23 de maio de 2016

CULTURA E POLÍTICA! TEMER E BRIZOLA!

1. Certamente Temer nunca conversou com Brizola sobre Cultura e Política e a arte de governar. Se o tivesse feito, nunca teria decidido por incorporar o Ministério da Cultura ao Ministério da Educação.

2. Numa conversa com Brizola, Darcy Ribeiro já vice-governador, ao qual era subordinada à Secretaria Estadual de Cultura, tentava justificar uma ampliação das atribuições, recursos e programas para a Secretaria de Cultura.

3. Brizola, com muita tranquilidade e respeito que tinha por Darcy, argumentou placidamente: Darcy, na Cultura cada cabeça é uma sentença. A liberdade que todos têm no exercício da sua arte é pessoal. Um pensa de uma maneira e outro pensa de outra.

4. E arrematou: Quando agradamos algum artista ou intelectual ou promotor com medidas que tomamos ou recursos que aplicamos, desagradamos a muitos. Introduzimos novos programas e orçamento e o desgaste será certo. É melhor deixar como está.

5. E Darcy argumentou: E nada muda? Brizola contra-argumentou: Repare, Darcy, que muitos programas e iniciativas são decididos pela iniciativa privada com subsídios governamentais via isenções parciais de tributos. Com isso, os artistas, produtores, promotores e intelectuais vão disputar os recursos fora do governo, embora os recursos sejam em boa parte do governo. É melhor ampliar esses programas e influenciar as empresas e não entrar em bola dividida.

6. Quando o presidente Fernando Henrique Cardoso nomeou o politólogo Francisco Weffort para Ministro da Cultura, as atividades governamentais na Cultura perderam ativismo e disputas por recursos e definições de prioridades, e os conflitos foram minimizados. Os subsídios permaneceram como o caminho. Reinou a paz. E as conversas com o presidente intelectual FHC eram sempre agradáveis.

7. Temer, ao incorporar o Ministério da Cultura ao Ministério da Educação, terminou produzindo conflitos potenciais, afetando as expectativas. E criou a sensação de rebaixamento do status da Cultura.

8. Certamente Temer nunca conversou com Brizola sobre Cultura e Política e, provavelmente, nem com FHC. Poderia fazer a mesma coisa que fará com apenas uma remuneração maior de ministro. A hierarquia seria política e corrigida com a troca de ministro quando e se necessária. Tocou, interpretando Brizola, num vespeiro.

9. E, no final de tudo, Temer recriou o Ministério da Cultura.

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PROTESTOS VIOLENTOS DURANTE O DISCURSO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS DE BACHELET NO CONGRESSO CHILENO!

(Folha de S. Paulo, 22) 1. Protestos violentos marcaram o dia do discurso anual de prestação de contas da presidente chilena, Michelle Bachelet, ao Congresso. Milhares de estudantes, trabalhadores e organizações sociais foram às ruas de Valparaíso, cidade-sede do Legislativo, contra o governo.  Apesar de o protesto ter começado pacífico, em pouco tempo ocorreram choques com a polícia e o uso de bombas incendiárias por manifestantes. As forças de segurança responderam com gás lacrimogêneo e jatos de água.

2. Ao menos 37 pessoas foram detidas: 16 homens, 7 mulheres e 4 menores de idade. Um homem de 71 anos morreu de asfixia após manifestantes encapuzados incendiarem uma farmácia e um supermercado em um edifício que abriga várias repartições públicas. Ele trabalhava como guarda noturno em uma delas. Outro prédio, perto da catedral da cidade, também foi incendiado.