31 de outubro de 2017

2018 NO RIO É ELEIÇÃO PARA PREFEITO – TAMBÉM!

1. O sonho oculto, efetivo (ou ambição?) dos pré-candidatos a governador do Rio de Janeiro em 2018 é perder a eleição e se candidatar a prefeito do Rio em 2020.

2. Na eleição de 2018, para governador, todos os pré-candidatos são competitivos para chegar ao segundo turno. Talvez seja isto que esteja os estimulando mais a se candidatar e, com isso, afirmarem-se como personagens na eleição de 2018. Dessa forma, atrairão a atenção nos programas e comerciais de TV, terão cobertura da imprensa, e a visibilidade para todos –os que têm mais e os que têm menos- crescerá.

3. Para se chegar esta conclusão de sonho oculto, um grupo de estudantes, um a um, realizou uma tarefa informal. Ir na agenda dos pré-candidatos, ou contatá-los através das redes sociais, e fazer perguntas simples, mais ou menos assim: i) Ser governador nesta crise financeira do estado e ao meio da crise da segurança pública, é masoquismo? ii) Ser prefeito do Rio não seria tarefa mais atraente? iii) Se você não se eleger governador, aceitaria ser candidato a prefeito em 2020?

4. As respostas –se não foram iguais-, foram muito semelhantes. A primeira veio acompanhada de um sorriso e arrematada com…, “é, você tem uma certa razão”. A segunda teve respostas iguais: …claro que sim. E na terceira pergunta, as respostas foram também iguais: …provavelmente.

5. Isso é reforçado porque a base eleitoral dos 4 pré-candidatos a governador é a mesma: a cidade do Rio de Janeiro e, naturalmente, o sonho de consumo de todos eles.

6. As pesquisas que circulam feitas pelos próprios pré-candidatos ou como pergunta agregada em outras pesquisas, pelos institutos, colocam sempre os nomes de Romário, Eduardo Paes, Indio da Costa e Tarcisio Motta. Romário aparece na frente, com uns 20%. Os demais flutuam no intervalo dos 6% a 10%.

7. E se supõe que, na cabeça de todos eles, venha aquela piada dos amigos que sairam correndo de um tigre. Um deles perguntou: Para que estamos correndo, se o tigre é muito mais veloz que nós? O outro respondeu: Você, eu não sei, mas eu estou correndo para correr mais rápido que você, e o tigre vai escolher o mais próximo.

8. Supondo que este quadro pré-eleitoral se mantenha mais ou menos assim até a campanha, o alvo dos candidatos não será quem está em primeiro, mas os demais, cujas diferenças de uns para os outros estará na faixa de uns 3% ou 4%, estimulando a todos e criando a expectativa de irem para o segundo turno.

9. E a motivação é reforçada pela eleição de 2020 a prefeito. Um deles respondeu a um estudante: É…, nessa eleição todos são candidatos a vencer, mas todos –se perderem- são, desde já, candidatos em 2020.

10. Nenhum ficará desmotivado durante a campanha.Todos vencerão, pois estarão ganhando força e visibilidade para 2020. Sendo assim, será uma campanha…, animada.

30 de outubro de 2017

LATINOBARÔMETRO 2017 E O BRASIL!
(Folha de S. Paulo, 28) 1. A democracia brasileira é a que tem o pior funcionamento entre os 18 países pesquisados para a edição 2017 do “Latinobarómetro”, uma ONG chilena que faz, desde 1995, uma consistente avaliação dos humores dos latino-americanos. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (27), são de impressionante contundência em relação ao Brasil, a ponto de apenas 13% dos brasileiros consultados se declararem satisfeitos com o funcionamento da democracia, último posto no ranking. Atrás até dos 22% de satisfação na Venezuela, que a maior parte dos governos e da mídia ocidental classifica como ditadura.
2. O relatório deixa claro que a insatisfação não é com a democracia como modelo de organização política. No Brasil, por exemplo, 62% consideram a democracia como o melhor sistema de governo, porcentagem que, no conjunto da América Latina, sobe para 70%. O apoio à democracia, aliás, vem subindo sistematicamente, desde o piso mais baixo encontrado (30% em 2001, penúltimo ano do governo Fernando Henrique Cardoso). Agora é de 43%, 11 pontos acima de 2016. O descontentamento, que é geral na região, é, portanto, com o funcionamento do modelo, não com ele propriamente dito.
3. No Brasil, os números são alarmantes. Quando a pergunta é se o governo age para o bem de todos, apenas 3% dos brasileiros concordam, de novo no último lugar da tabela. Na média da América Latina, 21% dizem que sim. Corolário inevitável: 97% dos brasileiros acham que se governa só para “grupos poderosos”, porcentagem bem superior aos 75% da média latino-americana. Entende-se, por essa resposta, que apenas 1% dos brasileiros considera que o país vive em uma “democracia plena”. De novo, é o último lugar no ranking.
4. Natural também que, quando se pede uma nota de 0 (não é democrático) a 10 (totalmente democrático), a do Brasil foi de 4,4 (a da América Latina, de 5,5). Quando, em vez da democracia, se mede o apoio ao governo, o resultado é idêntico ao de todas as demais pesquisas: só 6% apoiam o governo Michel Temer, um sexto da média latino-americana de 36%, bem abaixo da primeira colocada, a Nicarágua (67%) e abaixo até da Venezuela em grave crise (32%).
5. Nesse quesito, a queda no apoio ao governo começou em 2013, o ano das grandes mobilizações populares : de 2012 para 2013, o apoio ao governo (então de Dilma Rousseff) caiu 11 pontos, para 56%. Depois foi caindo para 29%, 22%, até chegar aos 6% de 2017. A pesquisa também ajuda a entender por que Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida eleitoral para 2018 : o pico de prestígio do governo foi exatamente em 2010 (86%), seu último ano na Presidência, o que lhe permitiu eleger Dilma. Se não confia no governo atual, o brasileiro tampouco confia nos seus conterrâneos: só 7% dizem ter confiança na maioria dos demais brasileiros, de novo o último lugar na tabela, a metade do resultado médio da América Latina, e longe dos 23% do Chile, primeiro colocado nesse quesito.
6. Das instituições, a mais confiável para os brasileiros é a Igreja: 69% confiam nela. Para as demais, as porcentagens são as seguintes: Forças Armadas (50%); polícia (34%); Justiça Eleitoral (25%); Judiciário (27%); governo, como instituição, não personalizada (8%, último lugar no ranking); Parlamento (11%, penúltimo lugar, superando apenas o Paraguai, com 10%); partidos políticos (7%, também no último lugar).
7. Os resultados para partidos políticos, Executivo e Parlamento explicam bem porque a satisfação com a democracia é tão baixa. Ajuda também a entender a classificação o fato de que a corrupção é considerada o maior problema do país para 31% dos brasileiros, a mais alta porcentagem entre os 18 países, três vezes superior à média latino-americana de 10%. Mais ainda: 80% dos brasileiros acham que o governo atua “mal” ou “muito mal” no combate à corrupção, muito mais do que a média da região (53%).
8. No território da economia, os dados do Brasil são contraditórios: 68% dizem que o seu salário alcança bem para os gastos, primeiro lugar entre os 18 países da pesquisa. Mas apenas 5% acham que a situação econômica atual é “boa” ou “muito boa”, no último lugar da tabela, junto com os venezuelanos.

27 de outubro de 2017

REUNIÃO DO CONSELHO DA JUVENTUDE DA IDU: REPRESENTAÇÃO BRITÂNICA DEFENDE O BREXIT!
Eleição da nova diretoria – Programação incluiu palestras e visitas a órgãos públicos e ao Parlamento Europeu – Bruxelas entre 19 e 21 de outubro – 2017.
A IDU (União Democrática Internacional) tem como base os Conservadores do Reino Unido e os Republicanos dos EUA.
Relatório do presidente da Juventude do Democratas do Brasil, Bruno Kazuhiro, presidente adjunto da IDU, reeleito.
Dia 1 – Quinta 19/10
Abertura
Jantar e palavras de boas-vindas do Presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani (Deputado Europeu – Forza Itália).
Dia 2 – Sexta 20/10
Tour no Parlamento Europeu
Encontro com Elmar Brok, Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu (Deputado Europeu – CDU/Alemanha)
Palestra de Daniel Hannan (Deputado Europeu – Partido Conservador/Reino Unido)
– A coisa mais fácil é ser blasé sobre o que temos hoje, achar que é natural, que a prosperidade do mundo é uma realidade imutável.
– Mas um americano ano passado tentou fazer um sanduíche de frango sem necessitar de mais ninguém. Ele plantou, colheu, criou o frango, fez o pão, ordenou uma vaca e fez o queijo. Demorou 6 meses para fazer o sanduíche. E alguém já havia criado a vaca.
– Como seria o mundo sem especialização e comércio? Hoje toda a cadeia de um sanduíche de frango gasta em estimativa apenas 19 minutos.
– A essência do capitalismo não é o egoísmo como dizem. A essência é a dependência mútua, no livre mercado nós cooperamos uns com os outros. Os países entraram no mercado global e dependem uns dos outros.
– Temos que aprender a comunicar isso. Nossos valores trazem prosperidade. Temos que mostrar isso às pessoas. É triste quando fazemos tudo certo em um governo e as pessoas mesmo assim querem mudar, eleger a esquerda e colocar no poder pessoas que preferiam que a URSS vencesse a Guerra Fria.
– Você preferiria ser pobre na Coreia do Norte, em Cuba ou nos Estados Unidos ou no Reino Unido? Onde você teria mais oportunidades?
– Nós acreditamos em cooperação. A esquerda acredita em divisão, em constante luta entre um suposto oprimido e um suposto opressor.
– O que ajuda mais as pessoas de países pobres? Debater sobre liberar totalmente a imigração na Europa versus impedir a entrada das pessoas na Europa ou ajudar a fortalecer o capitalismo nos países de onde eles vêm? Eles apenas querem uma vida melhor.
– Qual a lógica do protecionismo? Todos os países que se abriram ao livre mercado avançaram enormemente. É melhor importar produtos em uma área e focar naquilo em que você é melhor que os demais. É melhor inclusive importar produtos que você poderia fazer melhor, mas que lhe tomariam tempo e energia da produção de produtos mais valiosos.
– Disseram que o Brexit geraria uma crise profunda em 6 meses. Os índices hoje no Reino Unido são espetaculares. Baixo desemprego, crescimento do PIB, todos os números mostram. E isso ocorre porque, hoje, sair da União Europeia representa aprofundar o liberalismo econômico e sair das amarras e protecionismos da UE.
– Churchill disse que era a favor dos Estados Unidos da Europa e todos citam isso como algo favorável à União Europeia, mas ele disse no mesmo discurso que o Reino Unido não faria parte dessa união, seria apenas um país amigo, pois tem outras circunstâncias. A Suíça por exemplo até hoje não faz parte da UE e tem um ótimo acordo com a União.
– Não existe país que não está pronto para a democracia. Ele se prepara através da própria democracia. O povo vai melhorando e aprendendo a votar. E uma população bem informada politicamente é o segredo para o desenvolvimento.
Almoço no Centro Histórico
Visita à Sede do Partido Popular Europeu – PPE e conversa com presidentes da Juventude do PPE e do Movimento Estudantil Democrático Europeu
Palestra de David Bannerman (Deputado Europeu – Partido Conservador/Reino Unido)
– A União Europeia está falando agora de um exército europeu. Está indo no caminho de um superestado. E não será um estado liberal, não serão os Estados Unidos da Europa, serão um governo pesado. Isso apenas reforça a opinião no Reino Unido de que acertamos ao sair.
– A saída do Reino Unido foi para retomar o controle de suas leis, seu dinheiro e suas fronteiras.
– 70% da regulação na Alemanha vem de leis europeias. Não acham demais?
– A saída salva para o Reino Unido 10 bilhões de libras por ano, que iam para a UE. É metade do PIB de Birmingham.
– O Reino Unido terá um acordo de livre comércio com a UE. Assim como outros países europeus, assim como o Canadá.
Dia 3 – Sábado 21/10
Reunião Formal do Conselho da Juventude da IDU no Parlamento Flamenco
Boas-vindas do Secretário Geral da IDU, Christian Kattner (CSU – Baviera/Alemanha)
Discursos sobre a reunificação de todas as juventudes de partidos da IDU em uma única Juventude internacional.
Aceite de novos partidos-membros.
Eleição da nova Diretoria:
Presidente: Bashir Wardini (Líbano)
Presidente Adjunto: Bruno Kazuhiro (Brasil)
Secretária-Geral: Charlotte Kude (Reino Unido)
Tesoureiro: Mikkel Wrang (Dinamarca)
Vice-Presidentes: Bolívia, El Salvador, Gana, Índia, São Vicente e Granadinas, Itália, Portugal, Curdistão, Grécia e Sérvia.
Discurso do Presidente eleito.
Comentários curtos de cada participante sobre a situação de seu país.
Apresentação do Leadership Institute sobre influência da Rússia nas eleições americanas de 2016 através da internet, hackers e redes sociais.
Coquetel de encerramento na sede da DEMYC (Comunidade Europeia da Juventude Democrata)

