as UPPs, recolocou essa decisão para avaliação dele e seu entorno.

2. Sair nesse momento, em plena ofensiva dos traficantes contra as UPPs, passará a ideia de fujão. Se sua imagem está estilhaçada, ficará quebrada de vez. Afinal, não haveria como explicar seu pedido de ajuda de forças policiais e militares federais e simultaneamente sair fora e jogar a granada política no colo de seu vice e candidato Pezão. Seus auxiliares mais íntimos já estavam com suas atividades pós-Cabral em programação.

3. O vice Pezão desenvolveu uma imagem de bonachão e tocador de obras. Como faria agora para ajustar essa imagem e passar a de durão? Afinal, o quadro atual não tem solução em poucos meses e as ações repressivas serão inevitáveis. Isso tudo com a Copa do Mundo no meio. Uma cidade ocupada militarmente para a Copa só faz sinalizar a crise na segurança pública. Isso no coração da comunicação de Cabral, que eram/são as UPPs.

4. A consciência de culpa de Cabral se intensifica e estressa entre as disjuntivas: sair e terminar de desintegrar sua imagem, eliminando qualquer chance de ser candidato a senador e agregar a marca do fujão que passou a granada política para seu sucessor; ou desistir da saída e permanecer, assumindo suas responsabilidades, tentando melhorar a sua imagem no caso de alguma tendência –mesmo que pequena- de melhoria desse quadro tão grave.

5. Uma decisão que conta com seu entorno próximo, sua enorme assessoria de comunicação e, claro…, sua consciência.

* * *

O PSDB E DILMA…, E LULA!

1. (Dora Kramer – Estado de SP, 25) Tucanice. Tem gente na oposição que defende um recuo nos ataques a Dilma. Justamente para evitar uma eventual troca de candidato. Essa corrente é adepta do lema ruim com ela, muito pior sem ela na disputa de outubro.

2. (Ex-Blog) Ao contrário. Se avaliação de Dilma cai, aí mesmo que Lula não sai de seu Olimpo pra ser candidato. O PSDB cometeu o mesmo erro no caso do mensalão, especialmente após depoimento de Duda Mendonça. O ótimo+bom de Lula caiu para 30% em dezembro-2005 e veio a decisão: ‘não bater, deixar sangrar, a eleição cai sozinha em nosso colo’. Antes da campanha ele já tinha se recuperado e venceu a eleição.

* * *

OMISSÃO: OS NOVE PECADOS CAPITAIS NA POLÍTICA EXTERNA DE DILMA!

(Embaixador Rubens Barbosa, Presidente do Conselho de Conselho de Comércio Exterior da FIESP – Estado de S. Paulo, 25) 0. Fatos que  afetam a credibilidade do Brasil e repercutem sobre a percepção externa acerca da atuação do nosso país. Ao lado do sumiço do Brasil, cresce a marginalização do Itamaraty. O atual governo retraiu-se e evita tratar questões relevantes que o Brasil, pelo seu peso no cenário externo, não pode ignorar.  Nas votações nas Nações Unidas, além do voto afirmativo, do negativo e da abstenção, os diplomatas, sempre criativos, inventaram outra forma de permitir que os países evitem ter de se manifestar em importantes votações, mesmo estando presentes nos debates e na própria reunião decisória: a “não participação”.

1. A decisão de não enviar o ministro do Exterior a reunião sobre a Síria em Genebra. O Brasil – muito bem representado pelo secretário-geral, Eduardo dos Santos – foi incluído no encontro, restrito a um grupo limitado de países, a pedido da Rússia, que, juntamente com os EUA, o convocou para tentar discutir uma solução negociada para a crise militar que matou mais de 120 mil pessoas.

2. A ausência do Brasil na Conferência anual de Segurança realizada em Munique, fórum conhecido pela oportunidade que oferece para conversas informais sobre as crises internacionais e as negociações em curso entre diplomatas e ministros da Defesa de todo o mundo. Entre os participantes estavam o mediador da ONU na Síria, os ministros do Exterior da Rússia e do Japão e os secretários de Estado e de Defesa dos EUA.

3. A omissão do governo brasileiro no tocante ao asilo de senador boliviano. Depois de concedido o asilo pela Embaixada em La Paz, nada foi feito para que o salvo-conduto fosse concedido por Evo Morales, conforme previsto nos tratados regionais.

4. O silêncio do governo do Brasil, escondido atrás da posição do Mercosul e da Unasul, favorável ao governo de Nicolás Maduro, apesar do agravamento da atual crise política na Venezuela, com clara violação da cláusula democrática e dos direitos humanos.

5. A ausência do governo em relação aos acontecimentos na Crimeia.

6. A ausência do Brasil na negociação e na participação do Acordo sobre Serviços da Organização Mundial do Comércio (OMC), apesar de atualmente, na composição do PIB brasileiro, o setor de serviços representar quase 60%.

7. A ausência do Brasil nas discussões sobre o impacto das negociações de acordos regionais e bilaterais de última geração negociados fora da OMC.

8. A ausência de uma posição firme do Brasil no tocante à convocação da reunião presidencial do Conselho do Mercosul. Pela primeira vez em 20 anos o conselho deixou de se reunir no semestre passado e até hoje não existe data para o encontro, que deveria discutir, entre outros temas, as negociações comerciais Mercosul-União Europeia.

9. A ausência de liderança do Brasil no processo de integração sul-americana e de revitalização do Mercosul.

* * *

DATAFOLHA: OS MAIS INTERESSADOS NA COPA DO MUNDO SÃO DE -CORTES- ONDE DILMA LIDERA COM GRANDE VANTAGEM!

(Folha de SP, 24) 1. Mais da metade dos brasileiros não está totalmente otimista com relação à Copa do Mundo que será no país, revela pesquisa realizada pelo Datafolha. Dos entrevistados, 30% responderam que será regular e 24% que ela será ruim ou péssima. Outros 46% responderam que, de um modo geral, a Copa do Mundo no Brasil será ótima ou boa. “Dá para dizer que 30% têm alguma ressalva e 24% reprovam totalmente a realização da Copa no Brasil”, explicou o diretor geral do Datafolha, Mauro Paulino.

2. Os mais otimistas são os menos escolarizados, os entrevistados com menor renda (classes D e E) e os residentes no Nordeste, no Norte e no Centro-Oeste do país.

* * *

JJOO-2016: COI REAGE COM INDIGNAÇÃO A NOVAS MUDANÇAS!

(Lance, 23) 1. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, conseguiu mais uma vez tirar do sério os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI). Tudo por causa da intenção de mudança do local da Vila de Árbitros/Mídia da Zona Portuária, no Centro, para Curicica, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ao falar sobre o pedido do alcaide, na sexta-feira, o diretor executivo do COI para Jogos Olímpicos, Gilbert Felli, revelou sua surpresa com a pretensão. Com as câmeras ligadas e ante os jornalistas, Felli se mostrou surpreso, mas o que ocorreu nos bastidores do pedido foi uma mistura de indignação e raiva.

2. Instalar uma Vila na Zona Portuária foi uma queda-de-braço vencida pelo prefeito carioca e daí vem a indignação dos membros da entidade internacional, por causa da intenção do alcaide em retomar o plano inicial. E os reflexos dessa mudança vão ser vários. Além de ficar sem uma Vila próxima a outras regiões dos Jogos, como Copacabana e Maracanã, outro motivo que embasa a oposição do COI é o transporte. Tirar a habitação da Zona Portuária e transferí-la para Curicica implicará em uma mudança radical no projeto de mobilidade dos Jogos, porque novos trajetos e hubs (locais de transferência de linhas. Uma espécie de “rodoviária”) precisariam ser refeitos.

3. Outro problema é que a intenção do prefeito do Rio não se limita alterar o local só da Vila de Árbitros/Mídia. Ele também deseja mudar o destino de outras instalações importantes para o funcionamento dos Jogos: o Centro de Imprensa para não credenciados, o Centro de Tecnologia (TOC), o Centro de Monitoramento (MOC) e o Centro de Credenciamento e Distribuição de Uniformes para a Força de Trabalho (UAC).

4. Leia a matéria completa.

JJOO-2016: COI REAGE COM INDIGNAÇÃO A NOVAS MUDANÇAS!

