Democracia cristã!

Publicado em 19/12/2009 em Folha de São Paulo

OS PARTIDOS DEMOCRATA-cristãos já foram um forte vetor político na América Latina. Hoje pouco representam.

Nos anos 60, o PDC chileno era a força parlamentar mais importante. O Copei venezuelano governou por muitos anos a partir dos anos 60. O PDC brasileiro, sem a expressão destes, tinha presença na Internacional Democrata-Cristã pela proximidade de Franco Montoro, do Brasil, com Eduardo Frei, do Chile, e com a DC italiana.

Na eleição de domingo passado, o Partido Democrata Cristão do Chile manteve a tendência declinante. Antes do golpe de 73, tinha um terço dos deputados. Com a redemocratização, o PDC voltou a esse patamar nas eleições de 1989 e de 1993, com 31% dos deputados.

Em 1997, caiu para 23%, em 2001, para 19%, em 2005, para 16%, e, agora, 14%. Isso porque o sistema eleitoral -de duas primeiras maiorias- o favorece. No Senado, a tendência foi a mesma. O Copei venezuelano desapareceu com a ascensão do chavismo. As demais siglas latino-americanas que buscam a referência democrata-cristã nada expressam.

No Brasil, o PDC de Franco Montoro e Plínio de Arruda Sampaio não existe mais. Plínio, desde o exílio, migrou para a esquerda.
Montoro voltou ao poder pelo PMDB e fez o seu grupo crescer e se tornar uma referência no país.

Mas, na formação de seu governo e na posse de seu suplente (FHC) no Senado, os sinais de democracia cristã desapareceram e emergiu um partido de centro, social-democrata/social-liberal, afirmado como tal na Presidência de FHC.
Por que isso ocorreu na América Latina e não ocorreu na Europa? Os casos do Chile e da Alemanha são explicativos.

Após a Renovação Nacional, RN, (que substituiu o Partido Nacional, antes a direita no Chile), surgiu a UDI (União Democrata Independente), modernizando-se como centro-direita. Em 1989, obteve 8% dos deputados. Foi subindo à medida que o PDC caía, numa nítida troca de votos: 12%, 14%, 25%, 22% e, agora, domingo, 23%, afirmando-se como a maior força na Câmara de Deputados no Chile.

A segunda é a RN, com 18%. Depois dos 14% do PDC, vem PPD, de Lagos, com 12%, e PS, de Bachelet, com 10%. Na Europa, o CDU assumiu uma posição de centro-direita moderna e ocupou este espaço, inibindo a troca com os liberais democratas, atuando em parceria com estes, como agora em 2009.
Na Itália, a DC, que tinha mais da metade do Parlamento, desapareceu. Na América Latina, os democrata-cristãos, ao serem percebidos como um centro insípido, desintegraram-se. Foram sendo engolidos pela centro-direita moderna, social-liberal/social-democrata. Extinguiram-se por não se renovarem.

Marketing viral?

Publicado em 26/12/2009 em Folha de São Paulo

ENTROU NA moda o marketing viral. Jovens agências vendem a ideia de que, por meio de ações na internet, pode-se produzir um efeito virótico, promovendo ou desmontando virtudes.

Num artigo recente, Jonah Peretti e Duncan Watts criticam como ingênua essa ideia. E ironizam: “É o almoço grátis perfeito. Pegue um pequeno grupo e semeie sua ideia. Faça-a virótica e a assista se espalhar, sem esforço, alcançando milhões”. Para eles, “criar mensagens que contenham propriedades virais é muito difícil”.

Peretti e Watts usam uma equação simples, lembrando que, para serem viróticas, a taxa de reprodução -R- terá que ser maior que um para a maioria das pessoas que a recebem: como as “pirâmides”.

É fácil entender os problemas dessa solução mágica. A internet, em seus diversos vetores, tem mais audiência que os meios de comunicação. Mas imagine um público qualquer a ser alcançado. Os meios de comunicação são alguns para atingir esse público. Pense num cone com a base para cima. A mídia é o vértice de baixo. Agora pense num paralelepípedo em que a base é igual à parte de cima. Essa é a internet -o número de emissores é igual ao de receptores. Penetrar não é tão simples. Mais que na mídia, aqui a força é dos receptores.

