31 de março de 2016

O NOVO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES!

1. A hipótese do impeachment de Dilma é cada dia mais concreta. A crise econômica profunda se mostra em todas as latitudes com a queda do PIB que passa a ser depressão, taxa de desemprego recorde, quebra de milhares de empresas, taxas de juros extravagantes, perda do grau de investimento por todas as agências de risco, a indústria definhando, inflação roçando os dois dígitos, Estados quebrados…

2. É natural que os debates, as análises, as colunas, as entrevistas, e o noticiário se concentrem na questão econômica. E especulem sobre medidas a serem adotadas pelo novo governo e nomes para o Ministério da Fazenda e Banco Central. Claro que tudo isso é muito importante.

3. Mas há um elemento consensual que precisa ser devidamente equacionado: a taxa de confiança, a credibilidade no novo governo. Afirma-se que só a saída de Dilma e sua substituição por Temer vai gerar uma reversão de expectativas. No prazo imediato é verdade. Os mais experientes sugerem que o novo presidente se afaste da ilusão de um plano de governo. O fundamental é aprovar de imediato 2 ou 3 medidas de forte impacto que sinalizem a nova dinâmica fiscal e econômica.

4. Mas a questão de fundo da taxa de confiança não estará resolvida, pois nem o presidente, nem o nome do ministro da fazenda são suficientes, embora necessários. O presidente terá uma semana para ir ao Congresso e propor duas ou três medidas. Um bom início.

5. Mas o ponto chave da taxa de confiança no caso brasileiro é a expectativa de governos, e investidores externos sobre a sustentabilidade do que disser o governo. A desintegração mais profunda da credibilidade do atual governo se deu no setor externo. O desmanche da imagem do Brasil ocorreu com velocidade surpreendente, estimulado pela coreografia externa do governo se abraçando com os populismos mais coloridos bolivarianos, africanos e no médio oriente.

6. A prioridade maior no momento do impedimento de Dilma é a escolha do Novo Ministro das Relações Exteriores. Esse deve ter um currículo carregado de conhecimento e experiência na diplomacia presidencial, geopolítica internacional, na diplomacia econômica…

7. Desde a América do Sul, desentravando o Mercosul na direção da União Europeia, afirmando uma coordenação com a Aliança do Pacífico, estabelecendo um diálogo sério e prático com os EUA, reinserindo-se na ONU como uma potência ocidental e cristã, que é, voltando a ter uma voz de prudência nos conflitos de média intensidade, sem tergiversar sobre o terrorismo, afirmando a segurança jurídica internacional…

8. O Novo Ministro das Relações Exteriores, tendo esta dimensão, alavanca a confiança no novo governo, constrói imediatamente as pontes necessárias para integrar o país, rompendo o isolamento e a desconfiança, política, diplomática, econômica… O Novo Ministro das Relações Exteriores tem uma enorme vantagem operacional: conta com uma máquina diplomática de enorme eficiência, tradição e respeitabilidade, garantidora imediata da nova política externa a ser executada.    

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MAIS UM VEXAME PARA A IMAGEM EXTERNA DO BRASIL!

(Ex-Embaixador Roberto Abdenur – Globo, 30) 1.Passou algo despercebido, nos últimos dias, o sentido mais amplo de insólita iniciativa tomada pela presidente da República. Refiro-me à convocação do Corpo Diplomático em Brasília para assistir ao evento denominado “Encontro com Juristas pela Legalidade da Democracia”. Na ocasião, a presidente expôs sua visão dos presentes acontecimentos e alinhavou argumentos contra o que considera ser um “golpe” e séria “ameaça à democracia”, capaz de “deixar profundas cicatrizes na vida política brasileira”. Compareceram ao evento, ao que consta, cerca de três dezenas de embaixadores e encarregados de negócios.

2. Embora em outro nível hierárquico — e certamente agindo à revelia do próprio governo —, dias antes um diplomata tomara a iniciativa de enviar aos postos no exterior reiteradas instruções no sentido de que fizessem ampla divulgação, junto à sociedade civil local, de denúncias sobre a “tentativa de golpe” que supostamente estaria a ocorrer no Brasil. Esse anedótico episódio não mereceria menção se não fosse sintomático do afã do governo e seus simpatizantes em projetar para fora do país a visão conspiratória que armou em sua defesa contra o impeachment.

3. Ambas as iniciativas vieram evidenciar como a linha de defesa contra o impeachment adotada pela presidente e pelas forças políticas que a apoiam extrapola significativamente os limites do cabível no que diz respeito à preservação da imagem do país aos olhos da comunidade internacional, acarretando prejuízos para nossos interesses tanto em questões de política externa quanto nos campos econômico e financeiro. E isto no momento em que o processo de devastação de nossa economia ora em curso, ao impacto dos erros cometidos pelo governo, já abala fortemente a credibilidade do país.

30 de março de 2016

O QUE NOS ESPERA PÓS-2018? PÓS-“REVOLUÇÃO”?

1. A probabilidade que os atuais líderes políticos nacionais sobrevivam em 2018 é muito pequena, mesmo aqueles que não tenham sido envolvidos nas investigações, nas delações premiadas e no noticiário. Quase todos os dias a imprensa faz memória da operação Mãos Limpas na Itália e lembra que os grandes partidos foram varridos, assim como todas as principais lideranças.

2. É quase impossível pensar que os líderes políticos atuais entendam o risco e desde já comecem a preparar a renovação nas eleições de 2018. Na Itália houve esse descuido, vieram novos partidos e o país viveu um longo ciclo de 13 anos de populismo liderado por Berlusconi, encerrado com sua recente condenação.

3. As “revoluções” democratizadoras em Portugal, Espanha e Grécia mudaram completamente o quadro partidário dominante nesses países. Mas nesses casos, essas “revoluções” trouxeram em seu bojo a renovação das lideranças políticas e dos partidos, naturalmente.

4. A Operação Lava-Jato cumpre brilhantemente a sua missão constitucional. Não há resistência possível, pois 90% das pessoas querem ver as investigações culminarem com a punição dos responsáveis, como já vem acontecendo. Mas há os riscos de retardamento e confusão. Quem está dirigindo esse jogo é o PT, Lula e o governo Dilma, reforçados agora com o novo Ministro da Justiça. A intimidade com algumas empresas e políticos investigados pode estimular esse processo.

5. A palavra de ordem “não vai ter golpe” aponta nesta direção. A pressão para que o PSDB seja colocado sob suspeita, idem. O desarquivamento do PROER –parte integrante e fundamental do Plano Real- da mesma forma. Como dizem certos líderes do PT: se é para nos afogar vamos afundar juntos.

6. Estranho o diretor da Odebrecht (íntimo de Lula) Benedito Junior guardar essas planilhas em uma sala comercial sua ao alcance da Polícia Federal 7 meses após a prisão de seu presidente Marcelo Odebrecht e 4 meses após o jornalista Lauro Jardim informar que ele seria o próximo alvo. O Juiz Moro se deu conta disso: as planilhas com nomes de 300 políticos que deveria servir para investigações separando o joio do trigo, caíram facilmente nas mãos da imprensa que não tinha como não noticiar, produzindo especulações.

7. A respeito, diz o Juiz Moro em seu despacho: “…é provável a remessa ao STF. É prematura qualquer conclusão quanto à natureza deles, se ilícitos ou não, já que não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, através do qual eram realizados os pagamentos sub-reptícios (de propina, por exemplo aos agentes da Petrobrás), o referido Grupo Odebrecht realizou notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos. Assim os pagamentos retratados nas planilhas do executivo Benedicto Barbosa podem retratar doações eleitorais lícitas ou mesmo pagamentos que não tenham sido realizados. O ideal seria antes aprofundar as apurações para remeter os processos apenas os indícios mais concretos de que esses pagamentos seriam também ilícitos.”

8. Em depoimento à Polícia Federal no último dia 24 de fevereiro, o presidente da Odebrecht Infraestrutura explicou que as doações da empreiteira nunca eram destinadas a políticos, mas sempre para os partidos “de modo a evitar pressões e constrangimentos de candidatos”.

9. A quem interessar pode, misturar, neste momento, fatos que nada tem a ver com a operação Lava-Jato com os relativos a ela e misturar nela –açodadamente- alhos com bugalhos. Isso só interessa a Lula, Dilma e ao PT. Imaginam que assim vão criar um enxame de gafanhotos e eles poderiam escapar. Ilusão treda. Bem, e também a Odebrecht às vésperas de seu desmonte, aliás já iniciado.

10. A pressa e o atabalhoamento deles (PT, Lula e Dilma) denunciaram a tática da confusão e dessa forma a Operação Lava-Jato poderá se precaver –como já o fez- e seguir em frente chegando a seus fins.

29 de março de 2016

UM GABINETE SUPERIOR DE CRISE PARA GARANTIR A OLIMPÍADA-2016!

1. Os fatos e dados relacionados com empresas e governos que têm responsabilidade fundamental nos Jogos Olímpicos se avolumam. O governo federal está imobilizado. A presidente Dilma tirou de sua agenda o acompanhamento do processo pré-olímpico. Só pensa no impeachment.

2. O governo do Estado do Rio de Janeiro está quebrado, sem dinheiro para pagar os servidores, e seu governador imobilizado pela enfermidade. Sem sua assinatura, seu substituto e secretários retardarão os processos de gasto, aguardando pelo menos esses 30 dias de licença. Os bancos federais, que fariam os empréstimos para as obras do Metrô e para o pagamento de pessoal, suspenderam suas decisões, por enquanto.

