30 de setembro de 2015

A NOVA LEI ELEITORAL SÓ AJUDA OS CANDIDATOS À REELEIÇÃO E OS MUITO CONHECIDOS!

1. A nova lei eleitoral recentemente sancionada pela presidente Dilma ajuda os prefeitos candidatos à reeleição. Em primeiro lugar porque a proibição de financiamento privado concentra recursos nas mãos de quem governa, que prescinde de recursos privados diretos, pois conta com os recursos privados indiretos na forma que este Ex-Blog explicou semana passada.

2. E, por isso mesmo, há uma atração fatal para os demais partidos se coligarem com os candidatos à reeleição ou mesmo os candidatos do atual prefeito, pois contam com máquina e recursos.

3. Da mesma forma, o prazo de seis meses de filiação, na medida em que cria uma insegurança entre os demais candidatos sobre qual a melhor fórmula para se tornarem competitivos, atrasa a organização das campanhas e gera um leilão por nomes, entre os partidos. Exceção, claro, aos partidos com base programática que, aliás, são muito poucos.

4. Há um fator que não ajuda os que sempre esperam a campanha eleitoral para se apresentar ao distinto público. Quanto maior o tempo de campanha, mais tempo para se apresentarem aos eleitores com seus panfletos, cartazes e depois com os tempos de TV e Rádio.

5. Mas agora esses prazos foram reduzidos. A campanha para 45 dias e a TV e Rádio para 35 dias.  Assim, a campanha de rua só abre 45 dias antes das eleições, tempo muito curto para caras novas se fazerem conhecer através da publicidade direta.

6. E os 35 dias de TV e Rádio são tempo insuficiente para se “criar” um candidato. A maior atenção dos eleitores no início e no final da campanha transformam os 35 dias na metade para efeito de memorização.

7. A maior concentração da TV em inserções e não em programas aponta na mesma direção.

8. Por tudo isso, os candidatos dos prefeitos que partem para a campanha sem uma exposição pública anterior suficiente para estarem num patamar de 5% ou mais também serão prejudicados pelas novas regras, pelas razões anteriores. A única vantagem será ter acesso a recursos privados indiretos através dos recursos públicos, conforme este Ex-Blog analisou semana passada. E -nesses casos- não será suficiente para destacá-los e criar uma vantagem significativa.

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PESQUISA: 56% DOS CARIOCAS QUEREM DEIXAR O RIO PELA VIOLÊNCIA!

(G1, 29) 1. Um estudo feito pela ONG Rio Como Vamos, divulgado nesta terça-feira, indica que 56% da população tem o desejo de deixar o Rio. O número era de 48%, em 2013, e de 27%, em 2011. A violência é o principal motivo que fez aumentar a quantidade de cariocas que têm essa vontade.

2. As críticas em relação à segurança pública foram as que mais chamaram atenção no levantamento: 71% da população acredita que a segurança piorou na cidade. Esse é o percentual mais alto de notas baixas já registrado no histórico da pesquisa.

3. Os roubos de rua são a principal ocorrência citada, especialmente nas classes mais altas. O medo de bala perdida é o principal medo das classes C e D – 32% disse que essa é a maior preocupação.

4. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) são vistas também como uma preocupação para os moradores dos bairros com o sistema — 41% acredita que as UPPs trouxeram mais efeitos negativos do que positivos, como o aumento de roubos e ameaças de criminosos. Esse foi o primeiro ano que o sistema de UPPs foi avaliado pela ONG.

29 de setembro de 2015

REFORMA MINISTERIAL: (FALSO) SEGURO CONTRA O IMPEACHMENT! A “BABELIZAÇÃO” DA POLÍTICA!

1. A crise brasileira –econômica, política, social e moral- tem um caráter cumulativo: um novo fato negativo agrava os demais. A projeção de cenários para quando todos os nomes de políticos envolvidos estiverem denunciados é de um impasse parlamentar. Vai se sentir saudades da dinâmica parlamentar dos últimos meses. A cada medida econômica que o governo propõe sem pré-consulta e esta se mostra inviável –total ou parcialmente-, a percepção posterior da crise se torna maior que a anterior. CPMF é um dos exemplos. O dólar um indicador.

2. O tamanho da inorganicidade ministerial e parlamentar é de tal ordem que vários analistas, fazendo um exercício de laboratório, passaram a achar que o melhor seria Dilma assumir-se apartidariamente e pagar para ver, organizando um governo de quadros. Isso, ao tempo que produziria dissensos parlamentares, construiria consensos internos e externos e poderia reverter as expectativas. Seria um risco. Mas a paralise atual é a certeza que o fundo do poço continuará se ampliando.

3. A crise política tem duas dimensões. Por um lado a inorganicidade parlamentar e por outro a desintegração da autoridade política da presidente, numa situação de impopularidade sem precedentes. A consequência disso é não ter nem base parlamentar, nem unidade em seu partido e muito menos apoio junto aos sindicatos, associações e ONGs atreladas ao PT e financiadas pelo governo. Há uma “babelização” da política.

4. O clamor por corte de despesas levou a um foco prioritário: os 39 ministérios, que só não são 40 pelas piadas nas redes sobre Ali Babá. Mesmo que não produzisse redução significativa nas despesas, seria simbólico da disposição de Dilma em fazê-lo. Sendo assim, esse passou a ser o foco.  E iniciou-se a discussão e os vazamentos.

5. Até se entendia que a presidente fizesse concessões em nome da governabilidade. Mas o que se está vendo não é isso. Dilma tem um só foco, na dita reforma ministerial, uma só preocupação, que nada tem a ver com o país nem com a crise econômica. O único foco de Dilma é construir uma base parlamentar contra seu impeachment, custe o que custar, faça as concessões que tiver que fazer.  Seu passeio diário de bicicleta, inevitavelmente leva à lembrança das “pedaladas”.

6. A resultante desse quadro é mais um fato, impulsionando a cumulatividade da crise, a sua impopularidade e, em seguida, a se submeter a mais um jogo das pressões menores. Ou seja, a continuidade da desintegração de sua autoridade. Não há nenhuma reforma ministerial, seja por despesas, seja por qualificação do gabinete, seja por governabilidade.

7. A reforma ministerial –para a delícia dos que têm suas próprias bancadas, partidárias ou não- é um mercado persa contra o impeachment hoje. Mas como não é sustentável, o jogo continua, em direção a novas concessões. O que Dilma imagina ser sua defesa contra o impeachment será a aceleração do processo em direção a esse mesmo impeachment.

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FGTS/CEF EMPRESTA MAIS R$ 1,5 BILHÃO PARA ÁREA PORTUÁRIA DO RIO! CEPACs MICARAM! SÓ 9% PARA PRÉDIOS!

(Folha de SP, 29) 1. A Caixa Econômica Federal teve de aportar mais R$ 1,5 bilhão do FGTS no fundo imobiliário que custeia a revitalização da zona portuária do Rio, um dos principais projetos urbanísticos na cidade. O depósito foi feito para compensar o ritmo de venda dos títulos imobiliários da região, que ficou abaixo da expectativa do banco, e permitirá que o banco cumpra o cronograma de desembolso para as obras na região.

2. O projeto inicial era que a prefeitura negociasse os títulos diretamente no mercado, o que deixaria mais lenta a arrecadação para o projeto. A participação da Caixa, autorizada nos últimos dias de governo Lula, permitiu que as obras no porto do Rio fossem aceleradas. O fundo imobiliário da Caixa comprou em 2011 todos os 6,4 milhões de títulos que permitem a construção de edifícios com altura acima do permitido na região portuária —o chamado Cepac (certificado de potencial adicional construtivo). Na operação, também passou a ter direito sobre todas as terras públicas da área.

3. O banco pagou inicialmente R$ 3,5 bilhões, com recursos do FGTS. Mas se comprometeu a custear toda as obras e serviços da região por 15 anos, de R$ 8 bilhões. Nesse período, o fundo renegociaria os títulos e os terrenos para superar o custo total. Agora, o prazo foi estendido para 25 anos. Mas, para manter o cronograma de desembolso, o FGTS teve de fazer um novo repasse ao fundo, em maio. “As expectativas em relação à velocidade de desenvolvimento no porto se frustraram. O ciclo do mercado imobiliário está muito diferente”, disse Vitor Hugo Pinto, gerente nacional de fundos imobiliários da Caixa.

4. O desembolso adicional para a prefeitura está condicionado à aprovação do plano de habitação social da região até novembro. Apenas 9% dos títulos (564 mil) foram para o licenciamento de novos prédios até junho —o que indica que muitos ainda não saíram do papel. “Tudo isso tem um timing de maturação mais longo. Não dá para forçar a barra no investimento”, declarou o gerente da Caixa.

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DOMINGO, 04/10, ELEIÇÕES NACIONAIS EM PORTUGAL! PSD (GOVERNO) ABRE VANTAGEM!

(JN, 28) 1. A pesquisa diária da Aximage mostra que a vantagem da coligação do governo face ao Partido Socialista atingiu, este domingo, o valor mais elevado. 5,6 pontos separam, agora, as duas forças políticas. Nos últimos nove dias, as intenções de voto na coligação Portugal à Frente (PàF) e no Partido Socialista têm seguido tendências opostas. É isso que mostram os inquéritos diários realizados pela Aximage desde 19 de Setembro. Na altura, as intenções de voto eram, respectivamente, de 35,3% e 34,7%. Ou seja, a coligação e os socialistas estavam separados por 0,6 pontos percentuais.

2. Nove dias passados, a 27 de Setembro, as intenções de voto na coligação Portugal à Frente aumentaram para 37,9% e no Partido Socialista diminuíram para 32,3%. As duas forças políticas estão, agora, separadas por 5,6 pontos percentuais, de acordo com o inquérito diário da Aximage para o Negócios e Correio da Manhã. Em terceiro lugar surge a CDU com uma intenção de voto de 8,6%, um aumento de 0,3 pontos percentuais face a 19 de Setembro. A coligação que une o Partido Comunista Português e Os Verdes é seguida pelo Bloco de Esquerda, com uma intenção de voto de 7%, um aumento de 1,2 pontos percentuais face ao início destes inquéritos diários.

3. A abstenção tem vindo a situar-se entre os 38% e os 40%, atingindo neste nono inquérito o valor mais alto (40,1%) da série. Os que se confessaram indecisos somaram 6,8% dos votantes, o segundo valor mais baixo desde o início do inquérito (tracking poll 9).

28 de setembro de 2015

PMDB DO RIO E O APOIO COMPULSÓRIO À DILMA!

1. A imprensa tem divulgado e reiterado que o PMDB do Rio é o mais solidário à presidente Dilma.  Isso não se dá por razões programáticas ou políticas, mas por razões pragmáticas.

2. A proximidade dos governos do Rio -Estado e Capital- ao governo federal se deu intensamente com Lula e -por sucessão- com Dilma. Com S.Paulo e Minas controlados pelo PSDB, restou o Rio de Janeiro no “Triangulo das Bermudas”. Quando do acordo entre MG e RS no início do governo FHC, o Rio já havia se beneficiado. FHC autorizou antecipar R$ 9 bilhões de reais dos royalties do petróleo, valorizando o barril a 17 dólares para cálculo dos pagamentos.

3. Lula e depois Dilma assinaram vários convênios e compromissos com os governos do PMDB no Estado e na Capital.  Novos empréstimos, novas obras, novos programas… Os de menor valor e de curto prazo foram sendo realizados.  Mas aqueles de maior valor e prazo exigiam uma maturação que ia -e vai- até o segundo governo Dilma.

4. A crise fiscal exigiu do governo federal -pós-Levy- conter as transferências de recursos ou atrasar as parcelas de financiamentos. Isso teve impactos sobre as finanças estaduais e municipais do Rio.

5. Mais grave em relação ao Governo Estadual que -com a queda das receitas pela crise e do valor do barril do petróleo, a menos da metade afetando duramente os royalties- passou a conviver com um déficit primário, em 2015-2016, de mais de R$ 10 bilhões. O apoio federal é um caso de vida ou morte. Ambos buscaram recursos por uma vez em depósitos judiciais e diversos tipos de anistia e remissão. O que só vale por uma vez.

6. A Prefeitura do Rio assumiu obras em parceria com o governo federal, seja pela liberação de empréstimos seja pela participação direta. A Prefeitura projetou uma expansão de gastos -em especial de investimentos- para os últimos 2 anos de governo. As receitas não cresceram como o esperado, a troca de cerca de 20% da dívida em reais para dólares onerou o serviço da dívida, a mudança do prazo de reajuste dos contratos de 2 anos para um ano, a reativação do BDI para quase uns 20% do valor das obras, etc., transformaram o superávit em déficit. O atraso em pelo menos 3 meses do reajuste dos servidores é prova clara dos problemas enfrentados.

7. Se Dilma não atropelar Levy e garantir os recursos para seus parceiros, o ano de 2016 será crítico. Para o Estado significará o aprofundamento de sua gravíssima situação financeira. Para a Prefeitura do Rio, num ano eleitoral e ao mesmo tempo exposto pelos JJOO-2016, o crescimento desse déficit significará obras não concluídas, serviços afetados e constrangimento eleitoral.