Num artigo sobre as redes complexas de influências sociais, no Mais! (26/7), Alexandre Abdo, doutor pela USP-Universidade Columbia, resenha a história das teorias sobre formação de opinião pública. E mostra que, na internet, os ditos influenciadores são menos importantes que os receptores, pois aqueles não são repassadores como estes. Assim, chegar ao ponto de potencial virótico não é simples.

Abdo cita Jonah Peretti, veterano de campanhas pela internet, que oferece uma alternativa à dualidade mídia-internet. Peretti chama de “big seed marketing”, ou marketing de grande semeadura: “foca pessoas comuns, ignorando os influenciadores”. Consiste em utilizar a mídia de massa para lançar o processo. E a internet capilariza, o que torna maior o multiplicador, e mais barato.
Essa estratégia, segundo Peretti gerou retornos de duas a quatro vezes maiores que as inserções iniciais, pelas quais se pagou.

Peretti e Duncan dizem que o marketing de grande semeadura gera sinergia entre mídia de massa e internet. Com taxa de reprodução -R- menor que um -por exemplo, 0,5-, um grupo inicial dobra seu alcance. Duplica uma campanha tradicional pela TV.

Não tem a imprevisibilidade do marketing viral. Exemplifica com diversas campanhas que, com R menor que um, produziram enorme impacto pela combinação de mídia de massa e internet. Muito mais eficaz que a viral e muito mais barato que só TV.

[email protected]


CESAR MAIA escreve aos sábados nesta coluna.

Cesar Maia estreia página em nova ferramenta na internet

 CESAR MAIA ESTREIA PÁGINA NO FORMSPRING! POLÍTICOS DEVERIAM ENTRAR!
              
1. Clique 
http://www.formspring.me/cesarmaia FormSpring é uma nova moda na internet, ainda inicial. É uma rede social de perguntas onde os usuários entram e fazem perguntas ao dono da conta. Só são publicadas para todos lerem as perguntas que são respondidas.
               
2. (lol, 15)  Na internet, as coisas que melhor funcionam geralmente envolvem conceitos simples. É o caso do Formspring.me, que virou febre no Twitter. Se trata de uma espécie de rede social em que é possível se cadastrar e então receber perguntas, anônimas ou não, de quem entrar no seu perfil.  A ideia não é inédita. O próprio Orkut tem um software parecido, chamado Caixa da Verdade. Mas a integração do Formspring com o Twitter faz com que os perfis viralizem muito mais rapidamente, e então o número de perguntas aumente.

Cesar Maia acompanha as eleições no Chile

 

Com o candidato Pinera.

Veja mais fotos no Flickr.

Leia a análise de Cesar Maia sobre as elieções no Chile:


ELEIÇÕES NO CHILE: PINERA E FREI NO SEGUNDO TURNO! CENTRO/CENTRO-DIREITA CRESCE NO CHILE!

1. O Tribunal Eleitoral informou os resultados para mais de 98% das urnas apuradas: Piñera 44%, Frei 29,6%, Ominami 20,1% e Jorge Arrate 6,2%. Interessante comparar com o quadro político chileno dos anos 50, 60 e 70, antes do golpe. Naquela época -40 a 50 anos atrás-, a direita, liderada por Jorge Alessandri, tinha 1/3 dos votos em média. A Democracia Cristã, da mesma forma. E a esquerda, PS-PC, idem. Em cada eleição as oscilações se davam em torno desta média. Não havia segundo turno.

2. Com os resultados deste domingo se pode dizer que uma parte do eleitorado que se identificava antes com a democracia cristã migrou para Piñera: 11%. Com isso, Frei ficou com 22% dos que votavam historicamente com o PDC e 7,6% dos que votam com a esquerda (PS e PPD) e fazem parte da coligação. Ominami+Jorge Arrate com 26,3% capturaram uma parte importante do eleitorado que historicamente votava com a esquerda ou quase 80% dele. Analistas acham que o voto de Ominami -jovem rebelde- se explica em grande parte como um voto antipolítico ou contra os partidos tradicionais. E que a nova geração -filhos e netos daqueles que votavam no PS+PC antes do golpe- votou nessa eleição numa linha de protesto contra os partidos "tradicionais".