(Lance, 23) 1. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, conseguiu mais uma vez tirar do sério os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI). Tudo por causa da intenção de mudança do local da Vila de Árbitros/Mídia da Zona Portuária, no Centro, para Curicica, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ao falar sobre o pedido do alcaide, na sexta-feira, o diretor executivo do COI para Jogos Olímpicos, Gilbert Felli, revelou sua surpresa com a pretensão. Com as câmeras ligadas e ante os jornalistas, Felli se mostrou surpreso, mas o que ocorreu nos bastidores do pedido foi uma mistura de indignação e raiva.

2. Instalar uma Vila na Zona Portuária foi uma queda-de-braço vencida pelo prefeito carioca e daí vem a indignação dos membros da entidade internacional, por causa da intenção do alcaide em retomar o plano inicial. E os reflexos dessa mudança vão ser vários. Além de ficar sem uma Vila próxima a outras regiões dos Jogos, como Copacabana e Maracanã, outro motivo que embasa a oposição do COI é o transporte. Tirar a habitação da Zona Portuária e transferí-la para Curicica implicará em uma mudança radical no projeto de mobilidade dos Jogos, porque novos trajetos e hubs (locais de transferência de linhas. Uma espécie de “rodoviária”) precisariam ser refeitos.

3. Outro problema é que a intenção do prefeito do Rio não se limita alterar o local só da Vila de Árbitros/Mídia. Ele também deseja mudar o destino de outras instalações importantes para o funcionamento dos Jogos: o Centro de Imprensa para não credenciados, o Centro de Tecnologia (TOC), o Centro de Monitoramento (MOC) e o Centro de Credenciamento e Distribuição de Uniformes para a Força de Trabalho (UAC).

4. Leia a matéria completa.

DATAFOLHA: OS MAIS INTERESSADOS NA COPA DO MUNDO SÃO DE -CORTES- ONDE DILMA LIDERA COM GRANDE VANTAGEM!

(Folha de SP, 24) 1. Mais da metade dos brasileiros não está totalmente otimista com relação à Copa do Mundo que será no país, revela pesquisa realizada pelo Datafolha. Dos entrevistados, 30% responderam que será regular e 24% que ela será ruim ou péssima. Outros 46% responderam que, de um modo geral, a Copa do Mundo no Brasil será ótima ou boa. “Dá para dizer que 30% têm alguma ressalva e 24% reprovam totalmente a realização da Copa no Brasil”, explicou o diretor geral do Datafolha, Mauro Paulino.

2. Os mais otimistas são os menos escolarizados, os entrevistados com menor renda (classes D e E) e os residentes no Nordeste, no Norte e no Centro-Oeste do país.

OMISSÃO: OS NOVE PECADOS CAPITAIS NA POLÍTICA EXTERNA DE DILMA!

(Embaixador Rubens Barbosa, Presidente do Conselho de Conselho de Comércio Exterior da FIESP – Estado de S. Paulo, 25) 0. Fatos que  afetam a credibilidade do Brasil e repercutem sobre a percepção externa acerca da atuação do nosso país. Ao lado do sumiço do Brasil, cresce a marginalização do Itamaraty. O atual governo retraiu-se e evita tratar questões relevantes que o Brasil, pelo seu peso no cenário externo, não pode ignorar.  Nas votações nas Nações Unidas, além do voto afirmativo, do negativo e da abstenção, os diplomatas, sempre criativos, inventaram outra forma de permitir que os países evitem ter de se manifestar em importantes votações, mesmo estando presentes nos debates e na própria reunião decisória: a “não participação”.

1. A decisão de não enviar o ministro do Exterior a reunião sobre a Síria em Genebra. O Brasil – muito bem representado pelo secretário-geral, Eduardo dos Santos – foi incluído no encontro, restrito a um grupo limitado de países, a pedido da Rússia, que, juntamente com os EUA, o convocou para tentar discutir uma solução negociada para a crise militar que matou mais de 120 mil pessoas.

2. A ausência do Brasil na Conferência anual de Segurança realizada em Munique, fórum conhecido pela oportunidade que oferece para conversas informais sobre as crises internacionais e as negociações em curso entre diplomatas e ministros da Defesa de todo o mundo. Entre os participantes estavam o mediador da ONU na Síria, os ministros do Exterior da Rússia e do Japão e os secretários de Estado e de Defesa dos EUA.

3. A omissão do governo brasileiro no tocante ao asilo de senador boliviano. Depois de concedido o asilo pela Embaixada em La Paz, nada foi feito para que o salvo-conduto fosse concedido por Evo Morales, conforme previsto nos tratados regionais.

4. O silêncio do governo do Brasil, escondido atrás da posição do Mercosul e da Unasul, favorável ao governo de Nicolás Maduro, apesar do agravamento da atual crise política na Venezuela, com clara violação da cláusula democrática e dos direitos humanos.

5. A ausência do governo em relação aos acontecimentos na Crimeia.

6. A ausência do Brasil na negociação e na participação do Acordo sobre Serviços da Organização Mundial do Comércio (OMC), apesar de atualmente, na composição do PIB brasileiro, o setor de serviços representar quase 60%.

7. A ausência do Brasil nas discussões sobre o impacto das negociações de acordos regionais e bilaterais de última geração negociados fora da OMC.

8. A ausência de uma posição firme do Brasil no tocante à convocação da reunião presidencial do Conselho do Mercosul. Pela primeira vez em 20 anos o conselho deixou de se reunir no semestre passado e até hoje não existe data para o encontro, que deveria discutir, entre outros temas, as negociações comerciais Mercosul-União Europeia.

9. A ausência de liderança do Brasil no processo de integração sul-americana e de revitalização do Mercosul.

O PSDB E DILMA…, E LULA!

1. (Dora Kramer – Estado de SP, 25) Tucanice. Tem gente na oposição que defende um recuo nos ataques a Dilma. Justamente para evitar uma eventual troca de candidato. Essa corrente é adepta do lema ruim com ela, muito pior sem ela na disputa de outubro.

2. (Ex-Blog) Ao contrário. Se avaliação de Dilma cai, aí mesmo que Lula não sai de seu Olimpo pra ser candidato. O PSDB cometeu o mesmo erro no caso do mensalão, especialmente após depoimento de Duda Mendonça. O ótimo+bom de Lula caiu para 30% em dezembro-2005 e veio a decisão: ‘não bater, deixar sangrar, a eleição cai sozinha em nosso colo’. Antes da campanha ele já tinha se recuperado e venceu a eleição.

CONSCIÊNCIA DE CULPA! APÓS OFENSIVA DOS TRAFICANTES, CABRAL NÃO SABE SE SAI OU SE FICA!

1. O governador Sérgio Cabral havia decidido sair no início de abril e passar o cargo para Pezão, seu vice e candidato a governador. Mas a atual crise, com ações terroristas de traficantes sobre as UPPs, recolocou essa decisão para avaliação dele e seu entorno.

2. Sair nesse momento, em plena ofensiva dos traficantes contra as UPPs, passará a ideia de fujão. Se sua imagem está estilhaçada, ficará quebrada de vez. Afinal, não haveria como explicar seu pedido de ajuda de forças policiais e militares federais e simultaneamente sair fora e jogar a granada política no colo de seu vice e candidato Pezão. Seus auxiliares mais íntimos já estavam com suas atividades pós-Cabral em programação.

3. O vice Pezão desenvolveu uma imagem de bonachão e tocador de obras. Como faria agora para ajustar essa imagem e passar a de durão? Afinal, o quadro atual não tem solução em poucos meses e as ações repressivas serão inevitáveis. Isso tudo com a Copa do Mundo no meio. Uma cidade ocupada militarmente para a Copa só faz sinalizar a crise na segurança pública. Isso no coração da comunicação de Cabral, que eram/são as UPPs.

4. A consciência de culpa de Cabral se intensifica e estressa entre as disjuntivas: sair e terminar de desintegrar sua imagem, eliminando qualquer chance de ser candidato a senador e agregar a marca do fujão que passou a granada política para seu sucessor; ou desistir da saída e permanecer, assumindo suas responsabilidades, tentando melhorar a sua imagem no caso de alguma tendência –mesmo que pequena- de melhoria desse quadro tão grave.

5. Uma decisão que conta com seu entorno próximo, sua enorme assessoria de comunicação e, claro…, sua consciência.

Aprovada Lei de Cesar Maia que reserva cota de aulas para alunos da Rede Municipal na Cidade das Artes

TRATA DA PROMOÇÃO DO USO POR JOVENS DAS SALAS DE AULA E DE CONCERTO DA CIDADE DAS ARTES.

