30 de dezembro de 2015

DÉFICIT FISCAL E MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO! RECEITAS ILIMITADAS E OUTROS ARTIFÍCIOS!  EMISSÕES ANTES, PEDALADAS DEPOIS!

1. Os EUA não têm ministério (secretaria) de Planejamento. Reino Unido também não tem. Alemanha também não. E por aí vai. Nesses países há unidade de gestão financeira de receitas e despesas. Os ministérios do Planejamento surgem como um instrumento de centralização das decisões nos governos de influência soviética. Planos de longo prazo -quinquenais, decenais, etc.- serviram como justificativa.

2. Durante o ciclo de regimes autoritários latino-americanos, a partir dos anos 60, os países adotaram este modelo e criaram seus ministérios do Planejamento. Na medida em que eram instrumentos de centralização, passaram a ter o poder de decidir sobre os investimentos. Progressivamente passaram a decidir sobre os gastos e a execução orçamentária, autorizando desde os empenhos das despesas, incorporando os “controles” formais.

3. O processo inflacionário e hiperinflacionário na América Latina e, claro, no Brasil, construiu um sistema que qualquer despesa era possível, pois às receitas orgânicas, como as tributárias, se acresciam, sem limite, a emissão de moeda e a rolagem da dívida interna. É um sistema que sempre fecha, pois para qualquer nível de despesa se tem qualquer nível de receitas de todos os tipos.

4. Os Estados brasileiros tinham um “banco central” próprio que eram as dívidas em títulos, roladas automaticamente e autorizadas por suas secretarias de planejamento e acrescidas -se necessário- por aprovação federal. Este mecanismo terminou quando do refinanciamento das dívidas em títulos através de dívidas por contrato com o governo federal nos anos 1998-1999.

5. Mesmo com a superação do processo hiperinflacionário, permaneceram o ministério e as secretarias de planejamento, mantendo assim a duplicidade com receitas orgânicas de um lado geridas através do ministério e secretarias de fazenda e do outro com despesas de todo tipo e receitas monetárias, regidas pelo ministério de planejamento.

6. Nos países desenvolvidos não há essa dicotomia. Receitas e Despesas são geridas por um mesmo ministério: Finanças/Fazenda/Tesouro, o nome que tenham. Dessa forma, as despesas têm que se ajustar às receitas, pois a origem da gestão é a mesma. Há unidade de gestão.

7. Em 1993 se implantou na prefeitura do Rio o sistema dos países desenvolvidos, eliminando a secretaria de planejamento e dando à secretaria de fazenda a responsabilidade financeira sobre receitas e despesas. Entre 1983 e 1986, no Estado do Rio, se fez um primeiro experimento, deixando com a secretaria de planejamento apenas os investimentos, assim mesmo com valores e teto pré-estabelecidos pela secretaria de fazenda. Portanto, 10 anos depois se completou esse processo.

8. As “pedaladas” têm esta origem na dicotomia receitas/despesas. Pela displicência que vinha do costume de tantos anos, onde “toda despesa criava sua própria receita” e depois se “regularizava as irregularidades”, esse processo se foi repetindo.

9. Nos Estados e Municípios isso também acontece, embora sem interveniência de bancos que não têm, mas “desvinculando” provisoriamente fontes de receitas vinculadas e “regularizando” depois.

10.  É urgente -especialmente num momento em que a inflação coloca a sua cabeça de fora- adotar o sistema anglo-saxão de unidade gerencial de despesas e receitas.

* * *

DÍVIDA PÚBLICA DOBRA ENTRE 2011 E 2018!

(Ancelmo Góes – Globo, 30) Para o consultor Cláudio Frischtak, o endividamento nos governos Dilma deve praticamente dobrar como proporção do PIB. A dívida bruta do setor público como proporção do PIB que era de 51,3%, em 2011, elevou-se para 58,9%, em 2014, devendo chegar próximo a 70% (sempre do PIB), em 2015. Segundo Frischtak, nos próximos anos, a dívida deve se expandir numa média pouco inferior a nove pontos anuais, “impulsionada por uma combinação de déficits primários ou (na melhor das hipóteses) superávits mínimos, recessão ou crescimento pífio, e juros nas alturas, devendo chegar a 95% do PIB em 2018”.

* * *

TV E INTERNET!

(Sem Intervalo – Cristina Padiglione – Estado de SP, 29) 1. Um estudo distribuído ontem pelo Kantar Ibope Media atualiza os dados de consumo de televisão no Brasil e a relevância do aparelho. Numa alusão ao otimismo que o mercado publicitário deve ter em torno do veículo, o levantamento constata que aumentou o tempo de consumo da TV, com base no total de aparelhos ligados. Em 2012, o brasileiro passava, em média, 5 horas, 29 minutos e 42 segundos com a TV ligada. Agora, esse patamar sobe meia hora, somando 5 horas, 59 minutos e 45 segundos – ou 6 horas.

2. O parâmetro para tal resultado, no entanto, apoia-se no total de aparelhos ligados, dado que não distingue quem está de fato consumindo TV (linear ou sob demanda, incluindo serviços por streaming, como Netflix) de quem está consumindo TV para ver DVD, jogar videogame ou outros serviços. Outro ponto que interessa ao mercado anunciante diz respeito ao lugar onde esse consumidor agora acessa seus programas favoritos. Sabe-se que 40% da população já trabalha com três telas, o que pode variar entre televisor, computador, notebook ou celular.

3. Tomando apenas o universo de internautas, o consumo de TV não anima – 5% –, mas 53% desse consumo é feito por notebook, 44%, por desktop, 21% por smartphone e 8%, por tablet. Um aviso aos programadores é o tão aguardado diagnóstico sobre a correlação entre a audiência de uma atração na TV e sua repercussão no Twitter. Avaliando os programas mais tuitados, o Ibope concluiu que em 32% desses títulos há correlação direta entre o eco na web e a audiência da TV.

29 de dezembro de 2015

AMNÉSIA SELETIVA!

“Amnésia Seletiva”. Firme resposta do presidente do TJ-RJ ao governador Pezão. Artigo no Globo-29/12/2015. Texto completo.

                                                    * * *

ONDA AZUL EM 2015 NO MUNDO POLÍTICO, LATINO!

1. As principais eleições gerais no mundo latino ocorreram na Argentina, na Venezuela, em Portugal e na Espanha. Em todas elas a vitória coube as forças de centro/centro-direita ou de outra forma às forças políticas liberais e conservadoras.

2. A vitória mais contundente ocorreu na Venezuela para o parlamento/câmara de deputados. A constituição bolivariana imposta por Hugo Chávez deu ao parlamento um enorme poder. Chávez não contava que a oposição pudesse, em algum momento, ter maioria na Assembleia e menos ainda que contasse com maioria de 2/3, como ocorreu na eleição de dezembro.

3. As leis, emendas constitucionais e nomeações aprovadas pela Assembleia dariam legitimidade ao arremedo de democracia implantado por Chávez. E assim, foi levando com o apoio das forças populistas e de esquerda da América Latina, reprimindo, prendendo opositores e cassando mandatos de opositores pela Assembleia. A vitória acachapante da oposição mudou essas regras do jogo. Sem a legitimação pelo legislativo o governo chavista autoritário mostrará as suas entranhas.

4. Na Argentina, mesmo com o uso e abuso dos instrumentos do governo, dos gastos de publicidade, tentando controlar a mídia nacional relevante, manipulando estatísticas e contando com uma surpreendente recuperação da popularidade da presidente Cristina Kirchner, a oposição coligada, liderada por Macri, prefeito de Buenos Aires de centro-direita/liberal, obteve no segundo turno uma vitória mais apertada que as pesquisas indicavam.

5. Mesmo sem maioria no Senado e tendo que negociar maioria na câmara de deputados, os instrumentos de governo dados por um presidencialismo vertical darão a Macri as condições administrativas para governar. O problema estará no confronto político que peronistas de diversas linhagens oferecerão através de sindicatos, associações de distintos tipos e perfis e resistência no Senado a qualquer mudança que exija lei qualificada.

6. Em Portugal, o PSD, partido liberal de centro-direita, depois de medidas econômicas de forte austeridade mensuráveis pela alta taxa de desemprego e de descer vários degraus da impopularidade, recuperou-se junto com a economia e obteve uma surpreendente vitória eleitoral. No entanto, a vitória eleitoral se deu por maioria simples e, após assumir o governo, os socialistas se somaram à esquerda eurocética, formaram nova maioria, derrubaram o gabinete e constituíram um novo governo.

7. O problema será manter a unidade de governo com a necessária continuidade das medidas adotadas pelo PSD. Ou mesmo realizar mudanças drásticas e correr o risco de um retorno à anarquia fiscal e financeira anterior, fragilizando politicamente o governo.

8. Na Espanha ocorreu um processo semelhante. Medidas de forte austeridade com as consequências sociais também mensuráveis pelo forte desemprego, a impopularidade do primeiro ministro do PP atingindo níveis negativos recordes…, a recuperação econômica voltou a dar competitividade ao PP.

9. O PP venceu as eleições gerais de 20 de dezembro com maioria simples. Mas a diferença de Portugal, o bipartidarismo -PP e PSOE- foi desintegrado na Espanha e cresceram duas forças políticas. Uma populista lastreada nas redes sociais -o Podemos- e outra também com este lastro, mas de corte centro-liberal, o Ciudadanos,

10. Na Espanha há uma natural convergência entre PP e Ciudadanos a partir de concessões pelo PP que legitimem a coligação. Mas assim mesmo se chega perto, mas não se alcança a maioria absoluta para sustentar o gabinete. Por outro lado, o PSOE tem enorme dificuldade de fazer uma aliança parlamentar com o Podemos, seja por seu euroceticismo, seja pela defesa da independência da Catalunha e caminho para uma confederação espanhola, que o PSOE não admite.

11. A resistência política estará em Madrid e Barcelona onde coligações em torno do Podemos venceram as eleições locais. Na força de opinião pública desses. E a resistência parlamentar sempre que se exija maioria absoluta para aprovação de leis. O PP terá que desenvolver uma enorme capacidade de gestão política, o que não é o forte do perfil do primeiro ministro Rajoy.

* * *

“REAL-TIME MARKETING”: MÉTODO VALE TAMBÉM PARA O SETOR PÚBLICO!

Trechos da entrevista de Eduardo Simon – DPZ/Taterka –  Estado de SP, 28.

1. A grande mudança é que a nossa proposta agora é estabelecer um diálogo entre as marcas e os consumidores. Trouxemos um modelo de real-time marketing em que acompanhamos a reação do consumidor em cada campanha. E cruzamos vários indicadores, como comentários nas redes sociais, no acesso ao SAC, ao site. E, dependendo do que acontecer, podemos mudar toda a campanha considerando esses indicadores.

2. Antes não era assim.  O modelo tradicional de comunicação das marcas sempre foi pesquisar uma dinâmica do consumidor, planejar uma campanha, colocar no ar e acabou. Antes o trabalho da agência acabava quando a campanha ficava pronta. Hoje ele começa nessa hora. Não dá mais para esperar 30 dias para entender se uma campanha funciona ou não. As campanhas precisam ser vivas, colocar o dedo no pulso do consumidor e acompanhar tudo em tempo real.

3. Não vamos mais conseguir nos apresentar ao mercado como agência de publicidade, mas omo uma agência de soluções de comunicação. Essas soluções podem ser desenvolver um aplicativo, um produto para o cliente ou uma ferramenta da ROI (retorno sobre o investimento).

4. A criatividade é o começo de tudo. Precisamos de uma fagulha criativa para iniciar um diálogo com o consumidor, mas ele precisa ser amparado por tecnologia. A ideia criativa tem de ser maravilhosa, esse é o DNA da nossa agência, mas hoje ela precisa vir acompanhada de uma eficiência de aplicação. Só a criatividade é pouco para lidar com a dinâmica atual do mercado. Temos de ser criativos, eficientes e usar a ciência. A boa criatividade precisa ser transformada em resultado.

28 de dezembro de 2015

ESTADO DO RIO: CRISE NA SAÚDE, CRISE FINANCEIRA, O PRESENTE E O FUTURO!

1. Meses atrás, o governador do Estado do Rio reuniu os ex-secretários de fazenda estaduais para avaliarem em conjunto a grave situação financeira do Estado. O diagnóstico era basicamente a perda dos royalties do petróleo e a queda da arrecadação. Todas as sugestões apresentadas, a partir do próprio secretário estadual atual, apontaram no sentido de buscar receitas extraordinárias, como acesso aos depósitos judiciais, negociação com devedores em dívida ativa ou não, anistias, socorro federal…

2. No final da reunião, foi lembrado por um ex-secretário estadual de fazenda que o fundamental seria equilibrar receitas e despesas orgânicas, pois as sugestões apresentadas gerariam receitas por uma vez e o desequilíbrio permaneceria após esses aportes serem gastos. Lembre-se que no ano de 2014 esse desequilíbrio já estava flagrante, com forte déficit primário. Foi coberto vendendo 5 bilhões de reais de patrimônio e com operações de crédito de 9 bilhões de reais.