3. A Prefeitura do Rio já não tem flexibilidade financeira e a situação de sua previdência é prova disso. Tanto a Prefeitura quanto o governo do Estado têm completa dependência das transferências federais para dar curso as obras olímpicas incluindo os legados. A boa vontade de Dilma vai ser esvaziada com o rompimento do PMDB-RJ com o seu governo. O mais íntimo interlocutor –o governador- está sem mobilidade. O impeachment em sua primeira fase termina no final de abril. E se Dilma não renunciar, serão mais de 3 a 6 meses. Se o Senado aceitar a denúncia, a presidente Dilma será afastada durante o julgamento. Quem vai usar a caneta?

4. A crise financeira retirou –segundo o secretário da pasta- R$ 2 bilhões de reais da segurança pública e a isso o secretário atribui o recrudescimento da violência na cidade. Alega que reduziu o efetivo policial nas ruas, pois não pode pagar a gratificação de horas adicionais. A crise da Zika apavora delegações. Os atletas terão que ficar isolados na Vila Olímpica, chegar, treinar, jogar e voltar. Se vierem. O fato que no inverno do Rio a incidência de dengue reduz bastante não ajuda, pois não há como convencer as delegações em cima dos Jogos.

5. As principais –e fundamentais- empreiteiras responsáveis pelas obras do Parque Olímpico, pelo Metrô, pelo Porto Maravilha, pelas Transolímpica e Transbrasil…, vivem constrangimentos, restrições financeiras e administrativas e, no mínimo, não poderão adiantar recursos para evitar atraso nas obras. O 1 bilhão de reais que falta para concluir as obras do Metrô está em suspenso. A Prefeitura do Rio diz que não pode mais adiantar recursos para obras aguardando o repasse federal, pois ficaria inadimplente

6. Já há a certeza que o Metrô só poderá ser entregue muito parcialmente, sem poder movimentar nem 20% de sua capacidade. Isso na melhor hipótese. O controlador do Metrô é a OAS e o gestor das obras é a Odebrecht. A operação Lava-Jato passou a investigar recursos repassados para o Porto Maravilha (CEF) e para o Metrô do Rio.

7. É uma situação extremamente delicada. Isso exige que o governo federal crie imediatamente um pequeno gabinete superior de crise, de altíssimo nível, com autonomia de decisão, que abra um crédito generoso para ser usado em caso de necessidade, para dar garantia ao COI, ao COB, as Federações Internacionais, aos patrocinadores, as empresas responsáveis pelas obras, etc., que o cronograma –hoje com algum atraso- será recuperado e cumprido rigorosamente.

8. Estamos a pouco mais de 4 meses dos Jogos Olímpicos-2016. O Rio não merece nenhum vexame.

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COMERCIAIS DEMOCRATAS RJ QUE FORAM AO AR ONTEM À NOITE!

Assista. 1, 2, 3, 4 e 5.

28 de março de 2016

CADA VEZ MAIS CONFUSO O PANORAMA DA ELEIÇÃO PARA PREFEITO DO RIO! COMEÇA TUDO DE NOVO!

1. Umas semanas atrás, quem pensava que o grid de largada da eleição para prefeito do Rio estava formado, se enganou redondamente. O apoio de Romário ao PMDB foi desfeito e ele saiu da secretaria municipal de esportes. Romário perdeu o controle da executiva do PSB. Noticiou-se que apoiaria Crivella, que entraria para o PSB. Ele diz que repensa ser candidato. Será que abre mão da imunidade parlamentar no caso de sucesso?

2. Agora, nos últimos dias antes do prazo de filiação, a hipótese de Crivella se filiar ao PSB está quase eliminada. Sairia candidato pelo mesmo PRB e buscaria apoio –e tempo de TV- de outros partidos, até do PSB. A certeza da candidatura do PMDB apoiada pelo prefeito já não tem o vigor de antes.

3. Cardeais do PMDB, instituto de pesquisa e marqueteiro de plantão, passaram a achar que não dá mais tempo para reverter o desgaste, pois as atenções até –pelo menos julho- estarão concentradas no processo de impeachment. O apoio do PMDB do Rio à Dilma terminou. Seu presidente informou que dos 12 delegados à reunião do Diretório nessa terça-feira, pelo menos 9 votarão pelo desembarque do PMDB do apoio à Dilma. E era o PMDB do Rio quem mais Dilma contava para dividir o PMDB e impedir o impeachment. O governador, o mais próximo a Dilma, perdeu mobilidade por sua doença.

4. O presidente do PT do Rio avisou que se é assim, o PT não dará mais seu tempo de TV ao candidato a prefeito do PMDB. Não é tão simples. O prefeito abriu uma vaga a deputado do PT para Lula contar em Brasília com Wadih Damous, ex-presidente da OAB, para dar a batalha jurídica. Se sai o PT da prefeitura, Lula perde seu “jurista” no parlamento. E não fica nisso. O PT, através do vice-prefeito, teria que entregar todos os inúmeros cargos e ongs de ampla capilaridade eleitoral da secretaria de desenvolvimento social. Desespero para os seus candidatos a vereador. E a alternativa seria o PT apoiar Jandira Feghali.

5. A hipótese extrema do presidente da ALERJ assumir o governo do Estado impediria a candidatura de seu filho a vice-prefeito pelo PMDB. Voltou-se a falar em Brasília num freio de arrumação nas candidaturas –já colocadas- a prefeito de oposição à Dilma, buscando-se um nome de aglutinação do PMDB, PSDB, PSD e SD. É possível?

6. Deputado Freixo, candidato do PSOL, exagerou no tom de apoio à Dilma e condenação do impeachment. Atacou até o judiciário, igualando-o em questões éticas ao legislativo e ao executivo. Qual será o prejuízo eleitoral dele? O prefeito de Niterói saiu do PT, pois suas pesquisas mostram que sua reeleição seria inviabilizada com a marca do PT. A pré-campanha de Freixo caminhava na planície. Mas o apoio nas ruas do Rio, nas redes sociais, nas escolas e faculdades e na sociedade ao impeachment de Dilma cria um vetor de forte comunicação contra ele. Passou a ser alvo.

7. A Rede, liderada por Marina Silva, a mais popular no Rio, apresentou seu candidato a prefeito, o deputado Molon. Fraco em pesquisas, contava com o embalo de Marina para a campanha. Mas a Rede resolveu subir em cima do muro: é a favor de novas eleições mas é contra o impeachment. Supondo ser favorita, foi para o “ou ela ou nada”. Sua bancada de dois deputados federais no Rio está dividida: Miro Teixeira disse que vota a favor do processo de impeachment a partir da Câmara de Deputados e Molon diz que vota contra o impeachment. Molon cria um vetor de comunicação negativa contra ele.

8. Bem, recolham as cartas, embaralhem e recomecem o jogo do zero.

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O ÚLTIMO TELEFONEMA DE LULA!

(Estado de S. Paulo, 26) 1. O ex-presidente Lula comparou-se ao general Giap, comandante do Exército do Povo do Vietnã. “É o seguinte, meu filho, eu tô com a seguinte tese: é guerra, é guerra, e quem tiver artilharia mais forte, ganha”, declara Lula, em conversa por telefone com o senador Lindbergh Faria (PT-RJ), monitorada com autorização da Justiça Federal, do Paraná. No telefonema, o parlamentar responde ser aliado nessa batalha. “Presidente, estamos nessa guerra também, não tenho nada a perder.”

2. “Napoleão Vermelho”. Nos telefonemas, Lula faz referência ao estrategista de guerra vietnamita: “Você pode me chamar até de general Giap. Nós já derrotamos os americanos, os chineses, os franceses e estamos para derrotar a Globo agora”. O ex-presidente e sua defesa têm criticado meios de comunicação, em especial a Rede Globo. Giap ficou conhecido como Napoleão Vermelho, situado abaixo, apenas, do ex-presidente Ho Chi Minh – o pai da independência vietnamita. Os dois se conheceram durante o exílio no sudeste da China. No Vietnã, recrutaram guerrilheiros para a insurgência vietcongue. Giap trabalhou como jornalista, antes de entrar para o Partido Comunista Indochinês. “Vamos levar essa luta”, responde o senador petista – também alvo de investigação da Lava Jato e com o nome citado por delatores.

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O RISCO-ESTADO SEGUNDO O MINISTÉRIO DA FAZENDA: MINAS GERAIS O PIOR DE TODOS!

(Folha de S. Paulo, 28) 1. Nenhum dos Estados do país está em situação fiscal “muito forte”, de acordo com um ranking de contas públicas criado pelo Ministério da Fazenda. Desde 2012, o governo federal analisa os dados fiscais para fazer uma espécie de classificação de risco de cada governo. Em 2015, governo algum conseguiu se aproximar das notas máximas. Em um índice que vai de A+ até D-, o melhor colocado foi o governo do Pará, com conceito B+.

2. O objetivo da nota é avaliar a viabilidade da concessão de novos empréstimos, que precisam ter aval do governo federal. Quem recebe conceitos A ou B é classificado em uma situação de risco “quase nulo” ou pequeno. O Estado que ganha o conceito C depende do aval do secretário do Tesouro para obter dinheiro emprestado.

3. O histórico desse ranking escancara a deterioração das contas dos Estados. Em 2009, de acordo com os cálculos do Ipea, oito Estados receberam notas A. Em 2013, dois ainda se mantinham no patamar mais elevado. No ranking de 2015, que levou em conta dados do período entre 2012 e 2014, 13 governos estaduais tiveram notas C ou D.   

4. Estado mais rico do país, São Paulo ficou com o conceito C-, que significa “situação fiscal muito fraca”. A lanterna da lista é de Minas. Segundo os pesquisadores, Tocantins e Roraima não tinham informações disponíveis.

5. Gráfico georreferenciando a situação de cada Estado.

23 de março de 2016

INVISIBILDADE DAS REDES SOCIAIS E DAS MANIFESTAÇÕES –DE RUA E VIRTUAIS- PRÓ-IMPEACHMENT! A VOLTA DA PEC-37 POR LULA, DILMA E PT!

