Entrevista de Cesar Maia ao Ex-Blog

Ex-Blog: Como analisa o momento político atual?
Cesar Maia: Vale uma preliminar. Os teóricos da comunicação vêm ensinando, nos últimos anos, que se criou uma mentalidade do tempo real. É como se a cada momento surgisse uma realidade nova, confundindo-a com as notíciais. Os fatos de hoje têm razões e têm processos e é fundamental entende-los.

Ex-Blog: Seja mais explícito.
CM: Outro dia, o governador Cabral foi entrevistado sobre os resultados de pesquisas que o colocam no fundo do poço. Ele disse: “Não comento pesquisas, pois é apenas uma foto do momento”. Ilusão de ótica. A mentalidade do tudo em tempo real, do instagram-político, impede que se analise, no tempo, os processos que nos trouxeram a esse momento. E o político afetado, sem entender isso, a tendência será, para ele, que esse momento se cristalize.

Ex-Blog: Que processo foi esse em 2013?
CM: Aqui no Rio o ano abriu com uma vitória do PMDB na Capital no primeiro turno. Em nível estadual, Cabral surfava na segurança pública e em sua amizade com Lula. Paes surfava na vitória eleitoral. Dilma surfava na popularidade. Um mar de rosas, pensavam eles. Vieram as manifestações nas ruas estimuladas pelo ativismo das redes sociais e eles desintegraram, com Cabral implodindo.

Ex-Blog: Mas o impacto das redes e das ruas foi suficiente para isso?
CM: Uma história infantil que ajuda muito a entender é a do Rei que desfilava com um tecido feito pelo costureiro da corte, tão fino e especial que deslumbrava a todos. Até que uma criança gritou: O Rei está nu!!!! E todos se deram conta do óbvio. O costureiro e o tecido são representados hoje pela publicidade política, pelas “barrigas” para a mídia espontânea… O eleitor naturalmente quer acreditar no que está vendo, lendo e ouvindo. Mas o tempo vai mostrando que a realidade não corresponde à publicidade. E, de repente, milhares de pessoas vão às ruas, como aquela criança e gritam: Os Reis estão nus. Foi o que ocorreu.

Ex-Blog: Mas será que eles se deram conta disso?
CM: Parece que não, pois continuam a achar que a propaganda resolve tudo. Não é demais lembrar uma assertiva da propaganda política: “Não há um bom governo sem uma boa publicidade; mas também não há uma boa publicidade sem um bom governo.”

Ex-Blog: Vamos aos cenários. Como projeta as eleições de 2014?
CM: O Rio de Janeiro é o único estado do Brasil em que a imprevisibilidade é total. Em SP, MG, RS, PR, BA, PE, etc., vão se construindo as disjuntivas. Aqui no Rio há uma ampla diluição eleitoral, onde quem lidera não tem 20% e quem está no final tem 5%. Ou seja, nesse momento há uma grande probabilidade de se ir ao segundo turno com 15% dos votos, o que estimula, muito, todas as candidaturas postas e outras a entrarem nesse jogo. Se há alguma certeza é que Cabral e seu candidato estão fora do jogo.

Ex-Blog: E em nível federal?
CM: Dilma –após as ruas de 2013- reagiu exacerbando a propaganda, mas também intensificando medidas e decisões. Com isso, teve um refluxo que a descolou dos 30% e a aproximou dos 40%. Mesmo que abaixo dos 55% anteriores, ganhou alguma musculatura. Seus adversários pensam essa, como uma campanha tradicional e priorizam o andar de cima para ir descendo no sentido do momento eleitoral. Resultado é que não ganharam musculatura e a certeza de que seria uma eleição em 2 turnos já não é a mesma. Nesse momento, eles deveriam estimular dois candidatos: um pela esquerda e outro pela direita para ajudar o segundo turno.

Ex-Blog: As ruas voltarão a rugir na Copa do Mundo?
CM: Acho que a primeira fase das chaves será relativamente tranquila, com o entorno dos estádios com cordões de isolamento, só passando com entrada na mão. Mas se na segunda fase, já de mata-mata, o Brasil perder para a Espanha ou Holanda, as ruas vão tremer, os rugidos (para que gastaram tantos bilhões?) vão ter ressonância mundial. Bem…, vamos torcer pelo Brasil.

30 de dezembro de 2013

EX-BLOG ENTREVISTA CESAR MAIA SOBRE 2013 E CENÁRIOS PARA 2014! O INSTAGRAM-POLÍTICO!

1. Ex-Blog- Como analisa o momento político atual? CM- Vale uma preliminar. Os teóricos da comunicação vêm ensinando, nos últimos anos, que se criou uma mentalidade do tempo real. É como se a cada momento surgisse uma realidade nova, confundindo-a com as notíciais. Os fatos de hoje têm razões e têm processos e é fundamental entende-los.

2. Ex-Blog- Seja mais explícito. CM- Outro dia, o governador Cabral foi entrevistado sobre os resultados de pesquisas que o colocam no fundo do poço. Ele disse: “Não comento pesquisas, pois é apenas uma foto do momento”. Ilusão de ótica. A mentalidade do tudo em tempo real, do instagram-político, impede que se analise, no tempo, os processos que nos trouxeram a esse momento. E o político afetado, sem entender isso, a tendência será, para ele, que esse momento se cristalize.

3. Ex-Blog- Que processo foi esse em 2013? CM- Aqui no Rio o ano abriu com uma vitória do PMDB na Capital no primeiro turno. Em nível estadual, Cabral surfava na segurança pública e em sua amizade com Lula. Paes surfava na vitória eleitoral. Dilma surfava na popularidade. Um mar de rosas, pensavam eles. Vieram as manifestações nas ruas estimuladas pelo ativismo das redes sociais e eles desintegraram, com Cabral implodindo.

4. Ex-Blog- Mas o impacto das redes e das ruas foi suficiente para isso? CM- Uma história infantil que ajuda muito a entender é a do Rei que desfilava com um tecido feito pelo costureiro da corte, tão fino e especial que deslumbrava a todos. Até que uma criança gritou: O Rei está nu!!!! E todos se deram conta do óbvio. O costureiro e o tecido são representados hoje pela publicidade política, pelas “barrigas” para a mídia espontânea… O eleitor naturalmente quer acreditar no que está vendo, lendo e ouvindo. Mas o tempo vai mostrando que a realidade não corresponde à publicidade. E, de repente, milhares de pessoas vão às ruas, como aquela criança e gritam: Os Reis estão nus. Foi o que ocorreu.

5. Ex-Blog- Mas será que eles se deram conta disso? CM- Parece que não, pois continuam a achar que a propaganda resolve tudo. Não é demais lembrar uma assertiva da propaganda política: “Não há um bom governo sem uma boa publicidade; mas também não há uma boa publicidade sem um bom governo.”

6. Ex-Blog- Vamos aos cenários. Como projeta as eleições de 2014? CM- O Rio de Janeiro é o único estado do Brasil em que a imprevisibilidade é total. Em SP, MG, RS, PR, BA, PE, etc., vão se construindo as disjuntivas. Aqui no Rio há uma ampla diluição eleitoral, onde quem lidera não tem 20% e quem está no final tem 5%. Ou seja, nesse momento há uma grande probabilidade de se ir ao segundo turno com 15% dos votos, o que estimula, muito, todas as candidaturas postas e outras a entrarem nesse jogo. Se há alguma certeza é que Cabral e seu candidato estão fora do jogo.

7. Ex-Blog- E em nível federal? CM- Dilma –após as ruas de 2013- reagiu exacerbando a propaganda, mas também intensificando medidas e decisões. Com isso, teve um refluxo que a descolou dos 30% e a aproximou dos 40%. Mesmo que abaixo dos 55% anteriores, ganhou alguma musculatura. Seus adversários pensam essa, como uma campanha tradicional e priorizam o andar de cima para ir descendo no sentido do momento eleitoral. Resultado é que não ganharam musculatura e a certeza de que seria uma eleição em 2 turnos já não é a mesma. Nesse momento, eles deveriam estimular dois candidatos: um pela esquerda e outro pela direita para ajudar o segundo turno.

8. As ruas voltarão a rugir na Copa do Mundo? CM- Acho que a primeira fase das chaves será relativamente tranquila, com o entorno dos estádios com cordões de isolamento, só passando com entrada na mão. Mas se na segunda fase, já de mata-mata, o Brasil perder para a Espanha ou Holanda, as ruas vão tremer, os rugidos (para que gastaram tantos bilhões?) vão ter ressonância mundial. Bem…, vamos torcer pelo Brasil.

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PRESENTE DE GREGO DE DILMA NO PIOR NATAL DOS ÚLTIMOS 11 ANOS!

(Eliane Catanhade – Folha de SP, 29) 1. Os produtos nacionais viraram artigo de luxo, os importados custam três vezes mais que nos EUA. Nem as feiras e o comércio popular escapam. Imagine a aflição da maioria de trabalhadores ao procurar brinquedos, tênis e roupas para os filhos.

2. Não foi nenhuma surpresa saber que o comércio teve seu pior Natal em 11 anos. A surpresa ficou por conta da reação desvairada do governo: em vez de se preocupar e se ocupar com os preços internos abusivos, aumentou o IOF e penalizou os cartões de débito em moeda estrangeira. Falta pão? Suprimam-se os brioches.

3. Se o brasileiro ficar, o bicho preço come; se correr, o bicho imposto pega. Obrigada, presidente Dilma, pelo presente de grego no Natal.

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MAIS UMA DO CABRAL: APOSENTADOS SEM PARIDADE!

(Folha de SP, 29) 1. O primeiro Estado a implantar o sistema foi São Paulo, em 2011. Agora, Rio de Janeiro, Ceará, Espírito Santo e Minas Gerais já o instituíram.

2.  O governo federal também pretende implantar o PrevFederação, instituição que irá reunir os Estados e municípios sem condições de criar seu próprio fundo de previdência complementar.

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PCC, DE SP, AGORA NO RIO TAMBÉM! E O GOVERNO DO RJ? O QUE FAZ?

(Folha de SP, 30) 1. O PCC (Primeiro Comando da Capital) chegou ao Rio. A facção criminosa paulista, que já montou bases em 13 Estados e até no exterior, se aproximou das três facções cariocas e passou a cuidar de negócios do crime no Estado. A colaboração entre quadrilhas dos dois Estados ocorre eventualmente há anos, mas agora os criminosos de São Paulo são presença constante em reuniões do CV (Comando Vermelho), da ADA (Amigos dos Amigos) e do TC (Terceiro Comando) no Rio.

2. Nelas, definem o envio de armas, dinheiro e drogas.  A influência cresceu tanto que os paulistas conseguiram convencer os cariocas a vender crack, droga que sempre evitaram nas favelas do Rio. Em dificuldades financeiras desde os ataques de 2006, quando passou a ser estrangulado pela polícia, o PCC diversificou sua atuação. No Rio, a ação mais efetiva vem sendo feita junto ao CV. A facção carioca teve dívidas de R$ 7 milhões perdoadas e alguns já batizam essa união de CV-Primeiro Comando.

3. Levantamento do Ministério Público paulista no sistema carcerário do Rio mostra que 38 internos cariocas já foram “batizados” pelo PCC –ou seja, passaram a integrar a facção. Há ainda 15 presos de São Paulo, ligados à quadrilha, cumprindo pena no Rio.

27 de dezembro de 2013

PUBLICIDADE DOS GOVERNOS E PROMISCUIDADE ELEITORAL!

1. O STF caminha para proibir o patrocínio, pelas empresas, de campanhas eleitorais. Provavelmente ficará para 2016, porque não dará tempo para se definir qual a alternativa ao sistema atual. Um caminho que pode ser positivo, desde que se proíba a publicidade dos governos e suas empresas estatais.

2. Explicando. Os governos e suas estatais contratam agências de publicidade para suas campanhas. Entre as agências contratadas está uma que fez ou fará a sua campanha eleitoral diretamente ou através de outra, “associada”.

3. Elaboradas as campanhas, é definida uma mídia técnica. As agências recebem pela produção e comissão legal entre 10% e 20% do valor da mídia. Mas (tantas vezes) é estabelecido um “acordo” entre o governo e agências. Tudo o que for contratado nas mídias além da mídia técnica (x inserções + y extra-inserções), as comissões legais pagas por y ficarão a crédito dos governos e de seus partidos para a próxima campanha eleitoral.

4. Tudo dentro da lei. Sabe-se que o custo publicitário das campanhas eleitorais majoritárias é o principal vetor de custo das campanhas. Para quem está no governo, esse custo total ou em grande parte das campanhas está pré-coberto. Depois, na campanha, se faz um registro de gasto, por valor muito menor que o valor de mercado.

5. Dessa forma, proibir o financiamento de campanhas por empresas, sem limitar e fiscalizar a publicidade governamental é impor uma enorme distorção nas campanhas: partidos nos governos terão parte substancial de suas campanhas, que são as agências de publicidade pré-financiadas. Esses são fatos conhecidos e até demonstrados. Lembre-se de CPI no Estado do Rio, nos anos 1999 e 2000, como exemplo.

6. Nada se pode generalizar, mas é prática ampla. Seria importante os ministros do STF avaliarem esse pré-financiamento por parte dos governos e tomar sua decisão, corrigindo as distorções dos patrocínios empresariais e –junto- impedindo o pré-patrocínio governamental.  Só há um caminho, norte-americano e europeu: governos não podem fazer campanhas publicitárias que não sejam de informação de interesse público, como vacinação, etc.