3. A política de “receitas por uma vez” se repete agora com aporte extraordinário para a Saúde do Estado (parcialmente na forma de dívida como o da prefeitura do Rio e da União) de cerca de 255 milhões de reais. O governador fala que precisa de 1 bilhão de Reais. Levantando os débitos descobertos na Saúde, este bilhão aportaria cerca da metade daqui para frente. O Governo Federal aporta via SUS cerca de 1 bilhão de Reais por ano. Parte são procedimentos. Com a paralização da rede estadual, estas receitas por procedimentos desmonta. A transferência para leitos federais e municipais aumenta as receitas do SUS, por procedimentos, para estes.

4. O Estado tem obrigação constitucional de transferir para a Saúde 12% das receitas orgânicas. Até outubro, as despesas liquidadas do Estado com Saúde Pública (DO, 24/11) somaram 3,8 bilhões de reais. Os 12% das receitas orgânicas atingiram 3,5 bilhões de reais, informando um desequilíbrio dentro da própria Saúde e exigindo transferências orçamentárias internas ou redução de despesas.

5. As declarações, na imprensa, do governador e do secretário de fazenda carregam implicitamente a ideia que a queda de receitas (especialmente royalties e ICMS) é provisória. Economistas sêniores, inclusive os do próprio Estado, acham que a queda dos royalties do petróleo, no mínimo, irá até depois do término do mandato do atual governo. Portanto, não se pode contar com ela.

6. A queda do ICMS, mesmo que estanque ou, no limite do otimismo, retorne em 2017 a 2014, não resolverá o desequilíbrio. Não tem mais patrimônio para vender e novas operações de crédito não repetirão mais o volume de antes, pelos riscos que o Estado expõe. Os aumentos de fim de ano implementados em alíquotas do ICMS e imposto a heranças/doações, apenas ajudarão a cobrir parte das perdas do ICMS com a crise.

7. O governador precisa simular cenários realistas de receitas orgânicas nos três anos que lhe sobram e usar o esquema clássico de subdividir as despesas em transferíveis e intransferíveis e dentro destas as que podem ser reduzidas. Portugal e Espanha mostram que em crise fiscal e financeira profundas, os remédios são amargos, mas os resultados políticos e eleitorais virão. Em ambos os casos venceram as eleições em 2015, mesmo que com maioria simples. Não adiantar chorar nos combalidos cofres de Brasília, nem aplicar o refrão popular do inadimplente: Devo, não nego, pago quando puder. Afinal, do outro lado da mesa estão as pessoas.

8. Em outubro de 2005, a prefeitura do Rio devolveu à União os 4 grandes hospitais (Lagoa, Ipanema, Cardoso Fontes e Andaraí) que foram absorvidos imprudentemente pele prefeito anterior, com garantias irrisórias de receitas repassadas pela União… Com isso, acabou, instantaneamente, o desequilíbrio financeiro interno na saúde municipal. Esses hospitais hoje custam à União algo como R$ 1,5 bilhão de Reais por ano. A prefeitura economizou, organicamente, mais de R$ 1 bilhão de Reais. E equilibrou as contas da Saúde. Que, aliás, começam a ser desequilibradas com a entrada das OSs, que consomem quase todo o IPTU anual.  

                                                    * * *

CHINESES MOVIMENTAM O TURISMO INTERNACIONAL!

(Maria Cristina Frias – Mercado Aberto – Folha de SP, 27) 1. Os chineses foram os campeões de gastos em viagens ao exterior no ano passado, quando desembolsaram mais de US$ 164,9 bilhões, de acordo com dados da Organização Mundial do Turismo. Os turistas da China ficaram à frente de norte-americanos (US$ 110,8 bilhões) e alemães (US$ 92,2 bilhões). As despesas chinesas representam 13,2% do que foi arrecadado em turismo internacional no ano passado. Em 2013, eles haviam despendido US$ 128,6 bilhões, 22% a menos do que em 2014.

2. O Brasil terminou o ano na décima posição, com um total de US$ 25,6 bilhões consumidos em viagens a outros países. O montante despendido pelos brasileiros representou cerca de 2,1% de todos os gastos daquele ano. Os viajantes russos, canadenses e australianos foram em sentido contrário: tiveram seus desembolsos reduzidos na comparação de 2014 com o ano anterior.

23 de dezembro de 2015

POLÍTICA: EM UM ANO TUDO MUDOU NO RIO!

1. As perspectivas em relação ao futuro na política, especialmente quando há eleições no ano seguinte, como o será em 2016, devem partir de uma análise do passado recente, que indica o poder de alavancagem para o quadro atual e futuro. O tempo na política, num ciclo curto de 2 anos (1 de passado e 1 de futuro), é cumulativo. A reversão de uma forte deterioração de imagem política ocorre em prazo de pelo menos uns 3 anos, portanto maior que o do ciclo citado.

2. O ano de 2014 no Rio terminou com um forte posicionamento dos vencedores. O PMDB, que elegeu o governador e a maior bancada federal em primeiro lugar e o PSB, que elegeu o senador com uma enorme votação catapultada pela tão presente –aqui e alhures- antipolítica, lastreada pelo desgaste dos políticos. O PMDB do Rio elegeu o presidente da Câmara de Deputados e o Líder do partido na Câmara de Deputados. O prefeito do Rio estabeleceu um acordo com Romário –senador eleito- entregando a ele a secretaria de esportes. E ratificou a aliança com o PT, que ocupa a vice-prefeitura.

3. Se naquele momento se fizesse uma projeção de perspectivas eleitorais, uma simples extrapolação projetaria para 2016 uma intensificação dessa hegemonia na Capital. O prefeito passou a aparecer na imprensa como potencial candidato a governador e presidente, dependendo apenas de sua escolha. A parceria do governador e do prefeito da Capital com Dilma dava garantias que seria assim. O vice-presidente Michel Temer já falava como futuro presidente pós-impeachment. Os polos de negociação das políticas públicas se deslocaram para a Câmara e para o Senado.

4. A operação Lava-Jato e o processo lançado de impeachment desorganizaram esse quadro. O presidente da Câmara passou a ser alvo prioritário de Dilma e da PGR. O líder do PMDB foi substituído, voltando depois, mas não mais com a força e a vitalidade de antes. O vice-presidente, que flutuava tranquilo, passou a ser acossado. Sua carta-desabafo produziu uma ruptura com a presidente e com o PT. 2015 termina com um quadro nacional, para o Rio, completamente diferente do final de 2014.

5. Regionalmente, as dificuldades financeiras herdadas pelo novo governador Pezão e respondidas com medidas de aumento de receitas por uma vez (acesso a depósito judiciais, anistias e remissões negociadas…) se esgotaram e a crise financeira se transformou em caos financeiros. Escândalo envolveu o fundo de saúde da PM. Os escândalos atingiram de forma fortemente diferenciada a Capital. Um secretário-deputado federal é exonerado após vídeo que o expôs. Outro secretário, pré-candidato, ostensivo, a prefeito é fragilizado por depoimentos relativos a valores. Uma OS que dirigia 2 grandes hospitais da prefeitura é flagrada em desvios milionários de dinheiro. Cada um deles teve destaque no RJTV, da TV Globo. A TV Record repercutiu todos esses fatos numa série.

6. O senador se tornou favorito nas pesquisas para prefeito. No meio do caminho surge a denúncia de uma conta não declarada no exterior. Ele desmente, mas, depois, nas gravações que envolveram o senador Delcídio, retorna o fato acompanhado de foto e de insinuações que teria havido um acordo envolvendo a conta e candidatura. Já perto do final do ano, surge matéria na imprensa com o assessor de seu gabinete e o mais próximo do senador, que seria um sicário envolvido em homicídios junto à contravenção. Então a executiva nacional do PSB demitiu o senador e toda a executiva do PSB do Rio.

7. Portanto, 2015 termina com um quadro político inverso ao que iniciou. E com as perspectivas eleitorais para 2016 em aberto, aguardando novos nomes –substitutos desses- que se somarão aos nomes já conhecidos e não afetados.

                                                    * * *

CIDADES DO RIO E DE S. PAULO PERDEM O GRAU DE INVESTIMENTO!

(Estado de SP, 23) 1. A Fitch Ratings rebaixou para BB+, de BBB-, os IDRs (ratings de probabilidade de inadimplência do emissor) dos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná, assim como os dos municípios de São Paulo e do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, rebaixou os IDRs dos Estados do Maranhão e do Rio de Janeiro para BB-, de BB. A Perspectiva de todos os IDRs é negativa.

2. A Fitch também revisou ratings em escala nacional dos estados de Santa Catarina, Maranhão e Rio de Janeiro, “para manter a consistência entre as relatividades de rating”.
Segundo a Fitch, “as ações de rating seguem o recente rebaixamento do rating soberano do Brasil para ‘BB+’, de ‘BBB-‘, com perspectiva negativa, bem como a revisão do teto país para BBB-, de BBB.

3. Dadas as características do marco institucional brasileiro, a Fitch não classifica nenhum subnacional acima do soberano. É o caso dos Estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, além dos municípios de São Paulo e do Rio de Janeiro, cujas classificações foram equalizadas às do Brasil, em BB+.

22 de dezembro de 2015

100 ANOS DEPOIS, A NOVA BATALHA DE VERDUN: DILMA, LULA, PT X PMDB, TEMER, RENAN E CUNHA!

1. A Batalha de VERDUN foi a mais longa nas histórias das guerras. Ocorreu em 1916, de fevereiro a dezembro. De um lado a linha de trincheiras da França e do outro a linha de trincheiras da Alemanha, ambas com aproximadamente 1 milhão e 200 mil soldados cada. No total morreram 1 milhão de soldados em proporções iguais. Depois de 10 meses, as duas linhas estavam no mesmo lugar. Ficou conhecida como a Máquina de Trituração. Os dois exércitos em batalha foram desintegrados com perda de cerca de 50% dos combatentes: ninguém venceu a Batalha de VERDUN.

2. A batalha do impeachment de Dilma é a versão política da Batalha de VERDUN. O presidente da Câmara de Deputados constituiu uma sólida maioria parlamentar e posicionou-a inicialmente com independência ao poder executivo e em seguida em franca oposição. O procurador geral foi mobilizado e passou a investigar Cunha, trocando informações com o MP da Suíça, conseguindo, numa varredura, identificar seu nome por trás de uma gestora de conta. A imagem de Cunha foi atingida, comissão de ética convocada. Ele deu o troco, impondo derrotas sucessivas à Dilma.

3. O vice-presidente Michel Temer, avaliando a dinâmica da opinião pública e do processo de impeachment, passou a se credenciar como solução política para a crise, como uma alternativa de governo de união nacional. Numa segunda fase, formalizou a ruptura com a “carta desabafo”. Em seguida, Dilma, com seu grupo, iniciou a campanha Delenda Temer. Vazou decretos assinados por Temer que teriam também infringido a lei de responsabilidade fiscal. E jogou a isca na boca de um senador do PSDB que, ingenuamente, “suitou” para a imprensa. O senado votou determinando ao TCU que faça essa auditoria. Simultaneamente, mais vazamentos de uma hipotética “doação” a Temer. Temer perdeu a áurea de alternativa consensual à crise.

4. A Câmara de Deputados impôs uma contundente derrota e constrangimento à Dilma, oferecendo uma tramitação do impeachment via chapa alternativa e votação secreta. A comunicação de Dilma criou a batalha virtual Dilma X Cunha aproveitando o desgaste de imagem do presidente da Câmara de Deputados. Nesse clima, o STF chamou a si a decisão sobre o rito do impeachment. Um dos ministros situou claramente que o rito iria além do abstrato e tinha o comportamento autoritário do presidente da Câmara de Deputados -decidindo desde a mesa- a chapa alternativa e o voto secreto.  O STF desconstituiu a sessão da câmara que elegeu a comissão especial de avaliação do pedido de impeachment.

5. Renan Calheiros demonstrou que numa votação por maioria simples ele lideraria a decisão no Senado. Dilma, em sua estratégia anti-impeachment, optou por se associar a Renan e exercer sua influência para que a investigação sobre Renan guardasse -pelo menos- um tempo de enquadramento maior que o de Cunha. O ministro-relator do STF na Lava-Jato autorizou a busca e apreensão nas residências e escritórios de Cunha, mas não de Renan. Apenas quebra de sigilo telefônico e bancário. Mas no fim de semana denúncias contra Renan, em delação premiada, voltaram a colocá-lo na boca do vulcão. O procurador geral pediu ao STF a destituição de Cunha da presidência da câmara e suspensão de seu mandato para não atrapalhar as investigações. Ficou para fevereiro pós-recesso.

* * *

“NÍVEL DE RISCO DO BRASIL É DE UM PAÍS JUNK (LIXO)”!