3. Outros entendem que o longo ciclo de transição democrática chileno terminou nessa eleição, e que o voto em Ominami é um sinal disso e que a política chilena cristalizada antes do golpe e reconfirmada depois, chega a seu limite nessa eleição. E que uma derrota de Frei no segundo turno desmontará a Concertación (PDC-PS-PPD).

4. Quanto à expectativa de votos para o segundo turno, as pesquisas de Piñera falam em 30% dos votos de Ominami e que 15% dos eleitores de Arrate (PC) não votam em Frei pela memória negativa de seu pai no período pré-golpe. Os números mostraram que -por enquanto- o uso do assassinato de Frei-pai não produziu efeito eleitoral. É provável que com o amortecimento do Natal e Ano Novo produzam menos ainda. O segundo turno ocorrerá em 17 de janeiro e Piñera parte como favorito. É provável que a abstenção seja maior no segundo turno, outra vez favorecendo a Piñera pela probabilidade, hoje, desse ser um eleitor de Ominami. No discurso de comemoração de seus 20% de votos, Ominami disse que seus eleitores decidiriam como entendessem e que não cabia a ele orientar o voto. O comitê de Piñera vibrou.

5. Se Piñera não tem o carisma próprio dos líderes, pelo menos passa o carisma gerencial. Frei não tem nem um, nem outro. Seu rosto sempre fechado demonstra tensão. No discurso de passagem para o segundo turno, Frei bateu forte em Piñera, dizendo que a presidência da república não poderia concentrar os poderes político, econômico e de mídia, num ataque a condição de grande empresário de Piñera. Esse, por seu turno, disse no discurso da vitória, em palanque armado na frente do hotel onde ficou seu comitê, que se tinha que desencrustrar do Estado essas máquinas partidárias que se apropriaram dele como donas e pela corrupção, atacando a Concertación de Frei. O segundo turno começa quente.

 

“Flash forward”

Publicado em 21/11/2009 em Folha de São Paulo

PROMESSAS DE candidatos são rotinas das campanhas eleitorais. Há uma questão mais complexa: a projeção dos cenários nos quais o novo governo atuará.

FHC afirma que a política econômica atual é igual a sua. Elimina a gestão econômica como diferenciadora. O cenário econômico futuro não afetará o eleitor. FHC afirma que os programas de inclusão social do governo Lula são continuidade dos seus e que os indicadores sociais são projeções das curvas anteriores. Portanto, o social será percebido, também, como de continuidade.

Com isso, outras questões entram na diferenciação das candidaturas. Uma delas é clássica em eleições: o novo x o velho. Não se trata apenas de fazer memória do segundo governo FHC, como tenta o governo. O ponto central é a imagem transmitida pelos candidatos e como personalizam essa disjuntiva.

A oposição pode ser afetada pelo passado. O governo reforçará a ideia de um futuro igual ao presente ou de nenhum novo futuro. O novo fica disponível.

A Federação é outro elemento presente nesses 120 anos de República. Vem desde a frustrada Assembleia Constituinte de 1823. Atravessou o Império. Traumatizou a sucessão de Rodrigues Alves em 1906. Inaugurou a política do café (SP) com leite (MG). Em 1918, Alves, outra vez eleito, morre antes de assumir. Assume seu vice, o mineiro Delfim Moreira. A insistência de Washington Luís com Júlio Prestes, governador de São Paulo, levou à Revolução de 30.

Na reeleição de Lula, o imaginário popular o transferiu de São Paulo, onde vivia havia 50 anos, para o Nordeste, e a continuidade regional ficou com o adversário. Em 2010, Lula terá uma candidata com domicílio neutro: Brasília. Não se tem foto de fim de semana com a família em Minas ou no Rio Grande do Sul. Essa imagem de candidata sem origem e sem família, além de mãe do PAC, seria fatal nos EUA. Por aqui não se sabe ainda.
Finalmente, há que se projetar o ambiente político-social para o próximo governo. A nível político-parlamentar, não haverá novidade. A base aliada de hoje é a mesma de ontem e será a mesma de amanhã.

Mas o ambiente político-social tende à complexidade. Os sindicatos, associações e ONGs políticas vivem incrustados no Estado. Fora do poder, tenderão à radicalização.

Os “piqueteiros” de Kirchner são exemplos. A paz social “contratada” pelo governo atual poderia ser desestabilizada. A menos que a gestão política para eles demonstre que seus espaços serão mantidos, mas de outra forma. Estes três elementos no ambiente futuro -novo/velho, a Federação e a estabilidade social- devem marcar o imaginário do eleitor em 2010.