Autor: VEREADOR CESAR MAIA

A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO D E C R E T A :

Art. 1º A Cidade das Artes terá 20% (vinte por cento) do tempo de ocupação das suas salas de aula reservados para utilização por alunos da rede municipal de ensino, visando o aprendizado.

Art. 2º A Cidade das Artes terá 20% (vinte por cento) do tempo de ocupação das suas salas de concerto reservados para o programa Concertos para a Juventude e outros programas semelhantes que visem familiarizar crianças e jovens com a música clássica e/ou erudita.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

SURPRESA NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS NA FRANÇA: VENCE A CENTRO-DIREITA, CAI A ESQUERDA E CRESCE A EXTREMA DIREITA!

1. O resultado do primeiro turno das eleições municipais francesas realizadas neste domingo mostrou uma forte queda dos socialistas do primeiro-ministro Holande, um importante crescimento da centro-direita –UMP- de Sarkozy e um grande crescimento da Frente Nacional –de extrema direita- que concorreu apenas em parte dos municípios. A abstenção foi recorde, alcançando 38,5%, cinco pontos a mais que as últimas eleições.

2. Em nível nacional a UMP obteve 46,5% dos votos, o PS 37,7% e a Frente Nacional mais de 5%, vencendo em vários municípios especialmente no sul, na região de Marseille (Béziers Hérault), 44,9 % dos votos / Perpignan (Pyrénées-Orientales), 33,8 % /Avignon (Vaucluse), a FN atingiu 29,8 % / Fréjus (Var), 40,4% / Saint-Gilles (Gard),  43% /Forbach (Moselle), 35,75 %/ Tarascon (Bouches-du-Rhône), 39,24%.

3. Em Paris a favoritíssima do PS –Anne Hidalgo-, com 34% perdeu para NKM (Natalie Morizet), da UMP, que obteve 35%. Na segunda maior cidade do país, Marseille, a UMP atingiu 40%, a Frente Nacional 22% e o PS 20%.

CABRAL REJUVENESCE EM BUSCA DE MELHORAR IMAGEM!

O governador Sérgio Cabral surpreendeu em Brasília ao se apresentar com seu cabelo pintado de preto. Uns meses atrás avançavam em seu cabelo tons grisalhos. Agora surge na entrevista em Brasília, quando foi pedir apoio militar federal para enfrentar a crise de segurança pública no Rio, com o cabelo pintado de preto e mais rejuvenescido.

Veja as fotos de 2013 e agora em Brasília.

ESPANHA: DEMOCRATIZAÇÃO, ESQUERDA E DIREITA! O QUE O BRASIL PODE APRENDER!

1. A morte de Adolfo Suarez, pela dimensão do político e estadista, timoneiro da transição espanhola e gestor dos famosos Pactos de La Moncloa, nos leva a reflexões sobre ensinamentos a serem recolhidos da transição democrática espanhola.

2. A começar pelo próprio partido de Adolfo Suarez -UCD- vencedor em duas eleições seguidas. As divergências dentro da UCD após a segunda vitória consecutiva, pela disputa de espaços, levou a renúncia de Adolfo Suarez. Na eleição seguinte a bancada da UCD caiu de 168 deputados para 11 deputados, desintegrando o partido. Nesse espaço mais a direita entrou AP-PDP, futuro PP, que avançou de 10 para 107 deputados.

3. O Partido Socialista, de Felipe Gonzalez, venceu as eleições de 1982, foi reeleito em 1986, em 1990 e em 1994. O último governo socialista foi abalado pela descoberta de vários fatos continuados de corrupção em setores diversos. Na eleição seguinte o PSOE foi derrotado: venceu o PP, que depois foi reeleito.

ALUNOS DA REDE MUNICIPAL DO RIO TERÃO COTA PARA AULAS NA CIDADE DAS ARTES! VOLTAM OS CONCERTOS PARA A JUVENTUDE!

Lei foi aprovada pela Câmara Municipal do Rio. Veto do Prefeito foi derrubado pela Câmara. Agora é lei!

“TRATA DA PROMOÇÃO DO USO POR JOVENS DAS SALAS DE AULA E DE CONCERTO DA CIDADE DAS ARTES. Autor: VEREADOR CESAR MAIA

A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO D E C R E T A :

Art. 1º A Cidade das Artes terá 20% (vinte por cento) do tempo de ocupação das suas salas de aula reservados para utilização por alunos da rede municipal de ensino, visando o aprendizado.

Art. 2º A Cidade das Artes terá 20% (vinte por cento) do tempo de ocupação das suas salas de concerto reservados para o programa Concertos para a Juventude e outros programas semelhantes que visem familiarizar crianças e jovens com a música clássica e/ou erudita.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

AÉCIO PENSA EM TER VICE-PRESIDENTE DE S. PAULO!

Presidentes e Vices e suas regiões políticas, desde a democratização em 1946 eleitos pelo voto direto.

Dutra –Mato Grosso (ou Rio como militar) e Nereu Ramos –Santa Catarina / Getulio Vargas – Rio Grande do Sul e Café Filho –Rio Grande do Norte / Juscelino –Minas Gerais e Jango –Rio Grande do Sul / Jânio Quadros –S. Paulo (foi eleito com Jango, pois a eleição de vice era direta) / Collor –Alagoas e Itamar –Minas Gerais / FHC –São Paulo e Marco Maciel –Pernambuco / Lula –São Paulo e José de Alencar –Minas Gerais / Dilma –Rio Grande do Sul e Michel Temer –São Paulo.

ROUBOS TÊM AUMENTO EXPONENCIAL NO RIO!

0. “A principal diferença entre os crimes de furto e de roubo é justamente o fato de que este é praticado mediante violência, grave ameaça ou, ainda, mediante a redução da capacidade de resistência da vítima.”

1. O crescimento dos ROUBOS no Rio é exponencial. Os últimos dados são de dezembro de 2013. Comparemos com dezembro de 2012.

2. Roubos a Estabelecimentos Comerciais cresceram 58,5% na Capital, 84,4% na Baixada, 115,5% na Grande Niterói e 9,6% no Interior.

3. Roubos de Veículos cresceram 50% na Capital, 47,6% na Baixada, 69,5% na Grande Niterói e 74,1% no Interior.

4. Roubos a Transeuntes cresceram 58,6% na Capital, 35,7% na Baixada, 40,8% na Grande Niterói e 28,8% no Interior.

5. Roubos em Coletivos cresceram 61,1% na Capital, 12,1% na Baixada, 15,1% na Grande Niterói e 58,6% no Interior.

6. TODOS OS ROUBOS cresceram 49,8% na Capital, 34% na Baixada, 46,5% na Grande Niterói e 36,3% no Interior.

7. Portanto, o aumento da violência no Rio, destacado pela imprensa nas ações de terror contra as UPPs é, na verdade, generalizado e contra as pessoas e contra a propriedade, o que serve de lastro para o crime organizado. O policiamento ostensivo no Rio faliu. Procure um PM patrulhando nas calçadas em qualquer bairro: não se encontra. Lembre-se do “Cosme e Damião”.

24 de março de 2014

ROUBOS TÊM AUMENTO EXPONENCIAL NO RIO!

0. “A principal diferença entre os crimes de furto e de roubo é justamente o fato de que este é praticado mediante violência, grave ameaça ou, ainda, mediante a redução da capacidade de resistência da vítima.”

1. O crescimento dos ROUBOS no Rio é exponencial. Os últimos dados são de dezembro de 2013. Comparemos com dezembro de 2012.

2. Roubos a Estabelecimentos Comerciais cresceram 58,5% na Capital, 84,4% na Baixada, 115,5% na Grande Niterói e 9,6% no Interior.

3. Roubos de Veículos cresceram 50% na Capital, 47,6% na Baixada, 69,5% na Grande Niterói e 74,1% no Interior.

4. Roubos a Transeuntes cresceram 58,6% na Capital, 35,7% na Baixada, 40,8% na Grande Niterói e 28,8% no Interior.

5. Roubos em Coletivos cresceram 61,1% na Capital, 12,1% na Baixada, 15,1% na Grande Niterói e 58,6% no Interior.

6. TODOS OS ROUBOS cresceram 49,8% na Capital, 34% na Baixada, 46,5% na Grande Niterói e 36,3% no Interior.

7. Portanto, o aumento da violência no Rio, destacado pela imprensa nas ações de terror contra as UPPs é, na verdade, generalizado e contra as pessoas e contra a propriedade, o que serve de lastro para o crime organizado. O policiamento ostensivo no Rio faliu. Procure um PM patrulhando nas calçadas em qualquer bairro: não se encontra. Lembre-se do “Cosme e Damião”.