(Estado de SP, 20) 1. Os efeitos da perda do selo de bom pagador pelo Brasil por duas agências de classificação de risco devem se prolongar ao longo dos anos. Agora rebaixado para a categoria de grau especulativo, o País vê como mais difícil uma recuperação da credibilidade no mercado internacional. A sequência da perda do grau de investimento pelas agências Standard and Poor’s (S&P) e Fitch afeta a economia brasileira em diversas frentes. A decisão traz uma piora nas expectativas com o aumento do risco de a terceira agência, a Moody’s, também tirar o selo de bom pagador do Brasil; o fluxo dos investimentos no País tende a diminuir; e a vida das empresas vai ficar mais difícil.

2. Os dados da Anbima mostram que as captações no exterior somaram apenas US$ 8,059 bilhões entre janeiro e novembro. No mesmo período do ano passado, foram US$45,485 bilhões captados pelas companhias. “Se as empresas e o governo brasileiro desejam fazer alguma captação externa, elas têm de saber que o seu nível de risco considerado é de um país junk (lixo)”, afirma Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria Integrada.

3. País perde investidores em títulos da dívida. Cenário ruim.  “Existe uma visão de que basta uma economia crescer muito para que tudo se resolva. Isso é verdade quando o crescimento vem associado a um bom cenário macroeconômico” diz Livio Ribeiro do IBRE-FGV. Quanto tempo cada país levou para voltar ao grau de investimento A perda do grau de investimento por uma segunda agência de rating fecha o acesso a quase 75% dos recursos de investidores estrangeiros que compram títulos de dívida (bonds) de empresas e do Tesouro. Indo para a categoria junk, os potenciais emissores de bônus voltam às mãos de investidores com estratégias mais especulativas, que privilegiam papéis de prazos mais curtos e têm postura mais oportunista.

21 de dezembro de 2015

IMPEACHMENT E DECISÃO DO STF: QUEM GANHOU E QUEM PERDEU?

1. A decisão do STF dando ao Senado poder para não receber a denúncia de impeachment da presidente Dilma, a destituição da comissão eleita pela Câmara por voto secreto e a constituição dessa comissão por indicação dos líderes foi traduzida como uma vitória de Dilma e do governo. Será?

2. Uma semana antes, Dilma e o governo adotavam como tática uma rápida votação na Câmara, mesmo com a comissão eleita com chapa avulsa e em voto secreto. O objetivo era votar quanto antes, ainda em dezembro, ou mesmo durante a convocação extraordinária do Congresso, que assim não poderia ter recesso. Tinha certeza absoluta de que com a pressão, a força e a clientela do governo, este conseguiria com tranquilidade passar de um terço dos deputados.

3. A oposição tinha –e tem- como tática alargar ao máximo o processo de decisão, com recesso e contando com a progressiva desintegração econômica e seus efeitos sociais. A oposição desenhava o que fazer para levar a decisão sobre o impeachment na Câmara para o mês de março.

4. Veio a decisão do STF. Em relação ao fator tempo, que separava as táticas do governo e da oposição, venceu a oposição. E mais. Agora é a oposição que administra o fator tempo. Haverá recesso e depois disso os esclarecimentos necessários a serem solicitados ao STF, na medida em que a decisão veio na forma de ata e não por dispositivo. E mais ainda. A oposição tem a convicção de que conta com mais votos que o governo, mesmo que em proporção menor que na recente eleição da comissão do impeachment.

5. Se for assim, após a eleição que o NÃO venceria o SIM, será inevitável recorrer ao STF para saber qual o desdobramento. E, simultaneamente, negociar uma composição da comissão do impeachment que interesse a oposição na Câmara de Deputados. Outra vez o tempo será administrado pela oposição.

6. A oposição é composta por dois vetores em relação ao impeachment. Um deles que busca o impeachment de Dilma entendendo que com ela o país é ingovernável. Outra que acha que a probabilidade de que o impeachment não se consuma é muito grande e, assim, o fundamental é alargar ao máximo o tempo em que o processo de impeachment ocorrerá. Simultaneamente, as condições econômicas vão se deteriorando e o desgaste de Dilma será terminal, construindo um quadro de sucessão inevitável, seja por decisão do TSE em relação à candidatura, seja por pedido de licença de Dilma, seja por renúncia.

7. Nesse sentido, esse segundo vetor da oposição comemorou a decisão do STF: agora quem comanda o tempo é a oposição, que vai empurrar o processo, no mínimo, para abril. E o governo sem autoridade, com uma nuvem carregada na sua cabeça com relâmpagos contínuos.

8. Nesse ínterim, os fatores econômico, político e social estarão descendo ladeira abaixo. Se esses fatores são suficientes para a troca de governo num sistema parlamentarista, num sistema presidencialista, constroem um impedimento de fato e uma solução necessária até por iniciativa da presidente, que não terá como resistir às pressões e a profundidade da crise.

* * *

ELEIÇÕES NA ESPANHA: GANHA O PP-GOVERNO, MAS SEM MAIORIA!

1. Neste domingo aconteceram as eleições gerais na Espanha. De um ponto de vista geral ocorreu aquilo que as pesquisas indicavam: a quebra do bipartidarismo. Os dois maiores partidos, PP de centro-direita e PSOE de centro-esquerda, que em eleições anteriores somavam 85% dos deputados, agora somam 60%. Os dois novos partidos criados nos últimos anos como efeito da crise econômica, Podemos e Ciudadanos, somaram 30%, tirando votos dos dois maiores partidos e também dos menores.

2. Num parlamento de 350 deputados, em que a maioria absoluta se forma com 176 deputados, nenhum partido chegou sequer perto. PP de Rajoy, que governa o país, elegeu 123 deputados, PSOE elegeu 90 deputados, Podemos 69 deputados e Ciudadanos 40 deputados. E 28 deputados dos partidos menores e regionais. PP+Ciudadanos 163 deputados. PSOE+Podemos 159 deputados.

3. Mesmo agregando as cadeiras dos partidos à direita e à esquerda, nenhum bloco potencial conseguiu 50%.  Pelo sistema espanhol, o Rei pedirá ao presidente do partido mais votado, PP, que forme o governo.

4. Será um governo de minoria e, portanto, instável. PP e Ciudadanos tendem a formar o governo. Isso acontecendo somariam 46% dos deputados. Do ponto de vista ideológico, a esquerda se fraciona mais que a direita, pois as bandeiras que o Podemos defende (como a independência da Catalunha…) não são defensáveis pelo PSOE. E mais, ficarão separados por apenas 21 deputados. Enquanto na centro-direita o PP tem uma vantagem de 83 deputados sobre Ciudadanos.

5. Um quadro complexo que vai exigir habilidade na gestão política.

* * *

IBGE: EM NOVEMBRO RENDA DO TRABALHADOR DIMINUIU –8%!

(IBGE/Estado de SP, 18) Forte recuo da renda. Em novembro, a renda real do trabalhador recuou 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, o pior resultado em quase 12 anos. O rendimento médio ficou mais baixo por causa das demissões ocorridas em atividades que tradicionalmente pagam salários melhores, como a indústria e os serviços prestados a empresas, avaliou Adriana. Na indústria, a renda dos empregados diminuiu 12,5%no período. Nos serviços prestados a empresas, a queda foi de 12,1%.

18 de dezembro de 2015

CUSTO COMPARADO DOS MUSEUS: MUSEU DO AMANHÃ X CIDADE DAS ARTES!

1. O Globo (18), página 16, informou que o Museu do Amanhã custou R$ 215 milhões e tem 15 mil metros quadrados de área construída. Ou seja, custou R$ 14.333 por metro quadrado.

2. A Cidade das Artes, em valores atualizados, custou R$ 600 milhões de reais e tem 87.403 metros quadrados de área construída. Ou seja, R$ 6.865 por metro quadrado.

3. Ou seja: com uma estrutura externa e interna muito mais sofisticada, a Cidade das Artes custou 48% do custo do Museu de Amanhã. Menos da metade. E, na época, diziam que era caro.

* * *

POLÍTICA DO RIO DE JANEIRO: A CADA DIA A SUA AGONIA!

1. Um antigo aforismo político no país afirma que “a esquerda só tem unidade na cadeia”. Em 2016 se repetirá essa história no Rio. De três candidatos expressivos, que se juntos dariam uma candidatura muito forte (Freixo, Molon e Jandira) em função do rolo compressor do voto útil, poderá passar um que, chegando, chegará mancando no segundo turno. O avanço do processo de impeachment da presidente inibirá o apoio do PT ao PMDB da capital.

2. A execução orçamentária do Estado do Rio, até outubro, nos mostra Receitas Tributárias de R$ 24,2 bilhões, que mal cobrem as despesas de pessoal de R$ 15,8 bilhões acrescidas do serviço da dívida de R$ 5,65 bilhões num total de R$ 21,45 bilhões. Apesar de todas as leis e negociações, a receita da dívida ativa até outubro chegou a R$ 249 milhões, com queda real de 31,6%. Apesar da situação crítica, o Estado conseguiu investir, de janeiro e outubro, R$ 4,4 bilhões reais com apoio federal.

3. Surpreendentemente, a Dívida Pública Consolidada do Estado do Rio, que havia fechado 31/12/2014 em R$ 89,8 bilhões, em 31 de outubro de 2015 atingiu R$ 104,9 bilhões, um crescimento de 16 7%, o dobro da inflação no período de 8,5%. Foram contraídos R$ 2,88 bilhões de novos empréstimos no período. Nesse período, em 2014, a receita de venda de bens/imóveis atingiu R$ 3,4 bilhões e em 2015 foram apenas R$ 13 milhões.

4. A pesquisa do GPP de dezembro excluiu da lista de candidatos a prefeito do Rio o nome do senador Romário. A razão dos elaboradores das perguntas é a convicção que esse senador irá preferir a cobertura da imunidade que o cargo de prefeito não dá. Também não incluiu candidato do PMDB pela incerteza de sua situação. A decisão da executiva nacional do PSB, excluindo o senador Romário da presidência do PSB-RJ e destituindo sua executiva, ratificou aquela exclusão da pesquisa. Se o senador Crivella obtiver a legenda do PSB ganha fôlego pelo tempo de TV.

5. A exaltação do governador e do prefeito da capital à presidente Dilma, apesar da rejeição à ela que é maior no Rio, mostra a aflição de ambos pela asfixia financeira que vivem. O Estado vive uma aflição plena em todas as latitudes de suas funções. A Prefeitura vive aflições relativas às frentes de investimento que abriu, que já se encontram atrasadas e que não serão concluídas sem aportes substantivos do governo federal. Portanto, a postura anti-impeachment de ambos é, na verdade, o socorro que seus governos precisam e dependem do governo federal.

6. O PSDB, dada a importância do Rio como terceiro colégio eleitoral e próximo ao segundo, vive a angústia de precisar dos votos do Rio em 2018 e não ter representação potencial majoritária significativa. Em 2014 deu preferência ao chamado “Aezão”, liderado pelo deputado Picciani, que hoje se encontra inteiramente a favor da presidente Dilma e, portanto, contra ele.

7. A enorme crise que o país atravessa e que se aprofunda em 2016 tende a fechar espaços para criação ou surgimento de novos nomes. Nesse sentido, o processo eleitoral de 2016 tende a afunilar entre nomes já conhecidos e com presença em pesquisas em recortes diversos, no entorno dos 5%.

* * *

PARANÁ PESQUISAS!  ESTADO DO RIO (09 A 13 DE DEZEMBRO), 1.690 ENTREVISTAS – 44 MUNICÍPIOS DO ERJ!

1. Dilma e Eduardo Cunha: quem deveria sair primeiro? Cunha 35,7%, Dilma 35,2%, Ambos 26,1%.

2. Em que partido você não se filiaria de jeito nenhum? PT. 48,5%. PMDB 7,3%. PSDB  6,4%. PSOL 2,2%.

3. Impeachment de Dilma: A Favor 59,6%, Contra 30,9%. / Eduardo Cunha: A favor 10,3%. Contra 78,7%.

4. Dilma: Aprovam 13,5%. Desaprovam 83,8%.

5. Em quem votaria para Presidente? Aécio 27,4%, Marina Silva 23,5%, Lula 14,5%, Bolsonaro 10,2%, Ciro Gomes 5,7%, Caiado 0,5%.

17 de dezembro de 2015

RIO! PLC 133/2015 PODE TRANSFORMAR A TRADICIONAL AVENIDA RUI BARBOSA EM UM MAFUÁ!

1. A Avenida Rui Barbosa, no Morro da Viúva, faz parte da urbanização qualificada do Rio de Janeiro. Preferência residencial a partir dos anos 30 de importantes personalidades do mundo empresarial, artístico, intelectual, político e jornalístico como Aurélio Buarque de Holanda, Carmen Mayrink Veiga, Darcy Vargas, Samuel Wainer, etc. E assim permanece até hoje. Aí está o Instituto-maternidade Fernandes Figueira da Fio Cruz.