26 de outubro de 2017

OS 500 ANOS DAS “95 TESES” DE LUTHERO: O DEBATE ENTRE PROTESTANTES E CATÓLICOS HOJE!

1. A ideia de uma entrevista com alemães protestantes e católicos sobre os 500 anos do nascimento do luteranismo (31 de outubro de 1517) partiu de uma troca de palavras há uns meses com Peter Hanenberg, professor da Universidade Católica de Lisboa. Que sugeriu a pastora Nora Steen. O trio completou-se com Constantin Ostermann von Roth, protestante mas não luterano, dirigente da Associação São Bartolomeu dos Alemães. A conversa decorreu no estúdio da TSF e as fotografias foram na Igreja Evangélica Alemã de Lisboa.

2. P: Vou começar por si Peter. Como católico alemão e professor de Estudos Culturais, como vê o legado de Lutero na sua Alemanha?
P.H.: Lutero é uma das figuras centrais da cultura da Alemanha. Por duas razões opostas: primeiro, porque a religião que surgiu com ele foi motivo da divisão entre os alemães em muitos momentos, e essa divisão trouxe, ao longo da história, sofrimento, guerras e conflitos e, neste sentido, pode dizer-se que era um separador dos alemães. Mas ao mesmo tempo é um unificador dos alemães, por exemplo, pela tradução da Bíblia que efetuou, que forneceu as bases para o desenvolvimento da língua alemã.

3. P: Pastora, para si que é luterana, a história de Lutero é ainda mais especial?
N.S.: Lutero é um cunho decisivo na Alemanha e na evolução da língua alemã. E ainda por outra questão: o povo foi incentivado a aprender a ler e a escrever. A tradução da Bíblia para uma linguagem que o homem da rua conseguia entender foi um marco na cultura do povo.

4. P: Constantin, sei que se considera laico, embora seja protestante por tradição familiar. Isso seria algo que Lutero, homem do século XVI, entenderia?
C.O.R.: Acho que sim. Sou laico e defino-me como protestante e não propriamente como luterano, como já disse. Porque aí há uma certa distinção entre os protestantes e os luteranos, mesmo fazendo todos parte do protestantismo. Sou laico, mas não sou nem ateu nem agnóstico. Acho que Lutero entenderia, porque ele não distingue, por um lado, como sagrado aquilo que acontece dentro da igreja e, por outro, como profano aquilo que acontece no nosso dia-a-dia, fora da igreja. Criou uma religião na qual a Igreja tem menos peso do que no catolicismo, e que se baseia muito na responsabilidade própria e nós também podermos agir diretamente perante Deus. Podemos dizer que Lutero abriu a porta ao laicismo.

5. P: É mulher e pastora. Na Igreja Católica não seria possível. Isto é uma grande evolução desde o luteranismo original, haver mulheres pastoras na Alemanha?
N.S.: Lutero não concordava com a ordenação de mulheres, estava dominado pelo pensamento patriarcal da época, convicto de que as mulheres deviam dedicar-se exclusivamente à família e ao lar. Na nossa igreja as mulheres pastoras existem apenas há algumas décadas.

6. P: Constantin, volto a si. A revolta de Lutero e as 95 teses que ele afixou tem que ver com a bula das indulgências e o fausto papal. Foi uma revolta pessoal de um monge que também era um intelectual ou refletiu o espírito do tempo?
C.O.R.: Refletiu aquilo que já era mais ou menos previsível no tempo em si. Porque já havia reformadores antes de Lutero, por exemplo John Wycliffe que criticou a acumulação das posses da Igreja. E relembro os humanistas que eram contemporâneos de Lutero.

7. P: Está a falar de Erasmo de Roterdão?
C.O.R.: Exatamente, que ao contrário de Lutero queria reformar a Igreja por dentro e não por fora. A importância e a visibilidade que damos a Lutero resulta de vários fatores: ele soube utilizar os novos meios de comunicação, como a tipografia; teve uma rede de companheiros, intelectuais e pintores, que divulgaram as suas teses e depois teve a sorte de ter um monarca que não tinha interesse em que o dinheiro da bula de indulgências saísse do próprio reino.

8. P: Consegue sintetizar o que é que foi revolucionário na mensagem de Lutero?
N.S.: Para mim foi o entendimento de que Deus nos ama a nós, seres humanos, sem que tenhamos de fazer alguma troca. Apenas pela graça divina temos a nossa justificação, afirma Lutero. Não é a confissão, não é o dinheiro, não são coisas materiais que nos podem libertar da nossa culpa. Além disso, o sacerdócio comum de todos os crentes é uma questão fundamental: todos temos competência para interpretar a Bíblia, para pregar a palavra e para dar a bênção.

9. P: Sem a proteção do príncipe da Saxónia, Lutero seria um mero rodapé da história? Alguém havia de silenciar?
P.H.: É importante o que o Constantin disse, de já ter havido outras pessoas que pretendiam uma reforma da Igreja e que criticavam certas práticas religiosas, o que significa que teria de vir um Lutero. Agora essa especial relação da proteção que depois encontrou junto do príncipe da Saxónia é, de facto, o início de uma relação muito próxima entre a fé e o Estado e isso ainda hoje é visível em muitas igrejas, na Dinamarca, na Suécia… Mesmo a organização das igrejas protestantes da Alemanha segue a linha dos estados, por isso essa questão de como é que a Igreja situa a fé perante o Estado é um dos desafios muito importantes na história da religião. E depois leva aos tais conflitos que marcaram os séculos XVI e XVII, como a Guerra dos 30 Anos, em que só no fim se chega à paz na medida em que se atribui a cada território uma só confissão. Quem tem o direito de mandar em termos políticos também tem o direito de mandar em termos religiosos. Essa proximidade é o desafio que se coloca na fé na Alemanha a partir de Lutero.

10. P: A divisão geográfica católicos-luteranos na Alemanha é ainda semelhante à que ficou da Guerra dos 30 Anos?
P.H.: Há regiões que se reconhecem como mais católicas ou mais protestantes, mas há uma grande migração. As fronteiras já não são tão definidas.

11. P: Constantin, o luteranismo é uma reação alemã à cultura latina ou acha que não tem nada que ver com isso?
C.O.R.: Se não tem nada que ver, não quero dizer. Mas tem pouco que ver. Lutero era uma pessoa muito introvertida, no sentido em que a sua principal preocupação era a sua angústia de não obter a redenção própria, de não ser salvo.

12. P: Peter, falou na importância da tradução da Bíblia para alemão. Esta tradução, para além de ser revolucionária, porque a Bíblia passa a estar acessível a todas as pessoas, tem um papel de unificador da língua, não é?
P.H.: Já havia outras traduções para alemão da Bíblia antes de Lutero mas não eram bem conseguidas. A intenção de Lutero era encontrar uma linguagem que era também a das pessoas na rua. E conseguiu. Introduziu uma grande força no texto bíblico, que não era simplesmente uma tradução, era um texto que conseguiu falar com as pessoas. E essa força da uma língua nova, fresca, real, partilhada pelas pessoas, é o que caracteriza essa tradução, além de ser uma das poucas feitas dos originais hebraicos e gregos, o que introduz uma dimensão filológica que também será importante para a teologia cristã na Europa.

13. P: O que é que sente que há hoje de luterano na identidade nacional alemã?
C.O.R.: Hoje já não é assim tão claro distinguir o que é especificamente luterano ou católico, porque depois da II Guerra Mundial houve os grandes fluxos de migração, portanto em zonas que antigamente eram nitidamente protestantes, hoje há mesclas. Mesmo Colónia, que era dominada pelos católicos, hoje tem uma relação entre protestantes e católicos quase de 50/50. Mas ainda há alguns vestígios daquilo que são resultados do luteranismo. Já não se notam como há cem anos quando Max Weber fez as suas pesquisas mas de facto há. Um dos impulsos é que a religião não se limita só à missa, mas também se estende à vida profana. Daí que os protestantes deem à profissão uma ideia de ser algo sagrado e leva-nos a exercê-la com paixão.

14. P: Está a dizer que – e falou de Weber e do seu A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo – assim se explica muito do que é hoje o sucesso económico da Alemanha?
C.O.R.: Falando por mim, acho que vestígios do protestantismo na sociedade alemã podem ser ainda vistos. Por exemplo, no prazer do escrutinar. Nós na Alemanha discutimos, no sentido de debater. Depois na racionalização da organização do dia-a-dia, também no valor que se dá ao investimento em vez do consumo, uma certa autodisciplina, a aversão à ostentação de riqueza, a austeridade que é hoje muito falada… É o resultado daquela visão que temos da nossa profissão e de como tem de ser regida, uma certa dureza contra si e os outros, no empenho e na dedicação, na pontualidade, que é o resultado de aproveitar o máximo do tempo que temos disponível, e optar pelo caminho não mais fácil, aquele que achamos que é o melhor para obter resultados. Essas características todas têm um lado positivo e negativo. Nós, protestantes, levamos tudo muito a sério, falta-nos uma certa leveza e alegria na vida.

15. P: Peter, como é que se relacionam os católicos e os luteranos? Os casamentos mistos existem?
P.H.: Existem e são completamente normais hoje. Mas na geração dos meus pais ainda era assunto. Quando o Constantin estava a descrever o protestante alemão, estava a reconhecer-me.