1. Como este Ex-Blog já comentou, a ausência de partidos e líderes puxadores das manifestações cria um desconforto político para o PT, CUT, Lula e Dilma. Numa política de personalidades, é simples escolher o alvo. Mas as Redes Sociais, nas ruas, não têm personalidades, não têm líderes, são horizontais e desverticalizadas, não têm partidos.

2. Então, PT, Lula, CUT, Dilma fizeram ajustes. Passaram a chamar as manifestações de fascistas. Fascistas, sem líder e sem organização política? Bastava olharem para os anos 20 e 30 e para os populismos de direita e veriam que a categoria usada é absurda. Já tentaram isso em 2013, inclusive com artigos escritos por professores e politólogos. Caiu no vazio. O Ex-Blog, na época (2013), focalizou esses artigos e demonstrou que as manifestações poderiam ser o que quisessem, menos fascistas.

3. Na crise de 1954 e 1963 e mesmo nas de 1989 e 1992, os alvos recíprocos eram fáceis de nominar: Getúlio, Jango, Lacerda, Comunistas, Imperialismo norte-americano, Sarney, Collor, UDN, PTB, PCB… Os tiros vinham com os endereços abertos com nome e sobrenome.

4. No caderno Aliás, do Estado de S. Paulo de domingo, o brasilianista britânico Anthony Pereira, diretor do King’s Brazil Institute do Kings College of London, analisou essa fixação da política brasileira nos líderes. “Vejo um investimento muito forte na figura do líder, do presidente – e isso para o bem ou para o mal. Em uma democracia, elevar ou negar o líder é perigoso. Em um artigo de Joshua Rothman para a revista The New Yorker, o autor cita um livro de Elizabeth Samet que menciona uma carta escrita por John Adams, presidente dos Estados Unidos no século 18: ‘(Adams) sugeriu, numa carta a um amigo, que havia algo antidemocrático e imprudente na idolatria da liderança’.” “Vejo no Brasil ciclos de ‘salvadores da pátria’ e ‘inimigos número 1’. Vi isso muito claramente com José Sarney, Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso. Talvez a única diferença em relação a Lula é que está acontecendo após o seu período na presidência.”

5. As Redes Sociais não são personalizáveis. Nesse sentido, são invisíveis. O que se debate e se multiplica são palavras de ordem. Sem ter alvo para atirar, buscam desesperadamente algo que se enquadre na lógica do século 20. E encontraram o Judiciário, Ministro Mendes –e o Juiz Moro- e o Ministério Público e o Procurador Geral Janot. E recolocaram sem desfaçatez alguma a PEC 37 em cima da mesa, apesar de ter sido demolida por milhões de manifestantes em junho de 2013.

6. E a pesquisa nacional do Datafolha divulgada domingo mostra que as tendências pró-impeachment e de rejeição a Dilma e a Lula só fizeram crescer em um mês, de fevereiro para cá. As manifestações de rua a partir e através das Redes Sociais colocaram suas teses, suas palavras de ordem, seus alvos num patamar de apoio de 70% da população. O patamar de rejeição a Collor e pró-impeachment na véspera da votação de seu impeachment era de 75%. Na margem de erro é o mesmo patamar de Dilma e seu impeachment hoje.

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DE GRAMPOS, PRESIDENTES E JURISTAS!

(Sonia Racy – Estado de S. Paulo, 23) 1. Memória seletiva. Por duas vezes FHC teve conversas grampeadas na Presidência. Uma delas foi quando um seu assessor, o diplomata Julio César Gomes, teve o telefone incluído em investigação sobre drogas. A outra, em conversa com André Lara Resende, durante leilão da Telemar. “A ninguém ocorreu, na época, dizer que se tratava de um problema de segurança ou de soberania nacional”, compara hoje o ex-presidente.

2. Memória 2. E mais. Cinco juristas pediram, em 2001, o impeachment de FHC, acusando-o de ter oferecido “vantagens patrimoniais” a 20 deputados. Um deles, Goffredo da Silva Telles Jr., morreu em 2009. Os outros – Celso Bandeira de Mello, Dalmo Dallari, Fábio Comparato e Paulo Bonavides – estavam ontem no Planalto, no evento contra o impeachment de Dilma.

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“AMÉRICA LATINA: HOLOCAUSTO MOVIDO PELA COCAÍNA”!

(Folha de S. Paulo, 19) 1. “Por que as Américas se encontram afundadas em sangue no amanhecer do século 21?”, pergunta o jornalista britânico Ioan Grillo em “Gangster Warlords”.  Radicado no México, o autor de El Narco, viajou pela América Latina em busca de respostas. Investigou quatro grupos criminosos do continente, voltados ao narcotráfico: Mara Salvatrucha (El Salvador, Guatemala e Honduras), Shower Posse (Jamaica), Comando Vermelho (Brasil) e Cavaleiros Templários (México).

2. Grillo mostra como a atuação dessas gangues e seu enfrentamento com polícia e Forças Armadas foram responsáveis pelo assassinato de mais de um milhão de pessoas, desde o começo do milênio até 2010.  Como esse número só faz crescer, Grillo rotula o que a América Latina está vivendo hoje como um Holocausto movido pela cocaína.

3. Outros números estarrecedores são mostrados, como o aumento de 11% das taxas de homicídio no continente entre 2000 e 2011, enquanto no resto do mundo esse número vem caindo. Já o montante de dinheiro que o narcotráfico movimenta por ano é de US$ 300 bilhões, tornando a atividade irresistível para empresários e políticos corruptos sem medo de molhar as mãos em sangue.

4. Ainda que existam particularidades em cada caso, Grillo mostra que há muitos paralelos. Das entrevistas com sicários e chefões do tráfico, obtidas a muito custo e com risco para sua integridade física, Grillo conclui que as semelhanças estão na formação das hierarquias de poder, na tomada e manutenção de territórios, no modo como se realizam julgamentos e justiçamentos e na aparente generosidade na relação entre traficantes e as comunidades em que vivem.

5. Chama, ainda, a atenção para o efeito limitador que existe ao rotular os chefes de cartéis como líderes narco. Na verdade, há muito que essas figuras se transformaram em um “híbrido de empresários do crime, rockstars, gângsteres e generais paramilitares”. Por consequência, os cartéis latino-americanos, hoje, fazem mais do que “apenas” vender drogas. Muito de sua renda vem de extorsões, sequestros, roubo de petróleo, tráfico de pessoas e o comando da mineração em algumas zonas.

22 de março de 2016

IMPEACHMENT DE DILMA: REDE, PSOL, MOLON E FREIXO SÃO CONTRA! COM PT, QUEREM DE VOLTA A PEC-37!

1. O escorpião se afogava no lago. Um sapo o colocou nas costas. No meio do lago, o escorpião ferroou o sapo. Sapo: Mas, assim, morremos os 2. Escorpião: Eu sei, mas é da minha natureza.

2. O PSOL já decidiu votar contra o impeachment de Dilma. Seu candidato a prefeito do Rio, deputado Freixo, foi à manifestação de sexta-feira e falou ao Globo que havia um quadro de “golpe de estado sendo dado pelo judiciário que era até mais corrupto que o legislativo e o executivo”.

3. A REDE de Marina quer derrubar Dilma, mas desde que haja uma nova eleição. Deputado Molon, candidato a prefeito do Rio, declarou que vota contra o impeachment. Coordenadores da REDE dizem que só aceitam o impeachment de Dilma se houver nova eleição. Mas o Congresso, decidindo o impeachment de Dilma, empossa Michel Temer. Ou seja, sendo assim, a REDE de Marina e Molon está contra o impeachment pelo Congresso.

4. As raízes de Freixo, Molon, Marina/REDE e PSOL no PT, talvez expliquem as razões, assim como o escorpião. Afinal, Freixo foi o primeiro a apoiar Dilma no segundo turno com telefonema. Molon já estava na campanha de Dilma e ficou até 09/2015. No site de Molon http://molon.com.br/ não há referência a nenhum partido político.

5. Eles entraram agora na banda de música de Lula, de Dilma, do PT e da CUT contra o Judiciário e contra o Ministério Público. Talvez tenham se esquecido da mega-manifestação de junho de 2013 que tinha como principal bandeira derrubar a PEC 37, que proibia investigações do Ministério Público. Em 2013, no Rio, foram para as ruas mais de 1 milhão de pessoas. As milhões de pessoas exigiam derrubar a PEC 37 e assim foi feito. Mas agora aqueles querem voltar com uma outra PEC 37?

6. Os sites dos jornais destacaram no sábado (19): “Líderes do Congresso atingidos pela Lava Jato e incomodados com o que chamam de poder excessivo do Ministério Público começam a falar da necessidade de se aprovar uma lei para cortar as asas da instituição.” Ou seja, apesar dos gritos de milhões contra a PEC 37, eles querem de volta a PEC 37.

7. As decisões do PSOL e da REDE, ao votarem contra o impeachment, vão correr pelas redes e afetar suas pretensões eleitorais. Nos casos do PSOL e REDE, que têm candidatos a prefeito do Rio, seus candidatos a prefeito são contra o impeachment e isso vai afetar fortemente suas candidaturas. Para presidente, PSOL é apenas franco atirador. Mas a REDE tem Marina, que até aqui é forte candidata a presidente.

8. Com a postura da REDE e de seu líder na Câmara de Deputados, o deputado Molon, o vácuo político favorável à Marina, e demonstrado pela pesquisa Datafolha divulgada domingo, irá se fechar rapidamente. A imprensa certamente entrevistará Marina para saber para que lado do muro ela e sua REDE vão pular. E não dá mais para tergiversar.