2. A própria localização é parte central da origem urbana da cidade do Rio de Janeiro. Fundada onde hoje é o forte de São João, na Urca, os portugueses de um lado da baía e os franceses e Tamoios de outro, no que é hoje o Largo do Machado até a Avenida Rui Barbosa. A batalha de canoas no mar levou 2 anos entre 1565 e 1567 até que os portugueses ocuparam toda a praia frontal ao Morro da Viúva e transferiram a sede da futura cidade para o morro do Castelo. Ali está o monumento a Estácio de Sá.

3. O abandono de um prédio de propriedade do C.R. do Flamengo deu origem à decisão do empresário Eike Batista de arrendá-lo e transformá-lo em um hotel aproveitando os incentivos e benefícios oferecidos por lei municipal com vistas às Olimpíadas 2016. Com a quebra de Eike Batista, o prédio foi abandonado e originou uma invasão dos “sem teto”.

4. Com isso, foi retomada a ideia de mudar as regras urbanísticas do local e autorizar por lei sua ocupação como hotel. Até aí seria apenas repetir o mesmo escopo da lei “olímpica” que autorizou o uso do prédio como hotel. Mas, em seguida, uma lei de 2006 foi adaptada de forma a dar mais flexibilidade à nova ocupação.

5. Agora, no dia 5 de novembro de 2015, é apresentada como PLC 133. E colocado na ordem do dia uma semana depois, já que em tempo recorde as comissões deram parecer favorável. Foi colocado em votação no dia 3 de dezembro. Uma emenda apresentada em plenário evitou a votação e retornou o PLC 133 às comissões.

6. O PLC 133/2015 reitera que o imóvel número 170 será destinado a hotel. Mas vai muito mais longe. Inclui a Avenida Rui Barbosa como Zona Turística e autoriza -entre os números 10 e 170- vários outros usos para os imóveis existentes nesse trecho.

7. Diz assim o PLC 133/2015: Art. 2º Fica acrescentado na Lei Complementar nº 54/2002 o seguinte artigo: Art. 2º A. Ficam excluídas as atividades e os usos permitidos para centro comercial, shopping center, hotel-residência, apart-hotel, boates, motéis e casas de diversão em edificações de uso exclusivo para este fim, bem como em edificações residenciais multifamiliares situadas na Praia do Flamengo e nos imóveis situados entre os números 10 e 170 da Avenida Rui Barbosa. Art. 3º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

8. As aparentes exceções incluídas, na verdade, são uma grave abertura para outras atividades não as listadas. Por exemplo outros hotéis, que não Apart-hotéis e hotéis-residências, bares, restaurantes, lojas comerciais, agências bancárias, supermercados, etc., acoplados aos prédios hoteleiros, ou mesmo residenciais que passarão a ter uso misto aberto fora daquelas poucas exceções.

9. Impedir a aprovação do PLC 133/2015 é preservar a qualidade urbana da Avenida Rui Barbosa, preservar sua história dos últimos 100 anos e evitar a degradação inevitável com tamanha liberalidade nas regras urbanísticas. Como saiu da ordem do dia, há tempo para uma discussão pública com seus moradores e com todos os que se interessam pela preservação do patrimônio urbano e histórico do Rio.

* * *

PROPINAS PARA PAGAMENTOS A EMPREITEIRAS DO “PORTO MARAVILHA” DA PREFEITURA DO RIO!

(Globo, 17) 1. A força-tarefa criada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para atuar na Lava-Jato abriu nova frente de investigação envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Desta vez, o alvo é a Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pela gestão do fundo de investimento criado para financiar obras no Rio de Janeiro. As investigações se concentram na suspeita de que o consórcio encarregado da execução do projeto, o Porto Novo, formado pelas empreiteiras OAS, Carioca Engenharia e Odebrecht, teria pago suborno a Cunha, em 36 prestações depositadas em conta de banco suíço, para garantir a liberação de recursos provenientes do FGTS para o financiamento das obras. No total, segundo a revista Época, a propina teria chegado a R$ 52 milhões, divididos em 36 prestações.

2. O projeto do porto começou a ser viabilizado há seis anos, pela Lei Municipal Complementar n° 101/2009, que autorizou o aumento do potencial construtivo na região portuária, permitindo a construção além dos limites de gabarito vigentes, à exceção das áreas de preservação, de patrimônio cultural e arquitetônico, e dos prédios destinados ao serviço público. Para explorar essa possibilidade, a prefeitura emitiu Certificados de Potencial Adicional Construtivo (Cepacs), oferecidos aos investidores interessados em construir no local. Em junho de 2011, a prefeitura ofertou todo o estoque de Cepacs em leilão de um lote único e indivisível.

3. Os certificados foram integralmente arrematados pela CEF, que pagou R$ 3,5 bilhões. Esses recursos, desde então, passaram a ser movimentados pelo “Caixa Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha (FII PM)”, fundo de investimentos administrado pela Caixa. Pelas regras, todo o valor arrecadado com a venda dos Cepacs ficou obrigatoriamente comprometido com investimentos na melhoria da infraestrutura urbana e em serviços na região. Sendo assim, a CEF assumiu as despesas da operação urbana, em torno de R$ 8 bilhões ao longo de 15 anos, com ordens de serviço emitidas pela Prefeitura do Rio. E este é o foco da força-tarefa de Janot.

4. Para cumprir os compromissos assumidos, a Caixa esperava vender as Cepacs com ágio aos interessados em investir no projeto, para cobrir a diferença, mas o mercado imobiliário não demonstrou até agora grande interesse pelos certificados e, até o momento, 90% do total desses papéis continuam estocados no fundo à espera de compradores. Com o rombo, a Caixa passou a ser pressionada para fazer novos aportes de FGTS. Este ano, houve novo reforço de caixa com recursos do FGTS, no valor total de R$ 1,5 bilhão, para evitar a paralisação.

5. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), disse que desconhece qualquer tipo de negociação paralela envolvendo a Caixa e as três empreiteiras que executam as obras do Porto Maravilha.  Paes disse que a Caixa ainda mantém 90% de Certificados de Potencial Adicional Construtivo (Cepacs) em estoque, em vez de negociá-los com o mercado, porque preferiu permutar terrenos com os investidores. Essa estratégia, segundo ele, pode até valorizar as Cepacs, mas não dá liquidez ao papel, razão pela qual a Caixa precisou de fazer novo aporte de recursos do FGTS no primeiro semestre deste ano.

                                                    * * *

AUMENTO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL REDUZ GUERRAS!

(Ricardo Mioto – Folha de SP, 16) 1. Um grupo de pesquisadores liderados por Matthew Jackson, da Universidade Stanford, tentou entender por que a quantidade de guerras no mundo diminuiu tanto nas últimas décadas. A incidência de conflitos entre 1820 e 1949 foi dez vezes maior do que entre 1950 e 2000. Eles tentaram isolar diversas variáveis. Uma se destacou: o comércio internacional. A conclusões foram publicadas na revista científica americana “Proceedings of the National Academy of Sciences”.

2. Não é, claro, a primeira vez que se sugere que o comércio evita guerras, afirma Jackson, mas agora foi feita uma análise estatística dessa questão. Em 1850, os países tinham em média cinco parceiros comerciais relevantes. Hoje, são mais de 30. Além disso, existiam antes poucas alianças comerciais, bilaterais ou multilaterais. Hoje, são dezenas destas e centenas daquelas. Jackson cruzou os dados históricos e mostrou que a probabilidade de dois países entrarem em guerra decai conforme a sua relação comercial cresce. “Os números mostram forte correlação, embora seja mais complicado estabelecer ou explicar a causalidade”, afirma.

3. Existe duas possíveis explicações para o fenômeno: – O aumento do comércio cria grupos de pressão política interessados na preservação do outra nação, porque compram ou vendem para ela. Ou seja, o país passa a perder dinheiro se atacar. Tal hipótese parte da ideia clássica de que os países optam pela guerra por motivos um tanto racionais: se os custos são baixos e o ganho potencial é grande, quase que inevitavelmente haverá uma agressão. O que se pode fazer para reduzir o conflito é torná-lo mais caro.

4. A existência de alianças comerciais serve como estímulo para que um país pense duas vezes antes de atacar o outro. Ele pode, afinal, acabar cutucando os parceiros do atacado, que têm incentivos para entrar na briga.

16 de dezembro de 2015

OS COMERCIAIS NEGATIVOS: OS MAIS EFETIVOS. SERÁ????????

A. (Radar On-Line) A.1. Em um momento de ânimos acirrados na política, um estudo dá espaço para ainda mais embate nas próximas campanhas eleitorais. Em sua tese de doutorado, a ser lançada no livro “Quem bate perde?”, o cientista político Jairo Pimentel, da USP, concluiu que “bater” no adversário durante as propagandas pode, sim, ser eficiente, contrariando a máxima de que os ataques podem se voltar justamente contra o autor.

A.2. Com base em modelos de neurociência, concluiu que, as campanhas negativas causaram um grau elevado de ansiedade, gerando dúvida e reflexão, aumentando as chances de mudança de voto e rejeição do candidato atacado. O poder da “mensagem negativa” é maior em eleições polarizadas ou no segundo turno.

B. (Ex-Blog) B.1. A professora e pesquisadora norte-americana Kathleen Jamieson, uma das mais importantes autoridades em comunicação política e autora de vários livros, realizou, no início dos anos 90, uma enorme pesquisa desde a Universidade da Pensilvânia sobre as eleições presidenciais norte-americanas de Kennedy a Clinton. Trabalhou com 5 mil pesquisadores. No final, as conclusões da pesquisa foram publicadas em um livro com o nome “O que você pensa que sabe sobre política e por que você está errado”. Esse livro não foi ainda traduzido para o português.

B.2. Uma das conclusões mais importantes foi testar que tipo de comercial de trinta segundos é o mais efetivo sobre os eleitores. Jamieson agrupou os comerciais em três tipos: comerciais defensivos, comerciais negativos e comerciais de contraste. Os comerciais defensivos são aqueles que os candidatos dizem o que fizeram, dizem o que pensam, enfim, falam bem de si mesmos e de seus governos ou de seus mandatos.

B.3. Os comerciais negativos são aqueles que os candidatos atacam seus adversários mostrando os erros em seus governos ou no exercício de seus mandatos.

B.4. Finalmente, os comerciais de contraste são aqueles que os candidatos ao afirmarem suas posições contrastam com as posições dos adversários sobre aquele tema. Os amplos testes feitos foram agrupados como conclusões. Os comerciais que menos efeito têm sobre a decisão de voto e a memória do que foi dito são os comerciais defensivos.

B.5. Os comerciais negativos criam um certo desconforto no expectador quando são vistos. Mas, depois disso, geram muito mais memória que os defensivos e têm muito maior efeito sobre o voto. Jamieson considera os comerciais defensivos fracos sobre o voto e a memória e os comerciais negativos regulares sobre voto e memória, mas de bem maior impacto que os defensivos.

B.6. Finalmente, os comerciais de contraste, de longe são os que produzem maior impacto sobre a memória e a decisão de voto.

* * *

IBOPE (04 a 07 – dezembro) MOSTRA DESAPROVAÇÃO RECORDE À DILMA E SEU GOVERNO!

1. Maneira de Dilma governar: Desaprovam 82% –Aprovam 14% / Entre os jovens de 16 a 24 anos: Desaprovam 90% –Aprovam 7%.

2. Funções Sociais: Saúde Desaprovam 85% –Aprovam 14% / Educação Desaprovam 76% –Aprovam 22% / Segurança Pública Desaprovam 85% –Aprovam 13% / Combate à fome e miséria Desaprovam 71% –Aprovam 22% / Meio Ambiente Desaprovam 74% –Aprovam 21%.

3. Funções Econômicas: Impostos Desaprovam 91% –Aprovam 7% / Taxa de Juros Desaprovam 91% –Aprovam 7% / Combate ao Desemprego Desaprovam 87% –Aprovam 12% / Combate à Inflação Desaprovam 85% –Aprovam 12%.

4. Imagem: Notícias nos Meios de Comunicação. Mais favoráveis à Dilma 9% / Nem favoráveis, nem desfavoráveis 11% –Mais desfavoráveis 75% / Segundo governo Dilma é: Melhor que o primeiro 2% – Igual ao primeiro 15% – Pior que o primeiro 81%.  / Que notícias você mais se lembra? Impeachment de Dilma 50% –Lava Jato 13% –Corrupção no governo 7%, etc.

* * *

MAPA CULTURAL DO BRASIL!

(Estado de SP, 15) 1. Só 10,4% dos 5.570 municípios brasileiros têm ao menos um cinema, 23,4% possuem teatro ou sala de espetáculos, 27,2%, museu, e 37% centro cultural. Os dados, de 2014, são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais, do IBGE, que, em seu suplemento de cultura, traça um panorama do setor no País. Apesar da baixa oferta desses equipamentos culturais, concentrados no Sudeste, Sul e Centro-Oeste e em cidades com mais de 500 mil habitantes, houve crescimento em todos os porcentuais na comparação com 2006, ano da primeira edição do levantamento.