16. P: O católico alemão reconhece-se naquela descrição?
P.H.: Estou convencido de que os católicos alemães são muito protestantes. O Constantin tem razão, isso tem alguma origem no papel importante que Lutero deu a cada um dos crentes na sua autorresponsabilidade e no seu contrato pessoal com Deus. Nós católicos, encontramos na Igreja um mediador que pode ser uma ajuda no caminho.

17. P: A chanceler Angela Merkel é filha de um pastor. Acha que esta influência do luteranismo existe na forma como governa, como vive, a tal austeridade não só na vida mas naquilo que defende?
N.S.: Angela Merkel cresceu na Alemanha de Leste. Viveu um protestantismo claramente posicionado a nível político. E na RDA os protestantes formavam uma minoria que se deparava com muitas desvantagens. Esta experiência imprimiu um cunho para toda a vida. Aprendeu que era preciso ter uma personalidade forte para conseguir transformações, para pôr algo em movimento. Para além disso manifesta abertamente e com clareza a sua fé cristã.
C.O.R.: Eu não sei se de facto é ou não luterano, mas no nosso ministro das Finanças nota-se as características protestantes. E daqui acho que também resultam os mal-entendidos entre a forma como os alemães agem e o que os países do Sul pedem. A maneira de resolver problemas é distinta.

18. P: Peter, o luteranismo está na política alemã e não só nos democratas-cristãos de Merkel e Wolfgang Schäuble?
P.H.: Pode encontrar-se em vários partidos. E mesmo nos que têm o cristianismo no título não se nota mais e isso é muitas vezes motivo de crítica a estes partidos. Mas eu diria que mesmo em relação ao ministro das Finanças, o que ele faz não faz como protestante mas como ministro. O ser protestante é uma experiência diluída no dia-a-dia, nas práticas profissionais, num certo percurso do país, mas não se afirma como posição religiosa. O que se torna cada vez mais claro é que a Constituição tem bases na religião, mais numa religião cristã do que noutras, e isto também é motivo de grande reflexão agora que temos comunidades de outras religiões.

19. P: Constantin, é possível haver um protestantismo alemão por oposição ao luteranismo de suecos, noruegueses?
C.O.R.: Protestantismos há muitos, e nos luteranismos de facto há diferenças. O alemão é um dos mais liberais.

20. P: Nestas diferenças de que falámos, salta à vista a condição de pastora, que como disse é recente. Há mais alguma diferença evidente?
N.S.: Algumas. É óbvio que mulheres sacerdotes são uma marca distintiva. Porém, existe uma questão mais importante: Lutero refere o sacerdócio comum a todos os crentes, na nossa igreja não há diferenças perante Deus. Temos os mesmos direitos e os mesmos deveres, tanto um bispo como um leigo. Outra questão é que não existe para nós um culto mariano e não temos santos. Não temos santuários como Fátima ou Lourdes.

21. P: Uma pergunta mais provocadora ao católico alemão. Francisco fala de uma Igreja humilde, sem fausto. É possível dizer que o Papa está de alguma forma a seguir a mensagem de Lutero do século XVI ou é uma heresia?
P.H.: Não é uma heresia. O que é de reconhecer é o caminho que toda a Igreja levou para chegar agora ao Papa Francisco. Julgo que essas tentativas de renovar a Igreja por dentro é um processo que já se iniciou nos anos 1960. A Igreja Católica está atenta aos sinais dos tempos mas ao mesmo tempo quer ser o sinal para os tempos. Como dizia Bento XVI, um alemão, a Igreja Católica oferece caminhos, não impõe estes caminhos. Esta proposta é provavelmente a diferença mais marcante em relação ao luteranismo hoje em dia, esse processo de aprendizagem com propostas para os crentes se orientarem neste mundo.

25 de outubro de 2017

PORTUGAL E A UNIDADE TERRITORIAL DO BRASIL! ESPANHA E CATALUNHA!
1. Os gravíssimos problemas enfrentados pela Espanha, hoje, com a busca pela independência da Catalunha, teriam sido evitados se desde os anos 1500, Espanha tivesse aprendido com Portugal.
2. Quando os Reis Católicos Isabel de Castela e Fernão de Aragão unificaram a Espanha, os reinos que os conformavam mantiveram basicamente as suas autonomias administrativas e linguísticas. Os casos mais destacados foram o do País Basco e da Catalunha.
3. Só com a superação da guerra civil espanhola (1936-1939) o ditador general Franco passou a se preocupar com essa situação. A tentativa que fez de unificar a língua determinando que as escolas só ensinassem o espanhol nunca deu certo na Catalunha, que se afirmou como uma região bilíngue.
4. Após Franco, os pactos de Moncloa e a normalidade constitucional conduzidos pelo Rei Juan Carlos e seu primeiro-ministro Adolfo Suárez focalizaram a pacificação do país na questão política e democrática. Os problemas regionais foram sendo reafirmados com as autonomias e desenhos administrativo e tributário diversos.
5. A Catalunha afirmou-se como uma região bilíngue, com as escolas ensinando nos dois idiomas -espanhol e catalão- e as campanhas políticas -incluindo os comícios- se dando nas duas línguas. Com menor rigidez, a Biscaia sinalizava seu biculturalismo menos acentuado pela liderança, por décadas, de Fraga, franquista de tradição.
6. Portugal tratou essa questão especialmente com sua maior colônia -o Brasil- de forma muito diferente desde o século 16. O risco que as Capitanias Hereditárias pudessem redundar num fatiamento da colônia durou pouco, abrindo espaço ao Governo Geral. A Espanha coordenava sua enorme extensão territorial com dois Vice-Reis que durante a século 18 foram desmembrados em 4 (Nova Espanha, Granada, Peru e Rio da Prata) e duas capitanias gerais da Guatemala e Caracas.
7. No século 18, Marquês do Pombal, poderoso primeiro ministro português, imprimiu independência econômica em relação à Inglaterra, desenhou a hipótese do Rei de Portugal ter que vir para o Brasil num momento crítico, o que ocorreu uns 40 anos depois, com a invasão napoleônica.
8. E foi mais longe. Entendendo que as regiões dirigidas pelos jesuítas caracterizavam territórios autônomos, expulsou os jesuítas, no que foi acompanhado pela Espanha. Unificou as relações do Brasil com Portugal, que eram dívidas com o Grão – Pará que atuava com autonomia de regras em relação ao restante do Brasil.
9. Proibiu que se falasse, além do português, o Tupi e Guarani, que eram falados por mais da metade dos brasileiros e da mesma forma agiu em relação às línguas africanas. Ainda no século 19, parte significativa da população de São Paulo e Mato Grosso usava o Guarani como sua língua, o que foi reprimido.
10. O Reino Unido deu continuidade a esta determinação. O Rei Dom João VI garantiu a unidade territorial ocupando uma parte das Guianas ao norte e a província Cisplatina ao sul, que passaram a ser fronteiras ampliadas de segurança. Da mesma forma, empurrou a colonização de parte da Bolívia por brasileiros, o que décadas depois gerou a compra do território do Acre.
11. Dando sequência, o Império do Brasil foi implacável com as rebeldias com caráter independentista, como a Confederação do Equador em 1824 e a República Rio-grandense (Piratini) em 1836. O Império adotou um governo centralizado, evitando a federalização pelos riscos de estimular movimentos de independência. Só com a República, em 1889, foi introduzida a federação já tendo como referência os Estados Unidos pós guerra civil dos anos 1860.
12. Com a Constituinte de 1987/1988 essa preocupação permanecia. Os militares fizeram chegar aos Constituintes que o sistema politico partidário deveria ser nacional e que a nova Constituição não poderia prever partidos regionais, pois isto era um risco e um passo que estimularia movimentos independentistas em regiões.
13. A Catalunha veio confirmar essa preocupação dos militares brasileiros em 1988. Os partidos regionais da Catalunha vieram com a Constituição de 1978 da Espanha. E são a base política dos movimentos independentistas e do quadro atual.

24 de outubro de 2017

STRIKE POLÍTICO NO SUDESTE!
1. No encerramento da campanha presidencial de 2014, a eleição seguinte em 2018 apontava para o presidente seguinte vir do Sudeste.
2. O mensalão havia produzido importantes perdas, como o ministro José Dirceu e os presidentes do PP, do PR e do PTB.
3. Mas o PT estava forte, com dois nomes: o ex-presidente Lula e o governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel. No Rio de Janeiro, a vitória de Pezão, do PMDB, colocava no jogo o ex-governador Sergio Cabral.
4. Por seu turno, o PSDB mantinha-se firme e competitivo através de Minas Gerais, com o senador Aécio Neves, que havia perdido para Dilma por pequena diferença na eleição presidencial de 2014. E a crise econômica já desenhada a fins de 2014, fortalecia ainda mais o PSDB como alternativa para 2018.
5. No primeiro semestre de 2014 as investigações que tinham como referência a Lava-Jato iniciaram um dos maiores strikes de todos os tempos na política brasileira num prazo de apenas 3 anos.
6. Em 2017, com os primeiros sinais da pré-campanha, o quadro herdado da eleição de 2014 foi desintegrado, especialmente no Sudeste, de onde sairia mais uma vez o presidente da República.
7. O impeachment de Dilma, em 2016, desmontou a máquina do PT plantada no governo. Com isso, afetou a máquina eleitoral do PT para 2018. Em seguida, as investigações sobre Lula desintegraram o que seria a forte e pré-favorita alternativa do PT com Lula. Se não bastasse, o principal parceiro de Dilma, eleito governador de Minas Gerais e que compunha com ela e Lula o triângulo principal do PT, foi igualmente desmontado.
8. As gravações com Aécio Neves, que no mínimo caracterizaram um grave caso de falta de decoro parlamentar, desintegrou a óbvia e automática opção eleitoral do PSDB. O prefeito Dória, de forma açodada, se apresentou como o nome de São Paulo e iniciou sua caravana pelo Brasil. Não resistiu a 2017. Desmoronou com menos de 10 meses de jogo sua pretensão presidencial.
9. E o PMDB, que contava com a liderança do ex-governador Sergio Cabral que vinha comandando a política do Estado do Rio de Janeiro desde 2006, foi atropelado pelas investigações, levando de roldão sua equipe.
10. Strike feito, restou ao Sudeste o nome do governador Geraldo Alckmin e do deputado Jair Bolsonaro. Um binômio imprevisível no final de 2014.