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AÉCIO PENSA EM TER VICE-PRESIDENTE DE S. PAULO!

Presidentes e Vices e suas regiões políticas, desde a democratização em 1946 eleitos pelo voto direto.

Dutra –Mato Grosso (ou Rio como militar) e Nereu Ramos –Santa Catarina / Getulio Vargas – Rio Grande do Sul e Café Filho –Rio Grande do Norte / Juscelino –Minas Gerais e Jango –Rio Grande do Sul / Jânio Quadros –S. Paulo (foi eleito com Jango, pois a eleição de vice era direta) / Collor –Alagoas e Itamar –Minas Gerais / FHC –São Paulo e Marco Maciel –Pernambuco / Lula –São Paulo e José de Alencar –Minas Gerais / Dilma –Rio Grande do Sul e Michel Temer –São Paulo.

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ALUNOS DA REDE MUNICIPAL DO RIO TERÃO COTA PARA AULAS NA CIDADE DAS ARTES! VOLTAM OS CONCERTOS PARA A JUVENTUDE!

Lei foi aprovada pela Câmara Municipal do Rio. Veto do Prefeito foi derrubado pela Câmara. Agora é lei!

“TRATA DA PROMOÇÃO DO USO POR JOVENS DAS SALAS DE AULA E DE CONCERTO DA CIDADE DAS ARTES. Autor: VEREADOR CESAR MAIA

A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO D E C R E T A :

Art. 1º A Cidade das Artes terá 20% (vinte por cento) do tempo de ocupação das suas salas de aula reservados para utilização por alunos da rede municipal de ensino, visando o aprendizado.

Art. 2º A Cidade das Artes terá 20% (vinte por cento) do tempo de ocupação das suas salas de concerto reservados para o programa Concertos para a Juventude e outros programas semelhantes que visem familiarizar crianças e jovens com a música clássica e/ou erudita.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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ESPANHA: DEMOCRATIZAÇÃO, ESQUERDA E DIREITA! O QUE O BRASIL PODE APRENDER!

1. A morte de Adolfo Suarez, pela dimensão do político e estadista, timoneiro da transição espanhola e gestor dos famosos Pactos de La Moncloa, nos leva a reflexões sobre ensinamentos a serem recolhidos da transição democrática espanhola.

2. A começar pelo próprio partido de Adolfo Suarez -UCD- vencedor em duas eleições seguidas. As divergências dentro da UCD após a segunda vitória consecutiva, pela disputa de espaços, levou a renúncia de Adolfo Suarez. Na eleição seguinte a bancada da UCD caiu de 168 deputados para 11 deputados, desintegrando o partido. Nesse espaço mais a direita entrou AP-PDP, futuro PP, que avançou de 10 para 107 deputados.

3. O Partido Socialista, de Felipe Gonzalez, venceu as eleições de 1982, foi reeleito em 1986, em 1990 e em 1994. O último governo socialista foi abalado pela descoberta de vários fatos continuados de corrupção em setores diversos. Na eleição seguinte o PSOE foi derrotado: venceu o PP, que depois foi reeleito.

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CABRAL REJUVENESCE EM BUSCA DE MELHORAR IMAGEM!

O governador Sérgio Cabral surpreendeu em Brasília ao se apresentar com seu cabelo pintado de preto. Uns meses atrás avançavam em seu cabelo tons grisalhos. Agora surge na entrevista em Brasília, quando foi pedir apoio militar federal para enfrentar a crise de segurança pública no Rio, com o cabelo pintado de preto e mais rejuvenescido.

Veja as fotos de 2013 e agora em Brasília.

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SURPRESA NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS NA FRANÇA: VENCE A CENTRO-DIREITA, CAI A ESQUERDA E CRESCE A EXTREMA DIREITA!

1. O resultado do primeiro turno das eleições municipais francesas realizadas neste domingo mostrou uma forte queda dos socialistas do primeiro-ministro Holande, um importante crescimento da centro-direita –UMP- de Sarkozy e um grande crescimento da Frente Nacional –de extrema direita- que concorreu apenas em parte dos municípios. A abstenção foi recorde, alcançando 38,5%, cinco pontos a mais que as últimas eleições.

2. Em nível nacional a UMP obteve 46,5% dos votos, o PS 37,7% e a Frente Nacional mais de 5%, vencendo em vários municípios especialmente no sul, na região de Marseille (Béziers Hérault), 44,9 % dos votos / Perpignan (Pyrénées-Orientales), 33,8 % /Avignon (Vaucluse), a FN atingiu 29,8 % / Fréjus (Var), 40,4% / Saint-Gilles (Gard),  43% /Forbach (Moselle), 35,75 %/ Tarascon (Bouches-du-Rhône), 39,24%.

3. Em Paris a favoritíssima do PS –Anne Hidalgo-, com 34% perdeu para NKM (Natalie Morizet), da UMP, que obteve 35%. Na segunda maior cidade do país, Marseille, a UMP atingiu 40%, a Frente Nacional 22% e o PS 20%.

Cesar Maia fala sobre prisão e exílio durante a ditadura

COMO O SENHOR AVALIA O IMPACTO DA DITADURA MILITAR NA VIDA BRASILEIRA HOJE?

Primeiro, vamos contextualizar. Não houve golpe no Brasil, houve golpe em todos os países da América Latina, com raríssimas exceções. Portanto, se vivia uma conjuntura e, em algum momento da Guerra Fria, se entendeu que as ditaduras militares impediriam que o comunismo entrasse nos países e na América Latina, essa é a justificativa. No caso do Brasil, especificamente, não chegaria a nenhuma conclusão. Temos que pensar dentro desse contexto. Os militares brasileiros participaram na Bolívia, no Uruguai, na Argentina, no Chile. Você tem que toar o conjunto. Os governos populistas vão dos anos 40 até os anos 50, você começa a ter a ruptura nos anos 1960. O último foi o Chile, em 1973, e a própria Argentina.

COMO O SENHOR AVALIA O IMPACTO DA DITADURA MILITAR NA VIDA BRASILEIRA HOJE?

Primeiro, vamos contextualizar. Não houve golpe no Brasil, houve golpe em todos os países da América Latina, com raríssimas exceções. Portanto, se vivia uma conjuntura, e, em algum momento da Guerra Fria, se entendeu que as ditaduras militares impediriam que o comunismo entrasse nos países e na América Latina, essa é a justificativa. No caso do Brasil, especificamente, não chegaria a nenhuma conclusão. Temos que pensar dentro desse contexto. Os militares brasileiros participaram na Bolívia, no Uruguai, na Argentina, no Chile. Você tem que toar o conjunto. Os governos populistas vão dos anos 40 até os anos 50, você começa a ter a ruptura nos anos 1960. O último foi o Chile, em 1973, e a própria Argentina.

Quais seriam as consequências se isso não tivesse ocorrido, é uma pergunta que não cabe. Porque não se trata de que havia condições de não ser assim: foi assim. O curioso é que o golpe de 1964 produziu uma expectativa, já que havia uma base social para o golpe, e basta lembrar da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que foi em SP, e talvez tenha sido a maior do Brasil em todos os tempos, proporcionalmente, havia a expectativa de que a ditadura não precisaria chegar ao ponto que chegou, em 1968, com o AI-5. Pra você ter uma ideia, o JK votou no Castelo Branco. Os primeiros políticos que chegaram na sala do Ranieri Mazzilli, depois que caiu o governo do Jango, foram o Nelson Carneiro, Ulysses Guimarães, e o José Bonifácio. Então a expectativa desses políticos, que foram os gestores da transição democrática, era de que havia a necessidade de fazer alguma coisa naquele momento.

O QUE OS MILITARES TINHAM CONTRA JANGO?

Era aquilo que se dizia na América Latina toda. Os militares, inspirados pela Guerra Fria e pelos Estados Unidos, que a democracia estava levando a desordem, ao comunismo, que o Brasil viraria uma República Sindicalista. Então os golpes eram sempre justificados em função do temor ao comunismo, que era a justificativa geral. O fato é que a ditadura militar tinha a expectativa de ser suavizada. Havia a expectativa de eleições em 1965. O JK e o Lacerda tinham conversado com o Castelo Branco, e tinham a convicção da eleição em 65. Quando se decide que não haverá eleição em 65, há uma reação do JK e do Lacerda, que terminam cassados, e eles eram a favor do que acontecia naquele momento. Mas esse processo vai gerando resistência, e começou a surgir dos sindicatos, movimento estudantil, intelectuais, e gera uma forte ruptura em 1968. O AI5, basicamente, torna o governo de um poder só. Com o AI5, a ditadura poderia legislar, julgar, havia um poder só.