2. O número de centros culturais foi o que mais subiu: 49,2%. A média de equipamentos é de 13,4 por município. Nas capitais, chegam a 32,4. O Distrito Federal é o campeão, com 35, seguido de municípios do Estado do Rio, com 21,5, São Paulo e Espírito Santo, ambos com 16,9. As bibliotecas públicas são os estabelecimentos prevalentes no Brasil: estão em 97,1% das cidades, o que significou acréscimo de 9% em relação a 2006.

3. Os números.  99,9% dos municípios brasileiros recebem o sinal de TV aberta, contra 95,2% em 2006/ 40,4% das cidades do Brasil dispõem de lojas de discos/ CDs, fitas e DVDs, um decréscimo de 32,4% em relação a 2006, quando a cifra era de 59,8% / 10,4% apenas dos municípios do Brasil têm sala de cinema, um crescimento de 19,5% em relação a 2006, quando era de 8,7%/ 27,4% é a cifra de cidades que dispõem de livrarias, uma queda em relação a 2006, quando a marca era de 30% (queda de 8,7%) / 37% dos municípios nacionais têm ao menos um centro cultural, número 49,2% maior que em 2006, quando a cifra era de 24,8% / 27,2% das cidades do Brasil dispõem de, no mínimo, um museu – em 2006, a marca era de 21,9%

15 de dezembro de 2015

PESQUISA SOBRE O QUADRO NACIONAL NA VISÃO DO CARIOCA!

Pesquisa GPP realizada entre 5 e 6 de dezembro com 800 entrevistas na Cidade do Rio de Janeiro.

1. O que você considera pior para o Brasil: Dilma presidente da República ou Eduardo Cunha presidente da Câmara de Deputados? Pior Dilma 49,1% / Pior Eduardo Cunha 34,3%.

2. 2.1. Você soube que foi aberto o processo de impeachment da presidente Dilma? Sim, soube 94,8%. Não, não soube 5,2%.

2.2. Você é a favor ou contra o impeachment da presidente Dilma? A favor 62,2% / Contra 30,9%.

3. 3.1. Qual é o principal CULPADO por tantos escândalos de corrupção que estão sendo apurados pela operação Lava-Jato da Polícia Federal (espontânea)? Não sabe, não respondeu 47,3% / A presidente Dilma 13,5% / PT 13,4% / Todos os Políticos 6,9% / Lula 5,7% / O eleitor 3,2% / Governo Federal 2,5% / Eduardo Cunha 2,1% / Petrobrás 1,3% / Cerveró 0,7% / etc. Dilma+PT+Lula+Governo Federal = 35,1%.

3.2. Quem é o principal RESPONSÁVEL pelas operações e investigações da Lava-Jato que estão colocando políticos e empresários na cadeia? Não sabe, não respondeu 62,7% / Policia Federal 13% / Juiz Moro 9,6% / Ministério Público 2,5% / Poder Judiciário-Juízes 1,9% / Dilma-Governo Federal 1,5% / Joaquim Barbosa 1,2% / STF 1,2% / Eduardo Cunha 1,1% / etc.

4. Avaliação dos seguintes políticos. Em Ordem decrescente. Ótimo+Bom (O+B) e Ruim+Péssimo (R+P) / Marina Silva O+B 24,3% e R+P 38% / Bolsonaro O+B 20,2% e R+P 44,3% / Lula O+B 16,6% e R+P 60.3% / Aécio Neves O+B 15,1% e R+P 54,3% / Sergio Cabral O+B 7,3% e R+P 68,8% / Governador Pezão O+B 7% e R+P 59,9% / Presidente Dilma O+B 6% e R+P 74,6%.

5. Hoje você acha que as Olimpíadas serem realizadas em 2016 no Rio, foi uma decisão positiva ou negativa? Positiva 41,9% / Negativa 51,9%.

* * *

CAEM AS VENDAS DE SMARTPHONES NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA!

(Cristina Frias – Folha de SP, 14) 1. As vendas de smartphones no Brasil caíram 15% no terceiro trimestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são da consultoria GfK e mostram que a América Latina é a região do globo com a maior perda de vendas de aparelhos.  Em unidades, o continente comercializou 5% a menos do que no ano passado. Em valor em dólares, o recuo foi maior, de 22,1%.

2. O desempenho é explicado pela fraca situação econômica do Brasil e da Argentina, segundo o relatório. Foram vendidos menos de 25 milhões de celulares na América Latina. No mundo inteiro, as vendas aumentaram em 7,4%, puxadas por Ásia e África. Na China, onde esse mercado voltou a crescer, foram quase 100 milhões de smartphones vendidos só no terceiro trimestre.

                                                    * * *

COALIZÃO DE 34 PAÍSES ISLÂMICOS PARA COMBATER O TERRORISMO!

(Agência EFE/Folha de SP, 15) 1. A Arábia Saudita anunciou uma coalizão militar de 34 países islâmicos para combater o terrorismo, que também conta com o apoio de outros dez, entre eles a Indonésia, e que terá seu centro de operações conjuntas em Riad, a capital da monarquia wahabita. Segundo informou na madrugada desta terça-feira (15) a agência saudita SPA, o objetivo da aliança islâmica é proteger seus integrantes “dos males de todos os grupos armados e organizações terroristas –seja qual for sua doutrina e título– que ampliaram os massacres e a corrupção no mundo e foram criadas para aterrorizar os inocentes”.

2. O propósito da coalizão é “unir esforços para combater o terrorismo” em todas as suas formas e manifestações e a eliminação de seus objetivos e suas causas, além de assegurar o direito dos Estados à legítima defesa. As operações militares para combater o terrorismo e para desenvolver os programas e mecanismos necessários para apoiar estes esforços serão coordenadas em Riad.

3. Além da Arábia Saudita, os países que participam da aliança são: Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Paquistão, Bahrein, Bangladesh, Benin, Turquia, Chade, Togo, Tunísia, Djibuti, Senegal, Sudão, Serra Leoa, Somália, Gabão, Guiné, Palestina, Comores, Qatar, Costa do Marfim, Kuwait, Líbano, Líbia, Maldivas, Mali, Malásia, Egito, Marrocos, Mauritânia, Níger, Nigéria e Iêmen. Outros dez países islâmicos expressaram seu apoio a essa aliança e tomarão as medidas necessárias a respeito, entre eles a Indonésia, segundo o comunicado.

14 de dezembro de 2015

PESQUISA DO GPP MOSTRA QUADRO POLÍTICO NO RIO!

1. O Instituto GPP realizou pesquisa entre os dias 5 e 6/12 na cidade do Rio de Janeiro.

2. O enquadramento eleitoral para prefeito 2016 procurou avaliar os nomes alternativos ao PMDB e a Romário, neste caso supondo que a preferência dele será por permanecer no Senado com a cobertura de imunidade para qualquer eventualidade. Incluiu-se o nome do ex-prefeito Cesar Maia (embora seja candidato a reeleição de vereador) para se testar a ocupação desse espaço eleitoral.

3. Num primeiro quadro, com 5 nomes, Crivella obteve 26,4% (na pesquisa anterior, em maio, obteve 18,9%). Freixo praticamente repetiu o seu número de maio (11,5%) e alcançou 11,3%. Cesar Maia, que em maio havia obtido 9,9%, agora ficou num patamar semelhante, com 11,1%. Jandira Feghali atingiu 4,8% e Molon 3,5% (em maio 2,4%). A força maior de Crivella está na Zona Oeste, onde sobe para um nível de 30%. Freixo cresce na área litorânea, mas, especialmente na região que vai do Centro, Tijuca, Santa Teresa, Vila Isabel, Grajaú, Andaraí…, com 22%. Jandira (7,7%) e Molon (5,8%) só na região Litorânea. Cesar Maia sobe na Zona Oeste para a faixa dos 15%. Crivella e Maia somam quase 50% das intenções de voto na Zona Oeste.

4. Em seguida, se oferece uma extensa lista de deputados, se exclui Cesar Maia e Jandira. Crivella amplia suas intenções de voto para 28,3%, Freixo cresce pouco para 11,6%, assim como Molon com 3,9%. Os demais nomes (Otávio Leite. Clarissa, Índio, Leonardo Picciani, Rodrigo Maia) oscilam entre 2% e 3%. Crivella, na Zona Oeste, passa para 35% e Freixo, sem Jandira, cresce na região litorânea para 15,2%, mantendo seus 22% do Centro em direção à Tijuca, etc.

5. 26,8% votariam em Eduardo Paes e 52,4% não votariam. Eduardo Paes só venceria “outro candidato qualquer” na região Meier-Madureira. A avaliação do prefeito Eduardo Paes lhe dá 26,8% de ótimo+bom, 32,2% de ruim+péssimo e 39,8% de regular. Esta avaliação é a mesma de maio de 2015 e semelhante a abril de 2014. A mudança de patamar ocorre desde as manifestações a meados de 2013, e entre 2014 e 2015 se estabilizaram neste patamar de agora. A avaliação positiva ultrapassa a negativa na regiões litorânea e Centro, Tijuca, etc. Na região Meier-Madureira há uma equilíbrio. A pior na faixa das favelas da Zona Norte.

6. Em seguida a pesquisa pergunta se votaria para prefeito do Rio num candidato: do PSDB -não 61,2%, sim 28,6% / do PMDB -não 63,6%, sim 25,8% / do PT não 78,9%, sim 16% / de Eduardo Paes não 59,1%, sim 33,7% / de Lula não 77,2%, sim 16,7% / de FHC não 76,4%, sim 14,9% / de Marina Silva não 54,2%, sim 36%.

7. Você votaria em Sérgio Cabral para prefeito do Rio? Não 82%, SIM 14,2% / Em respostas espontâneas 54,3% responderam corretamente sobre quais os problemas que envolvem no noticiário o secretário Pedro Paulo e candidato do prefeito. 38,3% não se lembram e 7,4% erraram. / Sobre quais os problemas que envolvem no noticiário o Senador Romário 43,7% responderam corretamente 54,2% não se lembram.

8. 33,5% tomaram conhecimento da série de matérias da TV Record sobre os governos do Rio, chamado Rio de Lama. 65,5% não tomaram conhecimento.

9. Qual desses é o problema mais grave do Rio? Saúde 54% / Segurança 23,7% / Corrupção 19,1%.

* * *

CLASSE MÉDIA NOS EUA DIMINUI E POLARIZA!

(Clovis Rossi – Folha de SP, 12) 1. Pesquisa que o Centro Pew divulgou na quinta-feira, 10, mostra que pela primeira vez há mais norte-americanos nos extremos (pobres ou ricos) do que na classe média: são 120,8 milhões de adultos em residências de classe média (50% do total, contra 61% 1971). Em lares de renda baixa e alta vivem, na soma, 121,3 milhões de adultos.  A pesquisa Pew mostra que a fatia que cabe à classe média no bolo da renda caiu de 62% em 1970 para 43% em 2014.

2. Uma outra pesquisa (NBC/”The Wall Street Journal”) mostra, por exemplo, que, em 1990, eram apenas 12% os republicanos que se diziam “muito conservadores”. Em 2015, a porcentagem mais que dobrara (para 28%).  Entre os democratas, deu-se o fenômeno inverso: os muito liberais (o máximo de esquerda que se permitem os americanos) passaram de 13% para 26%. É significativo que em conceitos políticos tenha se dado crescimento dos extremos tal como ocorreu com a renda.

* * *

INDICADOR DE CIMENTO MOSTRA CONSTRUÇÃO CIVIL DESPENCANDO 20% EM 2 ANOS!

(George Vidor – Globo, 14) 1. O consumo de cimento este ano vai encolher cerca de 10%. E no ano que vem provavelmente outros 10%. E a explicação é simples: há muitas obras terminando e poucas começando. A queda vertiginosa dos investimentos é o lado mais terrível da atual crise econômica, em razão da degradação das finanças públicas e das dificuldades em que o setor privado esbarra para levar adiante novos empreendimentos. Em novembro, a redução no consumo de cimento passou de 15%.

2. A construção civil foi um dos motores do crescimento da economia a partir de 2005, e acabou sendo uma das responsáveis pelo “apagão” de mão de obra que o Brasil enfrentou em 2012 e 2013. O consumo de cimento chegou a ultrapassar o patamar de 70 milhões de toneladas anuais. Manteve-se assim até 2014. Quando o calendário virou, entrou em trajetória de declínio acelerado e pode recuar para a casa de 60 milhões no fim de 2016. A indústria se preparou para a expansão do mercado e hoje tem capacidade para produzir cem milhões de toneladas.

11 de dezembro de 2015

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA PREFEITURA DO RIO ATÉ 31/10/2015! DÉFICIT CRESCE R$ 1,371 BILHÃO DE REAIS EM RELAÇÃO A 2014!

Comparação com execução de 2014 até outubro usando IPCA como deflator – Diário Oficial 30/11/2015, páginas 67, 66 e 65.

