30 de setembro de 2016

2016!  NOVA LEI: AMPLA MUDANÇA NA CAMPANHA ELEITORAL!

1. A nova lei eleitoral que passou a valer na eleição municipal deste ano de 2016 produziu amplas e qualitativas mudanças no processo eleitoral.

2. Sem doações eleitorais, com enormes restrições à propaganda pública, com alterações na TV, especialmente nas campanhas dos vereadores, com redução do período eleitoral e da TV, com proibições de uso nos espaços públicos e privados, etc., o que se tem é outro tipo de eleição.

3. Com as ruas vazias de propaganda e de máquinas eleitorais, o ambiente é de uma eleição europeia. O eleitor vai às ruas sem ser acossado pela propaganda. Conversa muito mais. Se em seus contatos pessoais avalia um nome de um candidato, ele tem tempo para refletir, pois não é pressionado a cada metro pela propaganda de outros candidatos.

4. Com isso, ocorre uma inversão do processo de formação do voto, ou seja, da decisão do eleitor.   Antes, esse processo vinha de cima para baixo. Desde a propaganda massiva dos candidatos em direção, e sobre os eleitores, avassaladoramente.

5. Mas, agora, com as ruas sem a coreografia e a cenografia eleitorais, é o eleitor que procura o candidato, que procura a informação eleitoral. Nesse sentido, o processo de decisão do voto passa a se dar de baixo para cima.

6. A sensação que se tem é que a eleição é fria e que há desinteresse. Mas não é isso. Na verdade, o que ocorre é o contrário. A decisão de voto se dá no tempo do eleitor. Isso vale tanto para a eleição proporcional -deste ano, de vereador- como majoritária, deste ano, de prefeito.

7. Os institutos de pesquisa terão que se adaptar. A avalanche de pesquisas nesta última semana mostra isso. A estabilidade ou a volatilidade do voto terá que ser testada até o dia da eleição e se concretizará nas urnas. Isso -claro- vale também para a abstenção, brancos e nulos.

8. Finalmente, a tendência desse tipo de eleição será caminharmos para o voto distrital ou voto em lista, ou misto. Fazer campanha proporcional -vereador- nas maiores cidades, nas capitais, em toda a sua extensão, só para nomes conhecidos em grande parte da extensão da cidade, dos bairros. Ou seja, para poucos.

9. É essa característica que exigirá uma reforma eleitoral em direção ao voto distrital ou voto em lista ou misto. E outra característica: o descolamento parcial das candidaturas a vereador/deputado, das de prefeito/governador.

29 de setembro de 2016

OS DOIS DIAS DE SILÊNCIO E REFLEXÃO ELEITORAL PODEM ALTERAR RESULTADOS DAS PESQUISAS ANTERIORES! TÉCNICAS DE ABORDAGEM E NÃO DE PANFLETAGEM!

1. Em vários países, a lei eleitoral proíbe qualquer tipo de propaganda ou campanha três dias antes das eleições. Aqui mesmo, na América Latina, são os casos do Chile e do Peru, entre outros.

2. No Brasil, embora sem a abrangência da lei de vários países, nesta eleição de 2016, viveremos um processo semelhante. A lei brasileira, de 2015, ao proibir propaganda eleitoral nas ruas, construiu, de certa maneira, um cenário público de reflexão e silêncio eleitorais.

3. Com isso, coube às inserções e programas, através das TVs e das Rádios, ocupar quase plenamente os espaços públicos de propaganda eleitoral. Quinta-feira é o último dia de propaganda via TVs e Rádios, assim como último dia de debates nos meios de comunicação (que antes terminavam na sexta-feira).

4. Dessa forma, a partir desta sexta e deste sábado, teremos uma espécie de “lei” de fato, de silêncio e reflexão. O eleitor, em sua casa, será certamente impactado por esta nova situação. E no caso específico de 2016, esse impacto do silêncio e da reflexão será ainda maior pela proporção dos eleitores que afirmam que ainda poderiam mudar o seu voto.

5. Na Cidade do Rio de Janeiro essa proporção alcança 40%, segundo o Datafolha. Com a interrupção das inserções e programas nas TVs e nas Rádios, a sensação do eleitor é que esses 2 dias servirão para, mais que avaliar, decidir seu voto. No Rio, o candidato que lidera as pesquisas com 30% das intenções de voto, mesmo que seja afetado, não o será sobre a sua presença no segundo turno.

6. Mas para os demais candidatos embolados entre 5% e 10% das intenções de voto, esses dois dias de silêncio e reflexão, vis a vis a alta porcentagem dos que afirmam que ainda podem mudar o seu voto, podem afetar todos e cada um, mudando a escala de suas posições e impulsionando qualquer um deles para o segundo turno.

7. Aqueles que conseguiram, durante os 35 dias de Rádio e TV, fixar suas imagens e seus temas, a resistência a terem suas porcentagens em pesquisa abaladas pelo silêncio e reflexão é provavelmente menor. E maior probabilidade de, neste caso, terem suas candidaturas impulsionadas, desde o degrau que ocupam, seja ele qual for. Da mesma maneira, uma presença nas ruas de eleitores e militantes com pouca estridência e com muita conversa poderá produzir um impacto sobre as candidaturas.

8. A estridência nesses dois dias de silêncio provavelmente produzirá resultado contrário, irritando o eleitor. Nesse sentido, as panfletagens tendem a produzir pouco resultado. E muito trabalho para a Comlurb. Para colher bons resultados afirmando e/ou mudando a intenção de voto dos eleitores, trata-se muito mais de usar técnicas de abordagem com elegância, educação, civilidade e suavidade.

9. Existem equipes profissionais para isso, mas poucas e de alcance limitado. Os partidos deveriam ter treinado seus militantes diretamente, ou mesmo seus eleitores através de redes sociais fechadas para fazer isso com milhares de eleitores.

10. Os institutos deveriam se preparar para realizar pesquisas no sábado a tarde de forma a captar as mudanças que possam estar ocorrendo ou terem ocorrido.

28 de setembro de 2016

DATAFOLHA (26/09): ALGUNS NÚMEROS COMPARADOS ENTRE OS CANDIDATOS QUE DISPUTAM SEGUNDA VAGA PARA O SEGUNDO TURNO!

1. Votos Válidos (excluindo brancos, nulos e não sabe): Pedro Paulo 14%, Freixo 13%, Bolsonaro 10%, Jandira 9%, Indio e Osório 7%.

2. Sem Freixo, 23% de seus eleitores votariam em Jandira. Sem Jandira só 5% de seus eleitores votariam em Freixo. Paradoxalmente, a maior parte do voto útil potencial em Freixo deve vir de fora da esquerda.

3. No segundo turno contra Crivella: Indio 30%, Freixo 29%, Jandira 27%, Pedro Paulo 24%, Bolsonaro 22%. OBS.: Osório não foi incluído.

4. Pode mudar o voto. Eleitores de: Indio 51%, Jandira 45%, Pedro Paulo 40%, Osório 38%, Bolsonaro 35%, Freixo 34%.

5. Não vota de jeito nenhum em: Pedro Paulo 29%, Jandira 27%, Bolsonaro 21%, Indio 12%, Freixo 11%, Osório 11%.

* * *

NO AGOSTO OLÍMPICO, CRIMES CRESCEM MUITO, APESAR DAS POLÍCIAS, FORÇA NACIONAL, EXÉRCITO E TUDO MAIS!

Presença nas ruas das Policiais, da Força Nacional, do Exército e Seguranças em equipamentos, o que produziu foi sensação de segurança e não a segurança em si.

Dados Oficiais do Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgados em 23/09/2016.

CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Homicídios Dolosos. 2016 agosto foram 100 / 2015 agosto foram 86 / crescimento de 16,2%.

Roubos a Transeuntes. 2016 agosto foram 3.670 / 2015 agosto foram 2.646 / crescimento 38,7%.

Roubos de Celulares. 2016 agosto foram 895 / 2015 agosto foram 631 / crescimento 41,8%.

Total de Roubos 2016 agosto foram 8.155 / 2015 agosto foram 6.100 / crescimento 33,6%.

Total de Furtos 2016 agosto foram 10.079 / 2015 agosto foram 7.536 / crescimento 33,7%.

Roubos em Ônibus. 2016 agosto foram 1204 / 2015 agosto foram 628 /Crescimento de 91,7%.