O curioso é que a geração desse momento passou, anos depois, a ter o poder no Brasil. A geração de 68, 69, 70, é a do Lula, da Dilma, minha, José Dirceu, do Genoíno, Aldo Rabelo. Essa geração que foi presa, torturada, ou pro exílio, se capacita, se qualifica. O exílio qualificou muita gente, essa é que a verdade. Ao qualificar, ajudam a construir a democracia no Brasil, até que viram poder.

O SENHOR TINHA QUANTOS ANOS EM 64?

Nasci em 45, tinha 19 anos. Não vivi 64 como militante. 65 em fui estudar engenharia em Ouro Preto, e minha militância e base política começam lá. Fui para uma república de estudantes de socialistas e comunistas, e a minha militância entra, de forma sistemática e ideológica, durante a minha ida para Ouro Preto. Enfim, essa ditadura vive o seu momento de clímax entre 13 de dezembro de 68 e 1976, quando se inicia um ciclo de redemocratização por parte dos próprios militares. Em 1974, se reabre a televisão para oposição, que ganha quase todas para o Senado. Em 1975, o Golbery do Couto e Silva retira a censura presente dos meios de comunicação, passa ser uma espécie de autocensura.

Em 1976, em função da derrota do governo no Senado, faz-se a lei dos senadores biônicos, para não alterar a maioria do congresso, que escolhia o presidente da República, e em 1978, o ministro Petrônio Portela baixa o AI 11, e desenha todo o processo de ação democrática. O curioso no Brasil, é que diferente de outros países, é que o desenho do processo democrático foi feito pelos próprios militares. Portela seria o presidente do Brasil, e houve a disputa na Arena para ver quem seria o presidente do Brasil, Mario Andreazza ou Paulo Maluf. Aí, nessa conjuntura grotesca, uma parte do PDS se separa e vira o PFL, liderado pelo Antônio Carlos Magalhães, Marco Maciel, Jorge Bornhausen, o que dá maioria para que a oposição apresente um candidato que seja mais digerível. E o Tancredo Neves foi esse candidato, absorvido pelos militares nesse processo de transição.

79 vem a lei de anistia, 82 eleição para governo do estado, livre e aberta, e 85 vem a eleição para capitais e municípios de segurança nacional, 86 é a eleição de constituinte, 88 a constituinte publica, e 89 é a eleição para presidente. O distinto do Brasil é que em geral a democratização, inclusive países da Europa do sul, como Grécia, Portugal, fizeram a constituinte primeiro. A escolha do novo governo é o processo que inicia a transição. No caso do Brasil, a constituinte vem depois de um ciclo de transição, e a escolha do presidente é quase a parte final desse ciclo.

Uma outra coisa importante é que a Argentina, que realizou há três, quatro anos uma reunião sobre Comissões da Verdade, o Brasil não tinha ainda. Ali se fez um questionamento ao representante do Lula, ministério da Justiça, porque achavam que a violência se media por mortos e desaparecidos. Argentina teve 26 mil mortos, Chile 4 mil, Brasil 350. Esse número não diz respeito aos que sobreviveram a tortura. Nesses países, a tortura levava a morte. Por que no Brasil, a tortura, bárbara, não produziu a mortalidade de outros países.

O SENHOR FOI TORTURADO?

Eu fui… Preso antes do AI5. Eu apanhei muito, mas antes do AI5 os advogados tinham acesso. Antes do AI5 não tinha cadeira do dragão, pau de arara. Se tinha aquele esquema clássico, que era do bonzinho e do mauzinho. Você apanhava pra burro do mauzinho, o bonzinho vinha, pedia para você falar alguma coisa, para não apanhar de novo, enfim, era o esquema anterior. Eu fui preso em 66, 67, 68. Eu fui preso umas 4, 5 vezes. Em Ibiúna foi a última, que aí eu consegui sair e fui para o Chile com minha mãe.

DE 19 ANOS EM OURO PRETO, ATÉ SER PRESO E IR PARAR NO CHILE.

Em Ouro Preto, fiquei na república pureza, que fazia parte, até 64, do que eles chamam de urso: república socialistas ouro pretanas, que eram as repúblicas de esquerda de Ouro Preto. Os líderes das repúblicas eram o Nelson Maculano, que foi ministro da educação, UFRJ, COPPE, e o Sérgio Maculan, primo dele. Ali, basicamente, você tinha uma célula do partido comunista. Filiei depois, fui candidato dentro de uma chapa de esquerda ao Diretório Acadêmico, fui eleito, o presidente era o Nico, eu era o diretor financeiro. Dali, houve o recrutamento, e eu comecei a militar no Partido Comunista, numa época muito interessante.

Era a época da discussão interna sobre qual era o caminho para resgatar a democracia, se chegar ao socialismo… E aí você tinha a luta armada de um lado, do outro lado você tinha o Partidão, que achava que este tinha que ser um processo gradual… Eu estava ao lado da luta armada.

O SENHOR PEGOU EM ARMAS?

Mais ou menos…

MAIS OU MENOS COMO?

Mais ou menos, enfim, vamos continuar aqui. Você não vai querer que eu diga para você o que eu disse no interrogatório.

MAS NÃO SOU INTERROGADORA

Por isso né. Na minha ficha do Dops não consta nada disso, porque eu vou criar uma ficha nova agora. Quando eu morrer, alguém faz a minha biografia, ta guardado ta escrito…

Aí vieram as dissidências. Vieram as dissidências do partido comunista, e o grande congresso, em 66, quando começou a ruptura. E aí estamos falando de Mário Alves, Marighella, líderes todos, que formaram partidos ou dissidências. Foram formados partidos na Guanabara, no Rio Grande do Sul, São Paulo, foi criada a POLOP. José Dirceu no começo era POLOP, depois foi dissidência de São Paulo. Em Minas, se chamava Corrente, que era o meu caso, liderada pelo Chuchu, trocado pelo Embaixador Americano. O PCBR, que era a tendência do Mário Alves, e o Marighella que criou a ALN, que orientou a todos os grupos, e orientou aos grupos que não se justassem, se conectando pelas direções.

O livrinho base de todos esses grupos era de um escritor francês, que cobriu a guerrilha em Cuba e na Bolívia, que se chamava “A Revolução da Revolução”, e inspira o Marighella e outros grupos que operavam. Eu já era dirigente da corrente, e acontece essas coisas na nossa vida. Eu participei do Congresso da Une, em BH, em Campinas, que foi bem clandestino, feito pelos padres franciscanos num convento, em 1967, e já estava fora do movimento estudantil, pois já estava profissionalizado pelo partido. Vim para escola de engenharia do Rio, para ter o registro daqui, trabalhava aqui e militava em BH.

Já estava fora do movimento estudantil quando o Chuchu me chama e diz que o nosso representante, que ia para o Congresso da UNE em Ibiúna tinha se borrado. Não vou dizer o nome dele. Mas eu, que vinha do movimento estudantil, ele pediu que eu o substituísse.

O SENHOR NÃO TEVE MEDO DE MORRER?

Não, mas é ruim isso né. É péssimo, porque os que não tem temor, não tem precaução e morrem. Aí substituí o fulano, um homem, e vou para o Congresso de Ibiúna. Eu já tinha sido preso umas 3 ou 4 vezes, já era veterano nisso, e a minha primeira prisão maior, foi organizando o Congresso de Ibiúna. Meu advogado foi o Sobral Pinto – aliás, isso está no livro dele. Tem um livro sobre os casos de Sobral Pinto, porque meu caso, não foi pela coincidência, foi pela gravidade, eu fui o primeiro habeas corpus negado em base a Lei da Segurança Nacional, que eliminava o Habeas Corpus para soltar preso.

MAIOR PRISÃO POR QUE?