     A) RECEITAS!
        RECEITAS TRIBUTÁRIAS: R$ 8,011 bilhões.  Queda real de -3,1%.
     IPTU: R$ 1,864 bilhão de reais.  Queda real de -6,5%.
ISS: R$ 4,685 bilhões de reais. Queda real de -0,1%.
ITBI: R$ 526 milhões de reais.  Queda real de -18%.
     FPM: R$ 156 milhões de reais. Queda real de -14,9%.
ICMS: R$ 1.576 bilhão de reais. Queda real de -3,3%.
IPVA: R$ 518,9 milhões de reais.  Crescimento real de +0,8%.
     DÍVIDA ATIVA: R$ 337,1 milhões de reais. Crescimento real de +14,4%.
     ALIENAÇÃO DE BENS: R$ 21,3 milhões de reais.  Queda real de -77,5%.
     OPERAÇÕES DE CRÉDITO: R$ 1,448,3 bilhão de reais. Crescimento real de +24,7%.

     B) DESPESAS!
     PESSOAL E ENCARGOS: R$ 10,059 bilhões de reais. Crescimento real de +0,3%.
     SERVIÇO DA DÍVIDA: R$ 645 milhões de reais.  Queda real de. -24%.
     INVESTIMENTOS: R$ 3,243 bilhões de reais. Crescimento real de +60,3%.
     APOSENTADOS: R$ 2,336 bilhões de reais. Crescimento real de +2,6%.
PENSIONISTAS: R$ 429,2 milhões de reais. Crescimento real de +0,8%.

C) RESULTADO PRIMÁRIO: Déficit de (- R$ 850,9) milhões de reais. Em 2014 havia um superávit até outubro, em valores deflacionados, de +R$ 521 milhões de reais. Uma perda de resultado primário de R$ 1,371 bilhão de reais.

D) DÍVIDA CONSOLIDADA. Em 31/12/2014 eram R$ 13,687,1. Corrigindo pelo IPCA: R$ 15.046 bilhão de reais. Em 31/10/2015 eram R$ 16,692 milhões de reais. Portanto, um crescimento real de +10,9%.

* * *

PREFEITURA DE S. PAULO PREPARADA PARA UM FORTE FINAL DE GOVERNO!

1. A execução orçamentária da Prefeitura de S. Paulo, até outubro 2015, mostra uma significativa perda real de ICMS de 26,7%, ou R$ 1 bilhão de reais. Essa perda foi compensada pela redução real dos juros pagos da dívida, conforme a re-renegociação com o Governo Federal, de também 1 bilhão de reais. A amortização da dívida se manteve no mesmo nível real (deflator IPCA). As despesas de pessoal corrigidas pelo IPCA cresceram 5,5%, ou 737 milhões de reais.

2. A Prefeitura de S. Paulo não recorreu às operações de crédito que fecharam outubro em ínfimos 15 milhões de reais.

3. Os investimentos liquidados até outubro alcançaram R$ 2,4 bilhões de reais, uma redução real em relação ao mesmo período de 2014 de 611 milhões de reais. O total de investimento empenhado alcançou R$ 3,4 bilhões de reais, abrindo um espaço orçamentário de R$ 1 bilhão de reais. Em 2014 ocorreu a mesma coisa, mas ainda não havia espaço aberto com a redução dos juros.

4. A Prefeitura de S. Paulo apresenta robustez financeira, fechando a execução orçamentária até outubro com um Resultado Primário positivo de R$ 4,7 bilhões de reais, com as despesas liquidadas.  Quando se analisa o Resultado Primário pelas Despesas Empenhadas, o déficit seria de (-R$ 539 milhões de reais), R$ 300 milhões a menos que em 2014.

5. Combinando as operações de crédito ínfimas, com espaço orçamentário de R$ 1 bilhão de reais para investimentos, e com o superávit primário amplo, se pode concluir que a Prefeitura de S.Paulo tem gordura para gastar num ano eleitoral como o de 2016, com todos os problemas da economia nacional.  Se a expansão possível do gasto em 2016, se der através dos investimentos, estes terão que ser de prazo curto –e pulverizados- para que possam ser efetivamente realizados.

* * *

59 MILHÕES DE CONSUMIDORES IMPEDIDOS DE OBTER NOVOS CRÉDITOS POR ATRASOS!

(Editorial da Folha de SP, 08) 1. São preocupantes os dados mais recentes da Associação Nacional dos Birôs de Crédito, que congrega empresas do setor de crédito e financiamento. Segundo a entidade, havia, em outubro, 59 milhões de consumidores impedidos de obter novos créditos por não estarem em dia com suas obrigações. Trata-se de alta de 1,8 milhão em dois meses. O valor em atraso (de 30 a 60 dias) monta a R$ 255 bilhões e inclui dívidas variadas, de financiamentos a débitos com varejistas, passando por contas de luz, água etc.

2. Até há pouco, as empresas evitavam demitir, pois tendem a perder investimentos em treinamento e incorrer em custos trabalhistas. Dado o colapso da atividade econômica, porém, jogaram a toalha. A partir do segundo trimestre deste ano, o fechamento de postos formais de trabalho escalou para cerca de 170 mil ao mês, em média. Desde setembro do ano passado, o desemprego nacional subiu de 6,8% para 8,9%.  Tudo se passa como se deixasse de integrar o universo de pessoas elegíveis para crédito. Está fora do jogo da economia de mercado, por assim dizer.

Cesar Maia contra projeto que acaba com Centro Histórico do Rio

Com a oposição do prefeito, e por iniciativa de vereadores do Rio de Janeiro, foi apresentado o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 120/2015. A reação de urbanistas foi imediata. Esse PLC liquidaria a Apac da Cruz Vermelha, no Centro do Rio, pois aumentaria em 50% o gabarito na área da Avenida Henrique Valadares e Rua da Relação, e aumentaria em 500% a volumetria. E sem nenhuma precisão de pagamento de mais-valia pelo solo criado, estimado em R$ 1 bilhão de reais.

Com apoio do prefeito se tem conseguido obstruir a votação desde setembro. Mas agora o absurdo PLC volta à carga. As críticas relativas a tal aberração vieram de especialistas da Prefeitura do Rio com ampla experiência e do próprio gabinete do prefeito, que informou que era radicalmente contra a aprovação do PLC-120. Em setembro, o PLC obteve em horas, tempo recorde, parecer favorável de todas as comissões envolvidas. Na época, numa manobra de plenário, se tentou votar na frente dos vetos em pauta.

A resistência foi feita por outros vereadores por obstrução em plenário. Um mês depois, caiu de paraquedas no plenário da Câmara uma carta da Cruz Vermelha dizendo que tinha interesse na aprovação do PLC supostamente por razões ligadas às suas atividades de origem. Simultaneamente, o setor de comunicação da prefeitura enviou a vereadores uma lista de matérias publicadas pela imprensa em 2014 mostrando que a Cruz Vermelha do Rio estava sob suspeição e auditoria da Cruz Vermelha Internacional por desvios levantados. Por isso, não teria credibilidade para pedir voto para o PLC, especialmente por ir muito além da área que já controlou. Era muito estranha a tal carta.

E tudo ficou mais claro com a leitura em plenário da justificativa que acompanhou o PLC-120, apresentado por Vereadores 30 dias antes do “voo” da Cruz Vermelha local. Nada, rigorosamente nada, tinha a ver com qualquer coisa relacionada à Cruz Vermelha. Nada! Diz assim: “O Projeto de Lei Complementar em tela busca fomentar o desenvolvimento de toda zona de comércio e empresarial compreendida entre a Avenida Henrique Valadares e a Rua do Lavradio. É crescente a necessidade de infraestrutura que atenda à demanda tanto do turismo convencional quanto do turismo de negócios, bem como o incremento das zonas de comércio quando existe aumento também para diversas atividades econômicas relacionadas.” Recentemente, foi apresentada uma emenda ao PLC com apoio da maioria de todas as comissões, incluindo o uso misto — residencial além de comercial.

No dia 8 de setembro de 2015, o prefeito publicou o decreto 40.593, criando uma comissão especial para analisar quaisquer propostas e projetos de mudanças no Centro do Rio. O Centro é dividido em oito áreas. A área 6 é exatamente a Apac da Cruz Vermelha. Uma possibilidade de se dificultar o desastre urbano no Centro Histórico do Rio.

A partir desta semana, o PLC-120 estará nas pautas de votação da Câmara. Que as faculdades de Arquitetura e Urbanismo, que urbanistas, procuradores, defensores do patrimônio histórico, moradores e políticos, soltem bem a voz, pois ainda há tempo de obstruir e sepultar definitivamente este escárnio contra a história urbana do Rio, desintegrando a Apac da Cruz Vermelha.

10 de dezembro de 2015

UM CRIME CONTRA O CENTRO HISTÓRICO DO RIO!

(Cesar Maia – Globo, 09) 1. Com a oposição do prefeito, e por iniciativa de vereadores do Rio de Janeiro, foi apresentado o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 120/2015. A reação de urbanistas foi imediata. Esse PLC liquidaria a Apac da Cruz Vermelha, no Centro do Rio, pois aumentaria em 50% o gabarito na área da Avenida Henrique Valadares e Rua da Relação, e aumentaria em 500% a volumetria. E sem nenhuma precisão de pagamento de mais-valia pelo solo criado, estimado em R$ 1 bilhão de reais.

2. Com apoio do prefeito se tem conseguido obstruir a votação desde setembro. Mas agora o absurdo PLC volta à carga. As críticas relativas a tal aberração vieram de especialistas da Prefeitura do Rio com ampla experiência e do próprio gabinete do prefeito, que informou que era radicalmente contra a aprovação do PLC-120. Em setembro, o PLC obteve em horas, tempo recorde, parecer favorável de todas as comissões envolvidas. Na época, numa manobra de plenário, se tentou votar na frente dos vetos em pauta.

3. A resistência foi feita por outros vereadores por obstrução em plenário. Um mês depois, caiu de paraquedas no plenário da Câmara uma carta da Cruz Vermelha dizendo que tinha interesse na aprovação do PLC supostamente por razões ligadas às suas atividades de origem. Simultaneamente, o setor de comunicação da prefeitura enviou a vereadores uma lista de matérias publicadas pela imprensa em 2014 mostrando que a Cruz Vermelha do Rio estava sob suspeição e auditoria da Cruz Vermelha Internacional por desvios levantados. Por isso, não teria credibilidade para pedir voto para o PLC, especialmente por ir muito além da área que já controlou. Era muito estranha a tal carta.

4. E tudo ficou mais claro com a leitura em plenário da justificativa que acompanhou o PLC-120, apresentado por Vereadores 30 dias antes do “voo” da Cruz Vermelha local. Nada, rigorosamente nada, tinha a ver com qualquer coisa relacionada à Cruz Vermelha. Nada! Diz assim: “O Projeto de Lei Complementar em tela busca fomentar o desenvolvimento de toda zona de comércio e empresarial compreendida entre a Avenida Henrique Valadares e a Rua do Lavradio. É crescente a necessidade de infraestrutura que atenda à demanda tanto do turismo convencional quanto do turismo de negócios, bem como o incremento das zonas de comércio quando existe aumento também para diversas atividades econômicas relacionadas.” Recentemente, foi apresentada uma emenda ao PLC com apoio da maioria de todas as comissões, incluindo o uso misto — residencial além de comercial.

5. No dia 8 de setembro de 2015, o prefeito publicou o decreto 40.593, criando uma comissão especial para analisar quaisquer propostas e projetos de mudanças no Centro do Rio. O Centro é dividido em oito áreas. A área 6 é exatamente a Apac da Cruz Vermelha. Uma possibilidade de se dificultar o desastre urbano no Centro Histórico do Rio.

6. A partir desta semana, o PLC-120 estará nas pautas de votação da Câmara. Que as faculdades de Arquitetura e Urbanismo, que urbanistas, procuradores, defensores do patrimônio histórico, moradores e políticos, soltem bem a voz, pois ainda há tempo de obstruir e sepultar definitivamente este escárnio contra a história urbana do Rio, desintegrando a Apac da Cruz Vermelha.

* * *

“HOUSE OF CARDS”! BIOTECH: CAI A PRIMEIRA “OS” DA SAÚDE NA PREFEITURA DO RIO! DESVIO INICIAL DE R$ 43 MILHÕES DE REAIS! VEM MAIS POR AÍ!

1. Este Ex-Blog vem denunciando há 4 anos o descontrole em relação à entrega de hospitais e postos de saúde às OS pela prefeitura do Rio. O gasto com as OSs, em um ano, corresponde a quase todo o IPTU arrecadado em um ano. Não há controle do preço dos medicamentos. Desde o início do ano que o vereador Cesar Maia apresentou projeto de lei obrigando trimestralmente a prefeitura publicar no Diário Oficial uma tabela com os preços dos medicamentos praticados pela prefeitura e pelas OSs, e não consegue tramitar. Hoje está meio escondido nas gavetas. Esse é um caso. Virão outros. O caso da Biotech é um clássico em fraudes na saúde no setor público: as notas fiscais vão do fornecedor às unidades de saúde, são carimbadas e retornam à contabilidade dos fornecedores. E os medicamentos não saíram do lugar. Se fizerem delação premiada, cai o castelo de cartas envolvendo políticos e burocratas.