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CHINA: DÍVIDA DAS EMPRESAS ALCANÇA 160% DO PIB!

(Bloomberg, 20) 1. O governador do Banco Popular da China, Zhou Xiaochuan, emitiu um alerta sobre o elevado nível do endividamento corporativo no seu país. A autoridade máxima monetária do gigante asiático colocou o foco na alta dívida das empresas, observando que a proporção mantida sobre o produto interno bruto do país é muito alta.  “O peso do crédito sobre a porcentagem do PIB, especialmente em empréstimos corporativos, é muito alto”, disse Zhou em um fórum de desenvolvimento realizada em Pequim.

2. De acordo com estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a dívida corporativa na China cresceu o equivalente a 160% do PIB. Antes de Zhou, o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, apontou os setores do cimento, aço, carvão e vidro, como aqueles que concentram um maior nível de alavancagem. Diante disso, o líder mexicano convocou as autoridades chinesas a agirem contra esse risco.

21 de março de 2016

REDES SOCIAIS X PT/CUT/GOVERNO! O ATAQUE A UM ADVERSÁRIO INVISÍVEL! A CRIMINALIZAÇÃO DO JUDICIÁRIO COMO PRÁTICA BOLIVARIANA!

1. As últimas manifestações convocadas e multiplicadas pelas redes sociais levaram às ruas –segundo as PMs- quase 4 milhões de pessoas. As manifestações convocadas pelo governo, PT/CUT/Governo (PCG) não chegaram a 10% disso. De fato, só na cidade de S.Paulo, as manifestações do PCG foram substanciais, assim mesmo atingindo apenas 25% do que as manifestações das Redes Sociais (RS). Todo o esforço das máquinas governamental, partidária e sindical do PCG focalizou São Paulo. Concentrou-se aí e adquiriu nitidez. Máquinas sem povo.

2. No dia das manifestações do PCG, carros de som rodaram as grandes cidades com a mesma fita, reproduzindo os chavões escolhidos: impeachment é golpe de estado, as manifestações pelo impeachment são fascistas, juiz Moro atropelou a Constituição, querem acabar com os programas sociais… Parte deles são velhos chavões quem vêm das eleições presidenciais contra Alckmin, contra Serra e contra Aécio.

3. O ataque ao juiz Sergio Moro inverte a ação que o PT defendeu durante anos: a juridicialização da política, o ativismo judiciário, e a lei vindo das ruas a partir de valores sociais constitucionais abstratos. Desde 1990 que os parlamentares sêniores lembravam que o uso pela esquerda do recurso sistemático ao STF ia transferindo poder político ao judiciário.

4. Agora, quando a iniciativa é do próprio poder judiciário a partir da criação de juizados especiais, como o de crimes financeiros –caso do Juiz Sergio Moro- e as investigações chegam ao PT e seu Governo, invertem o discurso. Falam que o judiciário está criminalizando a política e oferecem como alternativa a criminalização do judiciário. Num estado de direito, se há algum golpe de estado é essa tentativa de inversão. Na Venezuela, no Equador, na Bolívia e na Argentina, esse foi o caminho do bolivarianismo: criminalizar o judiciário e substituir todos os juízes das Supremas Cortes.

5. As multitudinárias manifestações pelo impeachment podem ser tudo, menos fascistas, cuja característica é a manipulação das massas por um caudilho centralizador. Mas o PCG enfrenta um adversário que não tem rosto explícito. As redes sociais são horizontais, desierarquizadas, de ativismo individual pulverizado. Ao PT e à esquerda era fácil atacar o imperialismo norte-americano, atacar a direita, atacar os líderes dos partidos –ditos- de direita.

6. Mas agora o inimigo é invisível, são milhões de pessoas com causa, mas sem partido e sem lideranças. O que as organiza são as ideias comuns que defendem. A crise –essa sim- tem cara: é o governo do PT, é a desintegração da autoridade presidencial, é o desmonte do populismo a golpes de recessão e desemprego.

7. As RS têm um alvo nítido, de corpo inteiro, com cara e com nome, que foi concentrado em S.Paulo. E as manifestações das RS nas ruas ou virtualmente atacam a partir de suas críticas comuns e convergentes e acertam nos alvos que são nítidos. E foram esses alvos que se tornaram totalmente nítidos quando convocaram manifestações –especialmente em S.Paulo- para atacar um adversário invisível, mas ao mesmo tempo se mostrar de corpo inteiro tornando-se amplo, nítido e bem definido como alvo.

8. E as fitas rodando em carros de som nas ruas isolaram o PCG e assustaram os parlamentares, as pessoas, e os partidos que mesmo sendo de oposição não têm poder de mobilização. Se a votação do impeachment –antes dessas fitas, dessas palavras de ordem- apontava para uma vitória –mesmo que apertada- dos que defendem o impeachment de Dilma, agora com os parlamentares assustados, com os partidos no governos vestindo suas antigas fantasias, e a crise social caindo sobre as pessoas, essa margem de votos se ampliou muito. E não há mais como tentar iludir as pessoas e os parlamentares com curativos de moderação.

9. O PCG está isolado. E não há armas ou retórica que possa atingir um inimigo invisível, que tem ideias densas, simples, mas sem lideranças pessoais ou partidárias. O inimigo invisível é muito forte. Vai derrubar o governo e então caberá às forças políticas de oposição oferecerem alternativas à crise. Sabendo que se essas não ocorrerem de fato, as RS voltarão a apontar sua mira para um novo alvo.

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ARMÍNIO FRAGA: O ESTRAGO É GERAL!

(Entrevista à Folha de S. Paulo, 21) Folha: A turbulência política atual pode piorar a recessão? \ Armínio Fraga: O estrago é geral. Desde 2014 a responsabilidade fiscal foi abandonada. O crescimento da dívida pública é galopante e põe em risco o trabalho de décadas. Como se isso não bastasse, o modelo de gestão da economia opaco, populista e dirigista garante que não se pode contar com avanços na produtividade. A deterioração já se faz sentir em toda parte e tende a piorar. Falo de perda de emprego e renda real como nunca se viu. A maior vítima é o povo, que acreditou que esse modelo daria certo, se endividou e agora, como sempre, paga o preço.

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LEI DE ALONGAMENTO DAS DÍVIDAS DOS ESTADOS E ABATIMENTO DE 40% DO SERVIÇO: EFEITOS NO RJ E SP!

(Estado de SP, 20) O Estado de São Paulo poderá ganhar uma folga de caixa de R$ 3,5 bilhões por ano com o programa de alongamento da dívida e o abatimento de 40% das prestações mensais pagas à União. O valor poderá ser ainda maior, a depender dos critérios de alongamento da dívida do governo estadual com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que também pode entrar no pacote de adesão ao programa. O Rio de Janeiro deverá ter um alívio da ordem de R$ 2,8 bilhões ao ano com o alongamento do contrato e o desconto de 40% na prestação.

18 de março de 2016

O PMDB: UMA CONFEDERAÇÃO COM O MAIS COMPETENTE CONSELHO DE CARDEAIS!

1. O programa de TV do PMDB –analisado pelo Ex-Blog dias atrás- deixava transparente que o partido estava de saída da base de apoio de Dilma. Repetia –sem muita sutileza- a história das cartas de falecimento do gato: Dilma subiu no telhado. O PMDB é um partido confederado inorgânico entre seus diretórios estaduais e sem condições de seus líderes na Câmara e no Senado darem ordem unida. Sempre é governo e, com peso maior ou menor, oposição.

2. Sua unidade formal é produto da enorme capacidade –e elasticidade política- de seus dirigentes máximos, de seu Corpo de Cardeais. Em 1990, através de sua presidência, reuniu um forte grupo de intelectuais e desenhou uma proposta de Programa do Partido que, aliás, a legislação requer. Pronto o Programa do PMDB, nunca se conseguiu aprovar pelas características da Confederação. Até hoje o PMDB não tem um Programa formal registrado. Um problema? Não, uma solução.

3. Um mês atrás, setores do PMDB em articulação com Dilma usaram de todos os recursos para vencer a eleição de líder na Câmara de Deputados. A sessão mais anti-impeachiment foi a do Rio, que realizou acrobacias, tirando e colocando deputados para vencer a eleição de líder. Mas tudo mudou. O grupo de Cunha, que perdeu a eleição para líder, hoje se confunde com o grupo vencedor, com o líder Leo Picciani. Ninguém é mais Dilmista. O Dilmista número 1 –governador Pezão- arranjou uma consulta médica para não ir à convenção do último fim de semana, pois ficaria totalmente isolado. O temporal ajudou o prefeito Paes –Dilmista número 2- a dar a sua desculpa. Pela manhã não chovia.

4. O mais competente corpo de cardeais entre os partidos brasileiros –o do PMDB- enviou duas cartas seguintes à Dilma, desde os correios da Convenção de sábado. A primeira: Dilma caiu do telhado, ou seja ninguém do PMDB pode aceitar cargo no governo. E a segunda: Dilma está sendo operada, ou seja, em 30 dias o diretório nacional do partido decide se fica ou sai do governo.

5. E ninguém se sente incomodado ou desconfortável, nem o líder recentemente eleito: o Corpo de Cardeais assumiu todas as responsabilidades. O presidente da Câmara arrematou: o processo de impeachment se inicia nestes próximos 30 dias. Coincidência?

6. E os contatos com os deputados da dita base aliada vão abrindo os caminhos de trocas de partidos para não haver qualquer dúvida que os 2/3 necessários para autorizar o Senado julgar Dilma virão. E a base sólida de Dilma no Senado dependia da temperatura, assim como o gelo. A temperatura aumentou e o gelo se tornou líquido, com plasticidade total para as decisões que virão.