Roubo de Veículos. 2016 agosto foram 1269 / 2015 agosto foram 1099 / Crescimento de 15,5%

27 de setembro de 2016

CURIOSIDADES E TENDÊNCIAS DA ÚLTIMA PESQUISA DO IBOPE!

1. Na pesquisa ESPONTÂNEA, sem apresentar os nomes, Crivella cresceu de 20% para 22%. Freixo e Pedro Paulo se mantiveram no mesmo nível. Freixo 7% e Pedro Paulo 6%. Índio subiu de 2% para 4%. Bolsonaro desceu de 4% para 3%. Jandira manteve-se em 2%.

2. Comparando as porcentagens dos candidatos num hipotético segundo turno contra Crivella:  Freixo 22%, Indio 22%, Jandira 20%, Pedro Paulo 20% e Bolsonaro 18%.

3. Na Intenção de voto Crivella cresce de 31% para 35% acompanhando a mesma tendência da Espontânea. Nos votos válidos Crivella tem 43,2%. A entrada de Romário e de Wagner Montes apoiando Crivella sugere a esperança deste de vencer no primeiro turno. Essa esperança é reforçada pela sensação de que os votos brancos e nulos vão crescer.

4. A avaliação positiva (ótimo+bom) do prefeito Eduardo Paes caiu um ponto para 26% e a rejeição a seu candidato Pedro Paulo manteve-se em 36%. Mas a intenção de voto em Pedro Paulo subiu de 9% para 11%. Para sua curva continuar sendo ascendente haverá a necessidade de sua referência -Eduardo Paes- melhorar sua avaliação e a rejeição a Pedro Paulo diminuir. Eduardo Paes entrou nos comerciais da campanha. Pode ser que isso explique esses 2 pontos. Mas ainda não entrou nos programas que se mantiveram os mesmos e, basicamente, repetitivos.

5. No lado da Esquerda, ocorreu um movimento que pode ajudar Freixo. Esse se manteve no mesmo patamar tanto na espontânea, 7%, quanto na intenção de voto, 9%. A notícia boa para Freixo foi a queda de Jandira, invertendo a tendência anterior. Passou de 8% para 6%. É provável que isso tenha ocorrido pela entrada de Dilma e Lula em seus programas e comerciais. Se foi assim, o que deverá vir é o VOTO ÚTIL a favor de Freixo.

6. Bolsonaro caiu 2 pontos, uma tendência que veio do início da campanha. A campanha de Indio na TV mostra resultado. Sua curva ascendente prossegue passando agora de 6% para 8%. Desta forma não haverá outro caminho a Indio que disputar os votos com Pedro Paulo. A agressividade, que já foi alta no debate da TV Record, vai ser mantida ou crescer ainda mais no debate da TV Globo.

7. Finalmente, um fato importante que mostra o eleitor indeciso buscando seu candidato. O debate na TV Record teve uma audiência de 5%, alta para o horário e o tema.

* * *

DATAFOLHA DIVULGA PESQUISA REALIZADA ONTEM (26)!

1. Crivella 29%/ Pedro Paulo 11%/ Freixo 10%/ Jandira 7%/ Bolsonaro 7%/ Osorio 6%/ Indio 5%/ Molon 1%.

2. Assim como no Ibope, Pedro Paulo aparece em segundo e Freixo em terceiro, mas com diferença de apenas 1 ponto. Jandira também cai e Freixo abre 3 pontos sobre ela, estimulando o voto útil. A decisão de voto em Freixo é de 66% entre os que o marcaram na pesquisa, maior que os de Jandira, 54% (mais volátil), indica que –assim como no Ibope- poderá vir o voto útil em Freixo contra Jandira.

3. A diferença entre Ibope e Datafolha em relação a Crivella é muito grande (6 pontos) e não se explica. Talvez pela dificuldade de pesquisar no domingo com a chuva.

4. Na espontânea, também no Datafolha, Freixo está na frente de Pedro Paulo por um ponto: 7% x 6%.

5. Osorio, no Datafolha, cresceu para 6% em função de intenção de voto na Zona Sul/Classe Média do Rio e trocou com Indio. É provável que a diferença para o Ibope, realizado 2 dias antes, seja pela maior volatilidade do voto em Indio (51% podem mudar o voto).

26 de setembro de 2016

COMENTÁRIOS NO TWITTER SOBRE DATAFOLHA-RIO E OUTROS PONTOS!

1. Crescimento de 3 pontos de Crivella no Datafolha foi concentrado entre os evangélicos.

2. Rejeição deve ser comparada à rejeição a seu apoiador de maior visibilidade. Jandira prejudicada.

3. Pesquisas em série como as 3 do Datafolha e Ibope na ponta, a margem de erro quase coincide com a intenção de voto.

4. Média de 8% dos que não sabiam em quem votar nas 2 pesquisas quase dobrou para 15% na última.

5. Entre os mais jovens, Freixo tem 20%. Entre os mais velhos, Freixo tem 3%.

6. Maior intenção de votos de Indio da Costa é entre os espíritas, com 17%.

7. 40% dizem que ainda podem mudar seu voto. Indio da Costa o mais volátil.

23 de setembro de 2016

REDES SOCIAIS E AS ELEIÇÕES PARA PREFEITO DO RIO!

1. Quando a nova lei eleitoral foi aprovada em 2015, o deputado Freixo e sua equipe não se preocuparam com o pouco tempo de TV. Tinham a convicção que a propagação de sua candidatura pelas redes sociais teria um efeito virótico e que o pouco tempo de TV não o afetaria. Confundiram eleição para deputado em seu próprio universo, com uma eleição majoritária, espalhada.

2. Este Ex-Blog, há bastante tempo, vem chamando a atenção para as características gerais e em especial de corte político das redes sociais. As redes sociais são horizontais e desierarquizadas e empoderam o indivíduo e não partidos políticos. São muito mais contundentes e viróticas na crítica, na defesa do não, na denúncia.

3. Na esfera política isso produz dois efeitos. O primeiro é que as redes são eleitoralmente fechadas em seus próprios grupos, em suas próprias tribos. As opiniões circulam dentro de um mesmo globo e geram um entusiasmo centrípeto.

4. O segundo é que a horizontalidade das redes e o empoderamento dos indivíduos funcionam como micropartidos fechados e com baixo poder de contaminação.

5. Aqueles grupos ou tribos -o PSOL como exemplo- prescindem da TV numa campanha eleitoral apenas entre seus membros. Servem nas campanhas de deputados, por exemplo.  E assim não têm força de expansão. O PSOL descobriu isso nessa eleição de 2016. Em 2012, os votos que atraiu dobrando sua força eleitoral vieram dos que não queriam votar na reeleição do prefeito e que fizeram o voto útil.

6. Com isso, na eleição para Prefeito do Rio, em 2016, Freixo e sua equipe, mantendo a mesma lógica de antes, usando as redes sociais, estacionaram nesse patamar de mais ou menos 10%. Agora, lutam com todas as forças, próprias de uma campanha tradicional, e contam com os debates na TV para ultrapassar o bloco de todos os candidatos “empatados” em segundo lugar.

7. E se Freixo for para o segundo turno, entrará numa eleição completamente diferente da que contava e contou no primeiro turno: passará a ter 10 minutos de TV. E terá aprendido que será através da TV que poderá sair de seu nicho e se encontrar com eleitores dispersos e espalhados ideológica, política e socialmente.

* * *

REDES SOCIAIS ESTÃO FALANDO PARA ELAS MESMAS NESTA ELEIÇÃO!

(Vinicius Wu, Mestrando em Comunicação Social pela PUC/RJ e idealizador do Gabinete Digital, vencedor de prêmios do Banco Mundial e da ONU – Globo, 21)

1. Candidatos que apostam nas redes sociais para alcançar um número maior de eleitores estão enfrentando dificuldades para colher resultados. Está mais difícil falar para além de suas próprias redes. A mudança promovida pelo Facebook reforça a tendência à formação de “bolhas”, levando as campanhas a falarem para elas mesmas.

2. Essa realidade desafia não apenas as campanhas eleitorais, mas todos aqueles que vislumbram na internet uma possibilidade para a renovação da própria democracia.  As eleições de 2016 deixarão um importante aprendizado a respeito das estratégias de campanha em redes sociais e, ao que tudo indica, elas estão longe de ser a panaceia que tornará as disputas menos desiguais.

22 de setembro de 2016

DICAS PARA O FINAL DA CAMPANHA!