Oposição e Federação!

Publicado em 28/11/2009 em Folha de São Paulo 

CRÍTICAS SOBRE a passividade da oposição no Brasil são cada vez mais amplas. Listam-se uma série de desvios do governo Lula e um certo silêncio da oposição no dia a dia do governo.

Exceções escapam apenas uma vez ou outra nos grandes temas. Mas isso, para os críticos, não seria suficiente.

Num regime democrático, o eleitor elege uns para governar e outros para fiscalizar, fazer oposição. Uma oposição passiva reforça tendências autocráticas, com todos os riscos relativos. Nesse sentido, a política europeia é exemplar: não há carência. No dia seguinte à eleição, a oposição, mesmo a que foi governo no dia anterior, inicia sua ação questionadora.

Acua o governo no limite de suas promessas eleitorais e de sua natureza e erros no exercício do poder. No caso do Brasil, há um complicador: o regime federado.
É natural que boa parte dos principais quadros políticos dos partidos sejam os que apoiam o governo federal, ou os partidos de oposição estejam em governos estaduais e municipais. É como se o Executivo fosse o objetivo da carreira política. Natural num país onde a hegemonia do Executivo é cada vez maior.

Um certo imaginário popular e a própria imprensa, ao tempo que cobram uma oposição parlamentar firme, pedem que as relações entre prefeitos, governadores e presidente sejam passivas. A isso chamam colaboração em todos os campos. Ou seja: no nível dos Estados e municípios, a função administrativa deve prevalecer sobre a função política, e não serem instâncias próprias.

A democracia brasileira não consegue conviver com o que é práxis nas democracias desenvolvidas. Aqui as críticas políticas abertas não podem conviver com o entendimento administrativo. É visto como distorção. Com isso, parte dos principais quadros políticos da oposição é esterilizada quando se torna governadores e prefeitos.

E estes terminam por pressionar as suas bases parlamentares em nível federal para que elas tenham “paciência” e evitem o endurecimento.

O resultado não poderia ser outro: o debilitamento da oposição, numa relação híbrida, tendo a Federação de um lado, como amortecedor, e o Parlamento de outro, como acelerador. Talvez por isso o Senado tenha abandonado as suas funções constitucionais de representação da Federação. A democracia é afetada. O fato é que a liderança dos Executivos estaduais e das capitais sobre as suas bancadas acaba por fazer prevalecer a passividade da oposição, não como tática, mas como regra

Novo príncipe

Publicado em 05/12/2009 em Folha de São Paulo

“EL NUEVO Príncipe” (editora El Ateneo), de Dick Morris (coordenador de Clinton em 2006), é leitura básica para entender a complexidade da comunicação política dos governos, muito maior que a do marketing eleitoral, pois ocorre dia a dia. E se insere num universo diversificado, de imprensa, comunicação direta, boatos, opinião pública segmentada, contracomunicação da oposição e dos insatisfeitos e da internet. Publicado em 21/11/2009 em Folha de São Paulo

Morris fala disso em “Governar”, na parte 2 de seu livro. Nele, trata de temas como popularidade cotidiana, exercício da liderança, agressividade ou conciliação, inércia burocrática, cuidar das costas (controlar seu partido), cortejar a oposição, grupos de pressão, buscar recursos e continuar sendo virtuoso, o mito da manipulação da mídia e como sobreviver a um escândalo.

A este último ponto Morris dedica atenção. “Não há como ganhar na cobertura de um escândalo. A única maneira de sair vivo é falar a verdade, aguentar o tranco e avançar”. Com vasta experiência junto à imprensa dos EUA, lembra que, quando ela abre um escândalo, tem munição guardada para os próximos dias. Os editores fatiam a matéria, pedaço a pedaço, para a cada dia ter uma nova revelação.

De nada adianta querer suturar o escândalo com uma negação reativa, pois virão outras logo depois, desmoralizando a defesa. E outros veículos entram com fatos novos, para desmentir. Para Morris, a chave é não mentir. O dano de mentir é mortal. “Uma mentira leva a outra, e o que era uma incomodidade passa a ser obstrução criminal à Justiça”.