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JIHADISTAS EUROPEUS SÃO 18% DOS COMBATENTES ESTRANGEIROS NA SÍRIA!

(El País, 23) 1. Os cidadãos da União Europeia que combatem na Síria junto com Al Qaeda contra Bachar El Asad cresceram 3 vezes nos últimos seis meses. Os serviços secretos temem seu retorno. Os jihadistas que residiam na Europa representam 18% do total de combatentes que se deslocaram à Síria, segundo o Centro Internacional de Estudo da Radicalização (ICSR –sigla em inglês), de Londres. Seriam muito mais se a Turquia não tivesse expulsado, em 2013, 1.100 europeus a caminho da Síria.

2. O centro londrino calcula que pelo menos 11 mil combatentes não sírios tem lutado na Síria desde 2011. Entre os árabes e tunisianos estão os mais numerosos. Entre os europeus abundam os britânicos, franceses, alemães, belgas e holandeses. Em relação à população de seus países, os bósnios e dinamarqueses são os mais numerosos. Por outro lado, o regime de Assad recebeu o apoio da milícia xiita libanesa Hezbollah, de voluntários do Iraque e de instrutores militares do Irã. As estimativas sobre a quantidade deles oscilam entre 5 mil e 15 mil.

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ASSASSINATOS NA AMÉRICA LATINA: 330 MILHÕES DE ANOS DE VIDA EM UM ANO!

(BBC, 23) 1. A insegurança na América Latina custou mais de 330 milhões de anos de vida em apenas um ano. Na última década, a região experimentou um crescimento econômico, mas também um aumento da criminalidade. A América Latina teve um crescimento econômico sustentado de 4,2% ao ano nos últimos 10 anos e 70 milhões de pessoas “saíram da pobreza”.

2. Mas as taxas de homicídio na América Latina aumentaram, com mais de 100 mil homicídios por ano e um total de mais de um milhão de 2000 a 2010. Os latino-americanos têm “a menor sensação de segurança do mundo”: em média, uma em cada três pessoas disseram ter sido vítimas de um crime violento.

3. O custo do crime pode ser medido de diferentes maneiras, disse à BBC Mundo o Dr. Marcelo Bergman, diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Insegurança e Violência (Celiv), da Universidade Nacional Tres de Febrero, na Argentina. Uma das opções é “medir o custo por anos de vidas perdidas”. “Isso soa estranho, mas posso dar um exemplo. Suponha que uma pessoa é assassinada aos 25 anos, essa pessoa em circunstâncias normais, de acordo com as estimativas para um determinado país, poderia ter vivido até os 75 anos. Se ela é morta com 25, quer dizer que foram perdidos 50 anos de vida dessa pessoa”.

4. Um cálculo complexo permite estimar para cada país o número de meses de vida perdidos por excesso de homicídios, um número que é multiplicado pela população desse país. O Brasil, por exemplo, perdeu oito meses em sua expectativa de vida, que multiplicado por seus mais de 190 milhões de pessoas, resulta em mais de 100 milhões de anos de vida perdidos.

5. Com base nas informações de 15 países da América Latina, em 2009 a região perdeu 331 milhões de anos de vida, de acordo com o relatório. A soma dessas estimativas revela que os países da região gastam em segurança de 2,5% do PIB, como a Costa Rica (915 milhões de dólares) até mais de 10%, como no caso de Honduras (1,7 bilhão de dólares).

6. Entre 2008 e 2010, oito dos dez países do mundo com maior índice de desigualdade de renda se encontravam na América Latina, onde “o ambiente em que as pessoas nascem continua determinando o seu futuro”, disse o relatório.  O PNUD adverte que a “mão pesada”, a política de repressão da criminalidade, coincidiu muitas vezes com o aumento da criminalidade.

7. “Não existe fórmula mágica, não existe uma só decisão, ou o conjunto de três ou quatro decisões, que irão resolver o problema. Não existe lei de tolerância zero ou de “mão pesada”, ou de promover educação para todos, que vai resolver esses problemas, são muitas coisas para serem feitas”, diz Bergman. As recomendações do relatório incluem a modernização da polícia, a democratização do processo de recrutamento, o fortalecimento do sistema de justiça reduzindo a impunidade e a punição da violência contra as mulheres.

26 de dezembro de 2013

A IMPROBABILIDADE DE EDUARDO CAMPOS SE APROXIMAR DE AÉCIO NEVES!

1. Os elogios mútuos entre Aécio e Campos fazem parte da teoria de ballotage (eleições majoritárias com segundo turno). Os concorrentes devem focalizar quem acham que vão enfrentar no segundo turno e suavizar com os demais, de forma a contar com esses eleitores no segundo turno.  Mas o problema está quando os votos dos candidatos que disputam a segunda vaga não têm espalhamento. Isso termina cristalizando os votos de cada qual em suas regiões.

2. Comecemos pelos Sudeste, que tem 43% dos eleitores. Aécio certamente sairá de Minas Gerais com uma votação que fará lembrar Brizola em 1989 no Rio e Rio Grande do Sul. Em S. Paulo, pela polarização PSDB x PT, não haverá espaço para o crescimento de Eduardo Campos. No Rio há um vetor para o crescimento de Campos, mas esse depende inteiramente de Marina Silva. Se ela tivesse transferido o título para o Rio, seria favorita. E não se vê quem queira sacrificar seu mandato para ser o governador de Campos no Rio.

3. O perfil de Marina não sugere que ela vá jogar sua imagem numa candidatura perdedora. Se isso não ocorrer e ela ficar tocando realejo durante as eleições (expressão usada por Brizola para quem não se envolve), a polarização se dará entre Dilma e Aécio. Ela entre os de renda e nível de instrução menores e ele o contrário.

4. No Nordeste, onde Campos tem sua base maior, assim mesmo ela só tem concentração significativa em Pernambuco.  É no Nordeste onde Dilma tem os melhores índices lastreados por Lula que, com certeza, estará peregrinando pela região na campanha. Campos vence Dilma em Pernambuco, mas perde para Lula. No Centro-Oeste a presença de Marina dificultará a atratividade de Campos. No Norte, da mesma maneira.

5. Finalmente, no Sul, Campos não tem superfície de contato (expressão usada por Getúlio Vargas para candidaturas sem base regional ou setorial). No Paraná a polarização será entre PSDB e PT/PMDB. No Rio Grande do Sul entre PT e PP, que terminará atraindo os eleitores anti-PT para o voto útil.

6. E é esse voto útil (trocar de candidato por achar que seu candidato não tem chance) que, nas condições atuais, tende a emagrecer ainda mais a candidatura Campos, com o início da campanha. Ocorrendo isso, Marina preservará a sua imagem e não assumirá o carimbo de perdedora. Com seu staff não faltarão temas para ela fazer esse descolamento explícito.

7. Um voto útil em relação a Campos só desaguará parcialmente em Aécio, o que aumenta a necessidade que surjam dois candidatos –um pela esquerda e outro pela direita- para criar um ambiente de segundo turno.

8. Segundo o Ibope, Dilma se encontra no patamar de votos (incluindo brancos e nulos) que obtiveram Lula, Lula e ela nas três presidenciais: 43%. Aécio tem 14%. Campos 7%. Campos emagreceu um pouco entre as duas últimas pesquisas do Ibope, num sinal que o impacto Marina se diluiu muito cedo e não surgiu nenhum vetor multiplicador.

9. Bem, essa é uma projeção de cenários em base às condições deste final de 2013. Mas num ano de Carnaval retardado para março, de Copa do Mundo, de expectativas que as ruas voltem a ser ocupadas…, construir fatos novos para quem precisa deles não será tarefa fácil.

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CONSÓRCIO MARACANÃ LUCRA E NÃO INVESTE PELA ‘INÉRCIA’ DO GOVERNO CABRAL!

(Folha de SP, 26) 1. Há mais de quatro meses “em suspenso”, a concessão do Maracanã já rendeu ao menos R$ 15 milhões à gestora do estádio. O valor foi arrecadado em 48 jogos após o anúncio do governador Sérgio Cabral (PMDB) de alterações no projeto para a arena.  O Estado ainda analisa a segunda proposta da concessionária para se manter à frente da gestão da arena. A primeira foi recusada há três meses. O Ministério Público do Rio defende a realização de nova licitação.

2. A empresa, formada por Odebrecht, AEG e IMX, teve que apresentar novas propostas após o governador, pressionado por manifestações, desistir de demolir o parque aquático Júlio Delamare, o estádio de atletismo Célio de Barros, e a escola municipal Friedenreich.  Com as mudanças, o Estado ainda analisa se será necessário fazer nova licitação, ou se mantem a empresa na administração do estádio.

3. O consórcio Complexo Maracanã Entretenimento venceu a licitação para gestão do estádio em maio. O projeto previa investimentos de R$ 594 milhões, nos quais estavam incluídos as demolições agora canceladas. Há ainda o pagamento de aluguel de R$ 5,5 milhões por 33 anos.

4. O Estado ainda analisa a segunda proposta, cujos termos não foram divulgados. Enquanto isso, a concessionária lucra com as partidas no estádio. A empresa firmou contrato com os quatro grandes clubes do Rio e acabou beneficiada pelo fechamento do Engenhão, cuja cobertura está em reforma.  O Estado afirmou que os investimentos foram suspensos até a decisão sobre o futuro da concessão que, segundo o governo, sairá em janeiro.

5. (Ex-Blog) Mas os estacionamentos não eram exigência da FIFA para a Copa do Mundo de 2014 que começará em 6 meses?

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2 DE FEVEREIRO 2014: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS EM EL SALVADOR!

1. A Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional (FMLN), que atualmente governa El Salvador, está liderando as sondagens de opinião sobre as eleições presidenciais de 02 de fevereiro em El Salvador. Na última pesquisa, realizada em meados deste mês, a FMLN obteve 31,1% das intenções de votos, seguida pela coligação Unidade, com 26,9%, e a Aliança Republicana Nacionalista, com 26,2%. Unidade é uma dissidência da Arena, liderada por ex-presidente.

2. Para ganhar as eleições em El Salvador no primeiro turno é necessário alcançar a metade mais um dos votos. A mesma pesquisa revela que, ocorrendo o segundo turno em 09 de março, todos os partidos e movimentos políticos estarão envolvidos numa acirrada disputa, com uma margem de diferença mínima. Nesse caso, a votação daria um empate entre a FMLN (esquerda), com 37,9%, e a ARENA (centro-direita), com 37,4%.

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AÇÕES/PROPOSIÇÕES LEGISLATIVAS DO VEREADOR CESAR MAIA EM 2013!

PROJETOS DE LEI: 72
PROJETOS DE EMENDA À LEI ORGÂNICA: 2
PROJETOS DE LEI COMPLEMENTAR: 9
PROJETOS DE DECRETO LEGISLATIVO: 5
PROJETOS DE RESOLUÇÃO: 7
INDICAÇÕES LEGISLATIVAS: 185
REQUERIMENTOS DE INFORMAÇÃO: 280
MOÇÕES: 25
REQUERIMENTOS SIMPLES: 28

TOTAL: 623 AÇÕES/PROPOSIÇÕES

Aprovado projeto de lei de Cesar Maia que libera servidor municipal do estágio probatório na segunda matrícula

Do jornal Extra (24/12)

No último dia 11, a Câmara Municipal do Rio aprovou o Projeto de Lei Complementar 21/2013. De autoria dos vereadores Cesar Maia e Carlo Caiado, ambos do DEM, a proposta libera do estágio probatório o servidor municipal do Rio que já é concursado e for aprovado num novo concurso para o mesmo cargo, obtendo, assim, uma segunda matrícula na prefeitura. Professores e médicos são alguns dos cargos em que é possível acumular vínculos no poder público, seja numa mesma esfera de governo (municipal, estadual ou federal) ou em esferas diferentes. Na justificativa do projeto, os vereadores destacam que o estágio probatório serve para verificar se o funcionário tem os conhecimentos exigidos pela função. No entanto, se ele já comprovou essa capacidade na primeira matrícula, essa etapa seria desnecessária no segundo vínculo.

23 de dezembro de 2013

IBOPE MOSTRA ELEITOR DE S. PAULO PESSIMISTA, A COMEÇAR COM O PREFEITO DA CAPITAL!

Pesquisa de 23/11 a 02/12 com 812 entrevistados.

1. Eleitor paulistano deu 12% de ótimo+bom para prefeito Haddad e 51% de ruim+péssimo. O governador Alckmin teve 31% de O+B x 25% de R+P. Na capital, obteve apenas 28% x 30%.  49% dos paulistas desaprovam Alckmin e 41% aprovam. 57% não confiam em Alckmin e 34% confiam. Em S. Paulo, segurança pública+violência+drogas tem a pior avaliação do Brasil. 28% apontam este como o pior desempenho do governo estadual, mais que os 20% de Saúde, que lidera em todo o país.  É provável que a escolha, pelo PT, do ministro da saúde para candidato a governador seja uma escolha fora do tema.

2. Dilma teve avaliação um pouco melhor que Alckmin: 35% de O+B x 26% de R+P. Assim como no Estado do Rio, é entre os jovens de 16 a 24 anos que a avaliação de Dilma é pior: 29% x 35%. Na capital, Dilma também supera Alckmin: 32% x 28%. E no interior a avaliação O+B de Dilma iguala a de Alckmin: 38%. São 48% os que desaprovam Dilma e 44% os que aprovam. São 55% os que não confiam em Dilma e 39% os que confiam. Em relação a Alckmin, 49% desaprovam e 57% não confiam.