23 de outubro de 2017

EX-BLOG ENTREVISTA CESAR MAIA: LIBERALISMO E LIBERALISMO!
1. Ex-Blog: Em reuniões, você tem repetido que os políticos que defendem o liberalismo são, na verdade, de dois tipos de políticos liberais. Poderia explicar?
CM: Eu me dei conta disso na votação da privatização da telefonia. Na hora da votação, o deputado Fernando Gabeira –agrupado entre os deputados ditos de esquerda- foi ao microfone e disse que votaria a favor da privatização.
2. Ex-Blog: Qual a justificativa?
CM: Ele disse que estava votando a favor do cidadão que, com o sistema estatizado, não se tinha acesso aos serviços que poderia ter. E realmente ocorreu assim. Os números enormes e o alcance da telefonia celular, dos smartphones, demonstram isso. Todos passaram a ter contato direto e amplo. Serviços pessoais e residenciais criaram verdadeiras “empresas pessoais”.
3. Ex-Blog: O que distinguiria os dois tipos de liberalismo que você tem citado?
CM: Melhor seria dizer duas visões de liberalismo. Numa delas, que é a que normalmente se difunde, o foco é a empresa. Esse tipo de liberalismo critica o controle estatal e defende a privatização de olho na liberdade empresarial, e na competitividade. De uma forma simples, se poderia dizer que o cidadão é visto como consequência da liberdade empresarial e, dessa forma, da competitividade.
4. Ex-Blog: Isso está errado?
CM: Depende. Mas, de qualquer forma, é uma visão vertical, vale dizer, da empresa em cima e do cidadão embaixo como consequência.
5. Ex-Blog: E o outro tipo de liberalismo que você cita?
CM: É o que tem o cidadão como foco, as necessidades do cidadão e o acesso a serviços de melhor qualidade e mais baratos. Com a mesma renda salarial, se isso ocorre, há um evidente aumento da renda salarial do cidadão.
6. Ex-Blog: O que muda com esse foco alternativo no cidadão?
CM: Muda, a começar, pela escala de prioridades. A visão liberal tradicional é em geral fiscalista, ou seja, olha para as privatizações como forma de reduzir o gasto público e de se garantir maior acesso a investimentos.
7. Ex-Blog: Isso está errado?
CM: Não se trata de estar errado ou certo, mas de se ter o foco concentrado na atividade empresarial estatal, pública ou privada. De ser esta a prioridade.
8. Ex-Blog: E o foco alternativo no cidadão?
CM: Nesse caso, a análise parte dos serviços que deveriam atender aos cidadãos. Telefonia, como citei, é um exemplo que se tornou óbvio após a privatização. Os serviços aeroportuários é outro exemplo. A qualidade das rodovias é outro. Os planos de saúde, liberando a saúde pública para os que mais precisam, deveria ter sido outro. O transporte público. Isso chega a questão ambiental, a urbanização, etc.
9. Ex-Blog: Mas em certos casos de privatização os serviços não têm melhorado para os cidadãos.
CM: É verdade, e isso acontece porque os governos muitas vezes não entendem que ao priorizar e ter como foco o cidadão, a privatização deve ter como consequência a melhoria e amplitude, seus controles, as normativas e a fiscalização sobre esses serviços. O governo, ao não ser o gerador dos serviços quando o foco é o cidadão, deve se qualificar e ampliar suas responsabilidades fiscalizadoras e normatizadoras.

20 de outubro de 2017

XADREZ DEMOCRÁTICO!

(Revista Piauí, 18.10.2017) 1. Cesar Maia foi assertivo na última frase antes de encerrar a entrevista: “Não acredito que Rodrigo Maia assuma a Presidência da República, e torço para que isso não aconteça.”

2. Minutos antes, reprovara, com a mesma veemência, uma eventual candidatura do prefeito tucano de São Paulo, João Doria, à Presidência da República pelo seu partido. “Se ele se filiar, está bom, é prefeito de São Paulo. Agora, se lançar candidato a presidente pelo DEM, um partido que tem tradição de políticos seniores, essa hipótese, por parte do partido, nunca existiu.” Entre os apresentadores de televisão aventados como candidatos ao Planalto em 2018, ele já tem um preferido: Luciano Huck, um “nome mais forte” do que o do prefeito paulistano.

3. Eram quatro da tarde de terça-feira, 17 de outubro. Pela manhã, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, definiu que o Senado adotasse o voto aberto para decidir se manteria o afastamento de Aécio Neves A sessão que selaria o destino imediato do senador tucano estava marcada para o fim do dia.“Vamos ver como termina o dia”, disse-me Cesar Maia.

4. Aconteceu a Cesar Maia o que ocorre quando um filho de figura pública se torna também protagonista. Hoje, Cesar é o pai de Rodrigo. “Somos pessoas completamente diferentes. Eu sou um tecnocrata, ele é um diplomata, um homem com capacidade de liderança e de mediação”, afirmou. São por essas características que, segundo o pai, Rodrigo Maia não deve “queimar etapas” e se tornar presidente agora. “A trajetória do Rodrigo gera para ele uma responsabilidade institucional de disputar novamente a eleição para deputado federal em 2018 e continuar comandando a Câmara dos Deputados. Não sei como será a Câmara depois da próxima eleição, mas com o perfil de hoje, poucos terão condições de comandá-la como o Rodrigo”, disse Cesar.

5. “Vou falar um negócio para você”, disse-me Cesar Maia, quando lhe perguntei sobre a crise entre Rodrigo Maia e Michel Temer. “Acredite se quiser: não há crise alguma. O que houve foi uma resposta do Rodrigo ao que esse advogado falou. Eu lhe garanto que, se fosse o advogado anterior [Antônio Cláudio Mariz, responsável pela defesa de Temer na primeira denúncia], não teria falado isso em hipótese alguma”, justificou Cesar. Às rusgas por causa da divulgação das acusações de Funaro soma-se uma batalha partidária para atrair parlamentares. Rodrigo Maia acusa o PMDB de cooptar deputados e senadores do PSB que negociavam filiação ao DEM.

6. “Não há chance de a segunda denúncia ser aceita pelo plenário da Câmara dos Deputados. O que pode acontecer é, devido ao desgaste cumulativo do governo, a votação ser um pouco mais apertada. Mas não a ponto de afastá-lo do cargo. Isso pode, sim, ter consequências em votações importantes para o governo, como a reforma da Previdência.”

7. “Não tenho dúvidas de que Huck é mais forte do que o Doria como candidato a presidente. Doria tem lustro, mas Huck é um apresentador de programa popular. A penetração de seu nome é mais forte do que a de Doria.” Cesar Maia diz desconhecer que tenha havido convite formal a Huck – mas não descarta que isso possa acontecer. “Houve encontro dele com lideranças, porém nada definido. Mas pode ser que, neste exato momento, as coisas mudem. Estamos no Brasil.”

8. Falando antes de o Senado rejeitar o afastamento de Aécio Neves de seu mandato, Cesar Maia disse que havia sido criado um “problema sério” para a imagem da Casa e do senador mineiro. Para o ex-prefeito, Aécio deveria ter “pedido afastamento” logo que as primeiras denúncias surgiram. “Houve falta de decoro parlamentar nos diálogos de Aécio com Joesley Batista.” “Agora como vai ficar para o Senado, não sei. O que sei é que o PSDB está dividido, estraçalhado.”

19 de outubro de 2017

LULA PODE SER CANDIDATO A PRESIDENTE? PODE ASSUMIR?
1. A probabilidade da segunda instância do TFR do Paraná manter a condenação de Lula -a mais ou a menos- é dada como certa. Isso leva a uma conclusão simplista: pela lei da ficha limpa, Lula não poderia ser candidato. Mas ainda não seria assim.
2. Em primeiro lugar, depende da data do julgamento ocorrer antes da data limite para as inscrições dos candidatos. Esta data depende desse primeiro julgamento na segunda instância.
3. Se não houver unanimidade entre os três Desembargadores, o julgamento irá a um colegiado maior com mais dois Desembargadores. E outra vez dependerá da data deste segundo julgamento ocorrer antes da data limite da inscrição.
4. Havendo unanimidade, Lula poderá recorrer, seja em busca de uma liminar no STJ ou através de um recurso no TSE, com alegações relativas a legislação eleitoral. Para a defesa de Lula tão ou mais importante que o mérito, é o prazo. O objetivo seria retardar os julgamentos até depois do segundo turno da eleição.
5. Mas não havendo unanimidade no primeiro colegiado de três desembargadores, passará a correr um novo prazo para o recurso, no segundo colegiado, que poderia ultrapassar a data limite para inscrição da candidatura.
6. Portanto, supondo que numa ou noutra hipótese a inscrição eleitoral ocorrer dentro da data limite, a defesa de Lula recorrerá em busca de uma liminar no STF e no TSE. Para a defesa de Lula, os atos dos recursos até os julgamentos terão efeitos suspensivos.
7. Supondo que a defesa de Lula consiga uma liminar. Se for assim, Lula concorreria e se aguardaria uma decisão final.
8. Supondo que os pedidos das duas liminares -ou de uma delas- não sejam julgadas até a data do segundo turno, a defesa de Lula considerará a não decisão como efeito suspensivo.
9. Se Lula vencer no segundo turno, ainda haveria um terceiro turno. O MPF recorrerá contra a diplomação, pedindo que seja suspensa. Se houver a decisão suspendendo a diplomação, a eleição ainda não estará resolvida.
10. Dependerá de um julgamento no TSE, autorizando a diplomação do segundo colocado. Ou mesmo da finalização do julgamento no STJ, ou mesmo de um recurso final ao STF.
11. Dependendo dos prazos observados e da sequência deles, se poderá chegar na data da posse do próximo presidente sem se saber quem será o presidente eleito. Ou havendo qualquer decisão em relação a diplomação, virá o inevitável recurso do outro candidato, gerando uma insegurança jurídica e política, até na formação do novo governo e da validade das medidas adotadas junto à posse do novo presidente.
12. O que a defesa de Lula puder fazer para retardar qualquer decisão definitiva, fará. E isso para a defesa de Lula será mais importante que o mérito. E a insegurança além de jurídica e política, será econômica.