A força de um escândalo é a sua importância política. As pessoas perdoam muito mais aqueles fatos sem relação com o ato de governar.

E ir acompanhando a reação do público. “Se os eleitores se mostram verdadeiramente escandalizados com o que se diz que ele fez, é melhor que não tenha feito. Roubar dinheiro quase sempre não se perdoa”.
Em outros tipos de escândalo, como os de comportamento, os eleitores se mostram mais suaves e compreensíveis. Os mais velhos são sempre menos tolerantes. Os de idade intermediária tendem a ser mais flexíveis, especialmente com escândalos de comportamento. Os eleitores jovens se fixam mais no caráter do governante. Assim, além da complexidade de enfrentar um escândalo, a comunicação de governo deve ser, pelo menos, etariamente segmentada.

Na medida em que o governante nada tenha a ver diretamente com o fato, que os responsáveis sejam de fato afastados por traição de confiança. Caso contrário, o próprio governo será contaminado e terá perdido precocemente a batalha de opinião pública e, assim, a batalha política.

Pérfida Albion

Publicado em 12/12/2009 em Folha de São Paulo

CONSULTOR E porta-voz de governos da CDU, na Alemanha, hoje em atividade privada, Axel Wallrabeinstein esteve no Brasil palestrando sobre as eleições de setembro na Alemanha.

Não é necessário lembrar a escolarização dos eleitores lá, a sua politização, num quadro de partidos com perfil definido, e o uso da lista partidária (50% dos deputados). Assim, é de se deduzir que a despolitização eleitoral no Brasil tenda a ser bem maior que na Alemanha.

Axel afirma que os programas de governo não têm mais a importância que tinham. O que conta para a vitória eleitoral são os personagens e a confiança pessoal do eleitor na imagem deles. O binômio básico é confiança e credibilidade. Da mesma forma quando qualquer tema é abordado em campanha, ou ele se ajusta na imagem do candidato, ou o eleitor o ignora.
Axel diz que, numa análise pré-eleitoral, todo cuidado é pouco.

Destacar os pontos de interesse da população é simples por via de pesquisas. Mas colar os temas aos partidos e aos candidatos depende do imaginário sobre ambos. Ou se constrói com tempo a imagem do partido e do candidato ligado a um tema, ou esse não será crível para o eleitor.
Em pesquisa de respostas múltiplas na Alemanha, 79% dos eleitores disseram que os políticos não mantêm as promessas; 55%, que os políticos fazem o que querem. Em outra pergunta, de respostas múltiplas, 77% afirmaram que os políticos defendem grupos de interesse; 66%, que os políticos só pensam em seu próprio benefício; 60%, que não se pode confiar nos políticos.

Isso na Alemanha…

O “slogan” principal das campanhas vai deixando de ter vinculação programática (educação, saúde, segurança, emprego …) e passa a tratar de valores e sentimentos.

Sarkozy adotou o “orgulho pela França”. Obama, o divulgado “sim, nós podemos”. Merkel, agora em 2009, “temos força para cumprir”, num plural que incluía os eleitores.

O mais surpreendente nos números apresentados é que 35% dos eleitores afirmaram que sua decisão definitiva só se deu na última semana, retratando uma linha de alheamento que Merkel explorou com uma espécie de “não campanha”. Assim, o exercício do poder, depois, ganha autonomia em relação às razões eleitorais.

Muito mais aqui que lá, promete-se qualquer coisa em campanha e faz-se o que se quer no governo.

O poeta francês Marquês de Ximenes, no final do século 18, usou a expressão “Pérfida Albion” (nome romano da Inglaterra) para afirmar que o país era um reino onde se dizia uma coisa e se fazia outra.

Era um momento de ampla corrupção política na Inglaterra.

Cesar Maia recebe a medalha Comendador Soares

O Prefeito Cesar Maia recebeu a medalha Comendador Soares do deputado Rogerio Lisboa O Prefeito Cesar Maia recebeu a medalha Comendador Soares, maior comenda oferecida pela Câmara Municipal de Nova Iguaçu, em cerimônia na noite desta quinta-feira, 26/11, no SESC da cidade.

A homenagem foi proposta pelo atual deputado federal Rogério Lisboa, presidente estadual do Democratas, que à epoca da iniciativa, em 2001, era vereador de Nova Iguaçu.