1. Não adianta nada espalhar a campanha. Concentre nos pontos e locais onde a probabilidade de seu voto é maior.

2. As bandeiras devem se posicionar de frente para o fluxo de carros e pessoas e movimentadas lentamente para se poder ler o nome e número do candidato.

3. Panflete com cartão tipo célula eleitoral, posicionando o nome do vereador e do prefeito na ordem que vão aparecer na tela de votação com vereador em cima. No verso, apenas um compromisso, sublinhando nome e número de quem imprimiu o cartão.

4. Você e seus apoiadores devem usar a praguinha na fila de votação e não se descolar dela na última semana.

5. Faça sua “pesquisa” na rua nos últimos dias. Seus grupos devem perguntar às pessoas se já têm candidato. A grande maioria dirá que não. Peça licença para fazer uma sugestão e entregue o cartão.

6. Seu som deve apenas falar o seu nome e número e repetir exaustivamente, sem agressividade.

7. Fazer minicarreatas em diversos pontos. Não atrapalhe o trânsito. O candidato só estará na minicarreata nos pontos de provável concentração do voto.

8. Alegria no rosto e otimismo nas palavras. Voto se pede com humildade e suavemente.

9. Nas feiras só deve entrar o candidato. Panfleteiros, bandeirantes e som só nas pontas de entrada/saída das feiras.

10. Nos últimos 3 dias faça sua campanha também nas ruas periféricas ao centro do bairro, com abordagem pessoal e tranquila.

11. No início da última semana o candidato deve reunir suas equipes por região e fazer um discurso curto de mobilização e entusiasmo a cada uma delas.

12. Quando alguém estiver panfletando, ao contatar alguém de seu partido fale palavras de entusiasmo. Os votos no mesmo número partidário vão somar-se a sua legenda que pode te eleger.

13. Dê valor a UM voto. A tendência nesta eleição é que alguns poucos mais votados se destaquem dos demais e estes vão disputar entre eles a eleição por pouquíssimos votos.

14. As redes sociais podem fazer a diferença, mas por poucos votos. As redes empoderam o indivíduo e assim espalham o voto.

15. Em 2012 a soma dos votos nulos, brancos e abstenção para vereador chegou a 30%. Agora, se for mais que isso, reduzirá a necessidade de votos para se entrar numa legenda. É bom para a grande maioria.

21 de setembro de 2016

SEGMENTANDO O IBOPE – PREFEITO DO RIO! ACIMA DE 5%!

1. Entre as mulheres: Crivella 34%, Freixo 9%, Jandira 9%, Pedro Paulo 7%, Indio 7%, Bolsonaro 6%.

2. Entre os jovens: Crivella 32%, Freixo 12%, Indio 11%, Bolsonaro 9%, Pedro Paulo 7%, Jandira 7%.

3. Entre os mais velhos: Crivella 30%, Pedro Paulo 10%, Jandira 10%, Bolsonaro 7%, Indio 7%.

4. Escolaridade: até 4 série do ens. fundamental: Crivella 43%, Jandira 13%, Pedro Paulo 11%, Indio 6%.

5. Escolaridade: Nível Superior: Crivella 20%, Freixo 19%, Bolsonaro 12%, Indio 9%, Pedro Paulo 7%, Osorio 6%.

6. Renda Familiar: até 1 SM: Crivella 44%, Jandira 12%, Pedro Paulo 6%, Indio 6%.

7. Renda Familiar: + de 5 SM:  Freixo 18%, Crivella 17%, Bolsonaro 14%, Pedro Paulo 10%, Indio 9%, Jandira 7%, Osorio 7%.

8. Independente de sua intenção de voto quem você acha que vai ganhar a eleição para Prefeito? Entre os Homens: Crivella 47%, Pedro Paulo 17%, Freixo 7% / Entre as Mulheres: Crivella 46%, Pedro Paulo 10%.

9. Avaliação do Prefeito Eduardo Paes. Ótimo+Bom x Ruim+Péssimo. 27% x 34% / Aprova 40%, Desaprova 56%.

10. O problema mais grave do Rio: Saúde 53%, Segurança Pública 17%, Transporte Coletivo 6%, Educação 6%…

20 de setembro de 2016

VOTO NA LEGENDA INFLUENCIA NÚMERO DE VEREADORES ELEITOS: O CASO DO RIO!

1. Sempre o número do votos na legenda partidária é mais ou menos proporcional à porcentagem de votos do candidato a prefeito desta legenda. E assim afeta a quantidade de vereadores eleitos por cada legenda.

2. Isso ocorre porque o eleitor, sendo muito mais atingido pela propaganda dos candidatos a prefeito que de vereador, tem o número de seu candidato a prefeito memorizado. Quando chega na cabine e a tela abre, muitos eleitores marcam equivocadamente, primeiro, o número de seu candidato a prefeito.

3. Mas a primeira tela é de vereador. Com isso, esses eleitores votam na legenda de vereador imaginando que estão votando no prefeito.  As maiores votações na legenda correspondem sempre aos números dos candidatos a prefeito mais votados.

4. Em 2012, por essa razão, o número 15 da legenda do PMDB, cujo candidato a prefeito venceu no primeiro turno, foi a mais votada com 160.396 votos. Para eleger um vereador eram necessários 60 mil votos. Com isso, a legenda 15 elegeu 3 vereadores incluindo a sobra. Ou, de outra forma, sem os votos de legenda perderia 2 a 3 vereadores.

5. O segundo candidato a prefeito mais votado foi o do PSOL. Assim, sua legenda recebeu 114.933 votos, elegendo 2 vereadores incluindo a sobra. O PSOL recebeu quase a mesma quantidade de votos nominais: 114.899. Elegeu 4 vereadores. A segunda maior bancada atrás do PMDB. Sem os votos de legenda perderia entre 1 e 2 vereadores.

6. Nos votos nominais (direto no vereador), o PSOL perdeu para o PMDB, para o DEM, para o PDT, para o PP, para o PSDB, e para o PT. Teria sido a sétima bancada e não a segunda em 2012.

7. O terceiro partido em 2012 com mais votos na legenda foi o PT com 20.846 o que representou 1/3 do necessário para uma legenda.

8. Agora, em 2016, o PRB, cujo candidato a prefeito lidera as pesquisas e provavelmente manterá este patamar dos 30% até a eleição, deverá eleger pela legenda 3 vereadores -ou quase- pelas razões expostas acima.

9. Supondo que o candidato que for ao segundo turno deverá se aproximar dos 15% e o poder de atração do candidato majoritário a seu número será menor pela dinâmica dessa eleição, no máximo sua legenda elegerá 1 vereador e alguma pequena sobra.

10. As demais legendas de prefeito contribuirão no máximo com 1/5 do necessário para a eleição de um vereador. Dessa forma, o PMDB e o PSOL, vitoriosos em 2012, elegerão menos 3 e 2 vereadores pelo menor voto de legenda.

11. Assim, seus votos nominais deverão suprir essa diferença nos votos de legenda. Um esforço eleitoral muito maior para seus candidatos a vereador.

19 de setembro de 2016

RIO:  PREFEITO DA CIDADE OU DA PREFEITURA?

1. As pessoas que moram na Cidade do Rio de Janeiro, não querem saber se os problemas que enfrentam são de responsabilidade municipal, estadual, federal ou privada. Em cada eleição as responsabilidades são cobradas dos candidatos ao posto que se candidatam seja prefeito, governador ou presidente.

2. Na eleição deste ano os postulantes são candidatos a Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro e não a Prefeito da Prefeitura. Nesse sentido, precisam abordar os temas de sua responsabilidade administrativa e também de sua responsabilidade política na condição de Prefeito da Cidade.

3. Há questões que se superpõem, como Saúde Pública, onde há responsabilidades concorrentes, compartilhadas além de suplementares. Já há promessa de ter clínicas por especialidades, abandonando a economia de escala e ampliando o custo e negando a integração municipal, estadual, federal. Há questões que, sendo de responsabilidade estadual, por exemplo, atingem tal amplitude que as responsabilidades suplementares se tornam concorrentes.

4. Por exemplo: Segurança Pública. Nos últimos cinco anos a violência externa às escolas -de responsabilidade estadual- entrou nas escolas produzindo agressões físicas e verbais entre alunos e desde alunos em direção as professoras.