Porque foram 3 ou 4 meses. Antes, era 1 ou 2 dias, preso na passeata, preso não sei onde, na tomada da escola, era solto dois dias depois, e essas coisas iam acumulando na ficha das pessoas. Na Ibiúna, os militares cercaram, as pessoas saíram correndo, e eu fiquei sentado. Era uma espécie de ribanceira, transformada em arquibancada. Aí eu pensei, bom, aqui não tem jeito, vou me preparar para prisão. Comecei a pegar aquelas coisas abandonadas, mochilas, e tal, e ver o que eu precisaria para ficar na prisão, e o que eu precisava, alguma coisa para comer, um cobertor, trouxe para mim, guardei, e fiquei esperando a polícia voltar com todo mundo preso. Todo mundo preso, e alguns eles destacaram, como o Vladimir Palmeira, Luiz Travassos, José Dirceu, uns 4 ou 5 separados.

Fomos para o Carandiru, que eram prisões de salas grandes. As famílias começaram a aparecer lá embaixo, foram tirando fotos de cada um de nós. Foram presos 800 e pouco. Desses, 20 permaneceram na prisão. 8 desse grupo seleto, e 12 de Minas, que era o meu caso. Os outros 780 foram liberados, e nós ficamos, pois já tínhamos antecedentes, prisão, etc. Eu tinha vários vários nomes falsos: Castro, Ferreira… Você não mantinha. Então, nós fomos para o Dops, que eu já conhecia, eles fizeram uma seleção, e fui para quarta companhia do exército, que ficava a meia hora de BH, e fui interrogado no Colégio Militar. Os padres dominicanos estavam sendo interrogados na hora que eu cheguei lá. E eles chegaram, quando eu fui para o lugar deles, e nessa coisa de prisão, você acha que as coisas são muito mais altas do que são.

E os dominicanos arrebentados, sangrando. Deitei na cama de um deles e estava lá: o Novo Testamento marcado com as coisas mais revolucionárias, e tal. Esses sim, vieram uns caras, deviam ser uns espanhóis, que diziam “Filhos de puta”, “Filhos de puta”, um homem gigantesco que tinha arrebentado eles, e eles davam o dedo. Eu pensava, uns tampinhas desses com essa coragem, eu não posso ficar pra trás.

Aí eu fui interrogado, apanhei muito, né. E voltei, eles sabem como bate. Não sei porque os padres sangraram tanto. Porque bate com toalha molhada, bate em local que não fica marca… Enfim, tudo isso antes do AI – 5. Depois, é que a gente estava vendo por aí, tecnologia adquirida pelo Exército Brasileiro durante a Guerra da Argélia.

ONDE ENTRA A CIA?

A CIA era o cotidiano. Preparavam os militares para ideologia deles, e tal, no EUA, mas eu não me lembro de ter lido sobre a preparação lá, de torturadores. Não quer dizer que eles não estivessem por trás. Pode ser desinformação minha.

FICA PRESO QUANTO TEMPO DEPOIS DE IBIÚNA?

Fico preso de outubro até junho, mais um tanto que eu tive para trás, deve dar uns 2 anos. O interessante é que você pega uma sala pequena igual a essa, coloca 12, 13 homens, com uma entradinha pequena igual essa, de banheiro de soldado. Se você não tiver uma disciplina séria, você não funciona. É a hora de aguardar, de fazer os exercícios. Fazia ginástica canadense, que era moda. Depois cada um ia para o banho, tinha a reunião de doutrinação, e cada um falava de um tema. Todo mundo era da luta armada e de esquerda. De grupos de esquerda, como o Colina, tínhamos o Edgar da Mata Machado, o Edson Soares, vice presidente da UNE, que foi prefeito…

E ali nós ficamos presos, e eu fui mandado para São Paulo. Fui mandado para o Batalhão de Guardas, era um inferno, porque o Lamarca tinha fugido de lá. Eles faziam um cerco, com metralhadora de pé. De noite, com tudo apagado. Quando eu entrei, tinham dois numa cela, e eu numa outra. E me passaram a instrução, pois cada carro que passava eles ficavam desesperados e davam tiro. Quando derem tiro, me disseram para rolar em direção ao banheiro, porque o soldadinho ia ficar apavorado também. Aí, tinha que dizer “eu tô aqui com medo dos tiros também, que aí ele fica calmo”.

Então a gente ia… A família visitava e era um terror. As mães ficavam nuas, tinha exame de vagina, era um troço horroroso. A gente ficava nu também. Ali, você tem um sargento, um oficial, não tinha como passar nada, era só para tirar a moral da gente. O banho de sol eu consegui negociar, porque eu conseguia colocar a metralhadora de pé, e ficavam apontando para gente.

Um dia, chamei o tenente e disse: “fala para eles apontarem a metralhadora para o nosso pé, e tirarem o dedo do gatilho. Uma hora dessas, um garoto desses treme, olha o que vai acontecer com a gente”. Ele concordou, fez isso, e a gente passou a ter. Mas aí teve um acidente. Um soldado que tomava conta de mim e dos japoneses… Tava passando Beto Rockefeller. Eles pediam aos soldados para contar o capítulo da novela. Eu aprendi, naquela época, a ler o livro em voz alta, que a minha mãe levava, uma boa técnica de retórica. Eu selecionava, e tem um monte. Eu li quase todo o teatro do Nelson Rodrigues. Não implicavam com o Nelson.

Aí, estava andando lendo, e o garoto se apavorou, apertou o gatilho do fuzil e deu um tiro. O tiro bateu na grade, estilhaçou na grade. Aí, estilhaçou na grade e pegou em mim os estilhaços, aqui, aqui, e saia muito sangue. Comecei a gritar: seu filha da puta, quer me matar, quer me matar, até chegar gente. Os oficiais chegaram, me levaram para enfermaria e tiraram aqueles estilhaços com pinça. O maior eles tiveram que fazer um buraquinho maior, colocar um esparadrapo.

O SENHOR TEM MARCA DISSO?

Não, eu tive durante muitos anos. A pele vai crescendo, vai ficando gordo, e a pele vai arrastando, a marca fica superficial, meio cinza, roxa, e deve estar em algum lugar por aí.

Eles quiseram abrir um Inquérito Policial Militar, mas eu disse que “de jeito nenhum”. O garoto deve ter se assustado, tem nada contra mim, nunca teve nada, sempre foi sério e correto…

E aí eu voltei para o Carandiru, no prédio que era da administração. Ficavam presos políticos que tinha alguma coisa. Fui para lá com o Valdo Silva, que era de Minas, e lá estava o Hélio Navarra, um deputado federal que estava preso, que namorava a filha do Franco Montoro. Estava lá um delgado que tinha falsificado dinheiro, e um detetive que estava junto com ele.

Também estavam lá o Alemão, da greve de Osasco, e o Pacheco, um grande líder comunista, ainda de 1964. O Hélio Navarra não gostava de mim, trocou de cela. Porque ele queria fazer o horário dele, era muito besta. Acho que até morreu, de morte morrida. Ele foi para outra cela menor, eu e o Valdo ficamos, e mais o delegado e o detetive. Nos demos muito bem, contavam como faziam o negócio do dinheiro, porque fazia política.

POR QUE VOCÊ FAZIA POLÍTICA?

Já te contei… Aí eu fui julgado, condenado, pelo General, que determinou 8 meses de prisão, mas disse que eu tinha a pena cumprida, e me deu a ordem de libertação. E eu nem voltei para o Carandiru, e meu pai me levou para o Rio. Meu advogado à época era o Heleno Cláudio Fragoso e o Nilo Batista, que era um jovem advogado. Aí a gente fez um passaporte falso num Fléxi Pacheco no Leblon, fui lá como se fosse um aleijado, passei na frente da fila e fiz.

Minha mãe e eu fomos de ônibus para Buenos Aires, e naquela época, cada polícia tinha sua área de atuação, Marinha Exercito, Dops, e todas queriam ser os heróis que prendiam os mais importantes. Até o AI5, não tinha nenhuma unificação. Até lá, nós tivemos o caso de um preso com a gente na quarta companhia, que tinha um duplo nome, era Luis Carlos Santos Espaia, e ele usava um outro outro. Na primeira seleção do Dops, onde ele estava preso, liberaram ele.

O Dops não saiba que ele militava em São Paulo. Mas depois unificaram, acabou a brincadeira, mas eu passei pela fronteira e cheguei em Buenos Aires direto para o aeroporto. O passaporte estava no meu nome, Cesar Epitácio Maia, mas eu não tinha o direito de tirar nem carteira de identidade. Não tinha documento nenhum. O Fragoso conseguiu,e no Chile meu pai tinha um grande amigo, fui para casa dele.