2. (Globo, 10) Sangria nos hospitais. Quadrilha desviou pelo menos R$ 48 milhões de duas unidades da rede municipal da prefeitura do Rio. Ontem, durante a operação, oito pessoas ligadas à Biotech Humana, Organização Social de Saúde, entre elas dirigentes, foram presas acusadas de ter desviado pelo menos R$ 48 milhões dos dois hospitais, administrados pela entidade. Foram descobertos desvios em contratos que somam R$ 151 milhões firmados pela Biotech com oito fornecedores de insumos e medicamentos.   De acordo com a apuração, as empresas fornecedoras faturaram do esquema faturaram contratos até 394% acima dos valores de mercado.  -A organização criminosa funcionava como uma nuvem de gafanhotos. Eles se aproximavam dizimavam e se deslocavam, afirmou o promotor Mateus Picanço Pinalti.

09 de dezembro de 2015

PROJETO IMOBILIÁRIO DO PORTO MARAVILHA, FRACASSANDO!

1. O coração do projeto Porto Maravilha, quando lançado em 2009, era a ocupação imobiliária com grandes e altos edifícios de escritórios. Para isso, foi criada uma empresa gestora, Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP).

2. Foram criados os Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPACs) que seriam vendidos através de lei da prefeitura do Rio, pela CDURP, autorizando aumento de gabarito das novas construções imobiliárias para 24 andares. O primeiro leilão foi vazio. Então a CEF foi autorizada a comprar todos eles pelo conselho do FGTS.

3. No Diário Oficial (DCM) do Município do Rio de Janeiro, de 2 de dezembro de 2015, a CDURP publicou seu relatório trimestral. Na página 8, apresenta o Balanço de Projetos Imobiliários na Região Portuária até 30 de setembro de 2015.

4. O primeiro quadro é a Evolução dos Certificados de Potencial de Adicional de Construção –  CEPACS. Estoque dos CEPACS: 6.436.722. Comprados no período anterior portanto desde 2009 até junho de 2015: 564.038 ou 8,76%.

5. No último trimestre, entre julho e setembro de 2015, foram consumidos apenas 1.668 CEPACs ou 0,03%. Consumo total de CEPACS até 30 de setembro: 565.706 ou apenas 8,79%. Novo estoque disponível 5.871.016 CEPACs ou 91,21% do total de CEPACs emitidos e, em seguida, comprados pelo FGTS.

6. O consumo de insignificantes 1.668 CEPACs durante todo o último trimestre foi um aumento de área em projeto anteriormente licenciado no Edifício Odebretch, na avenida Cidade de Lima 86, que na origem havia comprado 18.601 CEPACs para esse edifício comercial. E o relatório conclui: “Não houve Projetos Imobiliários (com ou sem consumo de CEPACs) na Região Portuária entre 1 de julho e 30 de setembro de 2015.”

7. Portanto, o projeto imobiliário do Porto Maravilha, depois de 6 anos, está sendo um enorme fracasso. Os CEPACs micaram. E o retorno que a CEF tem que dar ao FGTS -poupança compulsória-  dos trabalhadores não está ocorrendo.

* * *

ÍNDICE DE EMPREENDEDORISMO! AS DEZ PRIMEIRAS CIDADES BRASILEIRAS!

(Estado de SP, 04) 1. Índice elaborado pela Endeavor, instituição sem fins lucrativos que fomenta a livre iniciativa de alto impacto econômico em todo o mundo. Além de concentrar cerca de 60% do capital disponível para o financiamento de negócios em estágio inicial (o chamado venture capital), São Paulo reúne outros fatores que contribuem para a posição de liderança, como a infraestrutura logística privilegiada, pois está próxima do principal porto (Santos) e aeroporto (Guarulhos) do País.

2. O estudo da Endeavor leva em consideração sete pilares: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora. Neste ano, a Endeavor analisou a situação de 32 cidades brasileiras. As 10 primeiras posições da lista: 1. São Paulo 8,45 / 2. Florianópolis 8,36 / 3. Vitória 7,70 / 4. Recife 6,94 / 5. Campinas 6,83 / 6. São José dos Campos 6,74 / 7. Porto Alegre 6,60 / 8. Curitiba 6,54 / 9. Joinville 6,51 / 10. Rio de Janeiro 6,48.

FHC fala sobre Cesar Maia em seu livro “Diários”

Abril de 1996

1. Depois do almoço no Rio, vim para Brasília. Deu tempo de conversar com o Marcelo Alencar, que na verdade não quer ceder na questão relativa à composição com o PFL do Rio. Ele quer a composição, diz que o Cesar Maia está maluco – aliás o próprio Cesar diz que é maluco – mas o Marcelo quer que o candidato seja o Sérgio Cabral e não quer o Ronaldo Cezar Coelho nem o Arthur da Távola. Por que não quer? Acha que eles não têm chances, enquanto o Serginho Cabral teria. E Cesar Maia não aceita Sérgio Cabral.

2. Isso já me tinha sido dito pelo Jorge Bornhausen, quando esteve aqui e conversou comigo sobre a ida dele para Portugal, sobre a candidatura no Rio do Sérgio Cabral. Voltando ao Marcelo Alencar, não creio que dê pra espichar muito essa questão da sucessão. Ele vai apoiar Sérgio Cabral mesmo e acha que no fundo Cesar Maia, a Sandra Cavalcanti, todos, vão apoia-lo – todos contra Miro Teixeira.

3. Falei com Josa Nascimento Brito. No fundo Josa me disse que o JB está com Miro, mesma coisa O Globo. Eles são pelas reformas, o Miro é líder contras reformas, mas” Miro não sei o que é carioca… é amigo” e lá vai o Miro. Não sei se ganha mas vai dar trabalho. Eles dizem que isso afunda o Brizola, porque o Miro trai o Brizola. Belo elemento para apoiar Miro: trair seu patrono! Fantástico!

Junho de 1996

1. Estive com Dornelles e ele disse que Marcelo Alencar conduziu mal a questão da sucessão. E impôs o Sérgio Cabral. Disse que a campanha vai ser dura, que está conosco mas dificilmente atrairemos o Cesar Maia. A noite jantei com Ali Kamel e Moreno do O Globo, a Ana Tavares também. Conversa muito amena, o João Roberto Marinho mandou um abraço, mandou dizer que eles apoiam nos editoriais o candidato do PSDB, que vai ser o Sérgio Cabral, eles preferiam o Ronaldo, mas apoiarão o Cabral. Ele soube que eu estava preocupado com fato de eles darem muito espaço para o Miro Teixeira. Ali Kamel também pensa em votar no Cabral, não acha o melhor candidato, preferia Ronaldo ou Arthur da Távola.

Dezembro 1996

A tarde recebi o prefeito Cesar Maia, ele tinha criticado o governo pela imprensa, no dia anterior, mas comigo tudo foram rosas. Cesar é inteligente, disse que o governo ajudou bastante o Rio, que gosta muito do Jatene, do Paulo Renato, do Cutolo, enfim só rosas. Aproveitei para perguntar se ele poderia ceder o seu secretário de saúde para trabalhar com o novo Ministro da Saúde, que deseja aproveitar esse profissional.

08 de dezembro de 2015

A HISTÓRIA DOS CUSTOS DOS INVESTIMENTOS NA LINHA 4 DO METRÔ DO RIO!

(Auditor S) 1. A Linha 4 inicialmente custaria R$ 4 bilhões em obra civil, sendo R$ 1,2 bilhão o trecho em NATM entre a Barra da Tijuca (Jardim Oceânico), São Conrado e Gávea e R$ 2,8 bilhões o trecho entre Ipanema (Gal. Osório) até a Gávea, via Leblon, em shield. Isso foi o que noticiaram primeiro com alarde em todos os jornais. Depois a FGV após um estudo encomendado pelo Governo do Estado, apresentou para a mesma obra, um custo de R$ 5,6 bilhões, sem apresentar quanto custaria cada trecho.

2. Depois o próprio consórcio construtor RioBarra apresentou um outro custo só de obra civil, que seria R$ 7,5 bilhões para a mesma obra, sem detalhamento de quanto custaria cada trecho. E agora a soma já passa dos R$ 10 bilhões. Isso só em obra, sem contar o custo adicional de R$ 1 bilhão em infraestrutura de via permanente, energia, sinalização e material rodante (15 novos trens) que será bancado pela concessionária MetrôRio.

3. Prefeitura autorizou a venda dos terrenos do Metrô para o financiamento da Linha 4. Primeiro anunciaram que conseguiriam R$ 800 milhões. Depois R$ 1 bilhão. Depois R$ 700 milhões. Mas nunca foi divulgado quanto realmente foi arrecadada junto a iniciativa privada o valor total da venda desses terrenos.

4. O Governo do Estado conseguiu um empréstimo de 500 milhões de Euros, com adicional de mais 150 milhões de Euros, junto a AFD (Agencia Francesa de Desenvolvimento). O Governo do Estado depois conseguiu ainda outro empréstimo, de US$ 750 milhões junto ao Bank of America. Além dos empréstimos em Euros contraídos junto a AFD e em Dólar contraído junto ao Bank of America, o Governo do Estado ainda conseguiu um financiamento de R$ 4,3 bilhões junto ao BNDES.

5. No final de 2013, o governador ainda autorizou um outro empréstimo de mais R$ 3,5 bilhões junto ao BNDES, para assegurar a conclusão das obras. E agora no final de 2015, o atual governador ainda vai ao BNDES pedir mais R$ 1,2 bilhão junto ao mesmo BNDES, para a conclusão das obras da mesma Linha 4.  

6. Quanto custou e custará ao Governo do Estado a Linha 4? Quanto custará cada trecho, cada estação, conforme previsto no contrato de 1998 “por etapa de obra medida”?

* * *

“NOVA LEI DIMINUI VERBA PÚBLICA DE PUBLICIDADE A PARTIR DAS ELEIÇÕES DE 2016”!

(Meio & Mensagem, 04) A nova lei eleitoral brasileira, que irá vigorar pela primeira vez no ano que vem, diminui a verba de publicidade dos órgãos públicos em anos de eleições. Considerando, por exemplo, as prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro, o investimento da administração direta disponível para ações no primeiro semestre será cerca de 60% menor. Embora aprovada por boa parte do mercado, a mudança nas regras agrava a situação de agências que atendem governos e convivem com contingenciamento de orçamentos.

Como ficou: No 1º semestre do ano eleitoral é proibido realizar despesas com publicidade dos órgãos públicos que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito.

                                                    * * *

PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA!

A Desindustrização do Estado do Rio de Janeiro – 2013 – Globo (07).

São Paulo 39,6%
Minas Gerais 10,3%
Rio Grande do Sul 9%
Paraná 8,4%
Santa Catarina 7,3%
RIO DE JANEIRO 6%.

* * *

O PODER DO LEGISLATIVO NA VENEZUELA! OPOSIÇÃO JÁ ELEGEU 110 DEPUTADOS! FALTAM OS DOIS A SEREM INFORMADOS: AMAZONAS E DISTRITO DE ARAGUA!

(El País, 08) A maioria simples (absoluta no Brasil – 84 deputados de um total de 167) permite designar mesa da Câmara, que tomará posse 5 janeiro, designar os magistrados Tribunal Supremo e o Procurador Geral. Também poderia aprovar uma lei de anistia que permitiria libertar vários opositores presos.

Três quintos (a partir de 101 deputados). Pode aprovar leis habilitantes, transferir poder ao Poder Executivo e aprovar voto de censura ao vice-presidente e aos ministros, o que implicaria a destituição.

Dos terços (112). Permitiria designar ou remover as autoridades de outros poderes, como os magistrados do Supremo ou os Ministros do Conselho Nacional Eleitoral. Pode promulgar leis orgânicas, promover referendos, reformas constitucionais ou assembleias constituintes; e submeter tratados internacionais a referendo se vulneram a soberania nacional.

(Ex-Blog) Em dezembro, Maduro poderá legislar à vontade, aprovando, por exemplo, uma lei habilitante, transferindo poder para o presidente.

07 de dezembro de 2015

UM JANTAR EM HAVANA EM DEZEMBRO DE 2004!

1. Em dezembro de 2004, o prefeito do Rio, Cesar Maia, foi convidado para os eventos em torno dos 490 anos de Havana, fundada em 1514. O prefeito do Rio teve oportunidade de conversar com o vice-presidente da república, com o responsável do comitê central para a América Latina e com o coordenador da revitalização do centro histórico, também membro do comitê central.