8. Assim, ao PMDB do Rio -Estado e Prefeitura- não resta alternativa senão apoio amplo, geral e irrestrito à Dilma. Apoio a seu governo. Apoio às medidas que adote. Apoio…, a seu mandato.

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RIO: CRISE DO PETRÓLEO DERRUBA INVESTIMENTOS EM PESQUISA NO FUNDÃO!

(Folha de SP, 27) 1. Um dos principais polos de pesquisa do país, tido como o “Vale do Silício” do pré-sal, o Parque Tecnológico da UFRJ, sede de grandes centros de pesquisa de multinacionais e de empresas brasileiras, está sendo duramente afetado pela crise da indústria do petróleo e cortando funcionários.

2. “Os centros de pesquisa e desenvolvimento de nossas associadas deveriam ter 400 pesquisadores estrangeiros, mas têm apenas 20 ou 30”, disse Paulo Cesar Martins, presidente da Abespetro (Associação das Empresas de Serviços de Petróleo).

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ELEIÇÕES NA CATALUNHA!

Pela Independência 47% dos votos e 72 cadeiras.

Contra a Independência 51% dos votos e 63 cadeiras.

Independentistas venceram em Barcelona e perderam nas demais províncias.

25 de setembro de 2015

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DAS PRINCIPAIS RECEITAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO!

Janeiro-Agosto 2015 -em milhões de reais- comparado em valores reais corrigidos pelo IPCA médio de 8,45%, com Janeiro-Agosto 2014.

1. Receitas Tributárias 2015: R$ 14.885,5. Crescimento de apenas 0,2%.

2. IPTU 2015: R$ 5005,7. Crescimento de apenas 0,8%.

3. ITBI 2015: R$ 1.150,5. Crescimento de 14,5%. Em março a porcentagem do ITBI foi aumentada de 2% para 3%.

4. ISS 2015: R$ 7.514,4. Queda de apenas 0,2%.

5. FPM 2015: R$ 166. Queda de apenas 0,6%.

6. ICMS 2015: R$ 4.431,5. Queda de 7%.

7. IPVA 2015: R$ 2.048,4. Queda de apenas 0,8%.

8. Receita da Dívida Ativa 2015: R$ 111,8. Queda de 62%.

9. Operações de Credito 2015: R$ 14,5. Crescimento de 143%.

10. Alienação de Bens 2015: R$ 78,6. Crescimento de 591%.

OBS.: As receitas que dependem da situação econômica ficaram praticamente estagnadas em termos reais, com exceção do ICMS, que caiu 7%. O ITBI teve sua alíquota aumentada em 50%. A execução da Dívida Ativa se mantém em forte queda. O crescimento das operações de crédito se dá em valores muito baixos.

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RISCO-BRASIL DOBRA EM 9 MESES!

(Estado de SP, 24) 1. A piora da percepção de risco dos investidores com a economia brasileira se acentuou desde o início da semana. O Credit Default Swap (CDS) de 5 anos – espécie de seguro contra o risco de calote do Brasil – ultrapassou o patamar de 400 pontos. Fechou em 428 pontos na segunda-feira. Na terça-feira, subiu para 465 pontos, e ontem chegou a 475 pontos. “O CDS dispara e puxa o dólar”, afirma Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria Integrada. “Há uma deterioração muito forte.” O humor com a economia brasileira também piorou após o governo decidir enviar um Orçamento com déficit para o Congresso Nacional no fim de agosto.

2. Desde então, a economia brasileira perdeu o grau de investimento concedido pela Standard & Poor’s (S&P) e o CDS do País saiu dos 350 pontos para o patamar atual. No início do ano, quando as incertezas políticas e econômicas eram menores, o CDS estava em 200 pontos. Na média, o CDS das economias que integram a Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia e México), por exemplo, é de 173 pontos. O da China é de 119 pontos, o da Índia está em 180 pontos, e o da Rússia é de 376 pontos. Na avaliação do economista da Tendências, por ora, o CDS brasileiro não deve recuar para um patamar muito inferior ao atual. “Nesse momento, não há nada que mostra uma chance de o País voltar para o patamar anterior.”

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CORTE DE HAIA ACEITA JULGAR A RECLAMAÇÃO BOLIVIANA E FRUSTRA O CHILE!

(BBC, 24) 1. A Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, se pronunciou, por 14 votos a dois, a favor de não acatar a objeção levantada pelo Chile em relação a sua competência na disputa sobre o acesso ao mar para a Bolívia. Em um comunicado lido pelo presidente do Tribunal, Ronny Abraham, a CIJ disse que o objeto da disputa é saber se o Chile tem a obrigação de negociar de boa fé o acesso da Bolívia ao Pacífico e, em caso afirmativo, se o Chile cumpriu ou não.

2. “A declaração da Corte foi interpretada, tanto nas ruas de La Paz como nas de Santiago, como uma vitória inicial para a Bolívia, que pedia ao Tribunal que reconhecesse o seu direito de negociar o acesso ao mar para o Chile”, disse o correspondente da BBC Mundo no Cone Sul, Ignacio de los Reyes.  “A força da votação contra a objeção chilena surpreendeu os analistas do país, ainda que o Tribunal só vá analisar a verdadeira questão de fundo mais adiante”, disse o jornalista.

24 de setembro de 2015

MÍDIA! CIRCULAÇÃO, AUDIÊNCIA E OPINIÃO: FÍSICA E DIGITAL!

1. Já há algum tempo que os institutos de pesquisa e os próprios meios de comunicação passaram a medir o número de leitores e telespectadores através de duas formas: física e digital.

2. A partir dessa mudança, os meios de comunicação medem e divulgam seus resultados de circulação e audiência somando as duas versões: física e digital. Para se ter uma ideia, no primeiro semestre de 2015, a versão digital da Folha de SP correspondeu a 44% de sua circulação total e a versão digital do Globo a 37%.  

3. Com certeza, a audiência das TVs segue o mesmo caminho, até porque dá ao telespectador a opção de assistir o programa quando quiser, passando de tele a apenas espectador digital. Nos filmes e documentários isso já é uma realidade, incluindo canais ou empresas especializadas.

4. Se do ponto de vista estatístico a soma da circulação/audiência física e digital é correta, do ponto de vista da opinião pública não o é. Não o é especialmente nos jornais e revistas. Se é verdade que o leitor digital pode multiplicar uma ou outra notícia de seu maior interesse, mas levando em conta a amplitude e diversidade do jornal/revista, a situação é muito diferente.

5. O acesso físico aos jornais/revistas se dá de 3 maneiras: por compra nas bancas, por assinatura, por leitura do jornal/revista por quem não comprou. Nos três casos o leitor não é único. Em sua residência, em seu trabalho, etc., dão acesso a outras pessoas. Ainda há o multiplicador da capa do jornal/revista de quem faz sua leitura na própria banca. E a permanência por dias da versão impressa em diversos locais. Quantas pessoas leem os jornais de dias anteriores? Isso para não falar nas revistas nos consultórios, escritórios, salas de espera, cabelereiros…

6. Na versão digital, além de o leitor ser solitário, o que foi lido desaparece no momento seguinte à leitura. Dessa forma, a probabilidade da contaminação e formação de opinião pública através das versões físicas é muito maior. E ainda mais pela versão e interpretação pessoal que o leitor multiplica através da leitura de leads, de boxes, de manchetes e de fotos.

7. Portanto, a simples troca de versão impressa por versão digital, que vem ocorrendo inclusive em relação a grandes jornais mundo afora, tem efeitos de opinião pública diferenciados. Dobrar a circulação incluindo a versão digital não é –de forma alguma- dobrar a influência do jornal junto à opinião pública.

8. Apenas como exemplo. Um jornal com 100 leitores e com um multiplicador de leitores de 3 impacta 300 pessoas. Um jornal com 100 leitores sendo metade digital impacta 50 x 3 = 150, 150 + 50 = 200. Ou seja perde 1/3 do impacto junto à opinião pública.

9. Bem, e ainda por cima a perda de faturamento, pois com conhecimento disso tudo, as agências e as pessoas não estão dispostas a pagar na versão digital pela publicidade o que pagam na versão física.

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PROBLEMAS FINANCEIROS/FISCAIS DELICADOS PARA O RIO DE JANEIRO!

1. (Globo, 24) Fitch retira grau de investimento do Estado do Rio de Janeiro. A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta quarta-feira a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira do Rio de Janeiro para “BB+”, ante “BBB-“, e manteve a perspectiva negativa, por preocupações com a saúde fiscal do Estado. “O rebaixamento reflete a crença da Fitch de que o Estado do Rio de Janeiro não é mais capaz de apresentar margens operacionais compatíveis com os valores históricos, já que o pagamento de aposentadorias deve consumir uma parcela crescente das receitas do Estado nos próximos anos”, disse a Fitch em comunicado.

2. (Globo, 24) A escalada do dólar fez a dívida de 109 empresas brasileiras aumentar em R$ 57,6 bilhões em menos de quatro meses. O levantamento foi feito pela provedora de informações financeiras Economática entre o começo de junho e a última terça-feira, quando a moeda americana chegou a R$ 4,05, e considerou a parcela da dívida das companhias tomada em moeda estrangeira. Quando a Petrobras é incluída no cálculo, o impacto do câmbio nas dívidas feitas em dólar sobe para R$ 162 bilhões, no mesmo período. Apenas a dívida da Petrobras deu um salto de R$ 104,4 bilhões com a valorização da divisa americana.

3. (Ex-Blog, 24) E a prefeitura do Rio que achava que fazia um grande negócio trocando 20% do total de sua dívida em reais para dólar?

3.1. (Valor Online, 20/08/2010) Rio assina com Bird US$ 1 bi para refinanciamento dívida com União.  O município do Rio de Janeiro assinou nesta sexta-feira com o Banco Mundial (Bird) um empréstimo no valor de US$ 1,045 bilhão para refinanciar sua dívida com o governo federal.

3.2. O câmbio na época eram R$ 1,8. Hoje R$ 4,15.

23 de setembro de 2015

O FINANCIAMENTO ELEITORAL E A VANTAGEM DE QUEM ESTÁ NO GOVERNO!

1. O STF considerou inconstitucional o financiamento eleitoral por parte de empresas. Vários analistas, vários acadêmicos, máquinas sindicais, os pequenos partidos ideológicos outsiders, etc., comemoraram a decisão. Ou é por boa fé, por desconhecimento, por ingenuidade ou por esperteza.

2. Com essa decisão do STF, as vantagem dos que estão no governo controlando as máquinas e orçamentos é flagrante. Passam a ter monopólio do financiamento, só que não diretamente pelas empresas, mas indiretamente e através dos governos.

3. Os gastos de campanha estão concentrados na publicidade (TV, etc.) e no pagamento dos cabos eleitorais e mobilidade. CPIs já demonstraram, ao extremo, como funciona esse processo. Os governos, através de uma seleção subjetiva, contratam agências de publicidade de suas confianças.  Muitas vezes que trabalharam para a candidatura deles na última campanha eleitoral.

4. Através delas deixam pré-paga parte importante da publicidade (TVs, etc.) para a próxima campanha eleitoral. Por exemplo: nas inserções nos meios de comunicação, as agências têm direito a comissões que vão de 10% a 20%. Se a mídia técnica sugere X inserções, governos fazem o dobro ou mais. Como isso não gera custo adicional, apenas aumenta o faturamento da agência.

5. Descontando o imposto de renda desse excesso de mídia, os partidos nos governos passam a ter uma reserva financeira para a campanha seguinte. Podem até antecipar a publicidade da campanha e deixar guardada na memória eletrônica. E uma vez em campanha o registro do gasto realizado é muitas vezes menor que o que seria efetivado sem a reserva conseguida pelos governos.

6. Da mesma forma, a publicidade exige subcontratações de material gráfico de pesquisas de opinião pública, etc. E, de novo, governos pagam bem mais do que utilizam e deixam a sobra como reserva para utilizar na campanha seguinte. E -claro-registram valores muito menores como gastos efetivos de campanha.

7. Em relação aos cabos eleitorais se utiliza amplamente os comissionamentos e gratificações que cobrem as despesas -pagas pelos governos- desses “cabos eleitorais” ou de amigos. E de forma tão ou mais ampla através das terceirizações. O pessoal padrão necessário para uma função qualquer de limpeza, vigilância, etc., é ampliado em 20%, 30%, 50%… A imprensa costuma chamá-los de funcionários fantasmas. Certo, fantasmas para o gasto dos governos, mas muito vivos para as campanhas eleitorais.

8. E além destes vetores mais significativos, ainda vem um conjunto grande de “pedaladas” eleitorais de mesma origem, com a disponibilidade de veículos alugados muito além do necessário, carros de som, etc., e assim de reservas “técnicas”.

9. Isso para não falar nas máquinas de grandes sindicatos e centrais sindicais com financiamento público garantido, que mobilizam pessoal, gráfica, publicidade, etc., a favor de quem apoiam.

10. Numa conjuntura como a atual, que sinaliza claramente a descontinuidade dos que estão no poder, especialmente o PT, que detém máquinas importantes como a federal, estados como os de Minas Gerais e Bahia, prefeituras expressivas Brasil afora, mudar as regras do jogo beneficiando quem está no poder, é de um descaramento que só os de boa-fé, os desinformados, os ingênuos ou os mal intencionados poderiam defender.