18 de outubro de 2017

BRASIL: A DIREITA CONSERVADORA TENDE A IR PARA O SEGUNDO TURNO NA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL DE 2018!
1. A presença permanente do deputado Jair Bolsonaro em segundo lugar nas pesquisas pré-eleitorais realizadas por todos os institutos de pesquisa, não deve ser vista de forma personalista em função da imagem e posicionamentos do deputado. É provável que se as pesquisas incluíssem o nome de um General -destacado nas redes e na imprensa por suas declarações conservadoras-, haveria uma troca com Bolsonaro, que perderia alguns pontos nas intenções de voto.
2. Pesquisa recente do Instituto Paulo Guimarães, perguntando se os eleitores preferiam um presidente civil ou militar, 33% responderam que preferiam um Presidente Militar. Em outra pergunta, se para o Brasil seria melhor a Democracia ou um Regime Autoritário, 21,6% responderam que preferiam um Regime Autoritário. O Instituto Datafolha, em pesquisa de outubro, mostra que a direita + centro-direita somam 40% da preferência dos eleitores. E ao elencar opiniões sobre temas, 29% são a favor do cidadão possuir uma arma legalizada, 46% a favor da pena de morte, 83% a favor da proibição de drogas e 26% de desencorajar homossexualismo.
3. O instituto Pew de pesquisas, dos Estados Unidos, em pesquisa recente, em 38 países, perguntou sobre apoio ou simpatia por governos militares ou não democráticos. Folha de S. Paulo, 17/10: “Segundo a pesquisa, 23% dos entrevistados no Brasil dizem não gostar da democracia representativa e apoiam ao menos uma das três formas de governo: tecnocrático, militar ou com um ‘líder forte’. Nos 38 países, a média é de 13%, com 23% que dizem descartar formas de governo “não democráticas”.
4. Quando a pergunta é feita especificamente sobre um governo militar, 38% dizem que a opção seria boa no Brasil, contra 55% que se opõem. Em todos os países, a média é de 24% de apoio a esse tipo de governo”.
5. Cruzando essas e outras pesquisas com pesquisas recentes políticas e eleitorais no Brasil, verifica-se que uma, se não a mais importante, resultante de opinião da crise política, econômica e corrupção política, é reforçar o apoio às ideias não democráticas e retomar a memória positiva do regime militar no Brasil.
6. Importante destacar que quando se faz referência às ideias ditas de Direita, as que ganham maior apoio são as conservadoras e não as liberais. A criminalização da política em função dos escândalos, reforça essa tendência.
7. As consequências eleitorais, se as eleições fossem hoje, são claras. Um candidato com ideias conservadoras de direita iria para o segundo turno. E mais ainda. Se Lula conseguir ultrapassar seus problemas jurídicos e se candidatar a presidente, ou se seu apoio aberto e colado a um candidato que seja sua “imagem e semelhança”, a probabilidade –hoje- é que no segundo turno teríamos um candidato conservador e de direita e Lula ou seu clone.
8. E agregue-se o efeito que o crescimento dos votos brancos e nulos e da abstenção terá sobre a decisão do eleitor em 2018. É provável que o voto conservador de direita tenha maior estabilidade e se beneficie dessa tendência. Dessa forma, os candidatos de centro, centro-esquerda ou centro direita, e especialmente os liberais, estariam –hoje- fora do segundo turno.
9. Mas ainda há muita água a passar nesse rio da opinião pública política. E que esse processo não corra espontaneamente, mas que seja impressionado pela opinião das pessoas, das redes e da imprensa. Espera-se!

17 de outubro de 2017

COMUNICAÇÃO POLÍTICO-ELEITORAL! SUCESSO COM UM NOVO DISCURSO: INVERTIDO!
1. A atual e poderosa governadora de Tóquio Yuriko Koike, a mais popular política do Japão , introduziu em sua comunicação popular, em seus discursos e publicidade, um discurso invertido.
2. Não assume compromissos expansivos -como é o tradicional, o normal- do tipo construirei tantas estradas, tantas escolas, tantos hospitais, ou abrirei tantas vagas nas creches ou nas escolas ou na universidades, ou coisas no estilo.
3. Ela faz um discurso afirmando seus compromissos que poderíamos chamar, talvez, de sustentabilidade.
4. Sua comunicação faz um enorme sucesso e aponta apoio amplo para seu grupo nas eleições do próximo dia 22 em que ela, mesmo não sendo candidata, pode provocar uma pressão sobre o parlamento para elevá-la a primeiro-ministro.
5. Suas opiniões sobre economia ela chama de yurikonomics, usando seu próprio nome.
6. Seus compromissos gerais ou seus pontos ou prioridades, num futuro governo, para as eleições do dia 22, Yuriko Koike lançou dizendo o que paradoxalmente -não quer e fará. OS 12 ZEROS onde mostra sua “enorme habilidade no manejo de imagens e símbolos”, como afirmam os analistas, conformam seu programa.
7. Segue seu programa de 12 ZEROS, que é facilmente adaptável em 2018 para o Brasil e para qualquer um de seus Estados e candidatos.
Leia e pense:
Zero energia nuclear;
Zero impunidade para corporações;
Zero doação empresarial para políticos;
Zero fila nas creches;
Zero fumo passivo;
Zero superlotação em transporte coletivo;
Zero abandono de animais domésticos;
Zero desperdício de comida;
Zero violação de direitos trabalhistas;
Zero idosos ou deficientes sem acesso ao transporte público;
Zero fios e cabos aéreos pendurados em poste;
Zero febre do feno (rinite alérgica).

16 de outubro de 2017

COMO O ELEITOR VOTA! 2018 NÃO SERÁ DIFERENTE! OS BINÔMIOS POLÍTICOS!
1. Existem 2 vetores políticos que atraem os votos dos eleitores. E as alternativas dos eleitores entre eles formam uma combinação de 4 hipóteses.
2. Esses vetores políticos são: Conservadores e Liberais. Conservadores na Economia ou intervencionistas. Liberais na Economia, com um intervencionismo mínimo. Conservadores nos Valores, que se poderia resumir como Valores Cristãos. Liberais nos Valores em relação a vida (aborto), em relação à família, e em relação ao comportamento.
3. Pesquisas nos últimos anos procuram entender as tendências políticas não mais na clássica disjuntiva direita/esquerda, ou mesmo nas alternativas partidárias. Para isso, fazem perguntas sobre economia, estado, comportamento, família, sexo, etc., aos eleitores.
4. E, em seguida, agrupam os eleitores nas 4 hipóteses citadas. 1) Liberais na Economia, Liberais nos valores; 2) Liberais na economia, conservadores nos valores; 3) Conservadores na Economia, liberais nos valores; 4) Conservadores na economia, conservadores nos valores.
5. A Direita tanto pode afirmar-se liberal como conservadora na economia. Mas sempre se afirma como conservadora nos valores. A Esquerda será sempre conservadora na economia e liberal nos valores. Raramente se encontra uma representação política liberal na economia e liberal nos valores. Esta última hipótese é de baixa atratividade eleitoral, pois confunde os eleitores.
6. Quanto mais claras as opções políticas nestas hipóteses e alternativas, mais fácil o eleitor identificará sua representação. Usando as pesquisas recentes e a movimentação dos pré-candidatos, se vê que Lula é claramente conservador na economia e liberal nos valores. Bolsonaro, sempre conservador nos valores, recentemente fez uma opção por ser liberal na economia em sua viagem aos Estados Unidos. Com isso, sua candidatura passa a ter uma imagem mais nítida.
7. O PSDB, seja com Alckmin como com Dória, afirma-se conservador nos valores. Na economia, com ambos, afirma-se liberal, embora de forma mais nítida com Dória. Marina, enquanto personagem, flutua na economia entre afirmações liberais e conservadoras e, da mesma forma, em relação aos valores. Isso já ficou claro em 2014 e fica muito mais claro hoje. Dessa forma, será difícil aglutinar maiorias.
8. O PDT afirma-se sempre como conservador na economia. Mas, nos valores, será muito difícil ter unidade com Ciro, o que dificultará a identificação com maiorias de opinião eleitorais. Alvaro Dias mistura, em suas posições, opiniões liberais e conservadoras tanto em economia como nos valores. Dessa forma, muito dificilmente marcará uma identidade e tenderá a flutuar num patamar muito baixo.
9. Tentar ser as duas coisas ao mesmo tempo, para conseguir votos, é o caminho para confundir e perder votos. É claro que somente em campanha se poderá identificar o binômio de cada candidato. Essas são hipóteses em função das posições que divulgam e que a mídia clássica e social multiplica.
10. Há que esperar. Mas serão os binômios descritos acima e a identidade relativa dos candidatos em relação a eles que informarão a competitividade dos candidatos, esses ou outros que surjam.