2. O tema que mais preocupava o secretário para a América Latina era a política econômica do governo Lula, classificada por ele como neoliberal e inadmissível. No jantar com o comandante José Ramon Fernandes, Vice-Presidente, e o Embaixador do Brasil, Tilden Santiago, o tema foi a reunião em 2002 que Cuba realizou de análise da crise dos mísseis de 1962, 40 anos depois, dirigida por FIdel Castro e coordenada por duas universidades norte-americanas, com a presença dos personagens da crise, como McNamara. O prefeito Cesar Maia pediu e conseguiu um vídeo completo dessa reunião.

3. Dois dias depois, o Embaixador Tilden Santiago e sua esposa convidaram para jantar o prefeito Cesar Maia, seu secretário de governo, o vice-prefeito de São Paulo à época, Dr. Helio Bicudo, e um jovem secretário de relações internacionais da prefeitura de S. Paulo.

4. O Embaixador falou da pesquisa que estava fazendo sobre a participação de um padre na guerrilha de Sierra Maestra. O Embaixador, nos anos 60/70, quando padre, fez parte do movimento dos Padres Operários e serviu no Oriente Médio.

5. Naturalmente, a conversa passou à situação do Brasil e a política econômica do governo Lula e as críticas da esquerda sobre o seu caráter neoliberal. O prefeito Cesar Maia falou sobre a inevitabilidade daquelas medidas de continuidade do governo FHC, produto da crise anterior.

6. Foram interrompidos pelo Dr. Hélio Bicudo, que disse a todos que o problema do governo Lula e do PT não era a economia, mas a CORRUPÇÃO que se ampliava e generalizava.

7. O prefeito do Rio, constrangido, pediu licença para se retirar, pois era uma conversa pessoal entre Dr. Hélio Bicudo e o Embaixador Tilden Santiago. O Dr. Hélio Bicudo pediu que o prefeito permanecesse, pois não era segredo e o assunto era muito grave. E falou dos problemas em nível federal e municipal e o choque que teve da forma que se financiou a campanha eleitoral de 2004 em S. Paulo.

8. E esse foi o tema que acompanhou o jantar até o final, com cordialidade e sem estresse. Para surpresa do prefeito.

* * *

SUBSÍDIOS DADOS POR DILMA DOBRARAM E SÓ O AUMENTO DARIA PARA COBRIR O AJUSTE FISCAL!

(Estado de SP, 06) 1. O ‘Estado de SP’ teve acesso em primeira mão, a um estudo que quantifica o tamanho da conta. De 2011, ano em que Dilma assumiu, a 2015, os benefícios fiscais dobraram: passaram de R$ 209 bilhões para R$ 408 bilhões. No ano que vem, vão a R$ 419 bilhões. A maior parte desses benefícios, 75% do total, é constituída pelos gastos tributários: cortes de impostos e contribuições – renúncias de arrecadação – que levam à redução da receita da União.

2. Neste ano, em que o governo está no vermelho e ameaçou não pagar até as contas de água e luz, serão R$ 309 bilhões que não vão entrar no caixa. Para os autores do estudo, a crescente dispensa de grande volume de recursos desorganizou as finanças públicas e reduziu o poder de investimento do governo. “O excesso de benefícios abalou a geração de recursos do governo e ajudou a empurrar o País para o abismo da pior recessão do pós-guerra”, diz um dos autores do estudo, o economista do Ibre/FGV, e professor do Instituto Brasileiro de Direito Público. Afonso é referência no estudo do tema.

3. O levantamento atual, chamado “Benefícios Fiscais, tão requisitados tão desconhecidos” é um dos mais completos. Consolida valores no longo prazo, dando uma ideia mais precisa sobre em quanto aumentou a concessão de incentivos. É possível ver que os valores hoje são muito generosos para os padrões de outros tempos. Entre 1988, quando se promulgou a Constituição, e 2003, a soma dos benefícios concedidos anualmente, equivalia a 2% do PIB. Entre 2003 e 2010, no mandato de Lula da Silva, subiu para 4% ao ano. A partir de 2011, quando Dilma assume, a alta engrenou. As benesses passam a consumiu, em média, por ano, o equivalente a 6% do PIB. Em 2015, vão bater record :6,5%. Como o ministério da Fazenda conseguiu cortar alguns incentivos, o total cede para 6,2% do PIB em 2016. Se Lula e Dilma tivessem mantido os 2% do PIB, hoje o governo teria disponível cerca de 4% do PIB – perto de R$ 200 bilhões. “Em tese, dispensaria ajuste fiscal.”

* * *

OPOSIÇÃO VENCE ELEIÇÃO NA VENEZUELA: JÁ ELEGEU 60% DOS DEPUTADOS. FALTAM APURAR 13%! PSUV DE MADURO 27%!

(UOL, 07) A oposição conquistou a maioria da Assembleia Nacional da Venezuela na eleição parlamentar deste domingo, numa vitória arrasadora que reequilibra forças num país onde o governo chavista exerce poder hegemônico há 16 anos. O resultado foi anunciado à 0h30 (3h no horário de Brasília) pela presidente do órgão eleitoral (CNE), Tibisay Lucena. Com 96% dos votos apurados, ela afirmou que os candidatos opositores, agrupados na coalizão MUD (Mesa da Unidade Democrática), obtiveram ao menos 99 das 167 cadeiras do Parlamento unicameral –72 por voto nominal e 27 por lista. O PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) obteve 46 deputados. A participação foi de 74,25%, um número que superou com folga as projeções.

04 de dezembro de 2015

TRECHOS DOS DIÁRIOS DE FHC EM QUE TRATA DE CESAR MAIA!

Abril de 1996

1. Depois do almoço no Rio, vim para Brasília. Deu tempo de conversar com o Marcelo Alencar, que na verdade não quer ceder na questão relativa à composição com o PFL do Rio. Ele quer a composição, diz que o Cesar Maia está maluco – aliás o próprio Cesar diz que é maluco – mas o Marcelo quer que o candidato seja o Sérgio Cabral e não quer o Ronaldo Cezar Coelho nem o Arthur da Távola. Por que não quer? Acha que eles não têm chances, enquanto o Serginho Cabral teria. E Cesar Maia não aceita Sérgio Cabral.

2. Isso já me tinha sido dito pelo Jorge Bornhausen, quando esteve aqui e conversou comigo sobre a ida dele para Portugal, sobre a candidatura no Rio do Sérgio Cabral. Voltando ao Marcelo Alencar, não creio que dê pra espichar muito essa questão da sucessão. Ele vai apoiar Sérgio Cabral mesmo e acha que no fundo Cesar Maia, a Sandra Cavalcanti, todos, vão apoia-lo – todos contra Miro Teixeira.

3. Falei com Josa Nascimento Brito. No fundo Josa me disse que o JB está com Miro, mesma coisa O Globo. Eles são pelas reformas, o Miro é líder contras reformas, mas” Miro não sei o que é carioca… é amigo” e lá vai o Miro. Não sei se ganha mas vai dar trabalho. Eles dizem que isso afunda o Brizola, porque o Miro trai o Brizola. Belo elemento para apoiar Miro: trair seu patrono! Fantástico!

Junho de 1996

1. Estive com Dornelles e ele disse que Marcelo Alencar conduziu mal a questão da sucessão. E impôs o Sérgio Cabral. Disse que a campanha vai ser dura, que está conosco mas dificilmente atrairemos o Cesar Maia. A noite jantei com Ali Kamel e Moreno do O Globo, a Ana Tavares também. Conversa muito amena, o João Roberto Marinho mandou um abraço, mandou dizer que eles apoiam nos editoriais o candidato do PSDB, que vai ser o Sérgio Cabral, eles preferiam o Ronaldo, mas apoiarão o Cabral. Ele soube que eu estava preocupado com fato de eles darem muito espaço para o Miro Teixeira. Ali Kamel também pensa em votar no Cabral, não acha o melhor candidato, preferia Ronaldo ou Arthur da Távola.

Dezembro 1996

A tarde recebi o prefeito Cesar Maia, ele tinha criticado o governo pela imprensa, no dia anterior, mas comigo tudo foram rosas. Cesar é inteligente, disse que o governo ajudou bastante o Rio, que gosta muito do Jatene, do Paulo Renato, do Cutolo, enfim só rosas. Aproveitei para perguntar se ele poderia ceder o seu secretário de saúde para trabalhar com o novo Ministro da Saúde, que deseja aproveitar esse profissional.

* * *

AGORA O DESRESPEITO É COM OS FALECIDOS BUSCANDO VAGAS EM CEMITÉRIOS MUNICIPAIS PRIVATIZADOS!

(PCH) O que está acontecendo nos cemitérios do Rio?  A mulher do meu tio faleceu e hoje seria enterrada, aconteceu tanta coisa que absurda que não dá nem para acreditar. Primeiro, pois a maioria da família mora em Jacarepaguá, ela seria enterrada no Pechincha, aí um tal de SINAF para quem o prefeito atual arrendou os cemitérios disse que não teria vaga. Aí seria no Caju, depois na Ilha, e por fim em Irajá.

Marcado o enterro para 16:30, de repente esse Sinaf disse que não daria mais tempo e seria para o dia seguinte. Por indignação da família o enterro aconteceu às 18:00. Um desrespeito total às pessoas já abatidas emocionalmente pela perda do ente querido. A pergunta que eu gostaria de fazer o que está acontecendo, minha família é proprietária de uma vaga no cemitério de Irajá, comprada há muitos anos pelo meu avô, nós teremos que pagar a Rio Pax um “IPTU” desse carneiro?

* * *

O CAMINHO DO ZIKA VÍRUS DA ÁFRICA ATÉ A AMÉRICA!

(Estado de SP, 04) 1. O zika vírus passou por adaptações genéticas que o tornaram cada vez mais eficiente para infectar humanos, de acordo com um novo estudo realizado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Pasteur de Dacar (Senegal).Em seu longo caminho entre a África e a América– cruzando a Ásia e o Oceano Pacífico –, o vírus adquiriu características genéticas que aumentaram sua capacidade de se replicar nas células humanas, de acordo com um dos autores do estudo, Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

2. Segundo Zanotto, a linhagem africana do vírus, identificada em meados do século 20, infectava principalmente macacos e mosquitos, causando pouquíssimos problemas para humanos. Mas, em sua jornada até o Pacífico, ele passou a “imitar” os genes que o corpo humano mais expressa, a fim de produzir em grande quantidade proteínas que esses genes codificam. Com esse processo, apelidado pelos cientistas de “humanização do vírus”, a infecção ficou mais eficiente

* * *

SISTEMA PRISIONAL DE S. PAULO: 40 MORTES POR MÊS!

(Blog Drive – Fernando Rodrigues, 03) Sistema prisional paulista. O número é horroroso: 40 mortes, em média, são registradas por mês nos presídios do Estado de São Paulo. De janeiro de 2014 a junho de 2015 foram 721 casos. O levantamento é inédito e foi feito pela Fiquem Sabendo com base nos dados fornecidos pela Secretaria de Administração Penitenciária via Lei de Acesso à Informação. Em junho havia 224.965 detentos em São Paulo. O equivalente a um terço da população carcerária do país. Até dezembro de 2013 o governo paulista não contabilizava esses dados. Mas informa que as mortes caíram no primeiro semestre de 2015, mesmo com o aumento no número de presos. Foram 239 óbitos de janeiro a junho em sua “grande maioria mortes naturais”.

Cesar Maia analisa as consequências dos pedidos de impeachment da presidente Dilma

1. Um momento que o Brasil nunca viveu antes: os presidentes do poder executivo e do poder legislativo estão sob processos de impeachment. A fragilização dos dois poderes tira de ambos poder de decisão e autoridade.

2. O impeachment da presidente foi apresentado por dois juristas renomados. A assessoria técnica-jurídica da Presidência da Câmara de Deputados entendeu que o pedido de impeachment tem base legal.

3. A tramitação do processo de impeachment, antes da votação final autorizando, passa por uma grande comissão especial, abertura de prazos para a defesa da presidente, retorna à comissão especial que analisa e debate, até que opina e encaminha ao plenário, que obedecerá novos prazos de contraditório, até ser colocada em votação.

4. Esse processo nunca ocorrerá em prazo inferior a seis meses, devendo a conclusão ocorrer no entorno da metade de 2016. Durante todo esse processo prevalecerá a incerteza com os desdobramentos políticos, econômicos e sociais relativos.

5. O processo político será estressado em nível parlamentar e especialmente nas ruas. A mobilização nas ruas estimulada pelas redes por um lado e por associações e sindicatos por outro e, claro, por militantes partidários, naturalmente tenderá à radicalização.

6. Haverá um amplo desdobramento internacional dividindo ainda mais a América Latina e afundando a credibilidade presidencial e parlamentar brasileira.

7. Se as previsões para 2016 eram muito ruins, certamente haverá um deságio sobre elas, tornando-as mais graves. A imprevisibilidade e os riscos indicarão que o fundo do poço pode ter qualquer profundidade.

8. Não haverá como projetar cenários. O quadro geral será de um clima de salve-se quem puder.