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LULA EM 2013: BRASIL QUINTO LUGAR EM PIB EM 2016! REALIDADE: BRASIL NONO LUGAR!

1. (Estado de SP, 22/09/2015) Segundo ranking elaborado pela Austin Rating, a escalada do dólar, associada ao baixo crescimento econômico, fará o Brasil perder a 8.ª posição entre as maiores economias globais. O cálculo foi baseado em dados do FMI, pesquisa Focus (18/09/15) e câmbio de ontem. Pelo ranking, o Brasil deve começar 2016 na 9.ª posição, atrás do Canadá, que também vive uma recessão econômica.

2. (Estado de SP, 22/05/2013. O Brasil será, em 2016, a quinta economia do mundo, avaliou nesta quarta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na análise de Lula, que participou de um seminário sobre as relações entre o Brasil e a África na sede da CNI, em Brasília, o País precisa se dar conta que se tornou um “país grande” no cenário internacional.

22 de setembro de 2015

SENADOR JOSÉ SERRA EM CAMPANHA!

1. Os que imaginaram que a futura candidatura a presidente do PSDB estaria entre o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin se enganaram redondamente.

2. É verdade que Aécio calibra sua retórica desde o palanque da oposição. É verdade que Alckmin veste com perfeição a farda de um presidente conciliador.

3. Mas, em Brasília, nos corredores e gabinetes do Senado e da Câmara quem se movimenta é Serra. Tornou-se um interlocutor de confiança do presidente do Senado. Nunca, em toda a sua longa carreira parlamentar, sua produção legislativa foi tão política e tão diversificada.

4. Seu alcance atinge o interesse de governadores e prefeitos. E seu foco varia e procura responder tanto às aflições políticas quanto econômicas da conjuntura.

5. Os ruídos dos bastidores garantem que Serra não está preocupado em costurar a convenção do PSDB de julho de 2018. O que estaria atraindo a sua atenção são os detalhes do processo que levou Itamar ao poder.

6. E não exatamente seu impeachment, cuja dinâmica de hoje ele prefere deixar por conta da Câmara de Deputados. O que interessaria muito a ele é a dinâmica pós-afastamento ou auto-afastamento de Dilma.

7. Itamar Franco organizou um governo de união nacional, incluindo o PT. Esse recuou e Erundina rompeu com o PT. Erro fatal do PT. A crise hiperinflacionária levou a uma solução política para o ministério da fazenda. Exatamente FHC que, com o plano real, derrotaria Lula.

8. Os ruídos dos bastidores garantem que Serra acredita que numa crise como a atual só um estadista -político e econômico- poderia geri-la. E o único nome confiável para o PMDB seria o dele, seja por ter liderado uma coligação com Camata, vice em 2002, como pela proximidade com Renan e Temer e por criar a expectativa de que com o novo prazo de filiação de seis meses, Serra poderia ser candidato pelo PMDB.

9. E Serra sonha em ser o FHC de 2018. E não tem pressa para definição política, já que se ele liderar a reversão da crise, isso teria um impacto ainda maior que o Plano Real e sua candidatura e vitória seriam compulsórias. Não precisará de convenção partidária. É um jogo de ganha-ganha ou perde-perde que não requer ansiedade.

10. Inclusive porque seu mandato de Senador vai até 2022, quando Serra terá 80 anos. Só sua saúde e preparo físico o preocupam. Nada mais.

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EMPRÉSTIMO COM GARANTIA DO IMÓVEL TEM JURO MENOR E PRAZO ALONGADO!

(Estado de SP, 21) 1. Contratar um empréstimo em 2015 ficou mais difícil e mais caro. Diante da crise econômica e do risco maior de inadimplência, os bancos frearam a concessão de crédito e, quando emprestam, cobram um preço alto. Como forma de diminuir os riscos nas operações–e, consequentemente, as taxas de juros–, instituições financeiras estão incentivando uma linha de crédito ainda pouco usada no Brasil, na qual o cliente dá um imóvel próprio como garantia do financiamento.

2. Chamada de “home equity”, essa modalidade oferece os menores juros e os maiores prazos de pagamento entre todas as linhas de crédito pessoal no mercado. De acordo com o Banco Central, em média, o juro do home equity está em 1,44% ao mês (18,7% ao ano), enquanto em agosto a taxa para empréstimo pessoal chegou a 62,9% ao ano em bancos e a 144% em financiadoras, segundo pesquisa da Anefac. O valor médio do financiamento na modalidade home equity é de R$ 112,6 mil, segundo o BC, que autoriza o empréstimo de até 60% do preço de avaliação do imóvel.

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GUERRA DE FACÇÕES NO JARDIM AMÉRICA, NO RIO!

(PH, 21) 1. O bairro de Jardim América está vivendo mais uma vez uma guerra entre as facções criminosas Comando Vermelho e Terceiro Comando. A primeira está tentado recuperar o território que perdeu para a rival. Alguns alunos meus me comunicaram desesperados agora mesmo. E que esses não são fatos isolados.

2. Bairros como Vaz Lobo, Irajá, Madureira viraram quase que “terra de ninguém”, com casos de violência que beiram o bizarro: assalto a mão armada da velhinha que vende açaí, de um bar em dia de churrasco com fuzil e tudo. E isso sem contar os comerciantes tradicionais que já começam a fechar as portas por causa da violência.

21 de setembro de 2015

A CADA DIA FICA MAIS CLARO QUE É LULA QUEM QUER TEMER PRESIDENTE! POR QUÊ?

1. Este Ex-Blog já postou vazamentos de reuniões internas do entorno de Lula em que o plano A é que Dilma se afaste licenciada por doença -física ou psíquica- e que Temer assuma. Isso garante a ela os direitos de presidente e depois de ex-presidente, o que amacia a concordância dela num futuro não muito distante. Assim, com Temer e com a crise agravada, o PT passa para a oposição por se estar cortando ganhos sociais. E, assim, Lula assume a condução da banda de música com vistas à sua candidatura em 2018.

2. Nos últimos dias, o que era vazamento se tornou translúcido, transparente, óbvio. Nos livros e contos policiais, detetives geniais sempre sublinham a desconfiança com aqueles que procuram demonstrar álibis e assim estarem cobertos para não serem responsabilizados pelo crime.

3. O que ocorreu nos últimos dias? Lula -abertamente crítico das medidas econômicas a serem adotadas e que se mantinha discreto, calado para fora e agitando para dentro e que nem telefonema de Dilma vinha respondendo-, de repetente resolve ir à Brasília “defender” Dilma contra os movimentos de impeachment. Conversa com os presidentes do Senado e da Câmara, entre oxiúros, e vaza as conversas.

4. Hasteia a bandeira da defesa do mandato de Dilma contra qualquer tentativa de impeachment.  Aproveita para surfar a onda das declarações reiterativas de Dilma, nos últimos dias, que é golpe tentar descontinuar o seu mandato, produto das eleições. Lula voa para Brasília e faz uma maratona de reuniões com os principais líderes políticos, todas elas devidamente vazadas.

5. Com isso, imagina que a imprensa, deputados, senadores e governadores, e líderes de opinião, vão achar que ele é um defensor do mandato de Dilma. Diria Sherlock Holmes: Elementar, meu caro Watson.

6. Lula quer que todos acreditem nisso para manter sua imagem imaculada e sempre fiel à companheira que ele levou no colo e elegeu. E que todos os problemas que o país atravessa vieram de erros cometidos pela sua sucessora.

7. E, por trás dos panos, diretamente ou através de seus amigos do peito, desenvolve a estratégia de licença presidencial para tratamento médico.

8. Simultaneamente, a CUT, MST e outros aliados sindicais iniciam as suas mobilizações, aquecendo seus batalhões, que foram pacificados com o ouro governamental, para os colocar em marcha e nas ruas, com greves e piquetes, logo após a posse de Temer. Com as medidas econômicas aprofundadas, cantarão o velho chavão de responsabilidade dos neoliberais, antemovo e capachos do imperialismo ianque.

9. Quanto mais a crise se aprofundar nas próximas semanas, melhor para a estratégia deles. Neste momento, não é a oposição que tem nas mãos a tampa do caixão presidencial para fechar, mas o próprio Lula e seu entorno. Quem viver, verá!

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OPINIÃO DE ECONOMISTA DE ENORME PRESTÍGIO NAS ESFERAS EMPRESARIAL E POLÍTICA!

(Ex-Blog reserva a fonte).

1. Embora o US$ ainda possa oscilar e passar de R$ 4,00 temporariamente, a situação política é insustentável e algo certamente ocorrerá para restabelecer a governabilidade (Aliança? Queda do atual governo?). Após o restabelecimento da governabilidade, a moeda americana deve retornar/estabilizar em 3,80~3,90 aproximadamente. A Inflação deve cair em 2016 e 2017, sendo que 2017 deve ficar dentro da meta (4,5% aa).

2. Os salários no país devem cair (não só pela desvalorização da moeda, como pelo desemprego com recontratações mais baratas), o custo salarial, proporcional, de produção no Brasil estava 25% acima dos EUA (insustentável, já que nossa produtividade, logística e ambiente de negócios é incomparavelmente pior).

3. Recuperação dos EUA frente ao período de crise pós 2008 é o dobro da Zona do Euro, com isso (associado a perspectiva de aumento de juros por lá) o fluxo de investimentos para a América do norte também pressiona o dólar para cima (não só em relação ao Real, mas também em relação ao Euro). Em relação ao PIB do Brasil, teremos o pior triênio (2014, 15 e 16) desde 1900.

4. Dois fatores óbvios “atravancam” o crescimento do país: somos os “lanternas” em educação e infraestrutura. Uma agenda nesse sentido será a provável alavanca para a recuperação e um próximo salto, que pode ocorrer em menos de 10 anos, desde que algum governo consiga dar efetividade a ela.

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O PAPA E A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL!

O Papa Francisco, na chegada a Havana (19), fez um discurso político, conciso e carregado de conteúdo. No trecho mais significativo ele disse: “A reaproximação entre Cuba e Estados Unidos precisa ser um exemplo de reconciliação para evitar novos conflitos no mundo. O mundo precisa de reconciliação, principalmente num momento de terceira guerra mundial em etapas em que estamos vivendo”.

18 de setembro de 2015

NOTAS, FATOS E RUÍDOS SOBRE O PACOTE FISCAL DE DILMA!

1. Dos 23 bilhões de reais de corte de despesas, 40% incidem sobre os servidores públicos. Desde a Proclamação da República que não há esse foco. Nem no regime militar.

2. Cínica a declaração do ministro Levy de que a CPMF é um impostinho mínimo. Ele sabe melhor que qualquer um que é um imposto cumulativo sobre os custos e sobre outros impostos (inclusive sobre ele mesmo), que num bem de longa cadeia de produção pode ser maior que o ICMS líquido (que abate o ICMS das compras). O movimento dos governadores pró-CPMF foi pífio: só 1/3 deles e especialmente os que enfrentam crises fiscais bem piores que a da Dilma.

3. Esse pacote conseguiu unir (contra) partidos orgânicos do governo e da oposição (esquerda e direita) cidadãos e sindicalistas…  Servidores públicos farão na quarta-feira 23/09 greve geral contra o pacote da Dilma. Se resultar, será a primeira na história do Brasil.

4. As declarações de Dilma chamando de ‘golpe’ os movimentos pró-impeachment são a mostra de seu desespero e desequilíbrio. Fora FHC era golpe? E Fora Collor? Onde ela estava? Aliás, as declarações rotineiras de FHC conquistando espaços de mídia por seu talento e respeitabilidade acadêmica não ajudam. Pesquisas FHC x Lula, num hipotético segundo turno ainda dão vitória a Lula.

5. Fernando Rodrigues (Drive Político) informou que Lula não atendeu –no dia- telefonema de Dilma que queria informar as medidas. Interlocutores pediram que Lula fosse à Brasília conversar com ela a respeito. Dizem que irá –sem foto- nos próximos dias. Os sêniores em PT e em política afirmam que Dilma só cairá quando Lula achar conveniente para ele passar à oposição a Temer e pavimentar sua candidatura em 2018.

6. Dilma terá que sancionar lei aprovada na Câmara sobre processo eleitoral. Os deputados dizem que só admitem veto na janela com 13 meses e nos 6 meses de registro eleitoral.

7. Nos corredores do senado ouve-se em todos os percursos que José Serra sonha em ser o FHC de Itamar num governo Temer.

8. Na economia, o longo prazo é o desdobramento dos curtos prazos. Tudo o que se debate é para 2016. Dará tempo? Os atores econômicos, políticos e sociais aguardarão pacientes o carnaval de 2016?

9. Os amplos minutos de entradas de Dilma no Jornal Nacional ajudam ou atrapalham sua imagem? É para ajudar ou para desgastar?

10. Cantores e bandas preparam, no Rock in Rio, efusivas saudações a Dilma. Os smartphones estarão a postos para gravar.

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PORTUGAL RESSURGE DAS MEDIDAS DE AUSTERIDADE FISCAL ADOTADAS!