3. Curiosamente, a melhor avaliação de Dilma está entre aqueles que acham Alckmin ótimo+bom. Nesse cruzamento, 52% avaliam Dilma O+B e 17% R+P. Não é uma notícia boa para a candidatura de Aécio, pois abrir vantagem em S. Paulo é decisivo para ele. Se até a campanha a candidatura de Alckmin for percebida como impessoal politicamente (indiferente se ganhe este ou aquele presidente), como o é hoje, o prejuízo para Aécio será muito grande.

4. A desaprovação das funções de governo em nível federal no estado de S. Paulo é a maior do Brasil. Segurança Pública tem desaprovação de 79%. Combate a Inflação tem desaprovação de 75%. Combate a Fome/Pobreza de 52%. Impostos 84%. Meio Ambiente 52%. Saúde 80%. Educação 68%.

5. As áreas de pior desempenho do governo federal são: Saúde para 21% dos eleitores, Segurança+Drogas+Violência 20%, Combate a Corrupção 14%, Educação 11%.

6. Se quiser conhecer a pesquisa completa para o Estado de SP. 

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EX-BLOG CHEGA A EDIÇÃO 2000!

Na sexta-feira (20), este Ex-Blog chegou a Edição 2000. Lembre-se que ele não circula sábados e domingo e feriados. E continua a crescer o número dos que espontaneamente se inscreveram, passando a 58.511 inscritos até dia 20/12/2013. Um presente de Natal que este Ex-Blog agradece muito.

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CONEXÃO S. PAULO-RIO-PANAMÁ: TUDO EM 2008!

1. (Estado de SP, 22) 1.1. José Dirceu abriu no Panamá uma filial de sua empresa de consultoria. Ela fica no mesmo endereço da Truston International, dona do hotel que ofereceu a ele emprego de R$ 20 mil no mês passado. A JD Assessoria e Consultoria registrou a filial em 2008, três anos depois de Dirceu ser apeado do governo em meio ao escândalo do mensalão, no escritório da Morgan & Morgan, que disponibiliza testas de ferro para milhares de firmas estrangeiras, como a Truston, no conhecido paraíso fiscal da América Central.

1.2. Na ocasião, Dirceu informou a um cartório brasileiro a constituição da filial, com endereço no 16.º andar da Torre MMG, na Cidade do Panamá, onde funciona a Morgan & Morgan. Conforme os registros, ao abrir a filial no Panamá, o ex-ministro fez um aporte em dinheiro vivo e aumentou o capital da JD de R$ 5 mil para R$ 100 mil. Metade desse capital foi destacado para a filial panamenha, cujo objetivo seria “o mesmo desenvolvido pela matriz”, criada em 1998, em São Paulo.

1.3. A Truston – dona do hotel St. Peter – foi aberta no Panamá apenas três meses depois dessa operação conduzida pelo ex-ministro, também declarando o endereço da Morgan & Morgan e tendo um “laranja” como seu presidente. José Eugenio Silva Ritter, auxiliar administrativo do Morgan & Morgan, e outros dois representantes do escritório panamenho constam como donos de nada menos que 30 mil empresas no paraíso fiscal.

2. (JB, 06) Rio. Conval Corporation e Vittenau Corporation: primeira foi constituída em 12 de junho de 2008 e a segunda uma semana depois, em 19 de junho daquele ano. Hoje elas pertencem a Valmar Souza Paes, pai do prefeito, Cada uma delas tem um capital social de US$ 4 millhões, ou seja, US$ 8 milhões, que, hoje, equivaleriam a cerca de R$ 20 milhões. Ambas foram constituídas pelo escritório Morgan y Morgan, um dos mais atuantes no Panamá, que, ao que tudo indica, tem farta clientela no Brasil. Jose Eugenio Silva Ritter é ou foi “dono” de mais de 1,5 mil empresas – a maioria delas no País.

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34% DOS JOVENS DE 18 ANOS OU MAIS, EM FAVELAS-UPP, NÃO ESTUDAM NEM TRABALHAM!

(Folha de SP, 22) 1. Mais de um terço dos jovens de favelas com UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) não trabalha nem estuda, diz pesquisa da Firjan.  De acordo com o levantamento, realizado em sete favelas ocupadas, os jovens têm relação atribulada com a escola, saindo e voltando constantemente, o que impacta na formação e na entrada do mercado de trabalho.   Segundo os dados, 28% dos moradores de favela de 14 a 29 anos não estudam nem trabalham. A taxa está acima da média da região metropolitana do Rio, onde 21% dos jovens nessa faixa etária se enquadram nesse perfil, de acordo com dados do IBGE.

2. Segundo a Firjan, a proporção aumenta a partir dos 18, quando 34% dos jovens de favelas com UPP não estuda nem trabalha. “Eles largam aos poucos a escola, parando e voltando a estudar. Repetem ano, param um ano, voltam. Aos 18, quando deviam estar no mínimo entrando no ensino médio, eles abandonam de vez”, disse Hilda Alves, gerente de pesquisas do Sistema Firjan, responsável pelo trabalho.

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ABANDONO DA DEFENSORIA PÚBLICA É GRAVE EXCLUSÃO SOCIAL!

(Editorial – Folha de SP, 22) 1. Vinte e cinco anos já se passaram, mas o número de defensores públicos infelizmente continua muito aquém do necessário para o cumprimento dessa tarefa, crucial para tornar realidade o direito fundamental de acesso à Justiça.  Essa constatação é evidente a quem examinar o “Atlas de Acesso à Justiça”.

2. Enquanto há excesso de advogados à disposição de quem possa pagar, é escasso o contingente de profissionais alocados no setor de orientação jurídica gratuita.  Em números totais, o Brasil tem cerca de 770 mil advogados, mas apenas 5.500 defensores. Na comparação proporcional, são 311 advogados para cada 100 mil habitantes, contra somente 3,9 defensores públicos no mesmo universo.

3. O descompasso, na verdade, é ainda mais gritante, porque o público-alvo da Defensoria –a parcela da população que recebe até três salários mínimos por mês, pouco mais de R$ 2.000– constitui mais da metade dos adultos do país.

Entrevista de Cesar Maia ao Brasil Econômico

CM link

1. Num mundo como o de hoje, de imagens e de comunicação publicitária, não basta ter apenas o conteúdo na hora de fazer oposição. Tem que ter a contundência na forma. O Aécio (Neves, pré-candidato do PSDB à presidência) faz uma comunicação muito suave. É preciso também caras e bocas. A Dilma (Rousseff, presidenta da República) é mais contundente defendendo o governo do que a oposição criticando.

2. Os economistas que cercam Aécio dizem que está tudo errado e que se isso não mudar, vamos entrar num quadro de estagnação crônica. Aécio está bem equipado. Mas ninguém entende “economês”, é preciso dizer claramente para o eleitor: “Você vai perder o seu emprego”.

3. É preciso entrar na crítica do cotidiano. Temos uma crise urbana. O Rio de Janeiro vai reajustar tarifas. São Paulo aumentou o IPTU para subsidiar as empresas de ônibus e não mexer no valor da passagem. Tudo isso tem gerado um desgaste monumental. O que a oposição não pode fazer é esperar que a máquina se aproxime dela.

4. A ideia do DEM é que é fundamental ter candidato para que ele dê votos à legenda. A prioridade do partido é eleger deputados federais. O problema é que o processo no Rio de Janeiro se pulverizou. O líder da pesquisa tem 20% (Marcelo Crivella, do PRB). Pezão tem 6%. A sensação é que qualquer um vai para o segundo turno se tiver 15%. Com os 11% de intenção de voto que tenho, posso me aproximar do segundo turno.

5. Se a oposição não se mexer, a Dilma ganha. O quadro atual estimula voto branco e nulo. Nesse sentido, acho a candidatura do Randolfe Rodrigues (pré-candidato à presidência pelo PSOL) importante, porque ele vai bater mais, pode crescer e provocar um segundo turno. Para ter visibilidade, o candidato precisa se colocar como alternativa e não fazer o discurso do “reconheço os méritos”. Quem tem que reconhecer mérito é o governo. A oposição reconhece defeitos.

6. No governo Cabral é tudo um desastre. A segurança pública, carro-chefe dele, enguiçou. O Núcleo de Pesquisas das Violências (Nupevi/UERJ) mostrou que o número de pessoas sob o comando de milícias nos últimos cinco anos triplicou, foi para 450 mil.

7. Dois terços dos deputados federais do DEM apoiam o lançamento de candidatura própria. O Aécio estava numa ansiedade atrás do PPS… O que ele queria? Uma grife para dizer que é de centro-esquerda? Perdeu tempo. Poderia ter convencido nossos deputados federais e teria um quadro mais favorável para se eleger.

8. Um jornal disse que o eleitor quer uma intervenção do Estado e o discurso da direita não é esse. É, sim. Esse não é o discurso liberal. O discurso conservador da direita é a intervenção do Estado. O candidato da direita tem que ter um discurso conservador. Na América Latina, o discurso liberal é um fiasco.

9. Se o partido vai ou não ter candidato, é outra coisa. Mas o nome que a gente tem é o do deputado federal Ronaldo Caiado.

20 de dezembro de 2013

CURIOSO VAZIO DOS PARTIDOS DE CENTRO-ESQUERDA NA CÂMARA DO RIO!

1. Em todas as capitais, grandes e médias cidades brasileiras, os partidos percebidos como de centro-esquerda têm representação de vereadores nas câmaras municipais. A cidade do Rio de Janeiro é uma exceção.

2. Hoje, os partidos PC do B, PPS, PV e PSB não tem um vereador sequer. O PC do B e o PPS não elegeram nenhum em 2012. E mais recentemente o PSB e o PV perderam os seus para os novos partidos: Solidariedade e PROS.

3. Numa política inorgânica como a brasileira é esperado que a proximidade do poder atraia apoio e mandatos. Se, em 2012, PC do B e PPS não conseguiram somar legenda para eleger um só vereador, agora a percepção dos vereadores no PV e PSB é que estavam longe do poder e, dessa forma, migraram. O único vereador do PC do B não reeleito em 2012 saiu e migrou para o PT agora em 2013.

4. Uma má notícia para os candidatos a presidente e a governador relacionados com aqueles partidos. Claro, se valer o faro dos eleitores em 2012 e o desses vereadores em 2013.

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TRIBUNAL DE CONTAS RECOMENDA À PREFEITURA DO RIO QUE NÃO AUMENTE A PASSAGEM DE ÔNIBUS!

(Informe – Fernando Molica – O Dia, 20) Em sessão realizada nesta quinta-feira, conselheiros do Tribunal de Contas do Município (TCM) decidiram, por unanimidade, recomendar ao prefeito Eduardo Paes que não aumente a passagem de ônibus. Isto, até que seja concluída, pelo TCM, a análise do relatório da Comissão Especial criada em setembro para auditar o serviço de ônibus na cidade.  Como o tribunal entrou em recesso, o assunto só deverá voltar a ser discutido na segunda quinzena de janeiro. O TCM é responsável pelo controle externo da prefeitura.

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PREFEITURA DO RIO FECHA O SETOR DE ODONTOLOGIA DO HOSPITAL ROCHA MAIA!

1. (LL/MM/NN…) “A atual gestão do hospital Rocha Maia da prefeitura do Rio, em Botafogo, vai fechar o setor de ODONTOLOGIA. Alertamos aos cariocas, pois esse setor é um dos melhores centros de odontologia não só do município, mas de todo o estado do Rio. Está funcionando normalmente com mais de 5 mil procedimentos mensais… isto é um absurdo. Estão fazendo às escondidas, para numa certa manhã, estar fechado.”

2. (Ex-Blog) É mais um passo no sentido da privatização da saúde pública no Rio.

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PRIMAVERA ÁRABE: DEZ CONSEQUÊNCIAS QUE NINGUÉM CONSEGUIU PREVER!

(Kevin Connolly, correspondente no Oriente Médio da BBC, 14) A BBC preparou uma lista de fatos que, segundo analistas, não eram esperados como resultado das revoltas iniciadas em 2011.

1. Monarquias superam turbulências. As famílias reais do Oriente Médio tiveram bons resultados com a Primavera Árabe até agora. Isso é verdade tanto na Jordânia quanto no Marrocos e nos países do Golfo Pérsico. Os governos que caíram ou balançaram tinham um sistema de partido único, com forte aparato de segurança, semelhante ao adotado pela União Soviética.

2. Estados Unidos não são mais determinantes. No começo, os EUA cultivavam relações boas com Egito, Israel e Arábia Saudita em um cenário que parecia estável há anos. Mas no Egito, os americanos não conseguiram acompanhar o ritmo de mudanças, que levou ao poder o islamista Mohammed Morsi, poucos meses depois deposto pelas Forças Armadas. Os Estados Unidos seguem sendo uma superpotência, mas ela não dita mais o rumo do Oriente Médio.

3. Sunitas contra xiitas. A velocidade na qual os protestos não-armados contra regimes autoritários se transformaram em uma guerra civil na Síria chocou o mundo. Isso elevou as tensões entre os dois grupos em várias outras regiões. Na Síria, a guerra virou praticamente um confronto velado entre o Irã xiita e a Arábia Saudita sunita.

4. Irã, o vencedor. Ninguém teria conseguido prever que o Irã seria o grande vencedor da Primavera Árabe. No começo do processo, o país ficou marginalizado e enfraquecido com as sanções que vários países impõem devido ao seu programa nuclear.  A Arábia Saudita e Israel estão preocupados com a disposição americana de negociar com o Irã, mas hoje é impossível pensar em uma solução para o conflito sírio sem a participação do país.