5. Em alguns países desenvolvidos -como os Estados Unidos- tentou-se responder à violência nas escolas com policiais dentro das escolas. Foi um enorme fracasso. E mais grave: diluiu a autoridade dos professores. A solução nos Estados Unidos foi as escolas assumirem também essa responsabilidade e superar a violência desde a educação e não a violência com a violência, ou seja, com a presença policial dentro das escolas.

6. O saneamento é responsabilidade constitucional municipal. Mas por razões históricas essa responsabilidade, na cidade do Rio de Janeiro, passou a ser compartilhada, especialmente em nível micro-urbano. Recentemente o saneamento na Zona Oeste propriamente dita foi privatizado. Com isso, o saneamento das áreas mais pobres foi abandonado ou ficou para um “futuro”, na Zona Oeste estrito senso.

7. Hoje, sobre todas estas questões está a falência do Governo do Estado do Rio. Os candidatos a prefeito simplesmente ignoram as responsabilidades compartilhadas, concorrentes e suplementares. E quem paga a conta é o cidadão carioca.

8. Sem esgotar os temas, o desemprego que atinge 750 mil cariocas, majoritariamente os jovens. E candidatos a prefeito só conseguem enxergar emprego pela ótica das obras públicas. Esta pode ser importante, mas está longe de ser a única. A profissionalização, a educação, a saúde, etc., são componentes tão importantes quanto.

16 de setembro de 2016

MENSAGEM DE JAIME LERNER AOS CANDIDATOS A PREFEITO!

(Folha de S. Paulo, 08) 1. Candidatos a prefeito precisam lembrar que “mobilidade é colocar moradia perto do trabalho e que só rua bonita, vibrante faz as pessoas querem caminhar”, diz o arquiteto Jaime Lerner, 78, que governou Curitiba por três mandatos. “Ficamos construindo guetos para pobres nesse ‘Minha casa, minha vida, meu fim de mundo’, que depois custa uma fortuna levar infraestrutura tão longe, onde a dependência do carro é total”.

2. Com o registro de elogios de colegas de profissão de Oscar Niemeyer a Paulo Mendes da Rocha e João Filgueiras Lima, o Lelé, ele deixa transparecer certo ressentimento por suas ideias terem vingado primeiro no exterior que em cidades brasileiras, como os corredores de ônibus. O ex-prefeito, fora da política partidária há 14 anos, admite que Curitiba “deixou de inovar há pelo menos uns dez anos” e que o sistema de transportes “piorou muito”.

3. “Curitiba foi contra a corrente. Investimos em transporte público quando só se faziam obras viárias —o rodoviarismo até hoje manda no Brasil. As pessoas se curvam, se ajoelham para o ídolo de metal, que é o carro, o cigarro do futuro. Os corredores de ônibus levaram 40 anos para “pegar” no Brasil, só depois que Bogotá, Nova York e a China adotaram. Soluções simples, que não envolvem muito dinheiro, não fazem muito sucesso por aqui.”

4. “Inovar é começar. Melhor trabalhar rápido e mostrar resultados que gastar muito tempo com teorias. Fizemos o primeiro calçadão do Brasil em 72 horas. As pessoas tinham que ver e sentir o resultado, explicação nenhuma funcionaria como a demonstração na prática. Defendo obras rápidas e simples.”

5. “Morar mais perto do trabalho é o grande desafio da mobilidade. Ficamos gastando bilhões com o “Minha casa, minha vida, meu fim do mundo”. É um retrocesso. Continuamos a criar guetos distantes, que só são alcançados por carro. São Paulo tem 25 m² para um carro em casa, 25 m² para estacionar no trabalho. Se vocês têm 5 milhões de espaços para os carros paulistanos, vocês poderiam ter 2,5 milhões de moradias ou escritórios no lugar. A cidade nem precisaria ter periferia com essa troca.”

6. “O mercado imobiliário coloca nomes europeus em tudo quanto é edifício, mas faz o oposto da cidade europeia. Em Paris, você pode morar em um apartamento de 20 m², um antigo quarto de empregada adaptado, mas terá uma cidade linda para desfrutar. Aqui a gente tenta trazer a cidade para o prédio, o espaço de brincar, de comer, gourmet, tudo apertado com muro alto. Sobra pouco para uma cidade diversa além-muros. A rua tem que ser vibrante, viva, para as pessoas terem vontade de usar.”

7. “Prefeitos não devem se assustar com falta de dinheiro. Fizemos parques com tubos e postes de madeira que compramos das empresas de telefonia e energia e reciclamos. Dinheiro demais atrapalha. Disse pro [arquiteto] Richard Rogers quando visitou Curitiba, “talvez você não goste da arquitetura, mas vai gostar dos espaços públicos”. Prefiro a ecoarquitetura que a egoarquitetura.”

8. “Nossa grande campanha de reciclagem do lixo começou em 1989. Começamos pelas escolas, todas as crianças foram ensinadas a separar o lixo. Não achávamos que reciclagem era apenas para bairro rico. Toda favela no Brasil é em morro ou fundo de vale. Não tinha coleta, e esse lixo polui os córregos onde as crianças brincam. Decidimos comprar o lixo da população, trocando por vales transporte. É mais caro despoluir depois.”

9. “Gostei muito mais de ser prefeito que governador. Está mais perto do fazer, há resultados mais concretos. Como governador, você depende mais da política econômica do país e tive que sofrer o ajuste da primeira vez que a Lei de Responsabilidade Fiscal foi implementada. Ser prefeito é sentir a sociedade antes. É ter equipes de artistas, de intelectuais, de gente que se adiante, não apenas fique reagindo. É ter senso de humor, as pessoas precisam querer trabalhar com você.”

10. “Até prefeitos sensíveis, com boas intenções, não conseguem ter equipes com a qualificação necessária porque precisam governar em coalizão. Aceitam indicados de outros partidos que não têm a menor ideia. Quando criamos o IPPUC [Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba], queríamos ter um corpo técnico cuidando do urbanismo, com continuidade. Poucas cidades do Brasil fizeram algo parecido.”

15 de setembro de 2016

IBOPE E DATAFOLHA PARA PREFEITO DO RIO! DIFERENÇA DE 5 DIAS!

1. Crivella permanece líder destacado na pesquisa para prefeito do Rio. Elas por elas, Crivella tem 30% das intenções de voto. Reforçando sua liderança, a rejeição a Crivella diminuiu.

2. No segundo bloco, Freixo mantém-se no mesmo patamar: 10% entre as 2 pesquisas, com rejeição decrescente. Pedro Paulo manteve-se entre 8% e 9%. Contra ele o fato de sua rejeição ter crescido.  Jandira manteve-se em 8%. No IBOPE, Bolsonaro manteve-se no patamar de 8% e no Datafolha uns dias antes havia caído.

3. Indio cresceu no IBOPE em relação ao Datafolha e, com 7%, embolou com os demais. Osório continua afastado do segundo bloco, ficando estacionado nos 4%. Molon, até surpreendentemente, se iguala a Ciro Garcia, na faixa de 2% e 1%.

4. Na intenção de voto espontânea, portanto sem apresentação dos nomes, Crivella também dispara, com 19%, o que já garantiria estar no segundo turno. Freixo com 7% e Pedro Paulo com 6% ficam próximos a suas intenções de voto induzidas. Bolsonaro, Jandira e Indio se afastam na espontânea com 4% e 3%. Osório mais abaixo, com 2%.

5. A avaliação do prefeito Eduardo Paes piorou. Manteve seus 27% de ótimo+bom. Mas o ruim+péssimo de Eduardo Paes cresceu para 34%. Com isso, seu saldo negativo passou a menos -7%.

6. A única coisa que se pode garantir hoje é que Crivella já está no segundo turno. O outro nome ainda não é possível falar em favorito para o segundo turno. A vantagem de Freixo é quanto a rejeição comparada em relação a Pedro Paulo e a avaliação negativa do prefeito Eduardo Paes.

* * *

IBOPE-PREFEITO DO RIO: SALDO ENTRE INTENÇÃO DE VOTO E REJEIÇÃO!

A intenção de voto (considerada positiva) – rejeição do candidato (considerada negativa).

1. Crivella 31% – 24% = +7% /. Freixo 9% – 18% = (-9%). / Pedro Paulo 9% – 36% = (-27%) / Jandira 8% – 35% = (-27%) / Bolsonaro 8% – 29% = (-21%) / Índio 7% – 22% = (-15%).