(A) PIB. O PIB português avançou 1,4% no primeiro trimestre deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2014, Este crescimento deve-se a um abrandamento das importações (influenciado pela descida do preço do petróleo) e a uma aceleração das exportações. O crescimento do PIB português no primeiro trimestre é maior do que na média na Zona Euro. Portugal teve melhor resultado do que Alemanha, Itália, França ou Grécia, embora tenha ficado ainda longe de economias que arrancaram definitivamente, como Espanha, Holanda ou Eslováquia (todas cresceram acima de 2,5%). Também os 28 países da UE viram o seu PIB reforçado em 1,4%.

(B) Desemprego. Portugal está com 12,4% da força de trabalho desempregada, contra 14,3% há um ano. É o valor mais baixo desde julho de 2011. Em maio de 2015, a população desempregada situou-se em 635 mil pessoas, tendo diminuído 3,3% face ao mês anterior (21,6 mil), à semelhança do que se tem vindo a observar desde fevereiro de 2015. Mas continua ocorrendo uma evasão do pais dos mais qualificados, que buscam emprego mais remunerado sobretudo na França e na Alemanha.

(C) Inflação. Em agosto de 2015, a variação do IPC situou-se em 0,7%, taxa inferior em 0,1 pontos percentuais à registrada no mês anterior. Permanece debaixo do firme controle governamental, favorecendo o poder de compra dos portugueses.

(D) Turismo, grande gerador de mão e obra, deverá registrar “novos máximos” em 2015. O de Portugal está crescendo o dobro do ritmo de Espanha, muito perto dos dois dígitos, de 8,5 a 9%, o que corresponde um crescimento acumulado de cerca de 30% nos últimos dois anos. Para tanto, muito tem concorrido a redução do turismo europeu pra a África do Norte, por causa dos recentes ataques terrorista, particularmente no Marrocos.

(E) Balança comercial. Entre dezembro e fevereiro, as exportações cresceram 2,1% enquanto as importações diminuíram 3,5%, elevando a taxa de cobertura para 84,5% e diminuindo o déficit em 735,5 bilhões de euros.

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DEPOIS DE 7 ANOS: 21% DOS ALUNOS DA TERCEIRA SÉRIE NÃO ENTENDEM O QUE LEEM!

(Extra, 18) 1. Rio leva bomba em avaliação de leitura e escrita. Triste realidade do Rio: uma em cada cinco crianças de escolas municipais no 3º ano do ensino fundamental só consegue ler palavras soltas e não compreende o significado das frases. Isso significa que, segundo o Ministério da Educação (MEC), quase 13 mil dos 61.584 alunos da rede municipal nessa etapa escolar não atingiram o nível de leitura considerado adequado pelos critérios da pasta. O dado é da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) 2014, divulgada ontem pelo MEC. Na apresentação, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, considerou a média brasileira, que é bem parecida com a carioca, como “inaceitável”.

2. Tabelas: Números do drama carioca.

Câmara rejeita veto do prefeito e Projeto de Lei de Cesar Maia segue à promulgação

Em votação na Câmara de Vereadores sobre o veto total aposto pelo Poder Executivo ao Projeto de Lei nº 171/2013, de autoria do vereador Cesar Maia, que declara, como patrimônio cultural de natureza imaterial da cidade do Rio de Janeiro, o sotaque carioca, vinte e nove vereadores votaram contra o veto e um a favor. O Veto foi rejeitado e o Projeto de Lei nº 171/2013 segue à promulgação.

O Decreto de Lei:

Art. 1º Fica declarado, como patrimônio cultural de natureza imaterial da Cidade do Rio de Janeiro, a pronúncia da língua portuguesa que é característica do Rio de Janeiro, conhecida como sotaque carioca.

Art. 2º Para fins do disposto nesta Lei, o Poder Executivo Municipal do Rio de Janeiro procederá aos registros necessários nos livros próprios do órgão competente.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Plenário Teotônio Villela, 16 de abril de 2013
Vereador CESAR MAIA
LÍDER DO DEMOCRATAS

JUSTIFICATIVA
Segundo o historiador Alencastro, bem antes do advento do rádio e, portanto, da chegada da televisão, os habitantes do Rio de Janeiro já influenciavam a forma de falar dos moradores de outras províncias do Rio de Janeiro. Dois congressos nacionais, um de Língua Cantada organizado em 1937 e outro de Língua Falada no Teatro realizado em 1956, apontam a pronúncia do Rio de Janeiro como o padrão no que diz respeito ao português brasileiro.

Especialistas como Cunha e Cintra afirmam que a língua padrão, embora seja apenas uma entre as diversas variedades de um idioma, atua como modelo, como norma, como ideal linguístico de uma comunidade.

Sem dúvida alguma, com o passar dos anos, com o desenvolvimento do turismo e com as constantes transmissões televisivas dos programas realizados pelos canais de televisão sediados na Cidade do Rio, a pronúncia dos habitantes do Rio de Janeiro se tornou conhecida em todo o país e em todo o mundo.

Essas constatações confirmam a relevância ímpar do sotaque carioca para todo o Brasil, que é ressaltada por artigo acadêmico escrito pela filóloga, pesquisadora e professora Angela Marina Bravin dos Santos, que pode ser acessado pelo endereço virtual http://www.filologia.org.br/viicnlf/anais/caderno12-07.html .

Além disso, manifestações culturais como a música, a literatura, o teatro, o cinema, etc, reforçam o sotaque carioca como parte integrante fundamental da identidade dos moradores do Rio de Janeiro. O carioca aprecia o seu próprio sotaque. Sendo assim, a pronúncia dos cariocas têm caráter e importância local e global.

É preciso, portanto, registrar como bem cultural de natureza imaterial, com força de lei, essa parcela importantíssima da cultura intangível do povo carioca.

17 de setembro de 2015

IMPEACHMENT DE DILMA: “DIAGNÓSTICO E CURA”!

Maquiavel: O Príncipe. Capítulo III – Trechos.

1. “Ocorre aqui como no caso do tuberculoso, segundo os médicos: no princípio é fácil a cura e difícil o diagnóstico, mas com o decorrer do tempo, se a enfermidade não foi conhecida nem tratada, torna-se fácil o diagnóstico e difícil a cura. Assim também ocorre nos assuntos do Estado porque, conhecendo com antecedência os males que o atingem (o que não é dado senão a um homem prudente), a cura é rápida; mas quando, por não se os ter conhecido logo, vêm eles a crescer de modo a se tornarem do conhecimento de todos, não mais existe remédio.”

2. “Nem em momento algum lhes agradou aquilo que todos os dias está nos lábios dos entendidos de nosso tempo, o desejo de gozar do benefício da contemporização, mas sim apenas aquilo que resultava de sua própria virtude e prudência: na verdade o tempo lança à frente todas as coisas e pode transformar o bem em mal e o mal em bem.”

3. “É coisa muito natural e comum o desejo de conquistar e, sempre, quando os homens podem fazê-lo, serão louvados ou, pelo menos, não serão censurados; mas quando não têm possibilidade e querem fazê-lo de qualquer maneira, aqui está o erro e, consequentemente, a censura.”

4. “Disso se extrai uma regra geral que nunca ou raramente falha: quem é causa do poderio de alguém arruina-se, por que esse poder resulta ou da astúcia ou da força e ambas são suspeitas para aquele que se tornou poderoso.”

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ENTREVISTA DE DANIEL LEVITIN, NEUROCIENTISTA E PROFESSOR DA MCGILL UNIVERSITY, EM MONTREAL!

(Aliás – Estado de SP, 13) Daniel Levitin oferece recursos para impedir que o leitor seja soterrado pela avalanche diária de informação. A Mente Organizada combina a apresentação das descobertas recentes em estudos sobre o cérebro e sugere rotinas para assumir o controle do ecossistema de informação, e não ser controlado por ele.

1. (LG-ESP) Por que falamos em sobrecarga de informações? (DL) Para os cientistas, a sobrecarga é a diferença entre a quantidade de informação com que somos bombardeados e a capacidade do nosso cérebro de lidar com ela. / (LG-ESP) O que é a obsolescência evolucionária, que o senhor aponta como parte do obstáculo para lidar com o excesso de informação? (DL) Todos os organismos vivos estão constantemente se adaptando ao meio ambiente. A seleção natural exerce influência sobre essa adaptação. Por exemplo, nós nos adaptamos à erosão da camada de ozônio e pessoas que adquirirem maior resistência aos raios ultravioleta transmitirão aos descendentes o gene de sobrevivência a eles. Mas é um longo e lento processo. Nosso cérebro evoluiu para lidar com um ambiente que existia há 10, 20 mil anos. O genoma humano precisa de tempo para se adaptar. Para você ter uma ideia, em 30 anos quintuplicou a quantidade de informação que recebemos a cada dia. Pense nisso como o equivalente a ler 175 jornais de ponta a ponta diariamente. Outro número extraordinário: em 1976, nos Estados Unidos, havia cerca de 9 mil produtos únicos à venda num supermercado. Hoje, há cerca de 40 mil. O consumidor americano, que compra uma média de 150 produtos, tem que navegar entre uma quantidade muito maior de escolhas.

2. (LG-ESP) Embora a evolução do cérebro esteja “atrasada”, há duas gerações essa obsolescência era muito menos sentida, certo? (DL) Vamos considerar um aprendizado que foi necessário para nossos avós. Eles tiveram que aprender a usar o telefone uma ou duas vezes – tiveram que fazer chamadas com ajuda de telefonistas e depois aprenderam a discar. Hoje, os smartphones não param de mudar. Você troca de modelo e tem que aprender inúmeras funções, que daqui a poucos anos serão trocadas. / (LG/ESP) Há um site chamado “Deixe eu googlar isto pra você” inspirado na exasperação que muitos sentem quando alguém faz uma pergunta que pode ser respondida online. Qual a importância de ter tanta informação disponível em poucos segundos? (DL) Quando eu cursava a Universidade Stanford, na Califórnia, gostava de estudar dentro da enorme biblioteca principal. Havia ali respostas para tudo o que eu queria saber. Mesmo se eu me distraísse e quisesse conferir algo que não tinha ligação direta com o trabalho em questão, era preciso levantar, localizar um livro ou publicação num sistema de classificação. Hoje, a nossa atenção é desviada o tempo todo para novas fontes e isso afeta a possibilidade de recuperar o foco inicial. Há enorme variação na nossa capacidade de virar a chave da atenção. Mulheres e jovens tendem a ser mais rápidos do que homens e idosos. Mas varia muito. Se me distraio de algo, demoro uns cinco minutos para retomar a concentração.

3. (LG/ESP) A palavra multitarefas, executar várias tarefas ao mesmo tempo, é indissociável da rotina do século 21. Mas o senhor diz que multitarefas não passam de ficção. (DL) Não existem multitarefas, é um mito. O cérebro simplesmente não comporta isso. A pessoa pensa que está lidando com várias coisas ao mesmo tempo quando, de fato, o cérebro está experimentando rápidas mudanças de foco que mal percebemos, o que resulta numa atenção fragmentada a várias coisas e nenhuma atenção sólida a uma que seja. Recentemente ficou provado que conseguimos prestar atenção a, no máximo, três ou quatro coisas de uma vez. O cérebro é eficaz em provocar autoilusão. Achamos que estamos no controle das coisas. Mas executar várias tarefas ao mesmo tempo libera um hormônio de estresse, o cortisol. O cortisol tem um papel evolucionário, mas também provoca ansiedade, nervosismo e afeta a clareza de pensamento. Comparo o ato de fazer várias tarefas ao mesmo tempo com uma espécie de embriaguez. Há trabalhos que exigem essa capacidade, como tradutor simultâneo ou controlador de tráfego aéreo. E não é à toa que, nessas funções, as pessoas são obrigadas a fazer várias pausas de descanso para recuperar a capacidade de se concentrar.

4. (LG-ESP) No entanto, há uma noção de que as pessoas bem-sucedidas, e o senhor entrevistou mais de 100 para escrever o livro, são as que têm o poder de acumular mais tarefas do que os outros. (DL) Exato, mas a história e a ciência de laboratório nos provam o contrário. Estudos mostram que o trabalho de quem mantém o foco numa tarefa é mais criativo. Isso vale tanto para grandes empresários, atletas e inovadores como para artistas. Valia para Da Vinci e Michelangelo. Olhe para o alto na Capela Sistina, considere grandes conquistas como o cubismo, a 5ª Sinfonia de Beethoven, a obra de William Shakespeare – tudo é resultado de atenção sustentada ao longo do tempo. / (LG-ESP) Por que o senhor diz que as crianças devem aprender na escola, já aos 10 anos, a enfrentar a sobrecarga de informação? (DL) Qualquer criança alfabetizada sabe que pode encontrar uma informação em segundos. Mas a maior parte do que está online é desinformação. Ficções mascaradas de fatos. Até estudantes universitários se deixam confundir. Recolhem informações sem perguntar quem está por trás. Como saber que a fonte é confiável? Na escola, os professores devem ensinar, para começo de conversa, que websites não são iguais. Devem incutir um questionamento crítico na pesquisa. À medida que os alunos crescem, vão adquirindo mais nuances para se informar. Por exemplo, se a criança quer um brinquedo, pode-se ensinar a ela que o website do fabricante não é a fonte mais confiável sobre a segurança do brinquedo. Antes, no ecossistema analógico, tínhamos curadores de informação, era mais fácil distinguir a credibilidade de fontes.