5. Vencedores e perdedores. Escolher vencedores e perdedores é difícil. Basta olhar para o caso da Irmandade Muçulmana, principal beneficiário com a queda de Hosni Mubarak no Egito.

6. Curdos beneficiados. O povo do Curdistão, no Iraque, parece cada vez mais se beneficiar com a Primavera Árabe, podendo até mesmo conseguir fundar o seu próprio país, um antigo sonho. Mas o futuro da nação, caso venha a ser formada, não parece fácil, já que os curdos enfrentam resistências com todos os países à sua volta – Síria, Turquia e Irã.

7. Mulheres são vítimas. Na Praça Tahrir, no Egito, muitas mulheres foram às ruas para pedir que as mudanças políticas também trouxessem novidades no campo dos direitos humanos. Mas a decepção das mulheres foi grande. Muitas foram vítimas de agressões e crimes sexuais em público.

8. Impacto superestimado das mídias sociais.  No começo dos movimentos, havia bastante entusiasmo na imprensa ocidental sobre o papel do Twitter e Facebook, em parte porque jornalistas ocidentais pessoalmente gostam das mídias sociais. No começo, elas também tiveram um papel importante nos protestos, mas isso ficou limitado a pessoas mais educadas e bilíngues. Os políticos liberais, que usaram mais intensamente as redes sociais, não ganharam grande apoio nas urnas.  Já canais de televisão por satélite tiveram influência muito maior, chegando a pessoas analfabetas e que não possuem acesso à internet.

9. Bolha imobiliária em Dubai.  Há uma teoria de que o mercado imobiliário de Dubai chegou a um pico, com pessoas ricas em países instáveis – como Egito, Líbia, Síria e Tunísia – comprando casas e apartamentos em lugares mais seguros, como forma de proteger seu patrimônio.  Esse efeito teria sido sentido também em cidades como Paris e Londres.

10. De volta à prancheta. O mapa do Oriente Médio desenhado por França e Grã-Bretanha ao final da Primeira Guerra Mundial parece estar evoluindo. Foi nesta época que surgiram países como Síria e Iraque. Há muitas dúvidas sobre se esses países continuarão existindo na forma atual daqui a cinco anos.

19 de dezembro de 2013

CESAR MAIA: ENTREVISTA AO BRASIL-ECONÔMICO (17)!

1. Num mundo como o de hoje, de imagens e de comunicação publicitária, não basta ter apenas o conteúdo na hora de fazer oposição. Tem que ter a contundência na forma. O Aécio (Neves, pré-candidato do PSDB à presidência) faz uma comunicação muito suave. É preciso também caras e bocas. A Dilma (Rousseff, presidenta da República) é mais contundente defendendo o governo do que a oposição criticando.

2. Os economistas que cercam Aécio dizem que está tudo errado e que se isso não mudar, vamos entrar num quadro de estagnação crônica. Aécio está bem equipado. Mas ninguém entende “economês”, é preciso dizer claramente para o eleitor: “Você vai perder o seu emprego”.

3. É preciso entrar na crítica do cotidiano. Temos uma crise urbana. O Rio de Janeiro vai reajustar tarifas. São Paulo aumentou o IPTU para subsidiar as empresas de ônibus e não mexer no valor da passagem. Tudo isso tem gerado um desgaste monumental. O que a oposição não pode fazer é esperar que a máquina se aproxime dela.

4. A ideia do DEM é que é fundamental ter candidato para que ele dê votos à legenda. A prioridade do partido é eleger deputados federais. O problema é que o processo no Rio de Janeiro se pulverizou. O líder da pesquisa tem 20% (Marcelo Crivella, do PRB). Pezão tem 6%. A sensação é que qualquer um vai para o segundo turno se tiver 15%. Com os 11% de intenção de voto que tenho, posso me aproximar do segundo turno.

5. Se a oposição não se mexer, a Dilma ganha. O quadro atual estimula voto branco e nulo. Nesse sentido, acho a candidatura do Randolfe Rodrigues (pré-candidato à presidência pelo PSOL) importante, porque ele vai bater mais, pode crescer e provocar um segundo turno. Para ter visibilidade, o candidato precisa se colocar como alternativa e não fazer o discurso do “reconheço os méritos”. Quem tem que reconhecer mérito é o governo. A oposição reconhece defeitos.

6. No governo Cabral é tudo um desastre. A segurança pública, carro-chefe dele, enguiçou. O Núcleo de Pesquisas das Violências (Nupevi/UERJ) mostrou que o número de pessoas sob o comando de milícias nos últimos cinco anos triplicou, foi para 450 mil.

7. Dois terços dos deputados federais do DEM apoiam o lançamento de candidatura própria. O Aécio estava numa ansiedade atrás do PPS… O que ele queria? Uma grife para dizer que é de centro-esquerda? Perdeu tempo. Poderia ter convencido nossos deputados federais e teria um quadro mais favorável para se eleger.

8. Um jornal disse que o eleitor quer uma intervenção do Estado e o discurso da direita não é esse. É, sim. Esse não é o discurso liberal. O discurso conservador da direita é a intervenção do Estado. O candidato da direita tem que ter um discurso conservador. Na América Latina, o discurso liberal é um fiasco.

9. Se o partido vai ou não ter candidato, é outra coisa. Mas o nome que a gente tem é o do deputado federal Ronaldo Caiado.

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COMISSÃO DE TRANSPORTES DA CÂMARA CRIA APLICATIVO PARA CIDADÃO FISCALIZAR OS VOOS!

(Globo, 19) 1. A Câmara dos Deputados vai abrir em janeiro mais um canal para os brasileiros reclamarem dos serviços de aviação. Pelo aplicativo para smartphones “De Olho nos Voos”, já em fase final de desenvolvimento, os passageiros poderão contar problemas específicos com aeroportos e companhias aéreas, detalhando a sua experiência pessoal. O aplicativo também vai oferecer rankings de aeroportos e companhias aéreas mais reclamados, destacando o perfil dos problemas dos passageiros, que deverão indicar seus nomes e emails para registrar as críticas. A inserção de uma informação no aplicativo, porém, não retira a necessidade de os passageiros apresentarem reclamações formais às empresas ou a outras autoridades, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para terem seus problemas resolvidos individualmente.

2. Segundo o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Comissão de Viação e Transportes, de onde partiu o projeto do “De Olho nos Voos”, os parlamentares usarão as informações do aplicativo para desenvolver políticas públicas para o setor e cobrar providências do governo e da própria Anac em relação a problemas recorrentes enfrentados pelos passageiros. De acordo com o deputado, os parlamentares também poderão contar com informações sobre a situação dos voos em tempo real, o que pode auxiliar em uma ação mais rápida da Câmara na defesa dos interesses dos cidadãos. A Comissão avalia criar, no futuro, um aplicativo similar para receber reclamações de usuários de ônibus interestaduais.

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GOVERNO PÚBLICO X GOVERNO PRIVADO NO RIO!

(Bernardo Mello Franco – Folha de S. Paulo, 19) No Rio de Sérgio Cabral, público e privado andam como a letra do funk: tudo junto e misturado. Em um trecho do programa eleitoral de 2010, disponível no YouTube, o governador diz: “Eu gosto muito dessa palavra mistura. É aquela expressão bem carioca: tudo junto e misturado”. O contexto era outro, mas não interessa. Se eu fosse documentarista, guardaria a cena com carinho. No futuro, ajudará a contar como era o Rio de Cabral.

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AMÉRICA LATINA: QUASE A METADE DOS TRABALHADORES TEM OCUPAÇÃO INFORMAL! 60% ENTRE OS JOVENS!

(El País, 18) 1) 47,7% dos trabalhadores da América Latina tem ocupação informal. Dos 275 milhões que formam a força de trabalho na região, só 145 milhões tem um emprego formal. Assim indica o informe Programa Laboral 2013 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). A diretora geral da organização, Elizebeth Tinoco, qualificou a situação de “preocupante”, pois enquanto o desemprego urbano na América Latina e Caribe baixou a menor taxa histórica de 6,3%, isso não se deveu a maior geração de emprego, mas a pessoas que saíram do mercado de trabalho. Em 2012 esse índice havia sido de 6,3%.

2) Em 2009 a taxa de informalidade na região era de 50%. Em 2011 de 47,7%. Os maiores índices de ocupação informal se encontram na América Central: Guatemala com 76,8% e Honduras com 72,8%. Mesmo o Peru que teve a maior taxa de crescimento, tem 68,8% de pessoas com ocupação informal.

3) 50% das mulheres e 45% dos homens estão em situação informal. Dos 14,8 milhões de latino-americanos que buscam emprego sem consegui-lo, 7,7 milhões são mulheres. Ademais há 22 milhões de jovens que nem estudam, nem trabalham. “60% dos jovens tem ocupação informal”, informa Juan Chacaltana, especialista em emprego e trabalho da OIT. “Não é casual que em diversas cidades sejam os jovens que encabeçam os protestos questionando o sistema e as instituições” concluiu.

4) A diretora regional sublinhou que o desemprego juvenil tem “repercussão na governabilidade de nossas sociedades, pois a falta de esperança e de possibilidades de inserção gera frustração, mesmo que não necessariamente violência. Essa está sendo acumulada no espírito dos jovens, porque não tem resposta por parte dos governos”.

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CRACK: 370 MIL VICIADOS/DEPENDENTES NAS CAPITAIS!

(El País, 18) 1. O crack é uma das drogas mais devastadoras que, há quase três décadas, se espalhou por toda São Paulo e pelas principais cidades brasileiras. Hoje, conforme uma recente pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, cerca de 370 mil pessoas consomem regularmente essa droga nas capitais das 27 unidades da federação. O número representa quase 1% da população dessas cidades.

2. Em outro levantamento, feito pela Confederação Nacional dos Municípios, a conclusão é de 90% dos 5.563 municípios brasileiros tem problemas com a droga, sendo que cerca de 1,1 milhão de pessoas já provaram o crack. Grandes cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte lutam frequentemente para acabar com suas cracolândias. O governo federal já o considera uma epidemia e tenta implantar uma série de programas em parcerias com os Estados para ajudar no tratamento dos dependentes químicos.

3. Produzido a partir da cocaína é um entorpecente que vicia rapidamente. Chegou ao Brasil no final dos anos 1980 como uma das maneiras de baratear o preço da cocaína. Hoje, uma pedra da droga custa de 5 a 10 reais, conforme seu tamanho (geralmente de até 2 cm) e local da venda. Já a cocaína vale de 40 a 60 reais conforme sua procedência.  Dificilmente se apreendem carregamentos de crack. O que chega ao país é a pasta base de cocaína, vinda principalmente da Bolívia e da Colômbia. Quando estão em solo brasileiro, seguem para laboratórios clandestinos onde são transformadas em pedras que, quando são queimadas, fazem o som que dá o nome à droga.

4. Seus efeitos no organismo são mais rápidos do que a cocaína porque a droga é rapidamente absorvida pelo pulmão e chega ao cérebro em questão de segundos. Causa tremores, cria uma sensação de euforia, aumenta a pressão arterial. A taquicardia pode causar um infarto do miocárdio e, em casos extremos, um acidente vascular cerebral (AVC). Quando usa a droga em grande quantidade, o viciado tem menos fome, perde o sono e pode ficar dias acordado. É comum ver como as pessoas emagrecem após um uso contínuo desse entorpecente.

18 de dezembro de 2013

A RESISTÊNCIA POLÍTICA ÀS REDES SOCIAIS!

1. Quando as redes sociais convocaram manifestações nas ruas –a partir da África do Norte e depois Madrid, Barcelona, Paris e Nova York- as oposições, em cada caso, comemoraram. Mas quando movimentos a partir das redes sociais passaram a participar das eleições e obtiveram vitórias expressivas, como o MV5 Estrelas (25% e o mais votado para a câmara de deputados) na Itália e outras regionais com os partidos piratas na Suécia e na Alemanha, construiu-se espontaneamente uma espécie de convergência entre os partidos de direita e de esquerda, condenando as redes sociais como anarquistas, fascistas, antipolíticas e outros ismos a mais.

2. Importantes líderes dos partidos tradicionalmente estabelecidos, pelo mundo todo, têm feito fortes críticas ao uso político das redes sociais. E confundem tudo. Deviam saber que sempre que um movimento originado nas redes sociais se aventura como partido político, seu destino é a desintegração. Afinal, um partido político é uma organização com hierarquia e regras, ao contrário das redes sociais, que são horizontais e desierarquizadas. Partidos e corporações estão atemorizados: não controlam mais as ruas, não sabem com quem negociar nas redes.

3. O crescimento das redes sociais e sua importância não afeta a democracia representativa pois –por definição- atua em campo paralelo. Pode incomodar, produzir em momentos crescimento da abstenção e votos nulos, desgastar políticos, etc. Mas sua natureza não compete com a atividade parlamentar e ainda se abre para que os parlamentares as frequentem sem pretensões de dirigismo.

4. Se não afeta a democracia representativa, afeta e muito a democracia direta corporativa (sindicatos, associações…).  Esta tende a ir perdendo importância para a democracia direta eletrônica das redes sociais, de natureza inversa das corporações. No Brasil, um só partido –o PT- tem significado parlamentar e base corporativa fortalecendo-se com a democracia direta corporativa. Nesse sentido, apenas o PT deveria estar preocupado com as redes sociais. E está. E muito.

5. Ataca-as de duas maneiras. Uma, qualificando-as como fascistas e outros ismos. E elas são exatamente o contrário dos ismos, que são –por natureza- centralizados e centralizadores. Outra, tentando entrar nas redes para induzi-las e orientá-las com suas palavras de ordem. Se fazem isso como organização por indução central, estão fadados ao fracasso nas redes.