2. Em S. Paulo, Russomano tem um saldo positivo de 8%. Marta um saldo negativo de -7%. Doria um saldo negativo de -1%. Haddad um saldo negativo de -39%.

14 de setembro de 2016

MÍDIA AMPLIFICA O CURTO PRAZO E A POLÍTICA PRECISA DE PERSPECTIVA!

(Artigo de Cesar Maia em 13 de junho de 2005) 1. Uma leitura interessante para acompanhar a conjuntura política atual é o capítulo sete do livro “Pensar a comunicação”, do professor e sociólogo francês Dominique Wolton —- diretor do Laboratório de Comunicação e Política do Centro Nacional de Investigações Científicas da França (Ed. UnB). O título é sugestivo: “Triângulo infernal: jornalistas, políticos e opinião pública”. Wolton ensina que, hoje, a política tem uma estreita margem de manobra num mundo, ao mesmo tempo, burocratizado e globalizado.

2. O triângulo entre poder, comunicação e opinião teria mudado seu vértice superior: antes, o poder, e, agora, a mídia. Neste quadro, a mídia, por sua lógica, obrigaria os homens públicos (HP) a darem respostas rápidas a fatos que não podem ser respondidos com a velocidade que se exige. Isso geraria um clima de descrédito e a impressão de que os HPs nada têm a propor.

3. Com isso, vive-se numa contradição: a mídia é necessária para valorizar a ação dos HPs, mas a exposição da escassez de margem de manobra desgasta quem expõe. Então, produz-se um círculo vicioso: os comentaristas imaginam significações e estratégias, e questionam a capacidade de ação dos HPs. Estes correm à mídia para desmentir e afirmar. E assim por diante.

4. A pressão das informações desestabiliza os atores políticos. A predominância nestes de elementos simbólicos termina por prejudicar sua própria capacidade de ação. Produz-se um mal-estar, percebido pelo cidadão, que é a defasagem entre a rapidez da informação e a lentidão da ação. Esta situação termina por desestabilizar as expectativas dos próprios cidadãos.

5. Neste jogo, segundo Wolton, entra um outro fator consorte: as pesquisas, que intensificam esta desestabilização. Os HPs são cercados por “barômetros”, cotas de popularidade e são sedados por números. Sem condições de olhar a longo prazo, a agenda dos HPs visa a compensar os efeitos desfavoráveis destes “barômetros” por meio das mídias e aceita que estas sejam árbitro de suas relações com os cidadãos. O recurso passa a ser confiar cegamente nos especialistas em comunicação, que terminam por multiplicar as operações de mídia.

6. Wolton alerta que o capital político raramente é recuperado apenas por meio de operações de comunicação. Estando em um território que não é o seu, os HPs perdem a alteridade, que lhes é indispensável. Os atores políticos são sempre — ou quase sempre — os perdedores neste jogo de hipermidiatização. Curiosamente, segundo o autor, os jornalistas não reconhecem a inversão deste jogo a seu favor. Ele lembra que apenas o núcleo superior das mídias tem os instrumentos e as informações necessárias. E que a base — a ampla maioria — vive de julgamentos rápidos e… definitivos. Os fatos em que a cobertura se equivoca são rapidamente esquecidos e se passa com enorme rapidez de um fato a outro. E isso não é visto como defeito.

7. Segundo o professor Dominique Wolton, a nomenclatura dos jornalistas tem muito menos poder do que imagina em relação à grande maioria da sociedade, mas tem muito poder em relação às elites e aos HPs. Mesmo que esta parcela seja pequena, é ela que está perto do poder. Da mesma forma, o jogo das pesquisas, pois a onipresença delas acentua a cultura do instantâneo e reduz as distâncias, afetando a crítica. Tudo é imediato e cria a ilusão de transparência.

8. Mídia + pesquisas amplificam o curto prazo. E a política precisa de perspectiva. Ocorre uma falsa tecnocratização da percepção, através de pesquisas e indicadores, e isto afeta a dinâmica democrática. A opinião das elites se auto-intoxica neste processo. Quando há crises, a mídia as amplia pela repetição. Isso afeta a percepção sobre a capacidade e a autoridade dos HPs e a própria legitimidade política. E, se durar muito, pode desestabilizar os governos.

9. A mídia acentua o susto geral pela impaciência e dramatização das informações, que reforçam o enfraquecimento e a legitimidade dos HPs. A mídia, então, quer ser o mediador das crises, quer fazer o diálogo ao vivo. O sonho dos jornalistas é transformar os estúdios em locais das negociações. Negociar ao vivo sob o olhar de todos. É a mídia-diplomacia, a mídia-negociação que passa a idéia errônea de que os atores — de forma transparente — se entenderiam melhor ao vivo.

10. Finalmente, Wolton fala das portas de saída. Diz que os HPs devem diminuir a pressão do acontecimento, que pesa sobre ele pela mídia e pelas pesquisas. O papel deles não é gerir a comunicação, mas agir sobre a realidade. Os HPs devem recusar-se a correr de programa em programa explicando-se, precisam estar perto do cidadão, fazendo a comunicação de proximidade e apostando na inteligência crítica das pessoas.

11. O sociólogo conclui falando das três dificuldades da política hoje: 1) amplia-se a esfera da política e reduz-se a margem da ação; 2) aumenta a visibilidade da política, mas inverte-se a relação de forças com a mídia; 3) as pessoas são cada vez mais potencialmente aguerridas, mas não dispõem de meios para se expressar, elas são audiência. Wolton destaca, ainda, que não existe o mau jornalista e o bom político ou vice-versa. Eles formam — no sentido do capítulo citado — o que ele chama de casal satânico. E lembra: este jogo, quando questionado, é denunciado como restrições à liberdade de imprensa. Vale a pena ler.

13 de setembro de 2016

UMA FORMA DE ISENTAR DO PAGAMENTO DO ISS NO RIO VIA PORTO MARAVILHA! SERÁ POSSÍVEL?

1. O jornal O GLOBO, de 2 de setembro de 2016, publicou matéria sobre a nova tentativa da Prefeitura do Rio de ativar o Porto Maravilha incentivando projetos de habitação. Tudo bem. A Prefeitura do Rio diz que até recomprará parte das Cepacs, que estão com a Caixa Econômica Federal.

2. (Globo, 02) São os Cepacs que permitem aos empreendedores aumentarem o potencial construtivo e atingirem novos gabaritos. Sem eles, a edificação não pode exceder a área do terreno. E cabe à Caixa Econômica — detentora dos certificados, adquiridos por leilão em junho de 2011 — revendê-los. Disposta a estimular a ocupação residencial da região, a prefeitura resolveu recomprar lotes de títulos e oferecê-los, ela mesma, às empresas interessadas.

3. Como a compra de Cepacs está aberta aos interessados, se pode supor que seriam revendidos abaixo do preço comprado, dando um incentivo fiscal. (Globo, 02) O processo se encaixa no Plano de Habitação de Interesse Social, que prevê a construção de pelo menos dez mil unidades nesse segmento na Zona Portuária num prazo de dez anos. (Obs.: A contrapartida da Prefeitura para receber os recursos da CEF era aplicar proporcionalmente em Habitação popular, coisa que não foi feita até hoje, e daí a pressa de criar a expectativa de cumprimento do contrato).

4. Quando a CEF liberou os recursos para o Porto Maravilha e os leilões iniciais de Cepacs micaram, a própria CEF os recomprou. Hoje, só 9% do total foi colocado e assim mesmo grande parte em troca por área a ser construída, um risco em mercado para o FGTS, que dá lastro ao empréstimo da CEF ao Porto Maravilha.

5. E vem a surpresa. Diz a matéria no Globo (02): Mais uma possibilidade oferecida ao mercado será a permissão para que os empreendedores utilizem os Cepacs para quitar dívidas de ISS com o município. A autorização consta de um dos dois decretos do prefeito, publicados no Diário Oficial no mês passado, que tratam da negociação dos Cepacs. O primeiro lote de Cepacs — entre cinco mil e seis mil certificados — foi recomprado pela prefeitura em julho. O plano do município, segundo a Cdurp, é adquirir 800 mil títulos até junho de 2018.

6. Hoje, segundo balanço da CDURP, que administra o Porto Maravilha, existem 5.870.621 Cepacs estocados/micados. Dessa forma, o primeiro lote representa 0,1% do total, portanto, apenas um valor simbólico.