7. E os sábios do Instituto Lula, discretamente torcem para Dilma pedir licença, pois, assim, fica com todos os seus direitos e Lula e PT partem mordendo o punhal afiado para a oposição; e ainda sonhar com a eleição de 2018 e Lula como abre alas. O Corpo de Cardeais do PMDB sorri, respeitosamente. E seu presidente pede unidade nacional…, em torno, claro, de seu nome.

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OFENSAS E GROSSERIAS DE LULA AO STF, UMA REAÇÃO TORPE E INDIGNA, DIZ MINISTRO DECANO DO STF!

(Folha de S. Paulo, 18) 1.  Integrante mais antigo do STF o ministro Celso de Mello afirmou nesta quinta-feira (17) que as “ofensas” e “grosserias” do ex-presidente Lula ao tribunal representam uma reação “torpe e indigna”, que é típica de “mentes autocráticas e arrogantes” que temem a prevalência da lei.

2. Segundo o ministro, “condutas criminosas perpetradas à sombra do poder jamais serão toleradas”. O discurso ocorreu logo na abertura da sessão e foi acertado como uma resposta institucional às gravações que mostram Lula afirmando a presidente Dilma que o STF é um tribunal acovardado.

3. A resposta do Supremo começou a ser traçada na noite desta quarta (16), logo após a divulgação do diálogo entre Lula e Dilma pela operação Lava Jato, quando ministros acertaram que Celso de Mello faria uma fala dura.

17 de março de 2016

O ÚLTIMO PASSAGEIRO DO TITANIC!

1 Em 2010, o TITANIC estava partindo da Praça dos 3 Poderes. As passagens foram sendo entregues no STF e os passageiros conduzidos às cabines especiais do corredor de primeira classe da Papuda.

2. Entraram primeiro dois presidentes do PT, José Dirceu e José Genoíno. Entrou o presidente da Câmara de Deputados, João Paulo Cunha. Entrou o Diretor Financeiro do PT, Delubio Soares.

3. Quando o TITANIC já estava chegando a alto mar, em 2015, recebeu uma ordem que retornasse à Praça dos 3 Poderes, pois existiam outros passageiros que ainda não haviam embarcado e tinham comprado passagens especiais para o corredor Papuda de primeira classe.

4. Ao atracar na Praça dos 3 Poderes, em 2015, entraram mais dois passageiros ilustres. Primeiro entrou o novo Diretor Financeiro do PT, João Vacari Neto. E um pouco depois subia a rampa de acesso ao convés o Líder do PT no Congresso, que acumulava à presidência da Comissão de Finanças do Senado, o senador Delcidio Amaral.

5. Quando estava tudo pronto para zarpar mais uma vez, foi dada nova ordem que esperasse, pois havia mais dois passageiros. Apareceu no cais o Ministro da Educação do PT, Aloizio Mercadante, homem de confiança da Comandante do TITANIC, Dilma Rousseff.

6. Quando o TITANIC parecia pronto para zarpar, chegou uma nova ordem: Aguardem, que está vindo aí o presidente de honra do PT e ex-Presidente da República, Lula da Silva. Garboso, subiu a rampa do TITANIC acenando para o cais vazio do Palácio do Planalto.

7. Quando já estava no convés, ouviu um alerta: Lula, você deixou aqui sua esposa e seus filhos. O STF já decidiu que a mulher e a filha do presidente da Câmara de Deputados terão que tomar um trem para Curitiba. E os seus? Vão de trem?

8. Lula fingiu que não ouviu. Entrou rápido e informou que embarcava na condição de Subcomandante. Foi quando os passageiros de segunda, terceira, quarta e quinta classes souberam que além da comandante Dilma Rousseff, estava no TITANIC Lula da Silva.

9. O alvoroço foi geral. Todos querendo desembarcar. O desastre era certo. O TITANIC ia a pique, levando os passageiros dentro. Quando ia partir, chegou um mensageiro do Congresso Nacional dizendo que a viagem estava cancelada. A Comandante estava impedida e o Subcomandante e os passageiros do Corredor especial da Papuda deveriam retornar a seus lugares de antes.

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LULA, O LARANJA E OS CELULARES!

(Vera Magalhães – Painel – Folha de SP, 17) 1. O ex-presidente Lula de fato não tinha celular próprio. Seu segurança, Valmir Moraes da Silva, que o acompanha há mais de dez anos, é quem lhe cedia o aparelho toda vez que precisava contatar alguém. O celular, contudo, também não era oficialmente de seu auxiliar. Estava registrado no nome de um laranja. É por isso, segundo a Lava Jato, que o ex-presidente falava tão livremente ao telefone, mesmo sabendo que todos os seus passos estavam sendo monitorados.

2. A força-tarefa notou que, do número usado pelo segurança de Lula, partiam muitas ligações para alvos já grampeados pela Lava Jato. Foi questão de tempo até que se descobrisse que a linha servia ao petista.  O ex-presidente não tinha uma linha de celular em seu nome, mas a Lava Jato apreendeu seis aparelhos apenas em seu apartamento, em São Bernardo.

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DÉFICIT DOS FUNDOS DE PENSÃO SERÁ PAGO PELOS PENSIONISTAS E BENEFICIÁRIOS!

(Estado de SP, 16) 1. Os fundos de pensão vão atingir um déficit histórico em 2015.Dados da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada Complementar (Abrapp) mostram que, até novembro, os fundos estavam deficitários em cerca de R$ 65 bilhões, mais que o dobro do acumulado até o ano passado. Na prática, isso significa que milhares de pensionistas e beneficiários terão de pagar para reequilibrar os planos.

2. Um dos maiores déficits anuais será registrado pela Funcef, que estima terminar o ano perdendo R$ 7 bilhões. Além de perder com a queda da Bolsa e com o descolamento do índice oficial de inflação, o fundo também reconheceu perdas importantes, como a da Sete Brasil e a desvalorização da Vale. A Vale já chegou a valer R$ 9 bilhões no patrimônio da Funcef, e vai fechar 2015 em R$ 4 bilhões.  A empresa, além de viver em uma crise estrutural do minério, também se viu prejudicada em meio ao desastre ambiental da Samarco, da qual é uma das principais acionistas.

3. Neste ano, os beneficiários de parte dos planos da Funcef já terão de pagar, pelo déficit de 2014, 2,78% a mais do que já contribuem. Para o próximo ano, esse valor ficará ainda mais alto dado o rombo de 2015.

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LULA E MICTÓRIO DO BOTEQUIM! RUY CASTRO – EX-BLOG REPRODUZIU ONTEM! AS GRAVAÇÕES À NOITE SÓ CONFIRMARAM!

(Ruy Castro – Folha de S. Paulo, 16) Lula transferiu a Presidência para o mictório do botequim. Em 2004, ao ouvir de um assessor que a Constituição o proibia de expulsar um jornalista estrangeiro, ejaculou, “Foda-se a Constituição!”. Está “de saco cheio” quanto a perguntas sobre “a porra” do seu tríplex que não é dele. A história do pedalinho é uma “sacanagem homérica”. “Ninguém nasce com ‘Eu sou um filho-da-puta’ carimbado na testa”. E eles que “enfiem no cu tudo o processo”. O estilo é o homem. Perdão, leitores.

16 de março de 2016

“EFEITO ANTÁRTIDA” NA POLÍTICA BRASILEIRA! “VALOR PRESENTE” NA POLÍTICA BRASILEIRA!

1. Em 1990, o senador Fernando Henrique Cardoso e o deputado Cesar Maia visitaram a Estação do Brasil na Antártida a convite da Marinha. As pesquisas em realização em convênio com a USP eram basicamente sobre o clima. Já na última conexão, em Punta Arenas, aguardaram o tempo permitir pousar na Antártida. Foram informados que se a mudança de tempo no Brasil podia ocorrer em 3 dias, na Antártida podia ocorrer em meia hora.

2. Uma vez na Estação brasileira na Antártida, os técnicos informaram que uma das bases da pesquisa era a previsão do tempo no Brasil desde ali. Os movimentos no clima local permitiam projetar o que aconteceria com o tempo no Brasil depois. Ou seja, as condições da Antártida antecipam o tempo dias depois no Brasil.

3. Fatores básicos da Matemática Financeira são o Valor Presente, Valores do Fluxo e Valor Futuro, em base a uma previsão de custos/juros/porcentagens. Se o retorno de uma decisão –por exemplo- de investimento fica muito abaixo de outras alternativas, essa decisão tem um Valor Presente muito menor do que teria se a decisão e a alternativa tivessem sido outras.

4. Na Política –tanto a lógica do tempo na Antártida como a do Valor Presente- que em geral são avaliadas depois dos fatos ocorrerem (um governo por exemplo), em momentos de crise, exigem um esforço intelectual, analisando a política como jogo estratégico. No caso da Política num país em crise, reforçar essa crise com uma decisão equivocada ou aleatória é aprofundar a crise a um nível cuja recuperação vai durar muitos anos. E milhões de pessoas vão pagar com sofrimento.

5. Seria, por exemplo, uma catástrofe climática previsível mas não antecipada. Seria um enorme prejuízo de uma decisão equivocada que levaria uma empresa a bancarrota. O Brasil vive esse momento. A insistência de Dilma e seu entorno de continuar governando, a decisão de Lula vir para dentro do governo, nomeado ou não (não para melhorar o governo mas para evitar o impeachment), trazendo as ideias de um recente documento do PT/CUT em relação a medidas que contrariam tudo que o próprio governo tem defendido, é a certeza de uma catástrofe.

6. Muitos têm seu patrimônio garantido e defendido aqui ou alhures – legalmente ou não. Estão protegidos da catástrofe climática não antecipada pelo governo, ou pelo valor presente negativo de suas decisões. Têm alternativas fora do Brasil garantidas. Mas essa não é a situação de 95% dos brasileiros.