Dali, fui estudar economia, casei com a Mariangeles…

A MARIANGELA, SUA ESPOSA, ERA DE MOVIMENTO TAMBÉM?

Não, era irmã da Carmem, que namorava um brasileiro, Ricardo Varzea, que ta na prefeitura até hoje. Na universidade, já estava tentando a militar, tentamos formar um grupo remanescente da corrente de são Paulo no Chile. Pai desse rapaz que é deputado federal… Foi um político importante. Formou junto com a Sônia e com o Élson, que era do partidão, depois foi da nossa corrente. Quando morreu o Marighella, quem assumiu o lugar dele foi o Joaquim Ferreira dos Santos, era Toledo o nome de guerra dele, e foi também morto.

O terceiro da hierarquia era o Elson Pereira Fortes, ele sumiu, e foi assassinado em Cachambi,onde hoje é o Norte Shipping. A mulher dele fugiu, a Soninha, que se chamou tendência leninista, em Santiago, uma meia dúzia de brasileiros. Era só prática teórica, acabamos não mantendo, e continuamos nas mesmas correntes do partidão. Nessa condição, fui trabalhar no Comitê, e fui trabalhar no comitê de elementos da construção, fazendo política de preço.

E COMO A CONHECEU?

Bem, eu conheci a Mariangeles, irmã da Carmem, casamos depois de um mês e meio, eu tinha alugado um apartamento, com o dinheiro que o papai tinha me dado. Os filhos nasceram dessa fusão, no apartamento de cima. Só foi saber no finalzinho que eram gêmeos. A barriga cresceu tanto, que não tinha jeito.

E O SENHOR SENTIU O QUE, EXILADO COM GÊMEOS?

O problema todo foi que a minha esposa ficou internada, e eu levei os dois pra casa, contratei uma enfermeira, e fiz isso durante dois meses. O senhor tem opção: não dormir nunca ou ficar louco e dormir. Se der a mamadeira ao mesmo tempo, elas dormem ao mesmo tempo….

A minha mãe sugeriu que as crianças viessem para o Rio, e ela veio para o Brasil. Aí eu estudei, minhas crianças nasceram muito pequeninhas…

ACREDITA EM DESTINO

Não sei… Aconteceu. Se isso é destino, é destino. Faria tudo de novo. Quem se exilou, levou vantagem, pois quem ficou aqui, ficou sem poder dizer o que pensava, as escolas estavam mediocrizadas. Fui para o centro da inteligência da AMÉRICA Latina, que era CEPAL, Fao, Onu que estava ali. Os professores de lá eram da UFRJ, USP, eram monumentais. O que a gente ganhou de vantagem por estar exilado é muito grande. O exílio tem toda uma parte sentimental, abandono da pátria… Mas já que foi, me deu uma vantagem.

DITADURA INIBIU A FORMAÇÃO DE LÍDERES NO BRASIL?

Inibiu e estimulou. A repressão estimulou. Não apenas a formação de líderes, mas a formação de líderes, que tem que ter uma capacidade de resistir ao sofrimento, se qualificar, e tem que estudar, se preparar, porque não estão enfrentando qualquer um. Você pega um 38, um cara com o fuzil desse tamanho, se resiste, se prepara, e ascende.

POR QUE NÃO MAIS DE ESQUERDA?

Depois do muro de Berlim, esquerda e direita se aproximaram ao centro. O que é o governo do Lula, é um governo Social-Liberal. O Bolsa Família é clássico disso, é você igualar o ponto de partida. O sindicalismo do setor privado, CUT, automobilística, da mesma maneira.

O SENHOR GOSTA DE LENIN, POR QUE?

Eu li basicamente toda a literatura clássica. Porque na Escola de economia eles dividiram em duas partes: escola marxista e neoclássica. E vinha de leitura desde estudante. Para participar de um Congresso da UNE, você não podia citar porque outro dizia: “contextualiza! Onde você leu isso? Que livro? Que parte?”. Não podia pegar frasesinha e fazer. O Lênin se desenvolveu praticamente no exílio, e desenvolveu a ideia de que o partido tinha que ser um partido de quadros, e não de massas. Eram os quadros qualificados que iam conduzir o processo. Aprendi muito naquela cartilha, pensando o básico a partir de quadros.

21 de março de 2014

INTERNACIONAL DEMOCRATA DE CENTRO (IDC) REUNIU SEU DIRETÓRIO EM BRUXELAS!

1. Com a presença de representantes de partidos de 15 países (na maioria vice-presidentes), além do presidente do PPE (partido popular europeu), que tem maioria no Parlamento Europeu, e o presidente e secretário geral da IDC, o diretório da IDC reuniu-se em Bruxelas, dia 19/03. As reuniões preliminares, segunda e terça, facilitaram as decisões.

2. O presidente da IDC, senador italiano Píer Casini, e presidente da comissão de relações exteriores do Senado da Itália, abriu com uma ampla exposição sobre o quadro político mundial, enfatizando a grave crise, produto da anexação da Crimeia à Rússia e suas repercussões europeias e riscos que retorne o hegemonismo russo nas ex-repúblicas soviéticas. Mostrou que o quadro do Oriente Médio e África do Norte (sigla usada, OMENA) é preocupante, pois há uma clara reversão das expectativas criadas, talvez com a exceção da Tunísia, que recentemente aprovou uma constituição democrática para um estado laico.

3. A situação da Líbia é fora de controle, com milícias locais exercendo o poder discricionariamente. E a da Síria, que vive ainda um impasse com guerra civil e quase 200 mil mortos. A outra região em crise grave é a Venezuela, sem desdobramentos previsíveis. Na Ásia, um ponto de preocupação no Mar da China é relativo à pressão da China sobre ilhas das Filipinas, afetando a soberania desse país. Na África, os pontos de preocupação são as guerrilhas muçulmanas no Iêmen e Somália e no ocidente, inspiradas pelo Al Qaeda.

4. Foi levantada a questão do separatismo que vive a Europa. Além da secessão com anexação da Crimeia, ainda há os casos da Escócia, com plebiscito no segundo semestre, o da Catalunha, na Espanha e o de Veneza onde se inicia um processo da volta do estado do Veneto, anterior à unificação italiana no século 19. O secretário de relações exteriores do PP da Espanha disse que são situações que não terão curso, pois para a União Europeia aceitar precisariam de 95% dos votos, o que é inviável. Foi levantado o caso de Kosovo que, em meio à guerra civil na antiga Iugoslávia, conseguiu sua soberania. Outra vez o representante do PP disse que foi um erro, pois só os estados dentro da federação da Iugoslávia poderiam ter este tratamento. E que a Espanha não reconhece o Kosovo, nem nunca reconhecerá, pois é um precedente inadmissível.

5. Foi debatida a questão do PDC do Chile por estar integrado a um governo com partidos de esquerda, inclusive o comunista, e que, numa situação dessas, suas pretensões de cargos superiores na IDC não poderão ser acatadas. Levantou-se o caso do Brasil, onde o PSD é parte do governo do PT e, nesse momento, Aznar, ex-presidente de governo da Espanha, preside um seminário da FAES (fundação do PP da Espanha) e que Lula foi convidado para conversar com Aznar. Os representantes espanhóis alegaram a autonomia da FAES, mas que levariam o caso ao partido, que de forma alguma respalda tais fatos.

6. A crise na Venezuela levantou duas propostas: fazer uma reunião conjunta da IDC com a IS (Internacional Socialista) a respeito e enviar uma missão a Caracas para realizar os contatos que permitam avançar uma solução.

7. Foi aceita por consenso a incorporação à IDC do Partido Democrático do Gabão. A incorporação do Partido Novo do Azerbaijão levou a um longo debate de mais de uma hora.  Brasil (Cesar Maia do Democratas) e Portugal (PSD) defenderam a incorporação dentro de um processo de democratização em que o governo tem se mantido independente em relação à Rússia e Irã e com uma constituição laica, etc. Mas o CDU da Alemanha vetou, dizendo que seu partido não concordava, pois não era uma democracia plena. O representante sueco afirmou que não votaria contra a Alemanha. Espanha e a direção da IDC propuseram postergar a decisão e enviar uma missão a BAKU.