5. (LG/ESP) O senhor diz que as pessoas mais produtivas são as que melhor estabelecem prioridades. (DL) A maioria de nós chega ao trabalho hoje em dia e é bombardeada com o “por fazer”. É como entrar cambaleando num ambiente em que há muitas exigências e começamos a atacar o que passa pela frente. Não fazemos um esforço consciente e deliberado de evitar que o ambiente em volta nos domine. Isso aumenta o cansaço e diminui a produtividade. Todas as pessoas altamente bem-sucedidas com quem converso têm em comum o fato de que elas anotam o que há por fazer e já começam a trabalhar cientes de prioridades. / (LG-ESP) O senhor diz que uma ferramenta útil para priorizar são os chamados exercícios de limpeza da mente. (DL) Sim. O David Allen, um guru da produtividade e autor de A Arte de Fazer Acontecer, aponta para a importância de externalizar a informação. Recomenda anotar tudo o que está se passando na sua cabeça, coisas que têm a ver com a tarefa em questão e preocupações que podem distrair a pessoa. É um processo neurológico, porque o cérebro teme esquecer o que é importante. Quando o cérebro sabe que a informação foi arquivada externamente, nas anotações, e o efeito é de nos acalmar, é libertador. Retira o entulho mental que prejudica a atenção.

6. (LG-ESP) A sobrecarga de informação se estende ao excesso de objetos. Por que o senhor defende uma gaveta de bagunça? (DL) Um profissional precisa saber exatamente onde estão seus instrumentos. Pode ser um cirurgião, um dentista, um bombeiro. Este tipo de organização nos libera para pensar e tomar decisões. Mas excesso de organização é contraprodutivo, uma perda de tempo. O importante é deixar visíveis os objetos que utilizamos regularmente. Quantas vezes você encontra um parafuso, uma peça e não se lembra de onde vem? Jogue na gaveta de bagunça, a que tem objetos de utilidades diferentes. Isso é uma forma de fazer economia cognitiva, porque não é preciso classificar tudo. (LG-ESP) O senhor aponta a correlação entre eliminar o excesso de informação e de pertences e a felicidade. (DL) Se quiser destilar tudo o que se conhece sobre pessoas que se consideram felizes, a frase é a seguinte: elas se satisfazem com o que têm. E são as que querem conquistar algo, não receber prêmios e elogios. O que é diferente de não ter ambição pessoal ou criativa. O empresário Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo, com uma fortuna de mais de US$ 70 bilhões, mora na mesma casa há mais de cinco décadas. Ele inventou o neologismo “satisficing”, sobre as coisas que bastam. Não perde tempo com o que não lhe interessa e tem uma agenda diária de trabalho quase vazia, de poucas reuniões, que o deixa livre para ser produtivo. Cientistas da Universidade da Califórnia liderados pelo brasileiro Alysson Muotri criaram “minicérebros” para simular uma doença neurológica rara e testar drogas para curá-la. Os neurônios, feitos com células cutâneas, se organizam de forma similar à do cérebro humano.

16 de setembro de 2015

PLC-120/2015: DE REPENTE –NÃO MAIS QUE DE REPENTE- A CRUZ VERMELHA CAIU DE PARAQUEDAS!

1. Por iniciativa de Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro, foi apresentado o PLC-120/2015. A reação de urbanistas foi imediata. Esse PLC liquidaria a APAC da Cruz Vermelha no Centro do Rio, pois aumentaria em 50% o gabarito na área da Henrique Valadares e Relação e aumentaria em 500% a volumetria. Este Ex-Blog apresentou as críticas em relação a tal aberração, incluindo especialistas da prefeitura do Rio com ampla experiência. Em seguida foi o próprio gabinete do Prefeito que informou que era radicalmente contra a aprovação do PLC-120.

2. O PLC-120 obteve um tempo recorde com todas as comissões envolvidas dando parecer favorável em horas. E numa manobra de plenário se tentou votar na frente dos vetos em pauta. A resistência foi feita por outros Vereadores através de obstrução em plenário. Um mês depois, caiu de paraquedas no plenário da Câmara Municipal uma carta da Cruz Vermelha dizendo que tinha interesse na aprovação do PLC-120 supostamente por razões relacionadas às suas atividades de origem.

3. Simultaneamente, o setor de comunicação da própria Prefeitura enviou a Vereadores uma lista de matérias recentes, na imprensa, em 2014, mostrando que a Cruz Vermelha daqui estava sob suspeição e auditoria da Cruz Vermelha Internacional por desvios levantados. Por isso não teria credibilidade para pedir voto para o PLC 120 e que era muito estranha a tal carta. // Folha SP, 25/07/2014: Cruz Vermelha desviou doação de campanhas humanitárias, diz auditoria. // Estado de SP, 22/11/2014: Cruz Vermelha recebe ultimato para regularizar contas. // Folha de SP, 01/09/2014: Acusada de desviar verbas da saúde, Cruz Vermelha acumula processos. // Folha de SP, 26/07/2014: Comissão de crise virá para o Brasil para monitorar a Cruz Vermelha. // Estado de SP, 13/10/2014: Cruz Vermelha do Brasil corre o risco de ser suspensa. // Estado de SP, 25/07/2014: Atividades da Cruz Vermelha podem ser suspensas no Brasil. // G1, 25/07/2014: Cruz Vermelha: R$ 17 milhões em doações foram desviados para ONG.

4. E essa possível farsa ficou mais clara com a leitura em plenário da Justificativa que acompanhou o PLC-120, apresentado por Vereadores 30 dias antes, do “voo” da Cruz Vermelha. Nada, rigorosamente nada, tinha a ver com qualquer coisa relacionada à Cruz Vermelha. Nada! Segue o texto completo da Justificativa.

5. PLC 120/2015. Justificativa. “O Projeto de Lei Complementar em tela busca fomentar o desenvolvimento de toda zona de comércio e empresarial compreendida entre a Avenida Henrique Valadares e a Rua do Lavradio, intensificada pela nova construção do Instituto Nacional do Câncer e a nova sede da Petrobras. É crescente a necessidade de infraestrutura que atendam a demanda tanto do turismo convencional quanto ao turismo de negócios, bem como o incremento as zonas de comercio quando existe aumento também para diversas atividades econômicas relacionadas.  Desta forma, a alteração nos parâmetros urbanísticos na localidade mencionada estimulara as atividades econômicas supracitadas nesta região, permitindo uma melhoria das condições construtivas, gerando os investimentos em todo entorno da área. A proposição estende a Área Central 2 – AC-2 da II Região Administrativa – II RA – Centro, no trecho descrito na ementa deste Projeto de Lei Complementar criando corredor para investimentos comerciais que atendam a demanda crescente nesta região. Ante o exposto, contamos com o apoio dos meus pares para aprovação do referido Projeto de Lei Complementar.”

6. No dia 8 de setembro de 2015 o Prefeito publicou decreto 40.593 criando uma comissão especial para analisar quaisquer propostas e projetos de mudanças no Centro do Rio. O Centro é dividido em 8 áreas. A área 6 é exatamente a Apac da Cruz Vermelha. Uma sinalização clara que a prefeitura está preparando-se para impedir o desastre urbano, no caso de aprovação pela Câmara do PLC-120/2015.

7. A partir dessa semana, com a conclusão da votação dos Vetos –que tem prioridade-, o PLC-120 estará nas pautas de votação. Arquitetos, Urbanistas, Procuradores, Moradores, Estudantes, correi, Poetas, seresteiros, namorados, correi! É chegada a hora de escrever e cantar, talvez as derradeiras noites de luar.

* * *

ELEIÇÕES NESTE DOMINGO NA GRÉCIA!

1. Empate técnico entre Syriza e Nova Democracia é a nota dominante nas dez sondagens publicadas durante o fim de semana. Dos 24 partidos concorrentes, 9 podem entrar no parlamento.  A única sondagem a destoar da previsão de empate técnico é a publicada pelo Jornal dos Editores, que dá ao Syriza 5 pontos de vantagem. As restantes põem o Syriza à frente, mas com menos de 1 ponto de vantagem e a do Avgi e Pontiki dão empate absoluto.

2. Para além do partido vencedor das eleições, outra das incógnitas até à contagem final dos votos é saber quantos partidos estarão representados no parlamento grego a partir de 20 de setembro. Há sondagens que dão 9 partidos acima da barreira necessária dos 3%, embora 7 coloquem os Gregos Independentes aquém da fasquia e apenas uma (a que dá vitória folgada ao Syriza) não preveja a entrada da Unidade Popular. Quanto ao terceiro lugar, apenas uma das sondagens diz que não irá para os neonazis da Aurora Dourada, substituídos pelo PASOK.

3. Com este cenário que não prevê a formação de maiorias absolutas para nenhum dos grandes partidos, Meimarakis e Tsipras foram questionados no frente-a-frente televisivo desta segunda-feira sobre a sua política de alianças pós-eleitoral. Enquanto a Nova Democracia diz não excluir a participação do Syriza num governo em caso de vitória, Alexis Tsipras voltou a deixar claro numa entrevista publicada este domingo, que os programas são incompatíveis e que “a Nova Democracia representa a Europa do sr. Schäuble”.

4. Quem obtiver a primeira minoria leva de bônus 50 deputados.

5. Média das pesquisas na Grécia a uma semana das eleições.

15 de setembro de 2015

CRISE EM UM PAÍS DA UNIÃO EUROPEIA E CRISE EM UM PAÍS DA UNASUL!

1. A grande bravata dos presidentes –ditos- de esquerda, da América Latina, foi comemorar como um grande evento terem ficado livres do FMI.  Da mesma forma comemoraram como uma grande vitória sobre o imperialismo ianque liquidarem de vez com a ALCA (área de livre comércio das Américas). Da mesma forma liquidaram o Grupo Andino e o Mercosul.  

2. No lugar de todos, criaram a ALBA (Aliança Bolivariana dos povos de nossa América), sob a liderança de Hugo Chávez; e a UNASUL, fórum de debates políticos e ideológicos, defensor das teses e ações populistas de seus membros. A América –do Sul e Central- perdeu qualquer elemento de referência que desse cobertura –inclusive política- a situações de crise que exigisse medidas de austeridade e garantisse os financiamentos no caso dessas medidas serem adotadas.

3. A União Europeia enfrentou, desde 2008, uma crise financeira, econômica e até política, de proporções muito maiores do que a enfrentada pela América Latina –Brasil em destaque- nos últimos 4 anos. As medidas de austeridade exigidas pela União Europeia, se por um lado tiraram popularidade dos governos, por outro deram cobertura política aos governos, pois compartilham responsabilidades. E garantem os recursos de cobertura e financiamento e refinanciamento para o caso das medidas serem aplicadas.

4. Hoje, Portugal e Espanha já iniciam um novo ciclo ascendente e nas eleições deste final de 2015, o PSD e o PP entram competitivos na disputa do poder. Grécia optou por ser uma exceção. Um novo partido à esquerda venceu as eleições uns 2 anos atrás afirmando que não aceitaria as medidas de austeridade impostas pela União Europeia. E assim o fez. Foi para o confronto. Ganhou um referendo. E a situação se tornou crítica. O carismático primeiro ministro teve que recolher seu discurso radical e estabelecer um acordo com a União Europeia. Em seguida, renunciou e chamou novas eleições. O grupo mais radical de seu partido rompeu e formou novo partido. Com isso, o Syriza se transformou num partido socialdemocrata e a dita esquerda ficou sem expressão eleitoral nas pesquisas com vistas às eleições deste final de ano.

5. Os países da América Latina –em sua rebeldia populista- ficaram sem referência, sem piso, sem ponto de apoio. Em seu anarco-liberalismo (e não socialismo) gozaram o ciclo expansivo dos preços das commodities. Esse ciclo terminou e, agora, sem lenço e sem documento, sem ter ponto de referência e sustentação, flutuam ao sabor de um tornado que engole o Brasil, a Venezuela e a Argentina, sem ter futuro, sem ter como olhar por dentro do tubo das ondas e ver luz no fim e para onde vão.

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“CIDADE DAS ARTES” FOI O PONTO DE PARTIDA PARA PROJETOS DE GRANDES ARQUITETOS INTERNACIONAIS NO RIO!

(Estado de SP, 13) 1.  Graças à projeção internacional trazida pelos eventos internacionais, a capital fluminense se credenciou para o rol de cidades globais com construções grifadas há dois anos. A partida foi com a Cidade da Música, desenhada pelo francês Christian de Portzamparc, que também tem um Pritzker. Inaugurada como Cidade das Artes, vencida uma década de edificação, atrasos e auditorias, a casa de espetáculos, na Barra da Tijuca (zona oeste), foi a primeira de uma série de obras estreladas a ficar pronta.