7. Mas o mais grave é a empresa poder trocar os Cepacs adquiridos para construção de habitações por dívida de ISS, dela ou de terceiros. Há 3 problemas: a) precisaria de aprovação por lei em cada troca. b) seria uma isenção do ISS correspondente, algo inusitado e grave. c) isenção do ISS significa reduzir 40% desse valor que seria constitucionalmente aplicado em Educação (25%) e Saúde (15%).

8. Aguardemos os desdobramentos.

12 de setembro de 2016

OITO ESTRATÉGIAS ELEITORAIS!

Thomas Holbrook: Pensamentos selecionados de seu livro: “As campanhas são importantes?”

1. Como o valor da informação diminui com o aumento do volume de informações, os eventos que acontecem no início do período de campanha têm um potencial maior de influenciar os eleitores do que os eventos que ocorrem na parte final. “Lei” do rendimento decrescente das informações.

2. A opinião básica sobre os candidatos não vai mudar na fase final.

3. Os partidos na campanha não são fonte de informação. A campanha é centrada no candidato.

4. O eleitor conservador é mais constante que o de esquerda.

5. Os últimos a decidir (indecisos) não tendem a votar no candidato do governo.

6. Regra básica: nunca pise em sua própria história.

7. Debate só tem importância em disputa muito acirrada.

8. Expectativa de quem vai ganhar pode influenciar indecisos na reta final.

* * *

DATAFOLHA/UOL (11): PERCEPÇÃO DOS ELEITORES DO RIO SOBRE PERFIL DOS CANDIDATOS A PREFEITO!

1. O que mais defenderá os ricos: Pedro Paulo (PMDB): 19%; Flávio Bolsonaro (PSC): 11%; Marcelo Crivella(PRB): 9% / O que faz mais promessas que não pode cumprir: Pedro Paulo (PMDB): 20%; Marcelo Crivella (PRB): 10%; Jandira Feghali (PCdoB): 6%; Flávio Bolsonaro (PSC): 5%

2. O mais inteligente: Marcelo Crivella (PRB): 27%;  Marcelo Freixo (PSOL): 10%;  Flávio Bolsonaro (PSC): 8%;  Jandira Feghali (PCdoB): 6%; Índio da Costa (PSD): 6%;  Pedro Paulo (PMDB): 5% / O mais indeciso: Pedro Paulo (PMDB): 9%;  Índio da Costa (PSD): 7%;  Marcelo Crivella (PRB): 6%;  Flávio Bolsonaro (PSC): 6%;  Jandira Feghali (PCdoB): 5%; Carlos Osorio (PSDB): 5%; Cyro Garcia (PSTU): 5%.

3. O mais realizador:  Marcelo Crivella (PRB): 29%;  Marcelo Freixo (PSOL): 6%;  Pedro Paulo (PMDB): 6%;  Jandira Feghali (PCdoB): 5%; / O mais moderno e inovador: Marcelo Crivella (PRB): 15%; Índio da Costa (PSD): 10%; Marcelo Freixo (PSOL): 9%; Pedro Paulo (PMDB): 9%;  Flávio Bolsonaro (PSC): 8%; Jandira Feghali (PCdoB): 5%.

4. O que mais defenderá os pobres:  Marcelo Crivella (PRB): 33%; Jandira (PCdoB): 10%; Marcelo Freixo (PSOL): 7% / O mais autoritário: Flávio Bolsonaro (PSC): 28%; Marcelo Crivella (PRB): 9%; Pedro Paulo (PMDB): 9%; Jandira Feghali (PCdoB): 5%   

5. A pesquisa quis saber dos eleitores ainda qual dos candidatos está se saindo melhor na propaganda eleitoral. Veja abaixo os resultados (estão listados apenas os candidatos que obtiveram mais de 5% das menções): Marcelo Crivella (PRB): 27%; Pedro Paulo (PMDB): 13%; Índio da Costa (PSD): 13%; Jandira Feghali (PCdoB): 10%; Flávio Bolsonaro (PSC): 6%; Marcelo Freixo (PSOL): 5%

09 de setembro de 2016

2008 a 2016: PREFEITURA DO RIO PERDEU 83.782 MATRÍCULAS EM EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL! AS MATRÍCULAS NA PRÉ-ESCOLA TAMBÉM DIMINUÍRAM! E IDEB CAI!

1. IDEB-Município do Rio caiu: 8º/9º séries. 2013: 4,4. 2015: 4,3. Em 2013 a desculpa foi a greve. E agora? Todos os alunos entraram no atual governo. A Meta MEC é de 5. A média para todo o país dos últimos anos do ensino fundamental foi de 4,5. Portanto, acima do município do Rio, que foi de 4,3.

2. Os dados oficiais do INEP mostram que em 2008 a Prefeitura do Rio tinha 562.602 alunas e alunos matriculados nas escolas de Educação Fundamental entre a primeira e a nona série.

3. O INEP mostra que em 2012 as matrículas em Educação Fundamental da Prefeitura do Rio haviam caído para 522.682, uma diminuição de 39.920 matrículas. Essa tendência teve continuidade.

4. A Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura do Rio já divulgou o número de matrículas em Educação Fundamental em 2016: agora são 478.820 matrículas. Uma queda de 43.862 matrículas em relação a 2012.

5. De ponta a ponta, entre 2008 e 2016 a redução de matrículas em Educação Fundamental na Prefeitura do Rio alcançou 83.782.

6. As escolas da Prefeitura do Rio, para voltarem a atingir o número de matrículas em Educação Fundamental que tinham em 2008, essas matrículas teriam que crescer +17,5%.

7. A proporção de matrículas das escolas privadas no Ensino Fundamental era de 37,9% em 2008. Em 2009 as matrículas nas escolas privadas subiram para 47,9%. Em 2016 as escolas privadas passaram a ter a maioria das matrículas na educação fundamental: 52,7%.

8. As matrículas na Pré-escola (4 até 6 anos) somavam 86.380 em 2008. Em 2016 as matrículas em Pré-escola haviam caído para 83.313.

08 de setembro de 2016

PRIMEIRA QUINZENA ELEITORAL PARA PREFEITO DO RIO! PARTE 3: CRIVELLA, OSÓRIO E MOLON! E QUESTÕES GERAIS!

1. MOLON.
Molon ainda não conseguiu fazer convergir sua capacidade com carisma. Abriu com os mesmos 2% que ainda tem. Sua aparição com Marina no RJTV-2 foi pífia. Seus comerciais reproduzem outro de Gabeira em 2008, só que agora com Eduardo Cunha. Mas a linha deles nada tem a ver com seus programas. E para piorar tudo, foi um senador da Rede (Randolfe) que, numa questão de ordem, provocou o fatiamento do impeachment e a manutenção dos direitos políticos de Dilma. Se senador Renan articulou com o fatiamento, foi Randolfe o operador do acordo.

2. OSÓRIO.
Osório, durante alguns dias, apareceu na TV falando em diagonal, usando uma forma que desapareceu há mais de 10 anos. Sua imagem na TV carece de definição, ficando um pouco nublada. A eloquência que o trouxe à política -primeiro como secretário da Prefeitura e depois do Estado- perdeu brilho. Durante dias, carregou na comunicação antipolítica e mais recentemente passou a olhar de frente para a câmera e bater forte com críticas à Prefeitura. Abriu com uns 4% e permanece assim.

3. CRIVELLA.
Curioso que Crivella, com os recursos audiovisuais que tem, apareça na TV com imagem insuficiente de definição e um tanto de cor “pastel”. No sábado a definição melhorou. Rapidamente adotou uma linha estratégica de vencedor, atuando na linha de frente como crítico da Prefeitura. A crítica à Saúde tropeçou num número errado de desvio de 1 bilhão de Reais para a Olimpíada. Limpou esse trecho de suas entradas na TV. Acertou em jogar com a contradição da comunicação do candidato do PMDB em mostrar unidades de saúde assépticas e sem fila e a realidade do que acham 70% dos eleitores. Também acertou em mostrar que em vez de construir prédios para a saúde e a educação, a Prefeitura deveria fazer funcionar o que está aí. E deu um exemplo forte: constrói-se outros prédios escolares mas o número de matrículas em ensino fundamental despencou 60 mil. As suas entradas no RJTV-2, que tem mais audiência que o programa eleitoral, deveriam ser melhor escolhidas, seja pelo cenário, seja pelos “papagaios de pirata” que o cercam como ocorre com os favoritos em todas as eleições. Mas isso desarruma a imagem, pois não pode controlar caras e bocas dos “papagaios de pirata”. Crivella antecipou as carreatas numa tática “cabralina” de candidato favorito, buscando a sustentação de seus patamares atuais. Abriu com quase 30% e assim se mantém. E se os demais não começarem a acertar nas suas comunicações, o deslizamento para baixo que teve em outras eleições não ocorrerá.