8. Foram aprovados documentos sobre as Ilhas Filipinas, a Região do Oriente Médio e Norte da África, sobre Cuba (não há progressão apesar das promessas), sobre o Auge dos Populismos na Europa, sobre a Superação da Crise Econômica da Europa (sinais positivos em Portugal, Espanha, Irlanda e Grécia), sobre a crise da Venezuela, sobre a Ucrânia, e os informes da IDC sobre África e sobre Ásia. Finalmente abordou-se a eleição para o Parlamento Europeu em 25/05. A preocupação com o avanço dos Populismos nacionalistas foi atenuada pelo presidente do PPE, informando que as pesquisas, embora não garantam hegemonia dos populares e dos socialistas, garantem a estes dois blocos juntos mais que 50% do parlamento europeu, impedindo aventuras. Já há previamente 3 candidatos colocados para presidir a Comissão Europeia no lugar de Durão Barroso, cujo mandato finaliza com essas eleições.

9. Foi aprovado o relatório financeiro da IDC e marcado para novembro, provavelmente no México, o novo Congresso da IDC.

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ESQUERDA AVANÇA NA AMÉRICA CENTRAL! 

1. A eleição em El Salvador terminou quase empatada com vantagem para Ceren, candidato do governo. A FMLN venceu a eleição passada lançando um âncora de TV que, aliás, fez um governo moderado. Agora lançou um bolivariano e ex-comandante guerrilheiro. As pesquisas davam Ceren mais de 10 pontos na frente. Com isso, num sistema de voto voluntário, desanimou os eleitores do candidato de oposição. Estranhas pesquisas. Bem…, venceu a esquerda bolivariana.

2. Na Costa Rica o candidato do governo do PLN, que vem governando há muitos anos, foi surpreendido no primeiro turno com a ascensão de Solis, que vinha afastado nas pesquisas. O primeiro turno terminou empatado. Iniciado o segundo turno, as pesquisas deram a Solis uma enorme vantagem, algo como 60% a 30%. De forma chocante, Araya, prefeito de San José e candidato do governo, desistiu. Dessa forma, Solis correrá sozinho. Com a desistência, fica um ponto. Sendo o voto voluntário, quantos eleitores irão às urnas nesse início de abril? Se forem poucos, o governo entrará com baixa legitimidade. Solis, professor universitário e historiador, é um político de centro-esquerda. Costa Rica sai de um sólido Centro em direção à esquerda.

ESQUERDA AVANÇA NA AMÉRICA CENTRAL!

1. A eleição em El Salvador terminou quase empatada com vantagem para Ceren, candidato do governo. A FMLN venceu a eleição passada lançando um âncora de TV que, aliás, fez um governo moderado. Agora lançou um bolivariano e ex-comandante guerrilheiro. As pesquisas davam Ceren mais de 10 pontos na frente. Com isso, num sistema de voto voluntário, desanimou os eleitores do candidato de oposição. Estranhas pesquisas. Bem…, venceu a esquerda bolivariana.

2. Na Costa Rica o candidato do governo do PLN, que vem governando há muitos anos, foi surpreendido no primeiro turno com a ascensão de Solis, que vinha afastado nas pesquisas. O primeiro turno terminou empatado. Iniciado o segundo turno, as pesquisas deram a Solis uma enorme vantagem, algo como 60% a 30%. De forma chocante, Araya, prefeito de San José e candidato do governo, desistiu. Dessa forma, Solis correrá sozinho. Com a desistência, fica um ponto. Sendo o voto voluntário, quantos eleitores irão às urnas nesse início de abril? Se forem poucos, o governo entrará com baixa legitimidade. Solis, professor universitário e historiador, é um político de centro-esquerda. Costa Rica sai de um sólido Centro em direção à esquerda.

INTERNACIONAL DEMOCRATA DE CENTRO (IDC) REUNIU SEU DIRETÓRIO EM BRUXELAS!

1. Com a presença de representantes de partidos de 15 países (na maioria vice-presidentes), além do presidente do PPE (partido popular europeu), que tem maioria no Parlamento Europeu, e o presidente e secretário geral da IDC, o diretório da IDC reuniu-se em Bruxelas, dia 19/03. As reuniões preliminares, segunda e terça, facilitaram as decisões.

2. O presidente da IDC, senador italiano Píer Casini, e presidente da comissão de relações exteriores do Senado da Itália, abriu com uma ampla exposição sobre o quadro político mundial, enfatizando a grave crise, produto da anexação da Crimeia à Rússia e suas repercussões europeias e riscos que retorne o hegemonismo russo nas ex-repúblicas soviéticas. Mostrou que o quadro do Oriente Médio e África do Norte (sigla usada, OMENA) é preocupante, pois há uma clara reversão das expectativas criadas, talvez com a exceção da Tunísia, que recentemente aprovou uma constituição democrática para um estado laico.

3. A situação da Líbia é fora de controle, com milícias locais exercendo o poder discricionariamente. E a da Síria, que vive ainda um impasse com guerra civil e quase 200 mil mortos. A outra região em crise grave é a Venezuela, sem desdobramentos previsíveis. Na Ásia, um ponto de preocupação no Mar da China é relativo à pressão da China sobre ilhas das Filipinas, afetando a soberania desse país. Na África, os pontos de preocupação são as guerrilhas muçulmanas no Iêmen e Somália e no ocidente, inspiradas pelo Al Qaeda.

4. Foi levantada a questão do separatismo que vive a Europa. Além da secessão com anexação da Crimeia, ainda há os casos da Escócia, com plebiscito no segundo semestre, o da Catalunha, na Espanha e o de Veneza onde se inicia um processo da volta do estado do Veneto, anterior à unificação italiana no século 19. O secretário de relações exteriores do PP da Espanha disse que são situações que não terão curso, pois para a União Europeia aceitar precisariam de 95% dos votos, o que é inviável. Foi levantado o caso de Kosovo que, em meio à guerra civil na antiga Iugoslávia, conseguiu sua soberania. Outra vez o representante do PP disse que foi um erro, pois só os estados dentro da federação da Iugoslávia poderiam ter este tratamento. E que a Espanha não reconhece o Kosovo, nem nunca reconhecerá, pois é um precedente inadmissível.

5. Foi debatida a questão do PDC do Chile por estar integrado a um governo com partidos de esquerda, inclusive o comunista, e que, numa situação dessas, suas pretensões de cargos superiores na IDC não poderão ser acatadas. Levantou-se o caso do Brasil, onde o PSD é parte do governo do PT e, nesse momento, Aznar, ex-presidente de governo da Espanha, preside um seminário da FAES (fundação do PP da Espanha) e que Lula foi convidado para conversar com Aznar. Os representantes espanhóis alegaram a autonomia da FAES, mas que levariam o caso ao partido, que de forma alguma respalda tais fatos.

6. A crise na Venezuela levantou duas propostas: fazer uma reunião conjunta da IDC com a IS (Internacional Socialista) a respeito e enviar uma missão a Caracas para realizar os contatos que permitam avançar uma solução.

7. Foi aceita por consenso a incorporação à IDC do Partido Democrático do Gabão. A incorporação do Partido Novo do Azerbaijão levou a um longo debate de mais de uma hora.  Brasil (Cesar Maia do Democratas) e Portugal (PSD) defenderam a incorporação dentro de um processo de democratização em que o governo tem se mantido independente em relação à Rússia e Irã e com uma constituição laica, etc. Mas o CDU da Alemanha vetou, dizendo que seu partido não concordava, pois não era uma democracia plena. O representante sueco afirmou que não votaria contra a Alemanha. Espanha e a direção da IDC propuseram postergar a decisão e enviar uma missão a BAKU.

8. Foram aprovados documentos sobre as Ilhas Filipinas, a Região do Oriente Médio e Norte da África, sobre Cuba (não há progressão apesar das promessas), sobre o Auge dos Populismos na Europa, sobre a Superação da Crise Econômica da Europa (sinais positivos em Portugal, Espanha, Irlanda e Grécia), sobre a crise da Venezuela, sobre a Ucrânia, e os informes da IDC sobre África e sobre Ásia. Finalmente abordou-se a eleição para o Parlamento Europeu em 25/05. A preocupação com o avanço dos Populismos nacionalistas foi atenuada pelo presidente do PPE, informando que as pesquisas, embora não garantam hegemonia dos populares e dos socialistas, garantem a estes dois blocos juntos mais que 50% do parlamento europeu, impedindo aventuras. Já há previamente 3 candidatos colocados para presidir a Comissão Europeia no lugar de Durão Barroso, cujo mandato finaliza com essas eleições.

9. Foi aprovado o relatório financeiro da IDC e marcado para novembro, provavelmente no México, o novo Congresso da IDC.