6. Se o fazem através de seus militantes espontaneamente, estarão nas redes, mas serão absorvidos pela lógica delas e em breve seus militantes mudarão de natureza e resistirão ao centralismo do partido, do sindicato ou da associação.

7. Como esse é o início de um processo, em vez do açodamento atual, seria bom não se precipitarem. E os partidos significativos e exclusivamente parlamentares –que são todos os brasileiros com exceção do PT- deveriam exultar com as redes sociais, pois elas irão desmontando progressivamente a democracia direta corporativa.

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CAMPANHA PRESIDENCIAL E MÍDIA SOCIAL!

(Fernando Rodrigues – Folha de SP, 18) Na política do século 21, a necessidade mais primária é conectar-se diretamente aos eleitores. Aparecer no “Jornal Nacional” é importante. Para chegar à Presidência da República pode ser pouco. Também é postiço criar perfis pessoais em redes sociais e mandar assessores no seu lugar para dialogar com os internautas. Os milhares de eleitores conectados percebem. Quem não interage se isola.

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SOCIÓLOGO CONVIVE COM POPULAÇÃO DE RUA NO RIO E MOSTRA A AÇÃO BÁRBARA DA PREFEITURA DO RIO !

(Entrevista de Paulo Magalhães, sociólogo do IETS, ao Globo, 18) 1. Na sua opinião, qual é o pior momento para eles? R- O choque de ordem que acontece a partir de meia-noite, com as vans da Secretaria municipal de Assistência Social, que passam metendo bronca, mesmo. Recolhem eles e levam tudo que eles têm embora, suas preciosidades. Isso eu não vi, mas eles dizem que apanham muito lá dentro.

2. E qual foi o momento mais difícil para você durante o processo? R- Senti medo no hotel (hotéis do governo, que abrigam a população de rua). É uma loucura, rola porradaria entre eles, é um ambiente super depressivo. Acompanhei a chegada deles nesse abrigo, para onde são levados até as 22h. Recebem uma sopa rala e vão para os quartos, completamente separados de seus grupos. Para se ter uma ideia, o porteiro fica numa cela, por segurança. O clima é de tensão absoluta, eles não confiam uns nos outros, acham que vão ser roubados. Não é como a rua. Esses lugares não servem para acalmá-los, muito pelo contrário.

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ALEMANHÃ PÓS-MERKEL! A SUCESSORA!

1. Analistas políticos europeus estão chamando a atenção para Ursula von der Leyen, que acaba de ser nomeada Ministra da Defesa. Não é a política típica da CDU. Mãe de sete filhos, ginecologista, começou a sua carreira política apenas aos 42 anos – algo nada comum na Alemanha. Aos 55 anos, é uma das mais populares políticas do país.  O Ministério garante atenção pública e um papel simpático como “mãe dos soldados” a Ursula von der Leyen – apesar de algumas reações iniciais terem questionado a escolha de uma mulher para “comandar as tropas”.

2. Por outro lado, tem uma estrutura complexa, com 33 bilhões de euros de orçamento, e apresenta uma série de desafios, não sendo o menor deles a presença de 3400 militares alemães no Afeganistão (cuja retirada está prevista para 2014). Thomas de Maizière, também apresentado como um potencial sucessor, quase caiu em desgraça quando era ministro da Defesa (agora passou para o Interior) por causa de um projeto de construção de drones de 660 milhões de euros.

3. A revista Der Spiegel tanto diz que Ursula von der Leyen é “finalmente a princesa herdeira”, quanto sugere que o cargo da Defesa a deixa num “assento ejetável”.  Von Der Leyen tem, no entanto, fama de ser alguém que resolve problemas, diz a revista. “Até agora nunca teve de usar a palavra derrota.”. Uma das mais recentes vitórias foi, aliás, contra a própria Merkel. Enquanto ministra do Trabalho, Von der Leyen desafiou abertamente a chanceler, contrariando a sua opinião em relação às quotas para mulheres nos conselhos de administração das empresas. Venceu e, embora o combate tenha deixado marcas, conseguiu que, após ter rejeitado a pasta da Saúde, a chanceler a escolhesse para uma pasta ainda mais relevante.

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CAPITAIS PERDEM PARTICIPAÇÃO NO PIB! 2009 x 2011!

(IBGE) 2009 x 2011 / S. Paulo 12% x 11,5% / Rio 5,4% x 5,05% / Brasília 4,1% x 3,97% / Curitiba 1,4% x 1,4% / Belo Horizonte 1,4% x 1,33% / Manaus 1,3% x 1,23% / Porto Alegre 1,2% x 1,1% / Fortaleza 1,0% x 1,01% / Salvador 1,0% x 0,94%

Para Cesar Maia, o aumento da passagem de ônibus não é justificado

O preço de uma passagem de ônibus é composto dos custos diretos de pessoal, combustível, materiais, etc., ajustado pelo número de passageiros transportados por quilômetro, que é um índice conhecido como IPK.

A política de transporte público da prefeitura do Rio tem sido de aumentar o IPK e, com isso, o faturamento e a lucratividade das empresas de ônibus. Nesse sentido, três medidas principais foram adotadas, com forte impacto no faturamento e na lucratividade das empresas de ônibus.

Primeiro, a entrada do BRT com eliminação de várias linhas de ônibus. Com isso, os passageiros na direção Santa Cruz-Barra da Tijuca são obrigados a usar o BRT com toda superlotação em certos horários. Dias atrás, o secretário de transportes disse que haviam calculado o número de passageiros do BRT aquém do que estava acontecendo. Da mesma maneira, a passagem BRT-integração é resumida a poucos trajetos e na Barra da Tijuca. Os passageiros que usavam linhas de ônibus para outros bairros agora têm que pagar duas ou mais passagens.

Segundo, a entrada dos corredores exclusivos para ônibus, chamados de BRS, o que aumenta o número de passageiros de ônibus, criando desconforto para as demais opções que perdem uma pista de rolamento. É o próprio sindicato das empresas de ônibus que afirma isso ao mostrar sua satisfação. Veja o site.

Terceiro, a retirada das Vans das linhas de maior fluxo, transferindo seus passageiros para os ônibus. Isso aconteceu especialmente na Zona Sul, Barra da Tijuca/Recreio e Centro, além da redução do número delas através de licitações com este objetivo. Também através desse mecanismo, a prefeitura do Rio aumentou o IPK e, assim, o faturamento e a lucratividade das empresas.

E mais duas que aumentam a lucratividade fora do IPK. O quarto elemento foi a quase eliminação do ISS das empresas de ônibus, antes estimado em 2% e cobrado pelo número de ônibus. O quinto foi o subsídio dado pela prefeitura do Rio às empresas de ônibus, que antes não existia. Hoje se encontra em mais de 100 milhões de reais.

Infelizmente, a CPI dos Ônibus na Câmara Municipal do Rio foi obstruída. Através dela se poderia demonstrar aritmeticamente a folga na tarifa de ônibus. E as empresas de ônibus e a prefeitura do Rio teriam espaço e transparência para contra argumentar. Preferiram ocultar-se.

17 de dezembro de 2013

POR QUE AS PASSAGENS DE ÔNIBUS NO RIO NÃO PRECISAM SUBIR!

1. O preço de uma passagem de ônibus é composto dos custos diretos de pessoal, combustível, materiais, etc., ajustado pelo número de passageiros transportados por quilômetro, que é um índice conhecido como IPK.

2. A política de transporte público da prefeitura do Rio tem sido de aumentar o IPK e, com isso, o faturamento e a lucratividade das empresas de ônibus. Nesse sentido, três medidas principais foram adotadas, com forte impacto no faturamento e na lucratividade das empresas de ônibus.

3. Primeiro, a entrada do BRT com eliminação de várias linhas de ônibus. Com isso, os passageiros na direção Santa Cruz-Barra da Tijuca são obrigados a usar o BRT com toda superlotação em certos horários. Dias atrás, o secretário de transportes disse que haviam calculado o número de passageiros do BRT aquém do que estava acontecendo. Da mesma maneira, a passagem BRT-integração é resumida a poucos trajetos e na Barra da Tijuca. Os passageiros que usavam linhas de ônibus para outros bairros agora têm que pagar duas ou mais passagens.

4. Segundo, a entrada dos corredores exclusivos para ônibus, chamados de BRS, o que aumenta o número de passageiros de ônibus, criando desconforto para as demais opções que perdem uma pista de rolamento. É o próprio sindicato das empresas de ônibus que afirma isso ao mostrar sua satisfação. Veja o site.

5. Terceiro, a retirada das Vans das linhas de maior fluxo, transferindo seus passageiros para os ônibus. Isso aconteceu especialmente na Zona Sul, Barra da Tijuca/Recreio e Centro, além da redução do número delas através de licitações com este objetivo. Também através desse mecanismo, a prefeitura do Rio aumentou o IPK e, assim, o faturamento e a lucratividade das empresas.

6. E mais duas que aumentam a lucratividade fora do IPK. O quarto elemento foi a quase eliminação do ISS das empresas de ônibus, antes estimado em 2% e cobrado pelo número de ônibus. O quinto foi o subsídio dado pela prefeitura do Rio às empresas de ônibus, que antes não existia. Hoje se encontra em mais de 100 milhões de reais.

7. Infelizmente, a CPI dos Ônibus na Câmara Municipal do Rio foi obstruída. Através dela se poderia demonstrar aritmeticamente a folga na tarifa de ônibus. E as empresas de ônibus e a prefeitura do Rio teriam espaço e transparência para contra argumentar.  Preferiram ocultar-se.

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EX-BLOG HAVIA ANTECIPADO: SERRA DESISTIRIA EM DEZEMBRO DE 2013, NO MESMO MOMENTO QUE AÉCIO DESISTIU EM 2009, NO FINAL DO ANO ANTES DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL!

(UOL, 16) O ex-governador de São Paulo José Serra escreveu em uma rede social que o PSDB deve oficializar a candidatura de Aécio Neves à Presidência da República o quanto antes. Em atualização do perfil publicada no Facebook, Serra disse que, como a maioria dos dirigentes do partido prefere assim, o nome do senador mineiro deveria ser lançado sem demora.

2. Para esclarecer a amigos que têm me perguntado: Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente.  José Serra

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PIB PER CAPITA DOS ESTADOS BRASILEIROS!

(Blog Silvio Guedes Crespo, UOL-16)

1. Brasília: US$ 34.532 / 2. São Paulo: US$ 17.780 / 3. Rio de Janeiro: US$ 15.724 / 4. Espírito Santo: US$ 15.092 / 5. Santa Catarina: US$ 14.663.  Etc.

2. Conheça a tabela completa, Estado Por Estado, comparando Países com PIB per Capita semelhante.

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PARA A COPA 2014, BRASIL TEM 10 DOS 20 ESTÁDIOS MAIS CAROS DO MUNDO!

(Estado de SP, 16) A KPMG avalia os custos dos estádios levando em conta o número de assentos, e não o valor total. Isso porque, segundo os especialistas, não faria sentido comparar uma arena de 35 mil lugares com outra de 70 mil. Com essa metodologia, os dados da KPMG revelam que o estádio mais caro do mundo é o renovado Wembley, na Inglaterra, onde cada um dos assentos saiu por 10,1 mil euros (R$ 32,4 mil). O segundo estádio mais caro também fica em Londres. Trata-se do Emirates Stadium, do Arsenal, onde cada lugar custou 7,2 mil euros (R$ 23,3 mil). Mas a terceira posição é do Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Com custo avaliado em R$ 1,43 bilhão, o estádio tem um gasto por assento de R$ 20,7 mil, ou 6,2 mil euros. Na classificação, o Maracanã aparece na sétima posição, mais caro que a Allianz Arena de Munique. Manaus vem na 10.ª colocação, com praticamente o mesmo preço por assento do estádio do Basel, situado em um dos países com os maiores custos de mão de obra do mundo, a Suíça.

Gráfico.

Cesar Maia analisa o ano legislativo de 2013

CM plenario final 2013 b

Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores, termino este ano legislativo agradecendo a oportunidade que o povo do Rio de Janeiro me deu e que essa Câmara de Vereadores me deu.

Eu acompanho política em muitos paises e há muitos anos, por dever de ofício e, num regime parlamentar, onde a maioria é preestabelecida, ele tem um funcionamento que é até similar ao funcionamento de um presidencialismo vertical, como nós temos no Brasil. A lei é automática, portanto o decreto também. Nesse sentido, eu não me senti em nenhum momento limitado na condição legislativa de minoria. Às minorias cabe o direito a palavra, cabe o direito de mobilizar a opinião pública, retornar a essa Casa com a opinião pública. As maiorias, Sr. Presidente, às vezes cometem o erro, imaginam que o Plenário é a Cidade, é o Estado, é o Brasil e não é. O Plenário é o Plenário. Ele tem as suas funções definidas e aqui as exercem. Portanto, as maiorias devem ficar muito atentas ao que acontece no Plenário maior, que é a nossa cidade querida, que é o nosso estado, que é o nosso país.

Olhando para o início do ano, o que nós tínhamos era uma situação de hegemonia política de uma força do PMDB. O PMDB tinha o governador, que tinha uma avaliação positiva. Tinha o Prefeito, que tinha uma grande avaliação e acabava de ter sido reeleito com mais da metade dos votos, 54%, incluindo brancos e nulos. Bem, a Oposição – aqueles que perderam – mobilizava a opinião pública. Nós terminamos o ano com uma avaliação do governador a um nível que lhe tira completamente a mobilidade. A presença dele num palanque significa a derrota desse palanque. Não apenas do seu candidato à governador mas também como mostram os cuidados que o PT e o Governo Federal vem tendo para evitar essa proximidade. E o Prefeito da mesma maneira. O Ibope na semana passada deu mais péssimo ao governador 47%, mais, bom 18%, e ao Prefeito 43%, e ótimo mais bom 26%.