4. ALGUMAS QUESTÕES GERAIS:

A. Com a nova legislação eleitoral, as ruas estão despoluídas de propaganda política. Com menos recursos, até aqui a quantidade de panfleteiros e cabos eleitorais é mínima, comparada com outras eleições. Pode ser que os candidatos a prefeito e vereador estejam guardando recursos -escassos- para a reta final.

B. Com as ruas “vazias” de campanha eleitoral, nesta eleição, em vez de o eleitor ser alcançado, onde estiver, pela propaganda, tende a haver uma inversão. Ou seja, o eleitor, para decidir seu voto, irá atrás de seu candidato, acentuando a conversa coloquial como forma de construir a opinião eleitoral. Eleição do eleitor em direção ao candidato, mais que ao contrário.

C. Os futuros debates na TV tendem a reproduzir os dois de S.Paulo: esquecer Russomano e lutar pela segunda vaga. Ou seja, esquecer Crivella e lutar pela segunda vaga. Pode ser que a imprensa cumpra esse papel crítico em relação ao líder das pesquisas.

D. Alguns temas estão surpreendentemente fora da campanha eleitoral na TV, como a situação financeira crítica do Estado (que vai ressurgir em novembro) e os Servidores (talvez pela discussão da crise fiscal do governo federal). O tema golpe e as figuras de Lula e Dilma só servem para buscar esse voto, que corresponde a um subconjunto de 15% do eleitorado.

06 de setembro de 2016

PRIMEIRA QUINZENA ELEITORAL PARA PREFEITO DO RIO! PARTE 2: O SEGUNDO BLOCO!

1. Olhando as últimas pesquisas informadas pelas campanhas eleitorais, vemos que se formou um segundo grupo com Bolsonaro, Pedro Paulo e Indio. Bolsonaro, que vinha colado a Freixo, depois da queda de sua pressão no debate da BAND, perdeu uns 2 pontos. Saiu da campanha para se recuperar e evitar cobranças nas ruas.

2. Abriu forte com o tema segurança e armar a Guarda Municipal e fez uma interrupção após o debate na BAND. Suas inserções e programas na TV ficaram sem brilho, ou talvez sem recursos. Suas aparições no RJTV-2 da mesma forma. No último fim de semana voltou com seu pai, Jair Bolsonaro, a Copacabana e recomeçou sua campanha.

3. A comunicação de Pedro Paulo, com o maior tempo na TV e maiores recursos, optou por temas que possam sensibilizar as mulheres: clínica da família, educação infantil e escolas do amanhã e, com isso, amenizar a memória do noticiário sobre supostas agressões à sua primeira esposa. Cresceu 2 pontos e passou para o nível dos 8%.

4. Seus programas repetem os velhos clichês, falando dentro de um carro e conversando com usuários dos serviços de educação, saúde e área portuária. Na educação e na saúde enfrenta o que diz com o que a população sente. Entra numa clínicas da família sem nenhuma fila. Tudo asséptico. Fala de construção de escolas, mas o número de matrículas na educação fundamental teve sensível queda. Nos dois casos Crivella tem aproveitado para mostrar as contradições.

5. Pedro Paulo, treinado para mostrar expressões de tranquilidade e leves sorrisos sempre colado, passam artificialismo. Ele vai andando e conversando com seus interlocutores e carrega um permanente sorriso “Renata Vasconcelos”. Olimpíada entrou e saiu como tema. O prefeito Eduardo Paes, nas últimas entradas na TV, veio a ancorar Pedro Paulo, passando a sensação de que está correndo em seu socorro.

6. A comunicação de Indio da Costa (com uns 7%) apostou na fixação de sua imagem, com sua camisa Steve Jobs, repetindo que há 25 anos se prepara para ser prefeito e que se especializou em gestão pública.

7. Nos últimos 3 dias a comunicação de Indio da Costa resolveu usar uma metralhadora giratória e bateu forte em todos os demais candidatos. Numa eleição em 2 turnos, só se justifica esses tiros para todos os lados com a hipótese que com Crivella garantido, os apoios virão compulsoriamente. Será?

8. O que passou para os eleitores atentos foi um gesto desesperado de Indio de quem se acha numa situação fragilizada e muito difícil. Se não for assim, pelo menos parece. Melhor teria sido afirmar a imagem de gestor público, conforme a análise do GPP dos preditores de voto.

9. Supondo Crivella com 25%, Freixo/Jandira com 20%, Não Voto 20%, sobram 35% para os demais.  Hoje, os demais, incluindo Molon, somam 25%. E restam 10% flutuantes, que hoje fazem Crivella estar com 30% mas que podem descolar e ficar à disposição dos demais.

10. Supondo também que atravessando a fronteira dos 15% se estará no segundo turno, a luta entre todos tenderá a sangrar.

05 de setembro de 2016

PREFEITO DO RIO: PRIMEIRA QUINZENA ELEITORAL! PARTE 1: FREIXO E JANDIRA!

1. Depois de 15 dias, as pesquisas mostram Freixo no mesmo lugar, entre 10 e 11%. Jandira cresceu 2 pontos, chegando a 8%. Numa análise comparada entre candidatos a prefeito com o mesmo perfil político, em 2008 Gabeira chegou a 21% (incluindo brancos e nulos) e, em 2012, Freixo atingiu 23% (também incluindo brancos e nulos).

2. Em 2016, nas pesquisas até aqui, Freixo e Jandira somados alcançam quase 20%, muito próximo dos 21% de Gabeira e dos 23% de Freixo. Se agregarmos Molon, as pesquisas de 2016 e os resultados do voto mais à esquerda de 2008 e 2012 mostram um empate.

3. Suporemos que Molon não sairá do patamar que tem até aqui, o que repete sua votação para deputado federal. Sendo assim, o jogo será jogado entre Freixo e Jandira. Nesse caso, se um deles crescer, o outro cai, o que levaria ao voto útil ou estratégico, indo em direção ao candidato que teria mais chance de chegar ao segundo turno.

4. A campanha de Freixo, limitada pelo tempo na TV e por uma mobilização nas ruas aquém do que se imaginava, dependerá das aparições no RJTV-2 e nos debates na última semana. A chamada para as redes sociais e o jingle com Chico Buarque animam, mas não são suficientes.

5. As expressões do rosto de Freixo no RJTV-2 não denotam otimismo ou entusiasmo. A escolha dos cenários e dos temas para usar os 40 segundos reforçam aquelas expressões.

6. Jandira Feghali desenvolve uma campanha competente. Abriu como anticandidata. Afirmou-se focalizando Lula e, com isso, correndo atrás dos 15% dos votos que Lula tem no Rio. Se chegar a esses 15% estará no segundo turno (vide eleição de 1992 para prefeito). Mas, para isso, Freixo teria que cair uns 5 pontos, o que não é fácil, pois tem um voto duro acima disso.

7. Jandira fala muito bem. Escolheu os temas adequados (mulheres, jovens, ambulantes, saúde…) e assim fala para os de renda menor. É a única candidata que tem um jingle memorizador, que fala para o passinho de hoje e o zum zum de “ontem”. E ao fazer a defesa da mulher agredida, ataca Pedro Paulo, pela memória dos fatos.

8. Seus comerciais e programas na TV mostram uma ótima definição de imagem e um ótimo ritmo.  Sua capacidade em debates a ajuda nos auditórios e na TV na reta final de campanha. Seu teto estará definido pela força (voto duro) ou fragilidade de Freixo.

9. Nos últimos dias entrou em temas propositivos como passe livre no transporte público e saúde pública (clínicas da família), aproveitando o paradoxo do candidato do PMDB, entre o que diz e os fatos sentidos pela população que não distingue saúde federal, estadual ou municipal.

10. Será inevitável que na reta final da campanha Freixo e Jandira entrem forte na crítica recíproca.  Se não tiverem sucesso, o empate entre eles abrirá espaço para o crescimento dos demais candidatos.

* * *

MERKEL/CDU DERROTADOS NA POMERÂNIA OCIDENTAL PELO SPD E AFD (POPULISTAS DE DIREITA)!