7. Dilma e Lula já representam a certeza da catástrofe, do desemprego, da falência que se pode ver na Antártida e se pode projetar no Valor Presente de um futuro de desastre econômico social que os últimos meses já garantem. O impeachment desde a Antártida ou no cálculo do Valor Presente evitaria isso.

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USO DE RESERVAS INTERNACIONAIS É PROBLEMÁTICO! US$ 372,4 BILHÕES ATÉ DIA 14/03!

(Folha de SP, 16) 1. A ideia de usar reservas para atenuar a crise, via redução da dívida pública ou estímulo ao investimento, levou membros da equipe econômica do governo a estudar a viabilidade da operação. A conclusão da análise, segundo a Folha apurou, é que seria praticamente impossível fazer isso sem causar mais danos à credibilidade do governo e à própria economia. A opção de usar reservas para incentivar investimentos é considerada tecnicamente muito difícil. O caminho seria primeiro vender títulos que compõem as reservas (como papeis do Tesouro americano) por dólares e transferi-los para o país.

2. A dúvida é sobre o passo seguinte: como fazer esse dinheiro chegar ao setor privado? A legislação veda que o BC transfira recursos para o Tesouro Nacional, que poderia, por exemplo, usá-los para fazer um aporte ao BNDES. Teria de ser criada uma alternativa pela qual o BC conseguisse passá-los diretamente para outra instituição, como um banco público que pudesse usá-los em crédito. Segundo um assessor da área econômica, isso demandaria uma “longa caminhada jurídica”, caso contrário, seria considerado pedalada.

3. Outra opção ventilada seria usar as reservas para reduzir a parcela da dívida do BC com o mercado financeiro, conhecida como operações compromissadas. Trata-se de transações usadas pela autoridade monetária para regular a quantidade de moeda em circulação na economia e a taxa de juros. O BC faz isso vendendo ou comprando dinheiro em troca de títulos com uma data futura estabelecida para a recompra ou a revenda dos mesmos. Com isso, garante que os juros não ficarão muito abaixo nem muito acima da taxa básica oficial (a Selic).

4. Houve uma explosão da dívida em compromissadas nos últimos anos. Ela soma, hoje, R$ 1,027 trilhão, o equivalente a 26% da dívida bruta total do governo geral.  A autoridade monetária poderia usar parte das reservas para pagar os detentores das compromissadas, resgatando esses títulos e reduzindo a dívida pública. O problema é que, para obter um abatimento significativo no curto prazo, um volume alto de reservas precisaria ser usado, possivelmente distorcendo muito a taxa de juros, referencial importante para a economia. Outra opção seria o BC utilizar esses recursos para recomprar contratos similares à venda de dólares no mercado futuro (swaps cambiais), cujo estoque supera US$ 100 bilhões e entram no cálculo da dívida bruta.

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FRASES: O ESTILO DE LULA!

(Ruy Castro – Folha de S. Paulo, 16) Lula transferiu a Presidência para o mictório do botequim. Em 2004, ao ouvir de um assessor que a Constituição o proibia de expulsar um jornalista estrangeiro, ejaculou, “Foda-se a Constituição!”. Está “de saco cheio” quanto a perguntas sobre “a porra” do seu tríplex que não é dele. A história do pedalinho é uma “sacanagem homérica”. “Ninguém nasce com ‘Eu sou um filho-da-puta’ carimbado na testa”. E eles que “enfiem no cu tudo o processo”. O estilo é o homem. Perdão, leitores.

15 de março de 2016

QUEM GANHOU E QUEM PERDEU COM AS MANIFESTAÇÕES DE DOMINGO (13)! DIA 18: MEIO EXPEDIENTE?!

1. Entre os candidatos a Presidente da República, ganhou Marina Silva, que ficou na sombra e não se expôs imprudentemente como Aécio e Alckmin. O NÃO é a palavra de ordem das massas quando protestam. Nelson Rodrigues dizia que no Maracanã cheio se vaia até minuto de silêncio. Lula –no auge da popularidade- levou 5 vaias na abertura dos Jogos Pan-americanos de 2007 no Maracanã.

2. Candidatos a prefeito que se expuseram também foram vaiados, como Marta Suplicy em S. Paulo e Indio da Costa no Rio. Freixo ficou na sombra.

3. Quem perdeu? Claro, perdeu Dilma. Mas com uma novidade. A decisão do STF de que a votação do impeachment teria que ser com voto aberto, o que interessava a Dilma, agora passou a interessar aos que defendem o impeachment. Que parlamentar vai cravar o nome no painel contra o impeachment ou se ausentar? A emenda Dante de Oliveira, das diretas já, não conseguiu os 2/3. Meses depois, o ruído das ruas havia chegado à base aliada do governo e Tancredo foi eleito pelo voto aberto no plenário. E a base do governo Figueiredo se dividiu ao meio.

4. PT convocou passeata de resposta para esta sexta-feira, 18, para que pequenos grupos, no horário de saída do trabalho, consigam provocar sensação de muita gente. Mas o que podem provocar é o caos na saída das pessoas para suas casas. Servidores e empresas estão pensando num meio expediente para não ajudar o tumulto.  

5. Em 1992, Collor convocou o Povo para responder as manifestações –caras pintadas, etc.- usando verde e amarelo num certo dia. As pessoas saíram de preto. Sindicatos e Partidos realizaram dia 13 de março de 1964 o Grande Comício da Central com milhares de pessoas em apoio a Jango. Provocaram o outro lado. No dia 19 de março de 1964 em S.Paulo foi realizada a passeata -Com Deus, com a Família pela Liberdade- com 1 milhão de pessoas.

6. (Monica Bergamo – Folha de S. Paulo, 14) 6.1. O impeachment volta a ser, para parte da oposição e seus aliados, o caminho tido como o mais viável para a tentativa, considerada urgente, de afastar Dilma Rousseff do poder. Ainda que Lula integre seu ministério. O processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mesmo impulsionado por delações eventualmente bombásticas de empreiteiras sobre a campanha de Dilma Rousseff e de Michel Temer de 2014, é considerado lento demais.

6.2. E PMDB e o PSDB têm pressa na solução da crise: são cada vez mais frequentes informações que dão conta de que vários de seus principais líderes podem ser atingidos em cheio por delações premiadas. Calheiros disse, em reunião recente, que é generalizada a sensação, entre os políticos, de que qualquer um deles pode ser preso a qualquer momento.

6.3. A saída de Dilma, no mesmo raciocínio, teria o condão de “esfriar” as investigações da Lava Jato. Há uma crença de que parte da imprensa retiraria o combustível que respaldaria hoje praticamente todas as ações de investigadores e do juiz Sergio Moro.

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ATAQUES EM CAMPANHAS ELEITORAIS E DECISÃO DE VOTO!

(Globo, 07) 1. Uma máxima se disseminou entre marqueteiros, profissionais de campanha, candidatos e parte dos eleitores. Ela diz mais ou menos assim: quem ataca em campanha eleitoral tende a perder votos. Esse efeito indica que os eleitores tendem a rejeitar mensagens negativas apresentadas por um candidato, gerando, com isso, um efeito contrário daquele pretendido pelo autor da mensagem.  Uma tese de doutorado em ciência política defendida na USP no ano passado por Jairo Pimentel procurou testar essa hipótese. O estudo traz algo raro nas pesquisas no Brasil porque aplicou experimentos durante o processo eleitoral para identificar os efeitos das inserções comerciais de 15 e 30 segundos.

2. A conclusão da pesquisa é que os sposts de ataque podem, na verdade, ampliar as chances de o eleitor votar no candidato autor da mensagem. A conclusão surpreende porque indica um efeito exatamente contrário do que se defendia no meio político até então. A pesquisa foi desenvolvida em 2010, quando Pimentel entrevistou 1.780 eleitores entre agosto e setembro daquele ano nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Recife.   Como conclusão, Pimentel afirma que “os spots negativos aparecem, portanto, como instrumentos interessantes para diminuir a vontade de os eleitores votarem nos candidatos atacados– cumprindo a função de depreciar a candidatura adversária.

3.  Respostas de Jairo Pimentel a entrevista. 3.1. Nas campanhas eleitorais os spots são apenas uma das possíveis fontes de informação e persuasão das campanhas. O intuito da pesquisa não foi entender como os spots podem definir o resultado final de uma eleição, mas isolar seus efeitos em relação as outras fontes de informação para entender como os diferentes tipos de spots podem afetar o processo de tomada de decisão do voto.

3.2. O posicionamento nas pesquisas é fundamental para definir se a campanha do candidato será positiva ou negativa. Mas além disso, o período da campanha é fundamental também. No começo da campanha é mais comum termos campanha positiva, para apresentar os candidatos e suas plataformas. No meio da campanha, a depender do desempenho dos candidatos e da possibilidade de vitória ou derrota que costumamos a ver mais campanha negativa. Quanto maior a ameaça de derrota, maiores as chances de uso de campanha negativa, seja por quem está na frente, seja por quem está atrás. Creio que o verdadeiro ponto que leva ao maior uso de campanha negativa é o nível de competitividade das candidaturas: quanto mais acirrada, maior o uso de propaganda negativa.

3.3. No segundo turno das eleições as disputas tendem a ser mais acirradas, levando a uma escala de campanha negativa. Isso leva a maior polarização do eleitorado e não de indiferenciação. Além disso, pesquisas americanas mostram que as campanhas negativas apresentam maior nível de issues políticas. Isso significa que as campanhas negativas tendem a apresentar críticas dos candidatos em relação ao posicionamento dos adversário, tornando clara a posição de cada um em relação a temas que dividem o eleitorado. Essas críticas trazem informações sobre o posicionamento dos candidatos sobre questões nevrálgicas sobre a política e assim o eleitor pode tomar decisões mais informadas. Campanha negativa não é sinônimo de ataques pessoais, apesar deles serem recorrentes.