Portanto, do ponto de vista político os vencedores de 2012… a politica é assim, e por isso ela é tão atrativa; ela não é estática, ela se movimenta com a opinião pública, com o que as pessoas pensam.

Começamos com uma maioria definida pelo PMDB de opinião pública, e terminamos com o Governo do Estado, a Prefeitura do Rio de Janeiro, enfim, o PMDB, numa situação muito difícil. Entram o ano de 2014 com uma espécie de derrota certa, e proximidade não desejável.

Vitória de quem? Vitória do Plenário maior e não do Plenário específico desta Casa.

Sr. Presidente, eu gostaria de fazer sugestão em política. Certamente não é algo que tenha que se tomar ao pé da letra, mas eu não posso deixar de fazer. Aqueles que têm maior proximidade com o Prefeito, lembrem a ele que esse aumento de passagem de ônibus será mais uma vez respondido nas ruas, é o que eu sinto, o que eu vejo, contato que eu tenho, rede se movimentando. Agora mesmo no dia 20, às 17 horas, na Candelária, vai haver uma pequena avant premiere do que vai acontecer ano que vem.

Amanhã, no Ex-Blog, eu procuro tecnicamente demonstrar que não há necessidade desse aumento de passagem de ônibus, porque aumento de passagem de ônibus são custos multiplicados pelo IPK (índice de passageiro por quilômetro). A Prefeitura vem tomando decisões sequênciais aumentando o IPK, quando tira van da rua, aumenta o número de passageiros de ônibus, aumenta o IPK. Quando cria um BRT e corta linhas de ônibus, aumenta o IPK. Quando cria um BRS dando conforto às pessoas que entram no ônibus, aumenta o IPK.

A minha sugestão é muito simples, é que, infelizmente a CPI dos ônibus não caminhou, seria um bom momento de se demonstrar se essa passagem é gorda, ou insuficiente, deveria de público, os generosos, com o espaço que têm na imprensa, que essa tarifa não é suficiente. Não é pegar aquela equação enorme, gigantesca, que parece uma cobra que não tem fim, de números, letras que tratam de reajustes, não. Demonstrar o valor absoluto da passagem de ônibus, da tarifa única, hoje, que são os custos globais como numerador, e como denominador o número de viagens.

Com esse aumento do IPK eu duvido que nós não estejamos vivendo com uma taxa de lucro bastante generosa a favor das empresas de ônibus. Estou certo? Estou errado? O que caberia ao Prefeito, ao Secretário de Fazenda, ao Secretário de Transportes, à sua assessoria, é com esses espaços generosos que têm, e até com matéria paga, porque para isso serve a publicidade, demonstrar que esta tarifa não está gorda. Se houvesse uma demonstração, seria respaldada nos números, nos fatos, e é claro que a opinião pública vai pensar duas vezes. Não vejo porque haver uma mobilização se a tarifa estiver defasada; mas se não houver demonstração é porque não há como provar, e se não há como provar, é porque a tarifa de ônibus está gorda, e a mobilização inexoravelmente virá.

Procurei fazer com muito cuidado as anotações, incluí também no final. Primeiro, tratei só do IPK, amanhã estará no Ex-Blog; depois tratei também, mas apensas adjetivamente, dos valores que a Prefeitura paga às empresas de ônibus. Quantas vezes este Plenário chamou atenção para esses valores?

Enfim, se não houver um esclarecimento… Como eu disse, não é pegar aquela enorme equação de reajuste e mostrar que o óleo diesel aumentou, mostrar que o salário do motorista e do trocador aumentou – não é isso, isso sabemos. Aumenta de um lado, mas se o IPK aumenta mais que proporcionalmente do outro, na verdade a tarifa não precisou aumentar, pode ser até que tenha que diminuir. O que vemos é que há necessidade de uma auditoria em relação ao aumento do número de ônibus nas ruas, o aumento de ônibus, que eles chamam de climatizados, para aumentar o preço da passagem de ônibus.

Enfim, acho que sem essa demonstração, Sr. Presidente, vai ser inevitável que o Rio de Janeiro viva! Avant première este final de ano, depois festas. Vejo uma grande mobilização a partir do ano que vem, em função de um aumento que, para mim não tem explicação, mas vai ver que tem, que venha explicado, justificado, que venha respaldado… Há tantas consultorias importantes. Quem sabe a COPPE pode servir para respaldar essa tarifa, depois dos reajustes, mas principalmente depois do aumento do IPK.

O atual Prefeito vem errando, se equivocando, mostrando-se arrogante. Lembro-me, Sr. Presidente, que o Presidente da Casa, que se saiu bem neste ano legislativo, o Vereador Jorge Felippe, e o líder do PMDB, Vereador Prof. Uoston, recomendaram ao governo que não desse caráter de urgência à lei do magistério. Não ouviu! Deu, e aquela mobilização foi gigantesca! Aqui teve audiência pública, discussão a respeito, desnecessária era a criação de uma empresa municipal de saúde. Criou-se e nem tem verba no orçamento! Agora se contrata uma consultoria por R$ 8 milhões para desenhar essa empresa, para depois ter que fazer concurso público com regime celetista. Seria muito melhor “sandália de pescador”, franciscanamente, como recomendam o Vereador Reimont e o nosso Papa. Que tratassem esses assuntos com o respeito que merecem.

Hoje já se vê em cada escola, em cada unidade de saúde a reação à privatização da Educação Pública e da Saúde Pública, a reação à forma como o transporte público vem sendo tratado. Nunca, no Rio de Janeiro, se viveu uma situação de caos no trânsito como essa. O Rio tinha uma folga – estou concluindo, Sr. Presidente – em relação a São Paulo de 20%, em termos de velocidade, nas horas mais problemáticas de rush. Agora inverteu: o Rio passa a ser a cidade do Brasil com menor mobilidade. As obras… Que obras? Que obras? Você pega a obra lá e a cidade está parada acolá, igualzinho. Falta gerência de tráfego, falta talento. Tiraram a Polícia Militar do trânsito, tiraram a Guarda Municipal, porque não tem efetivo, ficaram com aqueles terceirizados, que têm boa vontade às vezes: “Ah, mas ele é cabo eleitoral de um deputado, de um vereador”. Não faz mal, ele tem boa vontade. Ele tem boa vontade, mas não tem experiência, não tem conhecimento e não pode fazer a gestão. Então vivemos nesse caos.

Enfim, uma lição para eles. Espero que, ao perder o Poder, no Estado em 2014, desçam as escadas, tenham humildade para entender que essa cidade complexa é cheia de energia. Eu me lembro – concluindo agora para valer – que quando fui reeleito, com maioria absoluta, o Presidente Fernando Henrique Cardoso me telefonou e disse: “Cesar, estou surpreendido com sua reeleição contra esse esquadrão de adversários que você enfrentou no primeiro turno? Maioria absoluta?” Eu respondi: Isso era no domingo, hoje, terça-feira, eu não tenho mais maioria. Aqui no Rio de Janeiro, as maiorias não se estabilizam. Aqui no Rio, o povo lúcido do Rio de Janeiro quer que os políticos do Rio de Janeiro se renovem todos os dias. Aqueles que imaginam que, porque tiveram voto na urna, aquilo ali vale por quatro anos, vão amargar esse fundo do poço, como atualmente o PMDB do Rio está amargando.

Era isso, Sr. Presidente. Quero desejar a todos um Feliz Ano Novo. Já disse aqui que esse Plenário é pequeno para o conjunto de talentos que nos ajudam no Poder Executivo, aqui no Poder Legislativo, de funcionários. E queria mais uma vez agradecer o trabalho da Mesa Diretora. Muitas vezes se reage, porque o Poder Legislativo é submisso ao Executivo. O Executivo é que tem a maioria e submete essa lógica, porque eu vejo o esforço que a nossa Mesa Diretora, que o nosso Presidente Jorge Felippe tem feito para que os espaços fiquem à disposição, para que as minorias falem, digam, critiquem, dêem sua opinião. Se não tem maioria para o voto, para ganhar uma votação ou outra, ou todas, eu diria que isso é irrelevante, porque tem suficiente poder de voz para trazer de fora para dentro a opinião pública como aconteceu esse ano de forma contundente.

Muito obrigado.

16 de dezembro de 2013

IBOPE: NO RIO DE JANEIRO DILMA DESABA, ARRASTADA POR CABRAL E PAES!

Pesquisa Ibope entre 23/11 e 02/12, com 812 entrevistas.

1. A pesquisa Ibope-CNI foi divulgada com todos os detalhes, inclusive, Estado a Estado. No Estado do Rio de Janeiro, Dilma tem os piores resultados do país. Não apenas piores, mas com índices escalofriantes. A razão é a rejeição a Cabral e a Paes. Sergio Cabral tem 18% de ótimo+bom e 47% de ruim+péssimo. Eduardo Paes tem 26% de ótimo+bom e 43% de ruim+péssimo. Vejamos.

2. A avaliação de Dilma no Rio de Janeiro é de 31% de ótimo+bom X 26% de ruim+péssimo. No Brasil é de 43% x 20%. Na Capital, Dilma tem 30% x 30%. Entre os jovens (olha aí as ruas) de 16 a 24 anos, tem 26% x 30%. No cruzamento com o Ruim+Péssimo de Cabral (quase a metade dos entrevistados), Dilma desintegra, com 20% x 42%.

3. A expectativa para o último ano do governo de Dilma é de O+B 32% x R+P 31%. Entre os jovens, cai para 28% x 37%. No cruzamento com o R+P de Cabral é de 22% x 47%. //// No Rio de Janeiro, 44% confiam em Dilma e 48% não confiam (41% no Brasil). Entre os jovens, 38% confiam X 56% não confiam. Na Capital, 39% x 55%. No cruzamento com R+P de Cabral é de 32% x 63%.

4. Em relação às funções de governo, também no Rio de Janeiro, Dilma desaba. Aprova x Desaprova. Juros: 23% x 72% / Desemprego: 34% x 63% / Segurança: 18% x 81% / Inflação: 25% x 71% / Fome e Pobreza: 42% x 56% / Impostos: 20% x 75% / Meio Ambiente: 38% x 54% / Saúde: 14% x 85% / Educação: 23% x 75% ///// Pior Desempenho: Saúde 23%, Educação 15%, Segurança-Violência-Drogas 16%, Corrupção 11%.

5. A avaliação de Cabral está em 18% de ótimo+bom X 47% de ruim+péssimo. Na Capital é de 17% x 50%. 61% desaprovam seu governo. Na Capital são 68%. Não confiam em Cabral 65%. Na Capital 70%. Melhor desempenho (uma só resposta): Nenhum + Não sabe 46%/ Segurança-Violência-Drogas 3% (navio-chefe foi a pique). //// Pior desempenho (uma só resposta): Segurança-Violência-Drogas 22% / Saúde 21% / Educação 16% / Corrupção 10%.

6. Avaliação de Eduardo Paes, Prefeito da Capital: ótimo+bom 26% x ruim+péssimo 43%.

7. Conheça a Pesquisa Ibope completa para o Estado do Rio de Janeiro.

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FHC CRITICA A POLÍTICA DO GANHAR TEMPO!

(FHC – Estado de SP, 15) “Política não é exercício de mecânica celeste: não se tem como predizer conjunturas futuras, observação que vale para os demais partidos e candidatos. Assim, quem pretenda ser candidato continuará sempre a esperar que algo inadvertido ocorra e mude o jogo. Aposta arriscada, mas não ilegítima. Cabe aos que não apostam no imprevisto empenhar-se para que a competição transcorra normalmente, mesmo porque os responsáveis por um partido não podem ficar paralisados à espera de um imprevisto, como uma doença num candidato, por exemplo.”

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PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA COM 80 ANOS OU MAIS! CUIDADOR/ENFERMEIRO DE IDOSOS: A PROFISSÃO DO FUTURO!

(Autor: Fabio Giambiagi – foi professor da UFRJ e da PUC-RJ) 1. Em 2000 eram 1,5% com 80 a 89 anos e 0,3% com mais de 90 anos, num total de 1,8%.  Em 2060 serão 14,1% e 5% num total de 19,1%.

2. Muitos anos atrás, num evento cheio de jovens, o palestrante, perguntado sobre que profissões iriam se expandir mais no futuro, saiu-se com esta: “Vocês acham que vou falar de informática, nanotecnologia ou engenharia de petróleo, mas sinto decepcioná-los: a profissão que mais vai crescer no mundo nos próximos 40 anos vai ser a de enfermeiro de idosos”. Na época, com meus escassos 30 anos, não atentei para a dimensão do tema, mas hoje, tendo acompanhado dramas de família, comuns a quem tem 50, e viu “in loco” os problemas associados a quem chega aos 90 anos em condições precárias de saúde, consigo perceber quão perspicaz era a frase.

3. Conheça a tabela.

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NOTAS LATINO-AMERICANAS!

1. (Clarín, 15) Greve de policiais e saques derrubam a aprovação de Cristina Kirchner. Desaprovam sua gestão: 58,4%. Aprovam sua gestão 30,6%. Gráfico.