11 de outubro de 2017

RELATÓRIO DO PROGRAMA DA CONVENÇÃO NACIONAL DA JUVENTUDE DA CDU, REALIZADO EM DRESDEN, CAPITAL DA SAXÔNIA (ANTIGA ALEMANHA ORIENTAL)!
Bruno Kazuhiro, presidente da Juventude Democratas Brasil (primeira semana de outubro-2017)
1. Abertura à tarde com participação do Primeiro-Ministro da Saxônia (Governador), Sr. Stanislaw Tilich (CDU).
– Alemanha tem muitos vizinhos, mas na Saxônia focamos na República Tcheca e na Polônia, que fazem fronteira conosco.
– A democracia cristã era muito forte na Europa no passado. Foi perdendo espaço em países como Itália e Holanda. Mas nos mantemos fortes na Alemanha. Nesses países a direita mais radical ganhou nosso espaço, como o Forza Itália por exemplo. Não podemos deixar que isso ocorra aqui com a AFD,(Alternativa de extrema direita). Temos que seguir nos reinventando.
– A Saxônia é o estado que está melhor econômica e socialmente dentre os antigos da Alemanha Oriental. – O crescimento da AFD vem do medo. Medo de perder os empregos, dos refugiados, da globalização, da mudança, da competição no mercado com produtos da Ásia, etc.
– Estamos disputando espaços com carros asiáticos. Nossa indústria automobilística é o coração da Alemanha. – O sucesso alemão atual não pode ser visto como eterno. É preciso cuidar, manter, planejar, diminuir a insegurança que faz crescer a AFD.
– Como cristão também me pergunto: Que mundo é esse onde o sucesso só é medido pelo dinheiro? Todos só querem riqueza, esquecendo solidariedade, comunidade, esforço individual, etc.
– Jovens não foram tanto com AFD. Foram mais adultos, preocupados em perder o que têm, o emprego, a aposentadoria. Antes do nazismo a Saxônia era uma potência industrial. Após duas ditaduras, nazista e comunista, temos só subsidiárias de empresas de outros estados ou países. Decidem nosso futuro fora daqui. O povo não gosta disso.
– A CDU e Merkel falaram tanto de Brexit, Grécia, UE, que deixaram populismo crescer em casa. AFD vem disso. Vivemos num mundo complexo onde um jornalista vive fazendo tudo em seu iPad mas critica a queda na venda do jornal impresso.
2. Visita à Assembleia Legislativa da Saxônia. Matthias RöBler (Presidente da Assembleia estadual)
– Temos muita relação na Saxônia com República Tcheca, Hungria, Polônia, Eslováquia e Áustria. Há muito pouco desemprego na Alemanha e mesmo assim AFD teve muitos votos. O fenômeno populista europeu chegou aqui. A CSU enxerga com bons olhos uma democracia mais direta nos municípios como forma de dar protagonismo ao eleitor, mas a CDU não é tão favorável.
– Permitimos o crescimento da AFD quando abrimos fronteiras para mais de 1 milhão de refugiados. Sejamos francos, isso afetou principalmente as regiões mais pobres e rurais da Alemanha, onde as pessoas temem o desemprego. Serão as negociações mais difíceis da história recente em relação à coalizão. O SPD escolheu pensar nele ao invés da estabilidade do país e recusa repetir parceria. Nos resta a opção dos liberais e os verdes, mas ainda temos que nos entender com a CSU com quem também temos divergências. A CSU hoje é mais conservadora e a CDU mais de centro.
– Os verdes pedem que abandonemos os motores de combustão, mas isso arruinaria nossa indústria automobilística hoje. Como governar com eles? Um governo de minoria nunca ocorreu na Alemanha. Talvez ocorra agora com CDU + FDP.
– Não vejo a AFD se aliando a outro partido, mas no futuro quem sabe? AFD vive na crítica. Não oferece soluções. Se não resolver nada, não vai sobreviver por muito tempo.
– Dos mais de 1 milhão de refugiados, 800 mil são homens jovens do Iraque, da Síria e do Norte da África. Estatísticas criminais altas. Muitos não possuem documentos. 60% vêm por questões financeiras e não por perseguição política e religiosa como alegam para pedir asilo.
3. Visita a uma fábrica da Volkswagen focada na produção de carros elétricos. Visita à Prefeitura de Dresden. Detlef Sittel (Vice-prefeito de Dresden)
– Dresden está revitalizando prédios históricos, realizando obras contra enchentes do Rio Elba, investindo na divulgação como destino turístico, principalmente nas artes como atrativo cultural.
Dresden e Leipzig são as únicas cidades hoje na Saxônia onde a população cresce.
– Grandes eventos e mercados de Natal nos exigem esforço de segurança, prevenção de acidentes, patrulha policial, grupo antiterrorismo etc, normalmente com policiais à paisana, para não gerar sensação de insegurança.
– Temos mais problemas de criminalidade com refugiados do Norte da África do que do Oriente Médio. Muitos crimes são entre eles mesmos ou atuação no tráfico de drogas, principalmente entre aqueles que percebem que não conseguirão a cidadania alemã e assim vêem que não têm muito a perder.
4. Jantar com Deputado estadual da Turíngia, Stefan Gruhner, ex-presidente da Juventude em seu estado
– AFD, na minha opinião, teve 50% de seus votos sendo de protesto. O caso dos imigrantes, da abertura para sua entrada, sem dúvida enfraqueceu Merkel. Vale citar que ela não abriu as fronteiras, apenas não as fechou quando imigrantes começaram a se dirigir para a Alemanha depois de entrar na UE por outros países. Isso foi mal comunicado. – O tema da imigração estava claramente na pauta, na cabeça das pessoas, mas Merkel preferiu não citar muito, não se explicar. Acho que foi um erro. Perguntaram a ela onde estava o erro que causou crescimento da AFD. Ela respondeu que não via erro nenhum e que a CDU fez o melhor possível em tudo. Creio ter sido um equívoco. Deveria reconhecer erros e prometer corrigir.
– As pessoas não veem mais diferença entre SPD e CDU. Quem queria mudança votou AFD. O crescimento do FDP também tirou votos da CDU. CDU fez uma campanha boa, com bons projetos, mas de certa forma contrariando parte de sua base de eleitores.
– Uma coalizão com SPD seria ruim pois AFD lideraria a oposição. Mas ao mesmo tempo será difícil unir CDU, CSU, FDP e, principalmente, os Verdes. – O voto da Alemanha Oriental não migrar ideologicamente de esquerda para direita. Ele apenas segue sendo anti-establishment. Viam o partido A Esquerda (Die Linke) como anti-establishment e votavam com ele. Dessa vez o AFD representou a antipolitica, o protesto, o voto do descontente. Creio que isso inflou a votação da AFD.
5. Hartmut Vorjohann (Secretário de Educação e Juventude de Dresden)
– População em Dresden cresce ao contrário da maioria da Alemanha. Estamos tendo que construir e reformar escolas que haviam sido desativadas nos anos 90 quando população caía. A prefeitura paga os professores da Educação Infantil mas não os professores do ensino médio e fundamental, embora seja responsável pela estrutura das escolas em ambos os casos. Queremos reduzir o número de crianças por turma.
– Temos hoje problemas com crianças imigrantes que não falam a língua alemã. – O desemprego cai mas se concentra em certas áreas, normalmente com mão de obra pouco qualificada.
6. Professor Werner Patzelt (Cientista Político, Especialista em Partidos e Eleições) –
– Será mesmo inexplicável que tantos votem na extrema direita, ainda mais na Alemanha Oriental? Os que ficaram surpresos tinham premissas desconectadas da sociedade e da realidade pois a coalizão CDU-SPD colocou os insatisfeitos nos braços dos partidos menores, que eram a única oposição.
– A elite política acha que o protesto contra migrações é cruel, feito por pessoas sem coração, que é estupidez, atraso. Dizer isso apenas joga os eleitores mais a favor da AFD, os eleitores que são contra a ideia de um país multicultural. Merkel comunicou mal e pareceu ser mais a favor da imigração do que era. De, se dissesse ser contra, estaria dando razão ao AFD. Ficou encurralada.
– A CDU era de centro-direita e assim se apresentava. Caminhou para o centro, passou a dizer ser o centro. Tomou espaço da esquerda e achou que votos de direita viriam por falta de opção. A AFD entrou nessa brecha, embora estratégia tenha funcionado para enfraquecer muito o SPD.
– A elite alemã é majoritariamente da antiga Alemanha Ocidental mesmo nas cidades orientais. As pessoas do Oeste chegam transferidos por empresas, fundações, etc. Há um sentimento de ser melhor que o lado oriental, que seria menos educado, menos cosmopolita, menos desenvolvido. O lado oriental sente isso e se vê diminuído. Assim aumenta o voto de protesto nessa região. Eles estão mais insatisfeitos.
– Populismo possui 5 características básicas: Superficialidade demagógica, criticando sem soluções; Figura personalista como líder carismático; Ataque a uma suposta elite e promessa de defender os oprimidos; Discurso de defesa de um suposto “desejo do povo” se intitulando aquele que luta por esse desejo; Crise de representatividade política que abre brecha para os outros quatro elementos.
– AFD tem duas grandes correntes: Ser o novo partido conservador de direita, sem tanto extremismo, querendo governar um dia; ou ser o movimento de todos os que queiram, sejam radicais ou não, pensem como pensarem, populista. A primeira corrente começou mais influente mas foi perdendo espaço para a segunda que hoje lidera. Isso gera rachas e comportamento parlamentar do partido dependerá se os radicais se moderarão ou não no cotidiano do parlamento. – AFD tem relações com a Rússia mas não há nenhum indício de interferência dos russos nas eleições.
7. Terminam as palestras apresentadas pela Fundação Adenauer aos visitantes internacionais e começa a Convenção Nacional da Juventude da CDU.
8. Paul Ziemiak (Presidente Nacional da União Jovem, Juventude da CDU) – Precisamos debater a questão dos imigrantes, não adianta se esconder. É um tema que está sendo debatido e cobrado pela sociedade e temos que fazer cumprir a Lei, aceitando os que são refugiados políticos de verdade, mas quanto aos que não forem, têm que ser mandados de volta, mesmo que seja após um prazo definido claramente.
– Defendemos o debate sobre um novo governo onde colocamos nossas posições sem concessões excessivas para formar a coalizão. Precisamos de parceiros que pensem como nós e desejamos que essa conferência tenha isso em mente: que a Juventude deseja um acordo de coalizão que respeite os valores da CDU.
9. Jens Spahn (Vice Ministro Nacional de Finanças, ex-Membro da Juventude da CDU) – Olhar Erdogan, olhar Putin, nos mostra o quão sortudos somos de ter Merkel, porém, perdemos muitos votos, desabamos em alguns estados e temos que reconhecer e mudar isso. Não podemos ignorar.
– Dizem que acabou o tempo dos partidos populares, que temos que aceitar isso, que a direita populista cresceu na Europa toda e assim será. Não concordo. A CDU deve seguir agregando todos e não queremos ter um partido radical à nossa direita no Parlamento, temos que ocupar ese espacio.
– A União é justamente a diversidade, o conjunto de diferentes ideias que se unem em prol do país, mas deixemos bem clara nossa diferença para a esquerda: temos orgulho da Alemanha, de nossos valores, não queremos a destruição de nossa cultura nacional. A nossa Juventude deve falar das questões difíceis. O partido não fala. Acham que perdemos votos por quê?
– Temos nossas obrigações humanitárias mas a migração e a integração só funcionam com o aceite da população. – Temos que dizer ao eleitor que entendemos o recado e vamos corrigir. Nossos parceiros de coalizão terão que entender que também precisam fazer isso para dar satisfação aos seus eleitores. Somos abertos, somos liberais, mas não somos idiotas.
10. Ruben Schuster (Secretário de Relações Internacionais da Juventude CDU)
– Temos um forte trabalho internacional. A nível europeu com a Juventude do PPE (YEPP) e mundial com a Juventude da IDU (IYDU). Isso é fundamental, por exemplo, quando nossos jovens se elegem nas cidades, nos estados, e possuem essa experiência internacional. Mais de 100 convidados internacionais vieram para nossa convenção, isso mostra a relevância da nossa Juventude.
– Ganhamos a eleição e perdemos ao mesmo tempo. Queremos ser protagonistas na discussão dos novos rumos do nosso partido, pois somos a ala partidária mais ativa de todas.
11. Chanceler Angela Merkel
– Nosso papel é lutar por segurança garantida para todos. Temos que definir qual o tipo de integração que os imigrantes terão, mas sempre respeitando a Lei. Qualquer pessoa que desrespeitar a nossa lei, seja imigrante ou não, será punido. Tenho que elogiar as iniciativas do presidente francês Macron.
– A AFD aponta problemas mas só a CDU e a CSU sabem resolver os problemas. O mundo hoje é muito complexo, nenhum país pode resolver tudo sozinho. Parabéns à Juventude pelo congresso, tenham certeza de que o partido está vendo e valorizando. Prometemos defender os valores da CDU e da CSU na coalizão.
– Nós não queremos fronteiras fáceis de romper, queremos fronteiras que nos protejam, mas têm que ser as fronteiras europeias, não adianta ser apenas nas fronteiras da Alemanha.
– Se não tratei devidamente da questão dos imigrantes na campanha, lhes peço desculpas. A juventude deve nos ajudar a trazer mais jovens e a explicar a eles da necessidade de se capacitar, se digitalizar. Jovens têm o direito de questionar a Chanceler sobre temas políticos e alguns o fazem de forma contundente.
Perguntas:
P- Somos o único partido popular, do povo. Isso é mérito seu Chanceler, agradecemos a você. Mas não aprovamos seu ministério, pessoas ultrapassadas que estavam com a senhora na sua coletiva após a eleição. O discurso de que não se sabe o que poderíamos ter feito diferente foi péssimo, um erro.
P- A senhora concorda que tivemos uma derrota nas eleições? Concorda em sermos de centro-direita ao invés de começar a defender tudo? Está de acordo com a resolução de nossa Juventude de não ser concedida cidadania alemã a quem a Lei não permite?
P- Queremos mensagens claras no acordo de coalizão. Estávamos reticentes quanto a esta coalizão, mas a senhora nos deu esperança de que possa funcionar. Mas temos que marcar nossos valores.
P- Como a senhora pretende melhorar a comunicação do governo?
Respostas:
– Não fiquei satisfeita com o resultado, não pensem isso. Eu quis dizer que lutamos ao máximo para atingir nosso objetivo e eu não poderia naquela coletiva desvalorizar uma vitória, os nossos eleitores ou parecer que estava chocada.
– Uma frase foi tirada fora do contexto, mas terei que viver com isso. Quero mostrar força pensando exatamente nas conversas da coalizão, por isso mesmo comemorei a vitória.
– Eu defendo os nossos ministros, eles fizeram um grande trabalho, mas prometo renovar a equipe do nosso governo gradualmente.
– Quero dizer a vocês que política não é apenas tirar selfies como alguns dos nossos adversários fazem, política demanda trabalho, competência e dedicação.
– Queremos sim que não haja um partido à direita da CDU/CSU, mas não podemos atingir isso traindo nossos valores. Somos democratas cristãos, liberais-conservadores.
12. Alexander Dobrindt (Ministro do Transporte e Infraestrutura)
– Nosso papel é ocupar o espaço do centro e da direita democrática, não deixemos os votos para outros, não deixemos os eleitores acharem que não há espaço para eles em nosso partido. CDU e CSU vão conversar e analisar a agenda para negociação de coalizão com os demais partidos.
– As migrações sem dúvida serão um tema central da negociação. As pessoas vêm para Alemanha atrás de uma vida melhor, eu entendo isso e simpatizo. Muito embora nosso espírito humanitário seja sem limites, a possibilidade de integração, o sistema social e a empregabilidade não são ilimitados.
– Não quero só falar de migração a cada momento, quero ter tempo também de falar sobre melhorar a vida dos alemães, sobre inovação e desenvolvimento sustentável. Não tenhamos medo da automação, da digitalização, deixemos a baboseira de esquerda de lado, temos que aprender a competir no mercado cada vez mais tecnológico.
13. Thomas de Maiziere (Ministro do Interior)
– Nunca se questionou tanto a qualidade dos serviços que são de responsabilidade do Estado como atualmente. Tudo está cada vez mais complexo e a política também. Os alemães estão com medo do futuro porque estão felizes com aquilo que possuem no presente.
14. Annegret Karrenbauer (Governadora do Sarre)
– É nosso papel defender a Europa, defender o Euro. Nós sabemos bem o que aconteceu quando focamos em nossas diferenças. Não queremos que nossos filhos passem pelo que nós passamos com os efeitos do nazismo e do comunismo.
– A esquerda pensa primeiro no partido e depois no país. Por isso não querem repetir a coalizão. Vão perder a eleição novamente em 2021. Willy Brandt estaria envergonhado do SPD de hoje.
– O SPD estar mal não pode ser suficiente pra nós. Nós temos que mirar sempre 40% dos votos, 50%. Somos o partido popular. Nossa tarefa é essa, defendendo nossas raízes e ocupando o Centro.
– Temos que avançar ainda em diversos setores. Na área digital por exemplo, não podemos ter a Estônia como nosso exemplo e apenas seguir. Temos que fazer melhor.
– Após 27 anos, nós não deveríamos mais distinguir entre Alemanha Ocidental e Oriental. Os nossos problemas têm que ser tratados como coletivos. Não podemos na Alemanha Ocidental achar que o AFD é um problema da Alemanha Oriental.
– O papel da Juventude da CDU é tirar a CDU da zona de conforto. Melhor que nossa Juventude questione do que sermos surpreendidos nas urnas por termos perdido contato com a sociedade.
15. Entrega de prêmios para os jovens da CDU que mais atuaram no Twitter e no Facebook em prol da Juventude nos últimos anos. Convite ao palco dos jovens que trabalharam na organização do evento. Encerramento com hino nacional alemão.