1. Precisamente um ano depois de Angela Merkel ter aberto as portas aos refugiados e um ano antes das eleições a nível nacional, a CDU, o partido da chanceler, foi ultrapassado pelos populistas da Alternativa para a Alemanha (Afd) e ficou em terceiro lugar nas regionais hoje disputadas em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Este é o estado onde Merkel joga em casa, aquele pelo qual é eleita deputada desde 1990.

2. “É uma derrota com um enorme simbolismo. Por agora, Merkel, a participar na cimeira do G20 que decorre na China, observa tudo a uma distância segura. Mas, quando regressar, vai encontrar um ambiente difícil, com os críticos dentro do próprio partido a exigir que a CDU se desloque mais para a direita”, explica ao DN Thorsten Benner, politólogo e diretor do Instituto de Políticas Públicas Globais, com sede em Berlim.

3. As eleições foram ganhas pelos sociais-democratas do SPD, partido situado no centro-esquerda do espectro político, com 30% (menos cinco pontos do que em 2011). A Afd, que concorreu pela primeira vez em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, obteve perto de 22% dos votos e relegou a CDU (União Democrata Cristã) para terceiro lugar, com cerca de 20% (menos três pontos do que nas eleições anteriores).

4. Ainda assim, o mais provável é que o SPD volte a coligar-se com a CDU e continuem à frente dos destinos do estado, algo que acontece desde 2006. As duas forças políticas juntas deverão somar 40 dos 71 lugares da assembleia. “Este resultado é uma bofetada na cara de Merkel. Os eleitores disseram claramente que estão contra as desastrosas políticas de imigração que tem vindo a seguir”, afirmou Frauke Petry, um dos principais dirigentes da AfD, assim que foram conhecidas as primeiras projeções.

5. Curiosamente, segundo revela The Guardian, o Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental é o terceiro estado alemão que menos refugiados recebeu. Em 2015 foram registrados 23 mil pedidos de asilo, cerca de um quarto dos alocados aos estado de Hesse, que tem sensivelmente a mesma dimensão. Com 1,6 milhões de habitantes, apenas cerca de 3,7% da população do Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental não é de ascendência germânica.

02 de setembro de 2016

PÓS-IMPEACHMENT: A SUPERIORIDADE DO PARLAMENTARISMO!

1. O processo de impeachment de Dilma concluiu após quase um ano. Um ano de estrangulamento político da economia brasileira.  Um ano de afundamento ainda maior da imagem dos políticos.  E um ano de sofrimento e depressão da presidente Dilma Rousseff.

2. Os graves equívocos dos governos do PT, agravados com Dilma, geraram a maior crise brasileira de todos os tempos, política, econômica, social e moral. A imagem externa do Brasil desintegrou.

3. Quando as crises dos países se tornam multilaterais, ao mesmo tempo se torna sustentável e se aprofunda. O tempo e o custo de recuperação se ampliam muito e ampliam o custo social e suas sequelas.

4. Os regimes políticos devem incorporar flexibilidade institucional de forma a que minimizem o tempo e a profundidade da crise e assim minimizem o custo social da mesma. O presidencialismo é um sistema rígido. Mas os Estados Unidos souberam construir, em sua cultura política, momentos limites.

5. Um exemplo desses foi o caso Nixon. Uma crise onde o gabinete presidencial grampeou o partido adversário. O processo foi levado até o ponto em que seu prolongamento -possível- não teria volta e seria pago pelo país. Nesse momento, o presidente renunciou.

6. O processo de impeachment de Dilma se alargou desnecessariamente levando o país junto.  Tentaram comprar votos através de nomeações em todos os níveis. Realizaram todos os recursos possíveis no judiciário. Retardaram o quanto puderam, mesmo quando além das responsabilidades políticas, econômicas, sociais e morais, ficaram transparentes os chamados crimes de responsabilidade.

7. E então iniciou-se um processo de resistência tríplice: parlamentar, jurídico e político-social. Esse arrastou no tempo algo que tinha resultado pré-conhecido. Na Câmara de Deputados e no Senado 70% dos parlamentares tinham sua opinião formada já em março de 2016. Mas só 5 meses depois o julgamento culminou com Dilma e sua base política usando todas as chicanas e baixarias possíveis.

8. No parlamentarismo, uma crise semelhante que construiu uma rejeição parlamentar de 70%, prescindiria até da questão jurídica do crime de responsabilidade. Teria sido resolvida em março. O presidencialismo norte-americano, em sua maturidade política, no momento em que o processo não teria volta, teria sido resolvido por iniciativa do próprio presidente, como no caso Nixon.

9. Na América Latina, com um presidencialismo hiper-hegemônico, esse processo não tem fim -vide Venezuela- ou se alarga demasiadamente, impondo um enorme custo ao país e a seu povo. Foi o que aconteceu com o impeachment de Dilma. E o custo político atingiu o próprio PT, que sai desse processo em frangalhos.

10. Na medida em que o amadurecimento da cultura política no Brasil tem um prazo indefinido, talvez o processo Dilma tenha ensinado de forma suficiente e aberto as portas para o Parlamentarismo.

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EX-BLOG ANTECIPOU EM FEVEREIRO O VENCEDOR DA LICITAÇÃO DO RIO-ZOO! CONFIRMADO!

A. O Globo
Gente Boa – Cleo Guimarães
Quem vai cuidar do zoológico
A Cataratas do Iguaçu S.A venceu a licitação para administrar o Zoo do Rio por 35 anos. A empresa, também responsável pelo Parque de Fernando de Noronha, pagou R$ 4 milhões à prefeitura e deve repassar 10% do faturamento ao município, além de bancar uma reforma de R$ 60 milhões. O contrato será assinado nos próximo dia

B. Ex-Blog de 17/02/2016:

ZOOLÓGICO DO RIO: QUE LICITAÇÃO É ESSA?

1. A licitação (?!) do ZOOLÓGICO da Prefeitura do Rio está marcada para o dia 25/02 próximo.

2. Estranhamente, a prefeitura vem realizando investimentos que caberiam ao futuro concessionário. São reparos e obras no ZÔO com mais de 100 trabalhadores através da Comlurb, Parques e Jardins, SECONSERVA, SMAC…

3. Só a SMAC (Secretaria de Meio Ambiente) disponibilizou três empresas privadas, alegando operações compensatórias.

4. O valor desta verdadeira doação ao vencedor da licitação (dizem na rádio corredor que será a Cataratas ou controlada, que já tem outras no Rio) é desconhecido do Zoo e da Controladoria.

5. Talvez o TCM saiba. E o MP possa saber

* * *

PREFEITURA DO RIO VENDE IMÓVEIS UM MÊS ANTES DA ELEIÇÃO!

1. Trata-se de aviso de licitação da Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público Privadas -SecPar.

Concorrência:
Objeto: Alienação do Imóvel Municipal localizado na Rua Marquesa de Santos s/nº, em Laranjeiras.
Valor: R$ 7 milhões e 700 mil reais

Conheça.

2. Desincorporação de terrenos da Rio-Urbe para vender.

PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO,
DECRETA:

Art. 1º Ficam desincorporados do patrimônio da RIOURBE os imóveis abaixo descritos, pelos valores contábeis registrados no último balanço patrimonial da empresa –31/12/2015, reduzindo-se os valores de seu capital social no respectivo quantitativo de ações:

1. imóvel caracterizado por área de 3.186,04 m², destinada a Praça, do PAL 42.840, registrado sob a matrícula nº 56.753, do 4º Serviço Registral de Imóveis do Rio de Janeiro

2. imóvel caracterizado por área de 1.843,90 m², destinada a Serviço Público, do PA 42.839, registrado sob a matrícula nº 99.046, do 4º Serviço Registral de Imóveis do Rio de Janeiro

3. imóvel caracterizado por área de 16.481,00 m², destinada a Praça, do PAA 5815, registrado sob a matrícula nº 193.196, do Registro de Imóveis do 9º Ofício do Rio de Janeiro

4. imóvel caracterizado por área de 3.850,50 m², do PAA 10.639 e PAL 41.945, registrado sob a matrícula 144.443, do 4º Serviço Registral de Imóveis do Rio de Janeiro

5. imóvel caracterizado por área de 3.820,00 m², do PAA 7.154 e PAL 21.660, registrado sob a matrícula 121.439, do 8º Serviço Registral de Imóveis do Rio de Janeiro

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2016 –

EDUARDO PAES