2. (Agência EFE, 13) Resultado final das eleições em Honduras. Hernández (PN) 36,89% / Xiomara Zelaya (Libre) 28,78% / etc. Câmara de Deputados: PN 37%, Libre 29%, PL 20%, Anticorrupção 10% / 298 Prefeituras: PN 183, PL 83, Libre 31, DC 1.

3. Eleição Presidencial no Chile, segundo turno. Vitória de Bachelet, com 62,2%. Mathei teve 37,8%. A abstenção atingiu 58%%. Já havia sido 51% no primeiro turno e 56,8% nas eleições municipais em 2012, quando o Chile adotou o voto voluntário.

4. (El Comércio, 13) Peru vai superar a meta de 3 milhões de turistas em 2013. A cifra supera 2012 e corresponde a uma entrada de US$ 3,4 bilhões de dólares em divisas.

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DECISÃO SOBRE BRASILEIRÃO SERÁ EM 27 DE DEZEMBRO!

(Folha de SP, 16) Hoje (16), a partir das 17h, no Rio, a Primeira Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) julgará se a Portuguesa deve ou não perder quatro pontos por ter escalado o meia Héverton no jogo contra o Grêmio, dia 8 de dezembro, na última rodada da Série A. Ele estava suspenso. Qualquer que seja o resultado hoje à tarde, há a possibilidade de recurso ao Pleno, que é a segunda e última instância do STJD. O julgamento no Pleno ocorreria no dia 27 de dezembro.

13 de dezembro de 2013

GIDDENS: A CRISE EUROPEIA E A SOCIALDEMOCRACIA!

(El País, 28) 1. Anthony Giddens: “O euro tornou a União Europeia muito mais interdependente do que nunca. Por sua vez, isto ocorreu de maneira obtusa, explosiva e em muitos aspectos, irresponsável. Com as novas medidas de disciplina fiscal estamos falando de coordenação econômica, mas não de integração: a UE tem ido longe demais, sempre sob o controle da Alemanha, mas sem a necessária integração política, e com os consequentes problemas de legitimidade democrática. É urgente um novo salto político. O novo governo alemão será crucial.”

2. A crise da socialdemocracia? Nesse ponto Giddens, simpático e com o frescor analítico de sempre, mostra-se desconfortável, mas dispara: “A causa da crise é essa nova forma de capitalismo financeiro, que foi incubado durante décadas. A social democracia poderia contribuir para a desregulamentação, mas agora tem a responsabilidade de se transformar: deve recuperar o controle dos mercados. E em nível europeu, deve enfrentar outra mudança: substituir o Estado do bem estar por um Estado de investimento social. Em um continente com quase 30 milhões de desempregados, há que se ver onde empregos podem ser criados, e para isso temos que recuperar a base industrial, além disso, temos que refletir quanta coesão social podemos pagar em termos de competitividade global, e considerar como podemos adequar a resposta com tudo relacionado a revolução tecnológica.”

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OSB NA CIDADE DAS ARTES (DA MÚSICA)!

(Globo-Barra, 12) 1. Cinco anos após a primeira apresentação na Cidade das Artes, quando esta ainda era chamada de Cidade da Música, a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) se prepara para um retorno triunfal ao centro cultural, na realização do Projeto Aquarius, neste sábado. A OSB terá, pela primeira vez, a sensação de estar tocando em casa. Como os músicos esperavam. No ano que vem a orquestra finalmente terá sua sede no local.

2. -Para nós é uma emoção muito grande fazer nossa primeira apresentação na Cidade das Artes desde que ela ficou pronta. Este sentimento é ainda maior porque estamos nos mudando para lá. Depois de 73 anos sem ter uma casa, é uma conquista muito grande. Este lugar foi construído para ser a sede da OSB, é a nossa terra prometida! — celebra o maestro Roberto Minczuk, mencionando uma comparação feita recorrentemente entre os profissionais da OSB.

3. — É excelente saber que vamos nos apresentar no solo prometido. E o Projeto Aquarius é um sucesso de décadas. Tenho certeza de que vamos ocupar todos os espaços da área externa da Cidade das Artes. A noite deste concerto é uma tradição, e acredito que o público vai querer estar presente. Vamos encerrar o ano com uma expectativa muito positiva para a próxima temporada — diz o músico Gabriel Dias.

4. Na Cidade das Artes, o maestro espera criar novos laços com o público. — Vejo pelos meus amigos e vizinhos que os moradores da região estão ansiosos para frequentar os concertos sem ter que se deslocar sempre. Muitos que acompanham o nosso trabalho moram aqui e vão até o Theatro Municipal, semanalmente, para nos ver. Estamos de braços abertos para receber todos, no novo espaço e também no Municipal, onde continuaremos tocando para atender o público já habituado a ir até o Centro — salienta.

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BBC (12) ANALISA OS DESAFIOS PARA A COPA DO MUNDO 2014!

1. Faltando exatos seis meses para a abertura da Copa do Mundo, o Brasil ainda busca vencer alguns desafios nos preparativos para o torneio e alcançar o grande objetivo de provar ao mundo sua capacidade para organizar grandes eventos.  No dia 12 de junho de 2014, Brasil e Croácia entrarão em campo para disputar a primeira partida da Copa na Arena Corinthians. Até lá, o governo brasileiro, juntamente com o Comitê Organizador Local (COL), precisa entregar à Fifa os seis estádios que ainda estão em construção – dos 12 que serão utilizados na Copa -, incluindo o próprio estádio paulista, que sediará a abertura.

2. Além dos palcos das partidas, o país se comprometeu também com obras de infraestrutura e mobilidade urbana. Parte delas está em andamento e, segundo o cronograma divulgado pelo governo no último mês, deverá estar pronta até junho do ano que vem.  A outra parte acabou sendo postergada e será entregue somente depois do Mundial por conta de atrasos na execução ou no financiamento dos projetos.  Todas essas obras faziam parte da Matriz de Responsabilidades, um documento assinado por representantes do governo federal e pelos responsáveis de todas as 12 cidades-sede contendo todos os projetos que deveriam ser feitos para a organização da Copa do Mundo no Brasil – incluindo as obras de estádios, aeroportos, portos, hotéis, etc., consideradas o grande “legado” da Copa.

3. Dos 108 projetos que constavam na Matriz, 21 já foram concluídos e 22 foram excluídos da lista porque não ficarão prontos até junho de 2014. Essas obras acabaram entrando no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e, mesmo não sendo entregues para o Mundial, continuarão contando com os incentivos do governo concedidos para as intervenções da Copa do Mundo – isenção fiscal, financiamento público, etc.

4. Veja detalhes no quadro abaixo. Fonte Ministério do Esporte.

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CONTROLE DA IMAGEM DE OBAMA RESTRINGE O FOTOJORNALISMO!

(Santiago Lyon, New York Times – Estado de S. Paulo, 13) 1. Claramente antidemocrática, é a maneira como o governo de Obama tem passado por cima da mídia, divulgando um registro visual esterilizado de suas atividades por meio de fotos e vídeos oficiais, em detrimento do acesso de jornalistas independentes.  A equipe de jornalistas que cobre a Casa Branca foi proibida de fotografar Obama no primeiro dia de trabalho, em janeiro de 2009. Em vez disso, foi divulgada uma série de imagens cuidadosamente selecionadas. Desde então, a imprensa só teve autorização para fotografá-lo sozinho no Salão Oval em duas ocasiões: em 2009 e em 2010. Imagens do presidente trabalhando, comuns em outros governos, nunca foram permitidas.

2. Hoje, um evento no qual o presidente trata de suas obrigações oficiais é definido arbitrariamente como “privado” e o acesso da imprensa é proibido. Um pouco mais tarde, é divulgada uma foto oficial na página do Flickr da Casa Branca ou pelo Twitter para milhões de seguidores. Privado? Não parece.  Esses eventos ditos privados incluem reuniões com líderes mundiais e outros visitantes de grande interesse público – atividades às quais os fotojornalistas deveriam ter acesso, como era costume. Em resposta a essas restrições, no mês passado, 38 organizações jornalísticas entre as principais e mais respeitadas do país, entre elas o New York Times, enviaram uma carta à Casa Branca protestando contra a diminuição do acesso aos fotógrafos.

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RENDA COM BILHETERIA DO ‘BRASILEIRÃO-2013’ É A MAIOR DA HISTÓRIA!

(Estado de SP, 13) 1. Nunca o torcedor brasileiro gastou tanto dinheiro para ir aos estádios como em 2013. A arrecadação com bilheteria nos 380 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro foi de R$ 176,6 milhões, a maior da história da competição e 48% superior à do ano anterior, de acordo com estudo feito pela BDO, empresa de auditoria e consultoria. O Brasileirão teve um aumento de público de 15% em comparação com 2012 (subiu de cinco milhões de espectadores para 5,7 milhões neste ano), mas a renda com bilheteria cresceu em proporção maior porque o preço médio do ingresso cobrado foi o mais caro da história do Nacional: R$ 31,07. Em 2012, esse valor foi de R$ 23,82, ou seja, 30% menor.

2. Veja o gráfico.

12 de dezembro de 2013

PUBLICADO O EDITAL PARA EXPLORAÇÃO DA CONCESSÃO DE 13 CEMITÉRIOS POR 35 ANOS NO RIO! VALOR AINDA É UM MISTÉRIO!

1. Este Ex-Blog traz todos os anexos a respeito. A começar pelo Decreto “E” 3707 de 6 de fevereiro de 1970 do governador Negrão de Lima que regulamenta o funcionamento dos cemitérios. Não foi cancelado e tem que ser respeitado.

2. Importante lembrar que o Edital não faz nenhuma referência à Resolução 335 do Conama –Legislação Federal que regulamenta o funcionamento de cemitérios no país. Alguns foram fechados por descumprir esta resolução. Também em anexo.

3. Além da ausência de valor, que deveria andar na casa de R$ 30 bilhões de reais pela concessão, não se entende por que o recadastramento e inventários de bens e mapeamento do solo e da ocupação dos cemitérios precisa ser tão RIGOROSAMENTE SIGILOSO e somente revelado à Prefeitura. (????).

4. São dois lotes: um com 7 cemitérios e o crematório e outro com 6 cemitérios.

5. O que acontece com os atuais proprietários de jazigos perpétuos que recentemente têm sido legalmente transferidos ou “vendidos” pela Santa Casa de Misericórdia por CENTENAS DE MILHARES DE REAIS, conforme demonstrado em reportagem do Fantástico? Precisarão, em contradição ao contrato antes celebrado, pagar taxa anual? E o que, de fato, receberá o titular, mediante o pagamento desta taxa? Terão seu direito/patrimônio reduzido a R$ 25.000,00.

6. Que os nomes dos interessados sejam público para que se possa avaliar sua capacidade e experiência.

7. Conheça os detalhes nos cinco anexos. 1234 e 5.

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O QUE FARÁ SERGIO CABRAL?

1. Na turbulência das pesquisas que informam seu ruim+péssimo na casa dos 40%, o governador Sergio Cabral aproveitou uma solenidade de UPPs, para declarar que sairá em março e entrega seu nome ao partido para o Senado em 2014. Esqueceu-se de telefonar ao Senador Dornelles, que deu um troco de alto nível na coluna do Ilimar Franco no Globo.

2. Os analistas que mergulham abaixo do nível do mar não acreditam que ele seja candidato ao Senado. O risco de perder a eleição é muito grande. Mas, independente disso, colocar sua carga negativa nos ombros de seu candidato Pezão, pela colagem inevitável durante a campanha, é ato de masoquismo político. Pior: levará com ele vários mandatos de deputados.

3. A colagem de Pezão nele é total. Na pesquisa GPP (23-24/11 com 2.400 entrevistas), Cabral tem de ótimo+bom 17,6%. Na intenção de voto, Pezão tem 6%. Mais da metade desses 6% é cruzada com o ótimo+bom de Cabral. Ou seja: Pezão assumir o governo e descolar-se de Cabral é o único atalho possível –mesmo que improvável- de tornar sua candidatura competitiva.

4. Declarar que sai em março só não é outra decisão descabida porque junto da declaração pode estar indo à Brasília um interlocutor propondo à Dilma uma saída honrosa para ele, no primeiro escalão dela e…, fora do Rio. Os meses de janeiro e fevereiro são nulos para a execução orçamentária. Na primeira semana de março é carnaval, em que Cabral terá que viajar. Para que ficar estes 3 meses?

5. Seus amigos o aconselham sair em 30 de dezembro (2013), com um discurso de humildade e amor ao Rio. Isso permitiria ao Pezão, nesses 3 meses, se familiarizar com a rotina do governador e teria um importante efeito colateral: as contas de Cabral seriam julgadas ainda nesta legislatura, sem ruídos, sem problemas. Dessa forma, o próximo governador só apresentará as contas do Pezão. Mas se Cabral sair em 31 de março, as contas a serem apreciadas serão as de ambos.

6. Como político não dá tiro no próprio pé, todo o círculo de amigos –de fato- insiste que ele saia em 30/12/2013. E dizem: quem sabe isso ainda possa prorrogar a permanência do PT no governo por esse trimestre?

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“VÁ TRABALHAR, PREFEITO”!

(coluna Bernardo Mello Franco – Folha de SP, 12) 1. Eduardo Paes, o prefeito da vez, tem repetido a prática de antecessores: gasta muito com obras de maquiagem e investe pouco no combate às enchentes. No ano passado, prometeu acabar com as cheias na Tijuca e na Praça da Bandeira, outro problema ancestral do Rio. O sistema de reservatórios deveria estar pronto, mas já atrasou duas vezes. Agora, a promessa da prefeitura é acabar com as inundações em 2014. Alguém acredita?