10 de outubro de 2017

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA PREFEITURA DO RIO ENTRE JANEIRO-AGOSTO DE 2017!
Resultado NOMINAL comparado entre 2017 e 2016 – Diário Oficial 28/09/2017- Páginas 27 e 26.
A. RECEITAS!
1. Receitas Tributárias: R$ 6,781 bilhões x R$ 6,864 bilhões. Menos -1,2%.
2. IPTU: R$ 2,020 bilhões x R$ 1,854 bilhão. Mais + 8,9%
3. ISS: R$ 3,323 bilhões x R$ 3,714 bilhões. Menos – 10,5%.
4. ITBI: R$ 362,5 milhões x R$ 358,4 milhões. Mais + 1,1%.
5. FPM: R$ 155,5 milhões x R$ 138,1 milhões. Mais + 12,6%.
6. ICMS: R$ 1,188 bilhão x R$ 1,211 bilhão. Menos – 1,9%.
7. IPVA: R$ 597,2 milhões x R$ 584,3 milhões. Mais + 2,2%.
8. Dívida Ativa: R$ 162,8 milhões x R$ 209,4 milhões. Menos – 22,2%.
9. Operações de Crédito: R$ 114,9 milhões x R$ 1,386 bilhão. Menos – 91,7%. OBS.: Operações de Crédito minimizadas em 2017 e maximizadas em 2016 em função dos Jogos Olímpicos.
B. DESPESAS!
1. Pessoal e Encargos. R$ 9,502 bilhões x R$ 9,074 bilhões. Mais + 4,7%.
2. Serviço da Dívida. R$ 663,9 milhões x R$ 492,8 milhões. Mais + 34,7%.
3. Investimentos: R$ 198,8 milhões x R$ 2,601 bilhões. Menos – 92,3%. OBS.: Investimentos minimizados em 2017 e maximizados em 2016 em função dos Jogos Olímpicos.
4. Aposentados. R$ 2,338 bilhões x R$ 2,164 bilhões. Mais + 8%.
5. Pensões. R$ 407,1 milhões x R$ 388,6 milhões. Mais + 4,7%.
C. Resultado Primário: + R$ 207,5 milhões x – R$ 1,162 bilhão. Ganho financeiro em UM ANO: R$ 1,369 bilhão.
D. Disponibilidade de Caixa em 31/08/2017: + R$ 2,097 bilhão.
E. Dívida Consolidada. Em 31/12/2016: R$ 14,264 bilhões. Em 31/08/2017: R$ 14,066 bilhões. Menos – 1,4%.

09 de outubro de 2017

PARTIDOS POLÍTICOS: PREFERÊNCIA E IMAGEM! (IG – SETEMBRO – DUAS MIL ENTREVISTAS)
1. Qual o Partido Político de sua preferência?
Nenhum + Não Respondeu: 73,2%.
PT: 15,6%
PSDB: 3%.
PMDB: 2,4%.
PSOL: 1,5%.
DEM: 0,7%.
PV: 0,7%
Outros: 2,9%.
2. Imagem POSITIVA X (NEGATIVA).
PT: 30,9% X (61,2%)
PSDB: 12,3% X (73,7%).
PMDB: 11,3% X (74,7%)
PSB: 11,1% X (60,5%)
PP: 11% X (61,4%).
PSD: 7,1% X (63,2%.
DEM: 6,9% X (64,2%).
3. Para superar a crise é melhor:
Presidente Civil: 55,2%.
Presidente Militar: 33%.
Tanto faz: 7,3%
Não sabe: 4,5%.
3.1. Melhor Presidente Militar:
Entre os homens: 39,8%
Entre as mulheres: 26,9%.
Mais de 60 anos: 38,3%.
Até ensino fundamental incompleto: 37,9%.
Sem Religião: 34,7% / Católica: 35,2% / Evangélica: 32,6%.
4. Para o Brasil é melhor:
Democracia: 72,1%
Regime Autoritário: 21,6%.
Tanto faz: 3,1%.
Não sabe: 3,2%.
4.1. Melhor Regime Autoritário:
Até Ensino fundamental: 29,9%.
Até 1 Salário Mínimo: 26,5%.
5. Você acha que para o Brasil o regime militar:
Foi Melhor: 32%.
Foi Pior: 47,5%.
Igual: 7,2%.
Não sabe: 13,3%.
5.1. Regime Militar foi melhor:
Homens: 38%.
Mais de 60 anos: 42,3%.
Até Ensino fundamental: 41,2% (Pior 35,3%).
6. Perfil religioso dos entrevistados:
Católicos 42,8%
Evangélicos 25,5%
Não tem Religião: 20,5% (A resposta se refere a não estar em nenhuma igreja e não a acreditar ou não em Deus).
Espírita: 5,1%
Outra: 5,4%
Não informou: 0,7%.

06 de outubro de 2017

VÍDEO VIEWERS 2017!
1. 86% dos entrevistados assistem vídeos na internet. / 99% de quem assiste a vídeos na web usa o YouTube. Crescimento de 32 pontos em relação a 2014.
2. 56% afirmam passar mais horas vendo conteúdo em vídeo na web do que assistindo à TV/ Brasileiro assiste, em média, a 38 h de conteúdo áudio visual por semana. TV 22,4 h e Vídeo Online 15,4 h (quase dobrou em relação a 2014).
3. 83% assistem a vídeos na internet para ver conteúdos que não estão disponíveis na TV.
4. Hoje, no Brasil, temos cerca de 150 milhões de brasileiros conectados. 72% da população total/ A penetração dos smartphones chega a 68%.
5. 7 em cada 10 brasileiros têm um smartphone. / 57% preferem assistir a vídeos online no smartphone.
6. 86% acessam a internet enquanto a TV está ligada / 25% já possuem uma SmartTV.
7. Preferência para assistir conteúdos em vídeo de seu interesse: 42% YouTube, 20% WhatsApp, 15% NetFlix, 8% Facebook, 7% TV Paga, 6% TV Aberta, 1% Instagram.
8. 52% acessam YouTube quando querem assistir algo que realmente gosta/ 65% para aprender alguma coisa / 50% porque ele mostra o que faz sucesso.
9. 7 entre 10 brasileiros dizem que o YouTube reflete a diversidade ao seu redor, onde qualquer pessoa pode ter uma voz.
10. A comunicação ganha um novo fluxo onde a cultura de massa começa a ser substituída pela cultura de pessoas.

05 de outubro de 2017

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – 2017 – ATÉ 31 DE AGOSTO!
Comparação nominal com 2016.
1. Os dados foram publicados no Diário Oficial do Estado do Rio em 26 de setembro. Os números das receitas são efetivos. Mas os números das despesas dependem dos atrasos do governo e, portanto, a comparação com 2016 pode não ser efetiva. São despesas liquidadas, portanto, prontas para serem pagas. Mas não necessariamente são despesas totalmente devidas.
2. Dívida Consolidada : 31/12/2016: R$ 108,103 bilhões. 31/08/2017: R$ 113,04 bilhões. A Dívida cresceu 4,5%, mas o IPCA no ano cresceu 1,62%. Portanto, houve crescimento real da dívida pública.
A) RECEITAS: 2017 X 2016!
3. Receitas Tributárias: R$ 21,270 bilhões x R$ 20,636 bilhões. Mais 3%. IPCA próximo a 3% no acumulado comparado.
4. ICMS: R$ 12,724 bilhões X R$ 12,49 bilhões. Mais 1,9%.
5. IPVA: R$ 1,066 bilhão X R$ 1,039 bilhão. Mais 2,6%.
6. ITCD: R$ 452 milhões X R$ 789 milhões. Menos 42,7%. Por isso o governador quer aumentar, agora, a alíquota do ITCD.
7. FPE: R$ 895,9 milhões X R$ 801,3 milhões. Mais 11,8%.
8. Dívida Ativa: R$ 81,4 milhões X R$ 164,4 milhões. Menos 50%. As anistias e remissões parciais anteriores esvaziaram o fluxo.
9. Operações de crédito: R$ 81,9 milhões X R$ 976,14 milhões. Menos 91% em função da incapacidade de endividamento.
10. Alienação de Bens: R$ 20,76 milhões X R$ 33,28 milhões. Menos 37%.
B) DESPESAS: 2017 X 2016!
11. Pessoal e Encargos. R$ 23,884 bilhões X R$ 12,555 bilhões. Mais 90%. Atrasos anteriores.
12. Serviço da Divida: R$ 1,549 bilhão X R$ 2,784 bilhões. Menos 44%. Oscilação por inadimplências.
13. Investimentos. R$ 248,5 milhões X R$ 1,90 bilhão. Menos 87%. Incapacidade financeira para investir.
14. RESULTADO PRIMÁRIO: R$ 1,794 bilhão X (-R$ 1,392 bilhão). Melhoria fiscal.
15. Pessoal Civil. Aposentadorias. R$ 7,127 bilhões X R$ 7,249 bilhões. Menos 0,1%.
16. Pessoal Civil. Pensões. R$ 5,320 bilhões X R$ 5,210 bilhões. Mais 2,1%.
17. Pessoal Militar. Aposentadorias. R$ 2,544 bilhões X R$ 2,216 bilhões. Mais 14,8%. Recuperação.
18. Pessoal Militar Pensões. R$ 666,2 milhões X R$ 315,4 milhões. Mais 111%. Atrasados.
19. Resultado Previdenciário. (- R$ 5,821 bilhões) X (-R$ 8,681 bilhões). Menos 32%. Atrasados anteriores.