2. A segunda foi o prédio comercial Leblon Offices (Leblon, zona sul), assinado por Meier e entregue em julho. Entre os próximos lançamentos, há dois na Praia de Copacabana (zona sul): o Museu da Imagem e do Som, do escritório norte-americano Diller Scofidio + Renfro, que deve ser finalizado até junho de 2016; e o Residencial Casa Atlântica, na Praia de Copacabana, cujo traçado é de Zaha Hadid. Este só começa a subir em novembro.

3. Três ficam na área portuária: o Museu do Amanhã, projeto do espanhol Santiago Calatrava, prometido para este semestre; o paisagismo e urbanismo da orla da região, coassinado pelo escritório espanhol Alonso Balaguer Riera, que já resultou na reabertura da Praça Mauá, domingo passado; e o Edifício Pátio da Marítima, do escritório de Norman Foster e previsto para 2016. A lista tem ainda o Parque Olímpico, na Barra, planejado pelo grupo inglês Aecom, vencedor do concurso internacional realizado pela Empresa Olímpica Municipal e o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). O parque está sendo construído para os Jogos Olímpicos, em agosto do ano que vem.

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ELEIÇÕES EM PORTUGAL: 4 DE OUTUBRO!

1. As eleições legislativas portuguesas, que determinarão a escolha do Primeiro Ministro para próximo quadriênio, serão decididas pelo voto dos indecisos, que perfazem no momento 25% do eleitorado. Hoje há um empate técnico nas pesquisas.

2. Consta que os indecisos tendem a votar nos candidatos que são atacados com mais virulência. Isso beneficiaria Passos Coelho/Paulo Portas, que não vem sendo poupados por ataques de Antônio Costa (“muiê”, descendente de goeses…).

3.  É por essa interpretação que os seguidores de PSD/CDS admitem a vitória, revertendo um quadro atualmente levemente negativo.

14 de setembro de 2015

“GRAMPO NO INSTITUTO LULA”? TÁTICA E ESTRATÉGIA!

1. Lula e seu entorno perderam completamente qualquer expectativa em relação a Dilma e seu governo. E acham mais: sua continuidade será um abraço de afogado em Lula e no PT. Melhor seria ela sair logo. A possibilidade de um impeachment, com todo o ritual desgastante de autorização pela Câmara de Deputados para julgamento pelo Senado, seria descarnar Dilma e o PT e inviabilizar qualquer projeção de Lula para 2018.

2. Nixon –nesta etapa, ou seja, na autorização para julgamento- preferiu renunciar. Collor da mesma maneira. O impeachment suprime direitos de Dilma de ser ex-presidente (proventos, assessoria…). Ficaria desprotegida para sua “aposentadoria”.

3. Num quadro como este, o melhor para Lula, para o PT e para Dilma seria ela sair sem perder seus direitos. Desta forma, há um único caminho: a licença médica sem prazo definido para tratamento, seja por razões físicas, seja por razões psíquicas. Lula estaria não só de acordo com este caminho, mas entusiasmado com esta hipótese: a companheira estaria financeiramente protegida.

4. O entusiasmo é maior pelas novas perspectivas que seriam criadas para Lula e para o PT. Com Dilma em licença e com assistência médica, Michel Temer, seu vice, assume a presidência. Na construção de cenários por Lula e seu entorno, Temer iria construir um governo de união nacional com a base aliada e a oposição. Mas o PT –alegando incomodidade política- não participaria.

5. Em seguida, colocaria em campo sua banda de música de defesa das conquistas sociais e, portanto, de oposição às medidas que estariam sendo adotadas. E em cima do trio elétrico reapareceria Lula –em defesa dos fracos e oprimidos que estariam perdendo direitos conquistados em seu governo- e assumindo, na “tragédia”, um papel que cumpriram tão bem –ele, o PT e a CUT-  por anos: oposição a tudo que se está fazendo.

6. Esse novo cenário, em pouco tempo, colocaria Lula liderando a comissão de frente da sucessão em 2018. Contariam com o que chamam de memória tênue da população. Em menos de dois anos, o governo seria o PMDB, o PSDB, e aliados. Seria como se o PT tivesse sido derrotado e assumido um novo governo defendendo o interesse das elites econômicas.

7. E em junho de 2018, uma grande mobilização no lugar mais favorável para a concentração popular exigiria que Lula assumisse a candidatura a presidente. Lula, emocionado, tomaria uma criança nos braços, derreter-se-ia em lágrimas e diria, vestindo a fantasia de salvador da Pátria: Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao Povo que…, aceito a honrosa missão.

8. E encerrando a reunião: Quanto mais cedo melhor!

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PROPOSTAS DO PSDB/ARMÍNIO FRAGA PARA ENFRENTAR A CRISE!

(Armínio Fraga – Globo/Estado de SP, 13) Medidas emergenciais: l Metas de saldo primário de 1%,2% e 3%do PIB para os próximos três anos, baseadas em premissas realistas e em receitas recorrentes (as metas atuais não estão sendo cumpridas e de qualquer forma são insuficientes). l Aprovação da idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres (para gerações futuras) e reaprovação do fator previdenciário. L Desvinculação do piso da Previdência do salário mínimo (a vinculação é cara e regressiva). l Introdução de um limite para a dívida bruta do governo federal como proporção do PIB.

– l Reforma do PIS/Cofins e do ICMS já proposta, acrescida da unificação e simplificação das regras do ICMS (por muitas razões, inclusive a integração interna do País). l Mudança das regras trabalhistas também na mesa (em que o negociado se sobrepõe à lei). l Aumento da integração do Brasil ao mundo (um primeiro passo seria transformar o Mercosul em zona de livre-comércio). Sem algo nessa linha a crise deve se aprofundar e alongar.

– Medidas mais fundamentais relativas ao Estado: l Discussão sobre o tamanho e as prioridades do Estado o que requer limite ao crescimento do gasto, o que, por sua vez, demanda as seguintes reformas. l Fim de todas as vinculações e adoção de um Orçamento base zero (sem prejuízo de espaços plurianuais, nunca permanentes). l Meritocracia e a boa gestão no setor público. L Revisão da cobertura da estabilidade do emprego no setor público. l Revisão do capítulo econômico da Constituição (adotar a economia de mercado. Qualquer interferência do Estado deverá ser justificada e seus resultados posteriormente avaliados). Sem algo nessa linha o Brasil dificilmente se desenvolverá plenamente.

(Ex-Blog) Apenas um comentário: terminar todas as vinculações atinge as vinculações à educação e à saúde.

11 de setembro de 2015

RIO. VEREADORES RESISTEM AO ESTUPRO DA APAC DA CRUZ VERMELHA!

(Globo, 11) 1. Dezessete vereadores do Rio assinaram uma emenda que suprime o Projeto de Lei Complementar (PLC) que propõe aumentar o gabarito e a volumetria na extensão na região da Cruz Vermelha, no Centro. O PLC – elaborado por 21 vereadores, por intermédio de dez comissões da Câmara Municipal, conforme noticiou O GLOBO na semana passada – abre caminho para prédios com até 60 metros de altura, que podem chegar a 20 andares, segundo urbanistas.

2. O texto ainda não foi votado, mas há uma pressão para o arquivamento do projeto. Em caso de aprovação, no entanto, o trecho entre o prédio do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a atual sede do Cordão da Bola Preta, próximo à Rua do Lavradio, será retirado da Área de Proteção do Ambiente Cultural (Apac) local. Os incisos que motivaram a emenda tratam do Índice de Aproveitamento de Terreno e as alturas máximas das edificações.

3. — A emenda se dá para evitar que a Apac seja liquidada pela especulação imobiliária. A Justificativa do PLC fala de interesses econômicos e comerciais e turísticos, só isso. A autorização é dada dentro, ou seja, no coração da Apac da Cruz Vermelha, criando um precedente gravíssimo, que além de prejudicar a APAC ainda o faz no Centro Histórico, na região do Corredor Cultural — afirma o vereador César Maia (DEM), autor da emenda, acrescentando que vai protocolar o documento assim que o projeto entrar em pauta.

4. Além de Cesar Maia, a emenda foi assinada pelos vereadores Carlo Caiado (DEM), Prof. Celio Lupparelli (DEM), Paulo Pinheiro (PSOL), Renato Cinco (PSOL), Babá (PSOL), Jefferson Moura (PSOL), Teresa Bergher (PSDB), Edson Zanata (PT), Rosa Fernandes (PMDB), Laura Carneiro (PTB), Zico (PTB), Ivanir de Mello, Leonel Brizola (PDT), Reimont (PT), Paulo Messina (Sem partido) e Leila do Flamengo (PMDB).

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NOTAS ECONÔMICAS LATINO-AMERICANAS!

1. (El Economista, 04) Apesar da desaceleração, China aumenta as exportações para os EUA. Importações dos EUA de seus principais países provedores, entre janeiro e julho de 2015 em bilhões de dólares. China 267,749: +5,3% / Canadá 175,112: (-13,3%) / México 169,611: +0,3% / Japão 77,833: +0,3% / Alemanha 71,131: +1%.

2. (El Economista, 03) Na Conferência Anual de Moody`s, México mantém nota “A3” apesar dos choques externos e da expectativa de aumento da taxa de juros pelo FED. Economia mexicana aponta a 99,5 pontos de sua tendência de longo prazo (100). PIB cresce 2,4% em 2015 com leve tendência a baixa.

3. (El Economista,04) Dívida Pública do México cresceu 3,4 pontos nos últimos seis meses e atingiu 42% do PIB. (Obs.: Brasil 67% apontando para 70%).

4. (Racy – Estado de SP, 06) O sonho de consumo de muitos empresários, no momento, é… o Paraguai. Só este ano, 42 empresas brasileiras abriram negócios por lá.

5. (Editorial – La Nacion, 06) A política kirchnerista de transladar para frente os gravíssimos desequilíbrios econômicos e sociais que hoje pretende ocultar, constituirá uma “terra arrasada” para a mesma população argentina e não para atingir inimigos forâneos.

6. (El Tiempo, 06) Investigações iniciadas pela polícia de Imigração da Colômbia, retomadas por CTI e agora pela DEA assinalam que Carmen Sofía Carreño Daza, funcionária de plena confiança do CTI do Ministério Público, e que foi detida num voo desde a República Dominicana transportando 1 milhão de dólares, faz parte de uma gigantesca rede que lava dinheiro do cartel de Sinaloa e de outros mafiosos mexicanos através da República Dominicana.

7. (El Mercurio, 06) Presidente Maduro anunciou viagem a Pequim para assinar uma linha de crédito de 20 bilhões de dólares e evitar o default. “Se a China ceder 20 bilhões de dólares à Venezuela, o país evitará a inadimplência em 2015 e 2016”, afirmou desde Nova York Alejandro Grisanti, analista do Barclays Plc. Se não o fizer, “terá fortes limitações para cumprir seus pagamentos”. Só a estatal Petróleos de Venezuela S.A. deve pagar este ano 5,8 bilhões de dólares de juros e bônus da dívida externa e outros 10,8 bilhões de dólares em 2016, segundo Bloomberg.

8. (Estado de SP, 10) Bolsa mexicana pode superar a BM&FBovespa. 44% é o quanto a moeda americana acumula de alta em relação ao real desde o início deste ano 14% é a alta ante o peso mexicano.  Segundo cálculos do Bank of America Merrill Lynch, considerando o índice MSCI, a capitalização de mercado da Bolsa brasileira está atualmente em US$ 550 bilhões, enquanto a bolsa mexicana soma US$400 bilhões. Essa diferença que hoje é de US$150 bilhões já foi de US$ 1,1 trilhão no início de 2011.

10 de setembro de 2015

BRASIL 2015-2016: CHILE 1971-1972!

1. No início dos anos 1970, as ideias econômicas de maior sucesso na esquerda latino-americana eram as do polonês Michal Kalecki, que havia chegado à teoria da demanda antes mesmo do que Keynes. O que fascinava mais a esquerda é que as ideias de Kalecki eram naturalmente operacionalizadas como política econômica de governo, entusiasmando a esquerda democrática.

2. Dois conceitos eram particularmente caros à esquerda. Num deles, a capacidade ociosa geral na economia, tendo vasos comunicantes, podia ser inteiramente aproveitada com injeções de demanda, estimulando o crescimento econômico e reduzindo a taxa de desemprego.

3. Em outro conceito, na medida que num certo momento as decisões de investimento e gasto dos capitalistas já estão tomadas, o aumento da tributação sobre eles incrementa a demanda agregada, pois eles usarão, para cobrir, suas reservas ou recorrerão a empréstimos.

4. A estatização do cobre no início do governo Allende garantia as divisas que flexibilizariam as importações para responder a algum excesso de demanda setorial. E o mais importante para eles: se confundiriam com as receitas tributárias, gerando flexibilidade fiscal.

5. Assumindo em novembro de 1970, as medidas foram imediatamente implementadas em 1971. A resposta da economia chilena correspondeu ao que a teoria projetava. Em 1971 a economia chilena cresceu mais de 7% e o desemprego baixou a níveis residuais.

6. Ao enfrentar a crise financeira internacional de fins de 2008, Mantega e Dilma, fiéis discípulos do Keynesianismo de esquerda, ou seja de Kalecki, implementaram a teoria da demanda efetiva de Kalecki no Brasil.