2. Se deixar o cargo amanhã, Eduardo Paes será lembrado como o prefeito que demoliu a Perimetral. Para substituir o elevado, abriu no mês passado a Via Binário, onde dois ônibus não conseguem passar na mesma curva. Na primeira chuva, a avenida virou um rio, e Paes admitiu que a inaugurou sem fazer as obras de drenagem. Não é preciso ser engenheiro para saber o que aconteceria.

3. Ontem o peemedebista passou o dia dando entrevistas, em ambiente coberto e usando uma patética capa de chuva. Enquanto milhares de cariocas se arriscavam nas ruas para tentar chegar ao trabalho, ele pedia que a população ficasse em casa. Os eleitores deveriam devolver o apelo: “Vá trabalhar, prefeito!”.

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COMO ESTE EX-BLOG PREVIA: “NOVA RODOVIÁRIA NO RIO FRACASSA”!

(O Dia, 12) Construção de terminal provisório em São Cristóvão fora anunciada semana passada.

O projeto de construir uma rodoviária provisória em São Cristóvão, anunciado na semana passada pela prefeitura, foi por água a baixo. Entre os motivos, a falta de tempo hábil para entregar a obra antes do Natal, o estado do terreno prejudicado pelas chuvas desta quarta-feira e a preocupação com a falta de informação aos passageiros, que ficariam sem saber para que rodoviária deveriam se dirigir.

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SEM REFORMAS, UM LONGO PERÍODO DE ESTAGNAÇÃO!

(Cláudio Frischtak, doutor em economia pela Universidade Stanford e presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios – Folha de SP, 07) 1. Neste ano a participação da indústria de transformação no PIB deverá mais uma vez declinar e, pela primeira vez desde a década de 1950, se situar abaixo de 13% –neste último trimestre estava pouco acima desse patamar. Esse movimento segue um padrão observado em outros países.  Porém, no caso do Brasil, algo está fora do lugar. De modo mais geral, ao relacionar a relevância da indústria de transformação com a renda per capita, o país é um ponto “fora da curva”, ou seja, para um país de renda média a indústria deveria ocupar um espaço significativamente maior.

2. A explicação se resume numa palavra: competitividade. Esta vem sendo subtraída por custos sistêmicos elevados –o exemplo da infraestrutura vem imediatamente à tona; taxa de investimento em capital físico e intelectual insuficiente e baixa produtividade e elevados custos unitários do trabalho.  Esses fatores limitam a capacidade de a indústria competir e restringem seu crescimento. A produtividade é a chave e, no longo prazo. E, nesse sentido, a nossa fragilidade é evidente. Não apenas a produtividade fatorial total avança pouco e assim contribui marginalmente para o crescimento da economia (menos do que 1% ao ano nas duas últimas décadas) como, na indústria de transformação, a produtividade medida pelo valor agregado por pessoa ocupada ficou praticamente estagnada entre 1995 e 2010.

3. Essa situação corrosiva se tornou recentemente ainda mais adversa: desde o último trimestre de 2010, não apenas o custo de trabalho vem subindo como a produtividade faz o caminho inverso –o que possivelmente explica a perda acelerada de tecido industrial em 2011-12.  Não à toa, somente 7% das empresas em sondagem recente da CNI se declararam mais produtivas do que seus pares internacionais.  O país necessita encarar um fato singelo: ficamos para trás em relação aos nossos competidores e, a menos de um programa sério e crível de reformas, a indústria estará fadada a um longo período de estagnação.

Cesar Maia é entrevistado pelo site Amigos Bichos

Cesar Maia CMG

Em entrevista ao site Amigos Bichos, que divulga ações e serviços que ajudem a melhorar a vida dos animais, o vereador Cesar Maia lembra da criação da Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais (SEPDA), durante seu governo, em momento em que à Defesa dos Animais era dado pouco espaço.

Cesar Maia fala sobre o processo de criação da SEPDA, os avanços conquistados e o abandono da Defesa dos Animais pelo atual prefeito.

Conheça a matéria aqui.

11 de dezembro de 2013

DISPARA A VIOLÊNCIA EM TODO ESTADO DO RIO! SETEMBRO DE 2013 X SETEMBRO DE 2012!

Dados oficiais do Instituto de Segurança Pública-ISP- da Secretaria de Segurança do Estado do Rio.

1. Homicídios Dolosos: Capital: + 17,5  /  Baixada: + 15,9% / Grande Niterói: + 37% / Interior: + 2,2% / Total RJ: +14,5%.

2. Roubo a Estabelecimento Comercial: Capital: + 36,7% / Baixada: + 39,8% / GN: + 43,7% / Interior: + 47,5% / Total RJ: + 40,3%

3. Roubo de Veículo: Capital: +23,4% / Baixada: + 46,4% / GN: + 52,8% / Interior: + 58,3% / Total RJ: + 36,5%.

4. Roubo a Transeuntes: Capital: + 36,9% /  Baixada: + 68,6% / GN: + 30,3% / Interior: + 40,4% / Total RJ: + 44,1%

5. Roubo em Coletivo: Capital: + 113% / Baixada: + 60,6% / GN: + 13,1% / Interior: + 133,3% / Total RJ:+ 82,7%

6. Furto de Veículo: Capital: + 27,6% / Baixada: + 4,4% / GN: + 27,7% / Interior: + 28% / Total RJ: + 22,7%

7. Total de Roubos: Capital: + 35,2% / Baixada: + 50,1% / GN: + 36,1% / Interior: + 45,1% / Total RJ: + 40%

8. Total de Furtos: Capital: + 28,7% / Baixada: – 3,8% / GN: +0,7% / Interior: + 14,2% / Total RJ: + 18,3%.

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VISITA PORTA A PORTA –MÉTODO BUSH- NUM PERÍODO ELEITORAL EM 450 MIL RESIDÊNCIAS!

(Folha de SP, 10) 1. A partir do ano que vem, a taxa de desemprego do país será calculada de uma maneira diferente e divulgada a cada três meses. Em vez de entrevistar pessoas apenas nas seis regiões metropolitanas mais populosas do país (São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre), o IBGE vai ampliar o campo das entrevistas para 3.500 cidades (cerca de 60% dos municípios brasileiros).

2. Nem mesmo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a maior pesquisa feita hoje anualmente pelo instituto) alcança esse universo, vai a 1.100 municípios, visitando 147 mil casas. Para calcular a taxa de desemprego e coletar outras informações sobre o mercado de trabalho, os pesquisadores vão coletar e processar quatro vezes por ano informações de 211 mil lares.

3. Após dois anos de testes, a nova pesquisa será lançada em 17 de janeiro, com os dados de 2012 e do primeiro semestre de 2013.  Os resultados do primeiro trimestre de 2014 só serão divulgados no fim de maio. O IBGE quer reduzir esse prazo para até 30 dias após cada trimestre ainda no ano que vem.

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SARKOZY DERROTARIA HOLLANDE HOJE!

Dezoito meses depois de sua derrota, Nicolas Sarkozy está à frente das pesquisas de opinião. 46% dos franceses preferem tê-lo como Presidente da República, contra 27% em favor de François Hollande. Mesmo entre os eleitores de Hollande, 11% preferem Sarkozy na Presidência da República.

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EGITO: CONSTITUINTE TERMINA OS TRABALHOS!

No Egito, a Constituinte terminou seus trabalhos e enviou o texto de sua proposta ao Presidente interino Adli Mansour, que deve fixar a data do referendo – provavelmente em meados de janeiro próximo. Essa proposta elimina as disposições de inspirações islamistas, que figuravam na Constituição de 2012, aprovada por referendo, durante o mandato de Mohamed Morsi. Ademais, reforça a autonomia das Forças Armadas e autoriza o Governo a rever o calendário das eleições previstas para 2014.

10 de dezembro de 2013

PREFEITURA DO RIO: ORÇAMENTO PARA EMPRESA DE SAÚDE R$ 7 MIL! MAS PARA CONSULTORIA DESSA EMPRESA: R$ 8 MILHÕES E 580 MIL!

1. Em 14 de maio de 2013, lei do prefeito do Rio criou a Empresa Pública de Saúde –Rio-Saúde- que passaria a coordenar os hospitais e contratar pessoal por regime celetista (vale dizer rotativos) e serviços. Durante mais de 2 meses o debate foi intenso. No final, a lei foi aprovada com 60% dos votos. No Orçamento de 2014 o prefeito do Rio incluiu a RIO-SAÚDE: EMPRESA PÚBLICA DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO com um orçamento de R$ 7.000,00, ou seja, Sete Mil Reais. Um deboche.

2. Mas no dia 6 de dezembro de 2013, dias antes de aprovar o novo orçamento de 2014, a prefeitura do Rio publicou edital de licitação por pregão presencial para o dia 19/12/2013 com o objetivo de “Contratação de Consultoria Técnica para Estruturação e Início de Operação da Empresa Rio-Saúde, compreendendo o desenho de seus modelos de gestão operacional e organizacional, e o suporte à implantação da primeira onda de unidades de saúde, incluindo gestão da mudança.”. A referência é o Diário Oficial do dia anterior, 05/12/2013, fls 89.

3. O inacreditável é o valor dessa contratação de consultoria técnica: R$ 8 milhões e 580 mil reais. E nem consta do orçamento 2014. Lembrando: Empresa Rio-Saúde no orçamento 2014: R$ 7 mil reais. E agora contratação de Consultoria Técnica, sete meses depois: R$ 8 milhões e 580 mil reais. Ou seja: a empresa foi criada por lei, sem qualquer estudo preliminar. Acompanhem o resultado. Dizem que o nome do vencedor é pré-conhecido e que vão publicar em anúncio disfarçado na imprensa.

4. Para quem não acredita, basta ler a parte de baixo do edital.

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CTI PEDIÁTRICO DO HOSPITAL SOUZA AGUIAR DA PREFEITURA DO RIO: 6 ELEITOS INATIVOS!

(XX, YY, ZZ) CTI PEDIÁTRICO DO HOSPITAL MUNICIPAL SOUZA AGUIAR CORRE O RISCO DE FECHAR POR FALTA DE MÉDICOS… Tristeza ver esse setor assim…, onde já foram salvas vidas de tantas crianças. Em um estado onde existem pouquíssimas vagas de terapia intensiva pediátrica. Vamos refletir… 6 leitos de CTI pediátrico inativos. E quantas crianças precisando deles???? Cadê o prefeito, o secretário de saúde? Existe uma neuro-pediatra intensivista que está sofrendo retaliações pelo novo chefe administrativo do CTI Pediátrico depois de 20 anos de funcionalismo, tentando obriga-la a pedir exoneração se não estiver satisfeita com o que ele determinou, a secretária fez uma proposta ridícula de transferir o CTI Pediátrico para o H MIGUEL COUTO, ele alega que CTI pediátrico não precisa de rotina. Há que se questionar essa situação. Mas, esse é o nosso caos trabalhando somente com 7 médicos e com suspensão de férias dos médicos para que possa ter esse quantitativo, ele alega que qualquer pediatra trabalha em CTI, e isso não é verdade é uma mão de obra especializada. Alguém tem que resolver esse problema.

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MAIS PROVAS DA PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA VIA COOPERATIVAS E OSs!

(Fantástico -TV Globo, 08) 1. A saúde dos brasileiros é motivo de negociação por baixo dos panos. As propinas começam em 10% e são pagas, claro, com o dinheiro de seus impostos. Em 2012, o Governo Federal aplicou quase R$ 38 bilhões na saúde dos municípios brasileiros. Só para o atendimento básico, feito nos postos de saúde da família, serão R$ 16 bilhões até o fim deste ano.

2. Os valores entram direto nas contas das prefeituras. E a maioria dos municípios prefere usar essa verba na contratação de cooperativas médicas e organizações sociais, para que estas se encarreguem do serviço de saúde. O Fantástico percorreu regiões do interior do Brasil para investigar se esse dinheiro está sendo bem gasto e se a população é atendida como merece.

3. O objetivo nesse tipo de contratação é evitar a burocracia e agilizar o atendimento médico no país. Quando surge a necessidade de preencher uma vaga, a cooperativa leva um profissional dela para ocupar o lugar. Sem isso, a prefeitura teria que abrir um concurso. O que vamos mostrar nesta reportagem é que o modelo tem falhas. E que muitas vezes elas começam a aparecer já na assinatura dos contratos.

4. As cooperativas contratadas pelas prefeituras para fazer a gestão da saúde pública não podem ter fins lucrativos. É o que a lei diz, mas no Brasil real… As cooperativas podem ter em seus quadros apenas profissionais de saúde. Quando uma prefeitura precisa de profissionais de apoio ou de equipamentos, deve procurar as organizações sociais – as OSS – que também não podem ter fins lucrativos. Entrevistado depois das gravações com câmera escondida feitas no escritório, o presidente da Coopermed negou que a cooperativa atue em parceria com uma organização social.

5. Mostramos três cooperativas registradas no Conselho Regional de Medicina. Mas há também aquelas que não têm nem mesmo o registro exigido por lei. Um médico já trabalhou para cooperativas clandestinas. O Ministério da Saúde prevê a suspensão dos recursos quando a fraude fica comprovada. “O papel do Ministério da Saúde no caso das gestões municipais é um papel de monitoramento, fiscalização e eventualmente de suspensão de recursos quando se constata desvios ou malversação de recursos. É inadmissível que os recursos que sejam transferidos pelo Ministério da Saúde possibilitem essas questões que vocês estão levantando nesta matéria”, alerta Fausto Pereira dos Santos.