04 de outubro de 2017

“SEM UMA AMPLA COALIZÃO DE CENTRO, CONVÉM NOS PREPARARMOS PARA LONGO PERÍODO DE SOFRIMENTO”!
(Bolívar Lamounier – Estado de S. Paulo, 30) 1. Que esperar de 2018? Uma eleição esfarelada, sem um candidato “natural”, uma liderança com estatura suficiente para diluir o ambiente raivoso e “contra todos” que ora predomina e apontar uma estrada mais larga para os próximos anos? Um segundo turno polarizado, com os suspeitos de sempre cumprindo os enredos de sempre, um se fazendo passar por “esquerda” e o outro por “direita”, ambos incapazes de perceber a perda de significado desses termos no mundo atual? Não nos iludamos, por enquanto, o que se delineia é a clássica tragicomédia latino-americana.
2. A questão em jogo, evidentemente, é se seremos ou não capazes de formar um governo capaz de atrair grandes investimentos e estruturar um novo ciclo de crescimento. A grande incógnita é se Lula poderá ou não concorrer, mas será elástica, como sempre, a oferta de populistas irresponsáveis, dispostos a dizer qualquer coisa. Alguns desses chegam mesmo a acreditar que representam o “bem”, um compromisso com o desenvolvimento e com políticas sociais sensatas. Acreditam que os grandes investimentos de que necessitamos virão de um jeito ou de outro, nem que seja pela bela cor de nossos olhos. Não compreendem que nenhum megainvestidor, pessoa física ou jurídica, é tatu a ponto de colocar seus recursos num país que não lhe oferece garantias sérias.
3. Uma novidade, como sabemos, é João Doria, mas é difícil crer que ele se disponha a deixar a Prefeitura antes da metade do mandato para disputar a vez com o governador Geraldo Alckmin. Este tem experiência e potencial, mas depende vitalmente de uma transformação do clima político. Não tem perfil de radical. Poderá ser um candidato adequado se as camadas médias se desvestirem da presente atitude raivosa, antipolítica, e demandarem um programa consistente, com proposições efetivas para a retomada do crescimento. Sobre Marina Silva (que possivelmente terá Joaquim Barbosa como vice) não tenho grandes expectativas. Confesso certo ceticismo quanto à sua capacidade de empolgar o eleitorado.
4. Outra novidade é o deputado Jair Bolsonaro. Até o momento, o que me foi dado depreender é que combinará proposições econômicas na velha linha intervencionista, a mesma a que Dilma Rousseff recorreu para levar o País ao desastre, com o discurso da segurança pública – “lei e ordem”, na conhecida expressão norte-americana. Que esse discurso ressoa, não há dúvida. A segurança é uma das preocupações dos cidadãos e aqueles que subestimavam a proporção atingida pelo narcotráfico pôde apreciar ao vivo e em cores os tiroteios na Rocinha. Mas ressonância não necessariamente se traduz em votos. Para que isso ocorra a sociedade precisa acreditar que a tendência ascendente da violência pode ser revertida num prazo relativamente curto e que esse candidato em particular – aqui falo de Bolsonaro – seja capaz de operar tal milagre. Acreditar nisso é mais difícil que acreditar em duendes e no saci-pererê.
5. Ou seja, fórmulas para retardar ou afugentar investimentos nós temos em abundância. Se não formos capazes de desarmar os espíritos e construir uma grande coalizão de centro, convém nos prepararmos para um longo período de sofrimento. Crescendo alguma coisa entre 2% e 3% ao ano, levaremos mais de 20 anos para atingir a renda por habitante dos países mais pobres da Europa. Nessa hipótese, em duas décadas não teremos um só Polinices, mas milhões deles, servindo de pasto para hienas e abutres.

03 de outubro de 2017

EX-BLOG ENTREVISTA CESAR MAIA!
1. Ex-Blog: Como você relaciona a situação atual do Rio de Janeiro com o quadro eleitoral de 2018 para governador?
Cesar Maia: Ainda estamos longe das eleições, esse quadro e até o campo das candidaturas é incerto.
2. Ex-Blog: Mas certamente a questão da segurança pública será um tema central, especialmente depois do impacto da “Rocinha”.
CM: Não creio que o impacto da “Rocinha” produza um efeito “general”, ou seja que se traduzirá numa vantagem para os candidatos com perfil associado à questão militar ou policial.
3. Ex-Blog: Por quê?
CM: Depois do desastre político-administrativo dos últimos anos no Rio, o eleitor do Rio de Janeiro, mais que qualquer outro, aprendeu e sabe que as promessas e os discursos como simples imagem publicitária não construirão uma base de credibilidade. Nos últimos anos construíram um desastre.
4. Ex-Blog: Sendo assim, o que construirá essa base de credibilidade?
CM: Uma gestão capaz de contar com os recursos necessários para lastrear as promessas. Algo mais ou menos assim: prioridade número 1, os recursos que serão conquistados assim e dessa maneira. Explicando muito didaticamente.
5. Ex-Blog: E então?
CM: Com os recursos bem definidos, se poderá quantificar as promessas. Se nessa conjuntura, e pelo impacto “Rocinha”, a segurança pública ganha destaque, os compromissos relativos devem vir sustentados pelos recursos que serão aplicados e estarão disponíveis. E, naturalmente, uma remuneração digna para os servidores. E lembrar que o sistema é de Justiça e Segurança e, portanto, deve incluir o sistema judiciário propriamente e o Ministério Público.
6. Ex-Blog: E esse raciocínio vale também para as demais funções e responsabilidades de governo?
CM: Certamente. Com a depressão governamental ocorrida e com o abandono da infraestrutura junto às funções básicas de governo como Educação e Saúde, ganham destaque também os investimentos em infraestrutura, transportes e meio ambiente.
7. Ex-Blog: E a questão dos servidores, incluindo a previdência?
CM: A lógica é a mesma. Até porque qualquer função de governo inclui os servidores responsáveis pelas ações relativas. Prometer metas sem demonstrar que os servidores estarão motivados, com remuneração digna, seria como imaginar um corpo sem seus membros. Seria pura demagogia.
8. Ex-Blog: Como você vê, hoje, o quadro eleitoral para 2018 no Rio de Janeiro?
CM: Pense nas peças de um grande quebra-cabeça espalhadas numa mesa. De nada adianta separar algumas, com seus nomes, por mais ilustres ou populares, sem encadeá-las para se poder mensurar a competitividade de cada grupo. Hoje ainda é impossível. Creio que na virada do ano as peças começarão a ser arrumadas.
9. Ex-Blog: Qual o maior erro que um candidato ou partido pode cometer desde hoje?
CM: É pensar-se como candidato na frente de um espelho e achar que ele se basta a si mesmo. Neruda dizia num poema: Ninguém termina em si mesmo.

02 de outubro de 2017

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E REFORMA POLÍTICO-ELEITORAL!
1. (Folha de S. Paulo, 16) O crime de organização criminosa é, contudo, mais complexo de ser identificado do ponto de vista jurídico; no caso do mensalão, por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal considerou que acusação do gênero (então denominada formação de quadrilha) não se aplicava ao petista José Dirceu e figuras a ele associadas.
2. (Ex-Blog) O sistema eleitoral brasileiro apoiado no voto proporcional aberto e nas doações empresariais explicam grande parte dos problemas e escândalos que ganharam as manchetes dos noticiários. Em 2016, as doações empresariais foram proibidas e, junto às prisões de grandes empresários, resolveram boa parte dos problemas. Certamente os empresários que poderão doar em campanhas futuras como pessoas físicas estarão inibidos.
3. Naturalmente, o interesse prioritário das empresas por doações –por dentro ou por fora- era direcionado aos partidos que controlavam os governos. Com um parlamento pulverizado como o brasileiro, uma federação continental com Estados funcionando como distritos eleitorais, a formação de maiorias parlamentares em nível federal teria que passar pela coordenação e indicações dos partidos no poder central.
4. As investigações realizadas -e em investigação- se concentraram, por maior facilidade de provas, nos últimos 10 anos. Se esse processo tivesse começado nos anos anteriores a 2008, o foco estaria nos governos FHC, Collor e Sarney e seus partidos.
5. A coordenação e a orientação para as doações eleitorais –por dentro e por fora- teriam que estar centradas, principalmente, nos partidos controladores do poder federal. Dessa forma, supõe-se que reuniões que decidissem essas indicações teriam que fazer sentar na mesa e nos gabinetes do presidente dos partidos e da República um entorno de confiança para as definições sobre as doações orgânicas.
6. Pela necessidade de se ter controle dos parlamentos (maiorias…) num sistema de voto proporcional aberto e eleições de governadores e senadores, a grande parte das doações nas regiões teria que vir orientada pelo poder central de forma a ordenar esse processo.
7. Na medida em que essas orientações requeriam reuniões coordenadas pelos presidentes da República e dos partidos majoritários, a hipótese imaginada era que na cabeceira da mesa ou na poltrona individual central se sentassem os presidentes dos partidos ou da República.
8. Com essa imagem –imaginada-, os investigadores e acusadores, enquadram esse processo como formação de quadrilha antes e agora como organização criminosa. E como –na lógica do crime organizado- não pode haver quadrilha ou organização criminosa sem chefe, a imagem apontava para os presidentes dos partidos e da República.
9. As delações conhecidas apontam na mesma direção: as imagens são as mesmas. Um suposto interlocutor teria que terminar informando a estas reuniões e personagens.
10. Esse processo deveria ser desdobrado em dois vetores. A corrupção teria que ser individual, não poderia ser tratada em reuniões formais. Nessas reuniões –imaginadas ou efetivas- só se poderia tratar de assuntos de natureza política e eleitoral.
11. Na medida em que se misturou tudo numa panela só e se confundiu eventuais reuniões orgânicas em gabinetes presidenciais –partidários ou governamentais- com reuniões criminosas, o leque aberto terminará dificultando muito que o foco e as condenações cheguem onde deveriam chegar.
12. E as provas ficarão basicamente circunscritas a depósitos em contas pessoais –aqui e alhures- e dinheiro em espécie escondido. Vídeos e grampos pessoais como as ações policiais de “inteligência” por infiltração no crime organizado, nas máfias. Ou por silogismos.