7. A resposta da economia brasileira foi igual a do Chile. O crescimento superou o PIB potencial em 2009 e em 2010, cresceu -por coincidência- os mesmos mais de 7% que a economia chilena em 1971. A taxa de desemprego também diminuiu aos mesmos níveis residuais da economia chilena em 1971. Lula, empolgado e desinformado, esnobou a crise internacional chamando de marolinha.

8. O milagre kaleckiano não durou 2 anos, pois o fator político acelerou o esgotamento do modelo adotado no Chile à época. A receita kaleckiana aplicada no Brasil teve um fôlego maior em outro quadro político. Durou um pouco mais: quase 3 anos.

9. Em março de 1973, 2 anos e 3 meses depois da posse, os partidos de apoio a Allende obtiveram um pouco mais de 40% dos votos. Em outubro de 2014, 3 anos e 10 meses depois da posse de Dilma, esta obteve pouco mais de 40% nas eleições.

10. A desintegração econômica do Chile em 1972 e 1973 é a que todos se lembram. E agora, no Brasil? Bem, o Brasil -pelo menos- está vacinado contra golpes de estado: as instituições do Estado funcionam.

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VIDA LONGA A BACHAR EL ASAD?

(El Pais, 08) 1. Quem é o inimigo? Qual é o objetivo? O que acontece depois da vitória? Qualquer guerra que se inicia deve se responsabilizar por estas questões básicas. Não é o caso do conflito sírio, ainda mais quando Bashar al-Assad mudou de inimigo absoluto para aliado necessário sobre os cadáveres e escombros deixados nesses quatro anos de derramamento de sangue.

2. O ditador brutal deve se sentir reconfortado com a sua reabilitação. Ela foi proporcionada pela ferocidade do Estado Islâmico (EI) na medida em que a “comunidade internacional”, uma abstração geopolítica, incorreu em um exercício de amnésia para desculpar o massacre de civis, a destruição de cidades, a aberração das armas químicas e a morte de crianças parecidas com o refugiado Aylán, muitas delas com o uso de gás tóxico.

3. John Kerry, secretário de Estado dos EUA, já declarou que Assad era um seguidor de Hitler. Ele fez isso como estratégia para ajudar a derrubada, ainda na ingenuidade da Primavera Árabe, que trouxe recursos militares para o Exército Sírio Livre e que fez surgir uma coalizão na qual Israel fazia parte, naturalmente porque essas guerras sobrepostas exigiam retratar os aliados de Assad como pertencentes ao eixo do mal, na companhia do Irã e do braço armado do Hezbollah.

4. Ficava exposto o velho antissionismo, assim como ficava ainda mais clara a encenação do conflito entre xiitas e sunitas, ainda que não se precise recorrer à religião para explicar o papel de Vladimir Putin. Ele protegeu Assad no Conselho de Segurança da ONU. Ele o apoiou militarmente. E empregou a única base da Rússia no Mediterrâneo para redundar na Guerra Fria com os EUA.

5. O czar começa a comemorar sua vitória. Toda a fragilidade que Assad dissimula na Síria – uma população exausta, uma guerra civil devastadora – contrasta com sua onda de credibilidade internacional. O ministro García Margallo, por exemplo, declarou que se deve negociar com ele, levando em consideração que Assad é “o nosso filho da puta”.

6. Não é um gesto gratuito, mas a extrapolação geopolítica, ou seja, o cinismo com que o Ocidente tem sido leniente com ditadores sanguinários quando se quer resolver um problema maior. Ou tão grande quanto à ameaça do Estado islâmico, cujo surgimento na Síria parecia interessante porque competia pela hegemonia do jihadismo e porque engrossava a frente comum anti-Assad, ignorando que havia chocado a serpente de Al Baghdadi.

7. O presidente sírio já não é o inimigo. Nós gostamos do seu terno, sua gravata, seu laicismo, sua esposa. Nem mesmo os EUA podem condená-lo. Porque a abertura diplomática ao Irã tende a suavizar o regime de Damasco. E porque o Estado Islâmico representa agora (vamos ver por quanto tempo) a própria arbitrariedade do Ocidente em seu variado catálogo de antagonistas e filhos da puta.

                                                    * * *

PORTUGAL: DEBATE PRESIDÊNCIAL NA TV (09)!

1. Terminou o único debate entre os dois candidatos ao cargo de Primeiro Ministro nas eleições do próximo dia 4. Impressionou a importância concedida por ambos ao tema da previdência social, em particular às pensões atuais e futuras. Mas isso é natural num pais de população envelhecida, como a portuguesa.

2. Antonio Costa (PS) criticou muito a pressão exercida pela UE (troika) sobre Portugal com vistas à adoção de um programa de austeridade.

3. Já Passos Coelho (CDS/PSD) ressaltou os sacrifícios incorridos por Portugal e a melhoria nos dois últimos anos do quadriênio do cenário econômico-social.

4. A impressão é que Antonio Costa bem explorou as contradições incorridas por Passos Coelho. Já este acentuou de modo feliz as propostas populistas e irrealistas do candidato socialista.

09 de setembro de 2015

CÂMBIOS CLIMÁTICOS: SEMINÁRIO NA CIDADE DO MÉXICO ORGANIZADO PELA FUNDAÇÃO KONRAD ADENAUER/CDU E ORGANIZAÇÃO DEMOCRATA-CRISTÃ DAS AMÉRICAS! 30/08 a 04/09 de 2015! PONTOS DESTACADOS!

1. Monsenhor Jorge Alberto Cavazos Arizpe, Bispo Auxiliar de Monterrey. Meio Ambiente e a recente Encíclica do Papa Francisco.  

1.1. Essa é uma responsabilidade do Homem e sua natureza. Ver, julgar e atuar. Ver o que passa com o Meio Ambiente com a “nossa Casa. Evangelho da criação: lugar em que é colocada cada criatura humana, cada animal, cada vegetal. Todos são importantes e têm relação com os demais.

1.2. Ecologia deve ser integral: relações entre seres vivos e demais estruturas. Orientar a ação. Espiritualidade evangélica. Que mundo vamos deixar as nossas crianças? A Terra é nossa casa comum. O verdadeiro clamor ambiental é também social. Homem está direcionado a cuidar da Terra. Homem não é dono absoluto. Ele comparte com outros.

1.3. Quando se esquece do Criador e dos demais, cria uma moral relativa. É também responsabilidade das empresas.  Educar, educar sempre. Fins imediatistas levam ao consumo desmedido. Consumo tenta globalizar a cultura.  As crises sociais são também catástrofes. Não se trata de criar riqueza para ser derramada, desperdiçada. Preservar os direitos das gerações futuras. Mercado por si só não garante desenvolvimento integral.

2. Waldemar Couts, representante do Min. Relações Exteriores do Chile nos fóruns internacionais sobre Meio Ambiente.

2.1. Origem entrópico dos desequilíbrios. Emissões globais aumentaram 37% desde 1992.  Necessitamos de câmbios profundos nas formas de produzir e consumir. Equidade e justiça devem formar o eixo de nossa ação regional. Conceito de Justiça Climática. Os problemas ambientais sempre afetam os mais vulneráveis. Dignidade humana deve estar no centro.

2.2. Desenvolvimento sustentável como rotina. Poder transformador da Educação. Impacto do aquecimento global afeta nosso equilíbrio regional. Agora temos mais uma oportunidade. Três reuniões internacionais sobre Meio Ambiente foram realizadas na América Latina nos últimos 25 anos. Princípios: A) Conhecer e prevenir a influência humana B) Agir rápido. C) Contar com recursos.

2.3. Buscar convergências dentro de nossa diversidade. Na conferência de Lima se avançou. O processo deve ser multilateral. Mitigar o câmbio climático com diversos instrumentos. Usar o Fundo Verde: apoio financeiro. Cooperação sul-sul. Próximo reunião internacional de Paris deve focar as diferenças. Desafios: Definir meios e financiar. Mitigar. Responsabilidades comuns e diferenciadas. Chile:  USA e China participarem é fundamental. Responsabilidade recíproca com oceanos pois estes se intercomunicam e portanto são “apenas um”.

3. Belén, porta voz ambiental do PP-Espanha. Espanha tem hoje uma rede de Escritórios de Câmbio Climático na América Latina. Conscientizar a sociedade. Faltam 90 dias para Paris. Que se atinja um acordo. Emissões pelo PIB caíram 1,2%, mas bem menos que os 6% que eram a meta. Compromissos dos países que representam 80% das emissões globais, no entorno de estabilidade climática para se avançar socialmente. Compromisso da Europa é claro. Meta redução e melhoria da eficiência de 20% em relação a 1990. EUA emissão de 17,4 ton. Europa 7,4 ton. per capita. Espanha decidiu não comprar mais direitos de emissões a outros países. Nas cidades: eficiência energética em veículos e prédios. União energética na Europa hoje. Fontes Renováveis de energia com planejamento em curto prazo e custo adequado.

4. Carsten Muller. Deputado CDU – Alemanha. Meio Ambiente ganhou prioridade. Câmbio energético deve ser um tema global. Redução de CO2. Legislar estimulando energias renováveis.   Subsídios devem vir junto com eficiência energética. Na Alemanha o custo da energia elétrica financia energia eólica, fotovoltaica… Só haverá sucesso se população entender e estiver a favor. Portanto cuidado com subsídios. Deve-se ir baixando os subsídios com maior eficiência em novas fontes. Política ambiental tem que ser harmônica com a política econômica e vice-versa. Todas as plantas nucleares alemãs fecharão até 2012.

5. Maria Isabel Ortiz, deputada e porta voz do PAN em relação ao meio ambiente. A questão ambiental deve ser tratada como Doutrina. Meio Ambiente deve adotar como princípio a Justiça intergeracional. Educação para espiritualidade energética. Ambiental, Social e Econômico. Conteúdo de CO2 na atmosfera hoje, nunca se viu antes. EUA gastou ano passado US$ 362 bilhões em doenças provocadas por energias fósseis. Democratizar a energia através de energia limpa e renovável.

6. Francisco Aránguiz, PDC – Chile. Plantas de energia eólica e solar. 10% do total de consumo de energia no Chile é de energia renovável NÃO convencional. Entre 2014 e 2025: 45% do acréscimo energia no Chile terá que ser de renovável não convencional. Como substituir as termoelétricas quando se tornarem obsoletas? Expandir a Energia geotérmica (vulcões, etc.). Dominar a Energia do mar. A mais importante energia é a eficiência energética. Traz benefícios estratégicos, econômicos, ambientais e sociais. OCDE: a taxa de crescimento do PIB tem implicado taxa bem maior de consumo de energia.  É preciso provocar um câmbio cultural no uso de energia. Difundir o conceito de Estratégia Energética Local EEL. Investir mais em I + D em energia renovável não tradicional.

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DILMA JÁ NÃO SABE O QUE ASSINA!

(Estado de SP, 08) 1. Como se já não bastassem as crises política e econômica que atingem o governo, o Palácio do Planalto, agora, resolveu criar problemas com a área militar. Na quinta-feira da semana passada, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto 8.515, que estava na gaveta da Casa Civil há mais de três anos, tirando poderes dos comandantes militares e delegando ao ministro da Defesa competência para assinar atos relativos a pessoal militar, como transferência para a reserva remunerada de oficiais superiores, intermediários e subalternos, reforma de oficiais da ativa e da reserva, promoção aos postos de oficiais superiores e até nomeação de capelães militares, entre outros.

2. Hoje, estes atos são assinados pelos comandantes militares. A medida foi recebida com “surpresa”, “estranheza” e “desconfiança” pela cúpula militar, que não foi informada que ela seria assinada pela presidente e publicada no Diário Oficial de sexta-feira.

Cesar Maia discursa em defesa do reajuste salarial dos servidores municipais

Eu pediria uma vez mais ao Presidente desta Casa que solicitasse do Prefeito Eduardo Paes esclarecimentos a respeito de por que estamos no segundo mês sem o reajuste anual dos servidores públicos. Isso é algo inadmissível. As contas da Câmara Municipal mostram que a Casa tem os recursos para dar esse reajuste, e não é nenhuma obrigação da Câmara Municipal seguir comando de reajuste do Poder Executivo. Não é assim em Brasília.

Em Brasília, os Poderes aplicam suas correções e reajustes autonomamente. Quer dizer, não se justifica. Eu fico pensando o que significa um servidor que ganha R$ 1.500,00, que sabe que viria (de julho para agosto, de agosto para setembro) o seu reajuste em torno de 9%, e ele pergunta a uma professora, ao dono da farmácia, a um amigo, quanto ele receberá, confiando no reajuste anual, tradição do Serviço Público da Cidade do Rio de Janeiro. Ele recebe como resposta que receberá R$ 140,00. Pode ser que, para mim, para o Vereador Prof. Célio Lupparelli, este valor não faça tanta diferença, mas para quem ganha R$ 1.500,00… Às vezes, é a creche, pois não conseguiu uma vaga na creche pública e colocou o filho numa creche particular; às vezes, é a prestação dele de uma humilde casa própria ou a prestação de uma máquina de lavar; e esse reajuste não vem!