14 de março de 2016

PROPAGANDA, GOVERNO E POPULARIDADE! O GIGANTESCO EQUÍVOCO DO PT!

1. Lá se vão 100 anos em que a propaganda passou a ser um instrumento político fundamental, seja para ganhar eleições, seja para os governos conquistarem apoio, seja para os políticos projetarem suas legítimas ambições de ascensão. Nesses 100 anos, uma máxima afirmou-se como sabedoria desse processo e passou a pautar os profissionais da propaganda política.

2. “Se é verdade que não há um bom governo sem uma boa propaganda, também não há uma boa propaganda sem um bom governo”. Os governos podem ser objetivamente bons, mas se não conseguem comunicar adequadamente o que têm feito pela população, podem ter uma opinião pública desfavorável. Mas nos últimos 50 anos, a massificação pela TV, a especialização dos publicitários em campanhas eleitorais, divulgação dos governos e comunicação da oposição, surgiu o apogeu do chamado marketing político.

3. A sofisticação crescente das técnicas usadas no marketing político produziu um grave equívoco, querendo contrariar a máxima básica entre bom governo e boa propaganda. Os (chamados) marqueteiros foram convencendo os políticos que bastava uma boa propaganda para que as imagens dos políticos e dos governos junto à opinião pública fossem construídas independentemente das ações e dos fatos efetivos.

4. Ou seja, que através do marketing político se poderia construir a opinião das pessoas, descolada da realidade dos governos. Os governos passaram a derramar bilhões em propaganda para tornar a avaliação de seus governos descolada das performances dos mesmos e dos interesses da população.

5. A contratação de um publicitário de grande qualidade, Duda Mendonça, pelo PT na eleição presidencial de 2002, produziu essa ilusão de ótica para o PT e Lula. Com o mensalão e o afastamento de Duda Mendonça, seu parceiro João Santana veio a substituí-lo e constituiu-se a fórmula do governo imbatível: uso ilimitado de dinheiro e uso ilimitado da propaganda. E exportou-se para seus aliados na América Latina.

6. Essa fórmula está na raiz do mensalão e do petrolão: os meios publicitários e financeiros justificam os fins – permanecer indefinidamente no poder. Essa fórmula gerou uma espiral de necessidades e para abastecê-las, dinheiro extraído dos fornecedores do governo, e compensado por sobrepreço.

7. O uso dessa fórmula pode até prorrogar a vida útil de um governo reduzindo a percepção pelas pessoas dos erros e da mediocridade. Mas há um limite, quando o fracasso governamental se espalha e passa a ser percebido pela população diretamente, pelos trabalhadores, empresários, profissionais, etc., atingidos pelo desastre governamental.  A tentativa de insistir na fórmula propaganda e corrupção para continuar governando se exaure e volta por cima do governo como uma erupção vulcânica.

8. Manter o poder cada vez mais e -até exclusivamente- via propaganda e corrupção tem um alto preço. É um equívoco imaginar que quando da implosão do governo haverá seu tempo para a alternância no poder. Vide Itália e Mãos Limpas: projeta-se para um prazo muito, muito longo. Se é que tem volta.

9. Aqui na América do Sul vivemos uma conjuntura que demonstra cabalmente essa situação: Brasil e Venezuela são irmãos gêmeos no fracasso, no abuso da propaganda e nos desvios de recursos públicos.

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DATAFOLHA E O PERFIL DOS MANIFESTANTES DOMINGO (13) EM SÃO PAULO!

40% tem 51 anos ou mais / 33% tem entre 36 e 50 anos / 19% entre 26 e 31 anos / 5% entre 21 e 25 anos / 4% entre 12 e 20 anos. Ons. Nas Diretas Já 40% tinham 18 anos ou mais.

PSDB era o partido preferido na manifestação de 2015 por 37%.  Agora 21%.  Queda de 16 pontos.

Renda até 3 salários mínimos 14% / entre 3 e 5 salários mínimos 17% / 5 a 10 salários mínimos 26% / 10 a 20 salários mínimos 24% / Mais de 20 salários mínimos 13%.

94% não participam de nenhum grupo que promoveu o ato.

17% acham que Dilma não será afastada.

57% homens e 43% mulheres.

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TERREMOTO EM 3 ELEIÇÕES ESTADUAIS NA ALEMANHA COM 20% DO ELEITORADO! DIREITA NACIONALISTA ANTIRREFUGIADOS (AID) EM 2011 NÃO EXISTIA!

Entre parênteses os resultados de (2011).

1. Baden-Wūrttenberg
Verdes 30,3% (24,2%) / CDU -Merkel- 27% (39%) / SPD, socialdemocrata 12,7% (23,1%) / FDP liberais 8,3% (5,3%) / Linke esquerda ex-oriental 2,9% (2,8%) / AID 15,1% (0%).

2.  Rhinland-Pfaiz
SPD 36,4% (35,7%) / CDU 31,8% (35,2%) / Verdes 5,2% (15,4%) / FDP 6,1% (4,2%) / Linke 2,9% (3%) / AID 12,4% (0%).

3. Sachsen-Anhalt
CDU 30% (32,5%) / Linke 16,1% (23,7%) / SPD 10,5% (21,5%) / Verdes 5% (7,1%) / FDP 4,8% (3,8%) / AID 24,3% (0%).

11 de março de 2016

DO COMÍCIO DAS “DIRETAS JÁ” NO RIO, AO LAVA-JATO: INVERSÃO DO QUADRO ETÁRIO! POR QUÊ?

1. O Instituto Datafolha, analisando as participações nas recentes manifestações de rua pró-impeachment de Dilma, tem mostrado que há uma proporção bem maior das pessoas no entorno de 50 anos do que sua participação demográfica. Isso se explica ao se comparar os comícios pelas Diretas Já, em 1984, ao quadro político atual.

2. O grande comício da Candelária, no Rio, em 10 de abril de 1984, mobilizou 1 milhão de pessoas, com um corte etário a favor dos mais jovens. A derrota da emenda constitucional Dante de Oliveira, em 25 de abril de 1984, não abateu o entusiasmo popular. O racha no PDS, com a criação da Frente Liberal, fundamental para a eleição de Tancredo Neves no Congresso, teve as manifestações de rua Diretas Já como alavanca.

3. A eleição de Tancredo Neves foi recebida com o entusiasmo de uma eleição direta. A decepção com Collor, 5 anos depois, trouxe de novo as pessoas para as ruas, especialmente os jovens. A ascensão do PT, da mesma maneira, e outra vez com ênfase no entusiasmo dos jovens.

4. Mas a partir de 2005, 20 anos depois da vitória de Tancredo, os escândalos sucessivos, dia a dia, desde o mensalão até o petrolão, produziram um choque. Choque que se transformou em perplexidade com as operações da Lava-Jato. O uniforme da esperança e da mudança que vestia o PT, foi indelevelmente manchado. As mobilizações dos jovens refluíram. Afinal, essa sempre foi –historicamente- a base da esquerda urbana.

5. As mobilizações, desde 2013, passaram a ter um foco central: o impeachment de Dilma, ou melhor, o “impeachment” do governo do PT. E com um dado novo. Impulsionadas pelas redes sociais, depois de correrem as redes sociais, continuam mobilizando, e de forma crescente, com ou sem rua.

6. Na medida em que as manifestações de rua avançavam, independente da quantidade de pessoas, e que o Datafolha passou a avaliar o perfil etário, partidário, ideológico, etc., os números divulgados foram deixando claro a proporção mais que proporcional dos participantes de faixa etária no entorno dos 50 anos.

7. Aqueles jovens que foram às ruas lutar por diretas já, frustrados pela série de escândalos e o fracasso administrativo e ético do PT, 30 anos voltam às ruas, mas já com 50 anos.   

10 de março de 2016

TRIÂNGULO DAS BERMUDAS: CRISE, INSTABILIDADE E ESTABILIDADE POLÍTICAS!

1. No início de 1990, quando desenvolvia sua pré-candidatura a governador, Cesar Maia foi contatado por um intelectual e político, que pediu que ele não forçasse sua candidatura e que houvesse uma concentração de forças em torno de Brizola. E que isto era fundamental para a estabilidade política futura com Collor presidente. Ele prestou atenção e foi conversar com alguns políticos sêniores e politólogos a respeito das razões relacionadas com a estabilidade política e a avaliação feita.

2. Era a teoria do Triângulo das Bermudas na política brasileira. Os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo formam este triângulo, decisivo para a definição da política brasileira, especialmente em momentos críticos. Mesmo que não se consiga formar este triângulo com 3 políticos de dimensão nacional, é fundamental que pelo menos um o seja. De outra forma, o barco da política brasileira flutuará ao sabor das ondas do momento. E dependerá apenas da capacidade e abrangência do Presidente da República.

3. Até a revolução de 1930 e entre 1946 e 1960, o Rio enquanto Distrito Federal dependia da força de seus parlamentares e, eventualmente, pela importância e autonomia do prefeito. Foi o caso único de prefeito, de Pedro Ernesto (preso por Getúlio), que seria decisivo na eleição presidencial de 1938, abortada pelo Estado Novo, e de parlamentar de Carlos Lacerda. A política brasileira oscilou entre Minas Gerais e São Paulo, o que denominou-se política do Café com Leite. A própria revolução de 1930 só ocorreu por causa da intervenção de Minas Gerais e seu governador Antônio Carlos de Andrada.