Eu acho que a nossa Casa, que, por uma gestão competente e capaz, acumula recursos, tem recursos em caixa… Se o Poder Executivo, não se sabe por quê, pois há pouco tempo o Poder Executivo “sapateava” que estava cheio de dinheiro, fazendo obras, etc., como é que agora não tem dinheiro para dar um reajuste anual de 9%?

Quando eu falo em reajuste, quero lembrar que o salário da pessoa vai sendo corroído com a inflação, depois de doze meses ele é reajustado para o nível anterior à corrosão.

Não dar o reajuste significa arrocho salarial! Não tem outro nome: arrocho salarial. Nós vemos agora a provocação que fez a Presidente da República, Dilma Rousseff, de mandar um orçamento deficitário. O que é só uma provocação, porque ele terá que ser equilibrado por definição. E de que maneira que se pretende corrigir esse déficit? Com arrocho salarial sobre os servidores públicos? Dizendo que há necessidade de reduzir quadros? Há necessidade de se pagar menos, de cortar direitos? Pelo amor de Deus! Há necessidade de se entender que o servidor público não é custo; o servidor público é capital, é investimento! Quem dá aula numa escola pública é a professora e o professor. Não é uma máquina! Não é uma máquina! Quem atende as pessoas no hospital, no posto de saúde, quem faz uma cirurgia, não é uma máquina! É um servidor público, é uma servidora pública! Quem limpa a rua não é máquina!

Ora, há necessidade de que o Prefeito saiba disso. Se os recursos que a Prefeitura tem estão sendo mal administrados, se o Governo Federal – dizem também isso – está falhando nas transferências para os pagamentos necessários aos Jogos Olímpicos do ano que vem, e, a partir daí, se nega ao servidor um direito dele? Não dar o reajuste é reduzir o salário real do servidor! Reduzir! Os servidores desta Casa estão tendo seus salários reduzidos! Os servidores da Prefeitura estão tendo os seus salários reduzidos! E não há nenhum tipo de justificativa para tamanho absurdo.

Eu acompanho diuturnamente as finanças da Prefeitura. E eu garanto que a Prefeitura tem todas as condições de dar o reajuste anual dos servidores porque esse dinheiro ele já pagou e está retirando agora. E mais ainda: no ano que vem vão acumular esses recursos para gasto eleitoral? Eu não consigo entender!

08 de setembro de 2015

“DILMA DEVERIA PEDIR LICENÇA PARA DESCANSO E TRATAMENTO”!

Texto da resposta do psiquiatra Y ao Ex-Blog.

1. Agradeço o envio destes 18 vídeos com palavras, entrevistas e discursos da presidente Dilma, que circulam no YouTube. Vê-los todos em sequência permite-me responder a pergunta feita com maior precisão e responsabilidade. Dilma passa por algum desequilíbrio mental?

2. De fato que os vazios de memória, claros nesses vídeos, podem ser o início de demência senil. Há sinais disso. Mas pode ser um momentum de depressão que afeta a sua memória.

3. A demência senil, em geral, só apresenta sinais após os 60 anos. Tem causas orgânicas e também causas psíquicas. Ambas podem ser postergadas com tratamento químico e psíquico.

4. Se a causa for inteiramente psíquica, esse quadro pode ser provisório e reversível. Por exemplo, uma depressão profunda e continuada afetando a memória. Para quem tem obrigações funcionais que não permitem um aconselhável descanso físico e mental, a paliação encontrada é também neuroquímica.

5. Jornais da época diziam que o deputado Ulysses Guimarães tinha um acompanhamento desse tipo, com lítio, em relação a lapsos de memória. Mas como deputado, seu tempo poderia ser controlado com períodos de descanso. Viagens internacionais ajudam muito como momentos de descanso. Para não falar nos recessos parlamentares e feriadões.

6. Mas a função executiva e, no limite, as responsabilidades presidenciais, impossibilitam esses momentos, especialmente em conjunturas de crise. Supondo, por hipótese, que a presidente Dilma enfrente apenas um momentum de depressão, tenha tais lapsos de memória em função disso e esteja tendo um apoio neuroquímico, nos traria um conforto por um lado.

7. Mas, respondendo outra pergunta sua, impediria, ou pelos menos, aconselharia que a presidente Dilma pedisse licença para um descanso, acompanhado de tratamento psíquico e neuroquímico. Pelo que se vê nos vídeos, esse pedido de licença deveria ser imediato e, por no mínimo, de um ano. Creio que seria bom para ela e bom para o país.

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RIO: PERIGO EM TODA A PARTE!

(Zuenir Ventura – Globo, 05) Antes, os ladrões se contentavam em roubar; agora, roubam e matam ou matam e roubam. As autoridades alegam que é assim em qualquer metrópole. Pode ser, mas isso não serve de consolo. Já vivemos numa cidade que dá saudades. Era o tempo em que o Rio de Janeiro tinha suas zonas perigosas. Recomendava-se ao turista do Brasil e do exterior não frequentar esses lugares em determinadas horas. “Não vá lá de noite”. Agora, porém, chegamos à triste situação de que o perigo não está mais aqui ou ali, mas em toda parte e a qualquer hora.

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GUATEMALA: O ANTIVOTO OU ANTIPOLÍTICA VENCE PRIMEIRO TURNO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL.

Com Presidente e Vice presos e protesto massivos.

(La Hora, 08) 1. Christians Castillo, analista do Instituto de Problemas Nacionales da Usac, caracterizou a liderança de Morales como “uma anomalia no sistema”, determinada por uma série de fatores políticos e sociais que provocaram que a população dera um “voto de castigo” à classe política em geral. “Nestas eleições, as pessoas votaram contra a classe política e não a favor de Jimmy Morales (cômico de TV). A cidadania votou para que Baldizón saísse da disputa mas não pensava que Jimmy Morales passaria ao segundo turno como favorito”, explicou Castillo.

2. Essa é a razão pela qual o voto forte de Morales se concentrou nos maiores centros urbanos.   “Isso responde ao antivoto da capital e aos centros departamentais, que são os mais consistentes na rejeição a Baldizon e Sandra Torres”. Ao contrário, o voto que sustenta a Torres e a Baldizón se concentra no interior do país.

3. Para Castillo, “independentemente de quem passe ao segundo turno, a pergunta de fundo é que setor pesará mais na hora de definir um vencedor”. “A tendência histórica é que as eleições são definidas pelo voto provincial”, indicou.

04 de setembro de 2015

DILMA QUER TRANSFERIR A GESTÃO DAS PRAIAS MARÍTIMAS AOS MUNICÍPIOS E LOGRADOUROS PÚBLICOS POR PARCELAMENTO DO SOLO.

1. A Presidente Dilma publicou a Medida Provisória Nº 691, DE 31 DE AGOSTO DE 2015, dispondo sobre a transferência aos municípios da gestão das praias marítimas. Diz assim o “Art. 9º: Fica a União autorizada a transferir aos Municípios litorâneos a gestão das praias marítimas urbanas, inclusive as áreas de bens de uso comum com exploração econômica, excetuados: I – os corpos d’água;  II – as áreas consideradas essenciais para a estratégia de defesa nacional;  III – as áreas reservadas à utilização de órgãos e entidades federais;  IV – as áreas destinadas à exploração de serviço público de competência da União; e V – as áreas situadas em unidades de conservação federais.

2. O processo de transferência é simples via internet.  § 1o A transferência prevista neste artigo ocorrerá mediante assinatura de termo de adesão com a União.  § 2o O termo de adesão será disponibilizado no sítio eletrônico do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para preenchimento eletrônico e preverá, entre outras cláusulas: I – a sujeição do Município às orientações normativas e à fiscalização pela Secretaria do Patrimônio da União; II – o direito dos Municípios sobre a totalidade das receitas auferidas com as utilizações autorizadas.

3. E não fica só nisso. Diz o Art. 10: Ficam transferidos aos Municípios e ao Distrito Federal os logradouros públicos, pertencentes a parcelamentos do solo para fins urbanos aprovados ou regularizados pelo poder local e registrados nos cartórios de registro de imóveis, localizados em terrenos de domínio da União.

4. Ninguém ainda entendeu direito o objetivo dessa MP. Tanto a Marinha quanto o Patrimônio da União estão apreensivos e querem entender.

5. Conheça a íntegra da MP 691 de 31/08/2015.

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TENDÊNCIAS E CAMINHOS DA ECONOMIA BRASILEIRA ENTRE 1988 E 2018!

JGP (agosto-2015).

1. Contexto da Constituição de 1988: o mundo ainda sonhava com o ideal socialista e a sociedade brasileira demandava melhor distribuição de renda após anos de hiperinflação. O Índice de Gini (abaixo) mostra que estávamos no pico da desigualdade.

2. Com o Plano Real e a estabilização macro, os governos social-democratas puderam elevar as despesas públicas a um ritmo bem acima do PIB.  Para financiar o aumento da despesa, recorreu-se a uma elevação da carga tributária.

3. O governo federal foi perdendo a flexibilidade dos gastos. Mais de 70% das despesas federais é composta por transferências diretas à famílias. Tirando saúde e educação, sobram apenas 11.4% do orçamento para gastos discricionários.

4. A agenda de estabilização macroeconômica não foi completada. No início do Plano Real, houve descuido com a questão fiscal.  A falta de austeridade fiscal, conjugada aos juros altos da fase pós estabilização, levou a uma mudança de patamar da Dívida/PIB mesmo com as privatizações.

5. No 2o FHC, foi construído o tripé macroeconômico: câmbio flutuante, austeridade fiscal e metas de inflação. No entanto, o medo do PT atropelou a estabilidade em 2002.  A inflação subiu muito em 2002/03 e de forma muito rápida, fruto da falta de confiança na estabilidade macro. Ainda não estamos nesse ponto agora mas..

6. A mudança de preços relativos ainda não ocorreu: a inflação de tradables está abaixo da inflação de não tradables. No primeiro governo Lula, com a ajuda do boom de commodities, chegou-se o mais perto de completar a estabilização. Faltou zerar o déficit nominal. Isso é impensável agora.

7. O governo Dilma adotou o lema “gasto é vida” e abandonou a austeridade fiscal. Nova matriz macroeconômica: intervenção governamental, esvaziamento das agências reguladoras, proteção tarifária e juros baixos. Resultado: inflação mais alta.   Outro resultado da Nova Matriz: baixo crescimento.

8. Problema adicional: com a transição demográfica, a população está envelhecendo. A população aposentada cresce a 3.5% a.a. enquanto a PEA cresce a 1% a.a. O Brasil transfere 10 vezes mais recursos públicos para idosos (saúde e previdência) do que para crianças (educação) em termos per capita.

9. Soluções passam por reformular o modelo de crescimento. O bem estar social não cabe mais no PIB. Os gastos do governo crescem todo ano em termos reais.  A poupança está em queda e o investimento é cada vez mais financiado com déficit em conta-corrente. Com a desvalorização do câmbio, o investimento vai cair ainda mais.

10. Nosso cenário base contempla o déficit em conta-corrente de 3% do PIB em 2017. É uma melhora muito tímida em face de um cenário de crescimento tão baixo.  A falta de produtividade é um entrave para o crescimento. Nos últimos anos, a produtividade está negativa!

11. Vai ser preciso piorar? Ou surge um consenso político capaz de equilibrar as contas públicas e redefinir o modelo de crescimento ou caminharemos para o downgrade.  Uma visão sobre o curto prazo: o ciclo de aperto monetário deve ter chegado ao fim. Tudo indica que será possível cortar um pouco a taxa de juros em 2016.

12. No entanto, as novas metas fiscais não garantem estabilização da relação Dívida/PIB, o que gera um risco de dominância fiscal. O risco de cauda está aumentando.  Cenário de cauda: o câmbio se desvaloriza muito, gerando inflação mais alta e crescimento menor. A taxa de juro não cai e a deterioração do quadro fiscal é mais rápida.

13. A piora do ambiente macroeconômico pode se tornar aguda a ponto de provocar um rompimento político. A combinação de (i) baixo crescimento, (ii) aumentos reais de salários sem a contrapartida da produtividade e  (iii) carga tributária ascendente resultou em grande queda de margens.

14. Tal efeito pode ser visto também pela ótica do lucro como % do PIB, que apresentou forte queda, especialmente nas empresas abertas, desde 2010.  Por outro lado, não houve uma redução equivalente dos dividendos nem dos investimentos, o que indicava um certo otimismo e pressionou o caixa das empresas. Tais fatores, combinados com o crédito farto e barato dos bancos públicos, resultaram em um aumento da alavancagem das empresas a partir 2010.

15. Porém, a queda das margens foi tão relevante que, desde 2012, o ROIC (retorno sobre o capital investido), está menor que o custo da dívida, implicando em destruição de valor com o aumento da alavancagem.  A combinação das dinâmicas descritas culminou na queda expressiva do ROE (retorno sobre o patrimônio), chegando a níveis muito abaixo do custo de capital. As empresas só sobrevivem porque o grau de competição é limitado. Em grande parte dos setores, as cinco maiores empresas detêm mais de 70% de market share.

16. Conheça os gráficos correspondentes a cada uma dessas etapas.