4. A partir de 1960 isto vai ficando mais claro, com a criação do Estado da Guanabara. O golpe militar de 1964 não teria ocorrido sem o Triângulo das Bermudas: Guanabara, Minas Gerais e São Paulo, ou seja, Carlos Lacerda, Magalhães Pinto e Ademar de Barros dando sustentação. O processo de redemocratização viabilizou-se com o Triângulo das Bermudas: Rio, Minas e S. Paulo, liderado por Brizola, Tancredo Neves e Franco Montoro, a partir de 1983.

5. A reversão desse quadro se dá com o Triângulo das Bermudas enfraquecido com Moreira Franco, Newton Cardoso e Orestes Quércia, abrindo um vácuo para a ascensão de Collor. Em 1990, com as políticas de Minas e São Paulo que ficariam enfraquecidas sob as lideranças de Helio Garcia e Fleury, era –naquele raciocínio inicial- fundamental eleger Brizola para dar peso político em pelo menos um vértice do Triângulo das Bermudas.

6. Com a eleição de Fernando Henrique Cardoso em 1994, o Triângulo das Bermudas estava apagado –e aderente- na eleição de seus parceiros do PSDB (Aécio Neves, Geraldo Alckmin e Marcelo Alencar). Mas em 1998, dois dos vértices do triângulo foram perdidos com a eleição de Itamar Franco em Minas e Garotinho no Rio, apoiado por Brizola. Voltou o Triângulo das Bermudas de dois vértices; Formou-se uma aliança entre os governadores Olivio Dutra (Rio Grande do Sul) Itamar Franco (Minas Gerais) e Garotinho (Rio de Janeiro). Fernando Henrique enfraqueceu o triângulo atraindo Garotinho com um empréstimo fortemente subsidiado em base aos royalties – de US$ 9 bilhões.

7. Com Lula e Dilma, o Triângulo das Bermudas foi desenergizado, com os mandatos parciais de Alckmim-Lembo e de Serra-Goldman em São Paulo, Anastasia em Minas Gerais e o amigo Cabral no Rio.

8. Neste momento atual, crítico, com a economia brasileira afundando e discutindo-se o impeachment de Dilma, o Triângulo das Bermudas está desmontado: Pimentel, amigo de Dilma em Minas Gerais; Pezão, amigo de Dilma no Rio de Janeiro; e o perfil conciliador de Alckmin em São Paulo. O barco se move ao sabor das ondas. Um eventual temporal político o fará afundar.

9. Neste sentido, as eleições de 2018, para cumprirem suas necessárias dimensões políticas, deverão ir além do foco presidencial e necessitarão remontar o Triângulo das Bermudas, com 3 novos governadores de peso político intrínseco e nacional em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Pelo menos dois. Portanto, a dinâmica 2016-2018 é bem mais complexa do que apenas a destituição e/ou eleição de outro presidente.

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“METRÔ DO RIO CORRE CONTRA O TEMPO”!

(Estado de S. Paulo, 10) O engenheiro Ronaldo Balassiano, da pós-graduação em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, especializado em transportes, considera que só será possível abrir o metrô em toda a sua capacidade em agosto caso as obras sejam finalizadas até o fim de maio. Isso pela necessidade de testes técnicos e, em seguida, abertura gradual com horário limitado, para que o sistema possa, suportar os 300 mil passageiros/dia estimados – pode chegar a 450 mil em dias de pico. “Temos de testar todas as composições”, disse Balassiano. O Cartão de Transporte Olímpico, com o qual será feito o embarque durante os dias de jogos, vai custar R$ 25.

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NÚMERO DE PASSAGEIROS DE ÔNIBUS URBANOS DIMINUIU 14% EM 5 ANOS!

(Folha de S. Paulo, 10) 1. O número de passageiros de ônibus urbanos no país caiu em média 4,2% no ano passado em relação a 2014 (2011 a 2015 menos 14,6%). Levantamento inédito da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano) estima uma perda de 900 mil usuários por dia. Trata-se do quarto ano seguido de queda –e a maior registrada nesta década. Esse mapeamento é feito pela entidade a partir dos dados de 16 grandes cidades (incluindo as maiores capitais), que detêm praticamente dois terços dos passageiros transportados no Brasil inteiro.

2. Cerca de 85% dos usuários de transporte público no Brasil circulam em ônibus. Os números eram ruins no primeiro semestre de 2015, mas pioraram nos seis últimos meses do ano, quando a queda média beirou 7% (para 78%). O levantamento indica que a queda de usuários vinha sendo mais forte nas regiões periféricas das grandes cidades (áreas mais industriais). Os números do segundo semestre, no entanto, apontam que esse problema se alastrou para as capitais (onde há mais prestação de serviços).  Segundo cálculos da NTU, uma taxa de R$ 0,10 no combustível na cidade de São Paulo renderia R$ 600 milhões por ano –equivalentes a quase um terço dos atuais subsídios municipais aos ônibus.

09 de março de 2016

A GRAVÍSSIMA SITUAÇÃO DO FUNDO DE APOSENTADORIA E PENSÃO DA PREFEITURA DO RIO!

1. Há uma inescapável questão que o debate eleitoral terá que trazer à tona: a grave situação financeira em que se encontra o Funprevi/Previ-Rio. Uma busca cuidadosa nos sites do Funprevi/ Previ Rio mostra a calamitosa curva declinante de liquidez que ocorreu a partir de 2010, portanto, nos últimos 5 anos. O estágio atual é falimentar.

2. As contas devem ser separadas em duas partes. As do Previ-Rio, que registram as Disponibilidades, Financiamentos e Imóveis. Em 2010 somavam R$ 1,393 bilhão. As Disponibilidades, R$ 375,8 milhões. Os Financiamentos, R$ 743,8 milhões e os Imóveis, R$ 273,7 milhões.

3. As do Funprevi, que registram as Disponibilidades e os Imóveis (a partir de 2011) e que somavam, no fim de 2010, R$ 1,573 bilhão. Os Imóveis não eram contabilizados no Funprevi. Uma mudança da lei, em 2011 (lei 5.300), permitiu transferir os Imóveis do Previ-Rio para o Funprevi e reavaliá-los, engordando discricionariamente seus valores. Essa reavaliação ampliou artificialmente os valores dos Imóveis em 1 bilhão de reais. Grande parte deles -como os dois grandes prédios da Prefeitura- não tem liquidez. Não dão cobertura às aposentadorias e pensões.

4. Com isso, o Previ-Rio passou a ter apenas um valor residual de Imóveis e o Funprevi foi inchado contabilmente. Em 2011, as Disponibilidades do Previ-Rio alcançaram R$ 411,8 milhões e os Financiamentos R$ 687 milhões. Com a interrupção de novos financiamentos para a casa própria do servidor, este valor, no final de 2015, havia caído para R$ 401,3 milhões e as Disponibilidades despencaram para R$ 121,9 milhões com seu uso em custeio.

5. Mas a situação do Funprevi se tornou desastrosa. Contabilizando os Imóveis como uma receita potencial e inchando seu valor, os R$ 273,7 milhões se transformaram por mágica contábil em R$ 1,215 bilhão. As Disponibilidades financeiras efetivas, que dão liquidez ao Funprevi e garantia de pagamento em médio prazo aos aposentados e pensionistas, despencaram ladeira abaixo.

6. Em 2011 eram R$ 1,370 bilhão, 200 milhões a menos que em 2010. Em 2012 eram R$ 1,161 milhão. Em 2013 eram R$ 851,3 milhões. Em 2014 eram R$ 514 milhões. Em 2015 veio a debacle final: em agosto R$ 150,1 milhões; em outubro R$ 57 milhões; e em dezembro R$ 31,745 milhões, o que mal paga 13% da folha mensal de aposentados e pensionistas.

7. A partir de agora, o Funprevi perde a característica de Fundo e passa a comer da mão para a boca, contando apenas com o desconto na folha mensal dos ativos (11% ou R$ 36 milhões) e do empregador (prefeitura 22% ou R$ 72 milhões), num total de R$ 108 milhões. E o Tesouro municipal passa a ser o complementador, com uns R$ 130 milhões, mais que o dobro dos descontos. Acabaram com o Funprevi-Previ Rio.

8. Tabela com a série histórica.

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CRESCE DE 4,5% PARA 6,5% PAULISTANOS QUE DIZEM NÃO TER COMO PAGAR A DÍVIDA!

(Maria Cristina Frias – Mercado Aberto – Folha de S. Paulo, 08) 1. O percentual de famílias paulistanas endividadas chegou a 51,1% em fevereiro passado, contra 38,4% no mesmo mês de 2015, segundo dados da FecomercioSP. “Com a alta do desemprego e da inflação, o crédito é a única saída das famílias para pagar as contas básicas da casa”, afirma Vitor França, economista da entidade.

2. Evidência disso é que a parcela representada pela dívida no cartão de crédito foi a que mais cresceu no período, de 47,1% para 70,1%. “É dinheiro fácil, já que é crédito pré-aprovado. O problema é que os juros são os maiores, o que torna muito difícil de quitar”, diz França. O percentual dos que alegam não ter como pagar a dívida também aumentou: de 4,5% para 6,5%.

08 de março de 2016

SITUAÇÃO FISCAL TENDE A PIORAR! AS CRISES POLÍTICA, ECONÔMICA E SOCIAL SE AGRAVAM! O RETARDAMENTO DO IMPEACHMENT SAIU PELA CULATRA!

1. Em 2008, a resposta que o governo Lula deu a crise financeira internacional foi relaxar a política fiscal e entrar em um descontrolado keynesianismo de consumo, cujos consequências conhecemos. Esse relaxamento fiscal levou o déficit público às alturas e a dívida pública ascendente desqualificou o Brasil pelas agências reguladoras. A inflação atingiu 2 dígitos. No ano eleitoral de 2014 valeu tudo.

2. Na tentativa de recuperar confiança dos investidores, foram dados sinais de ortodoxia com a designação do ministro Levy e medidas e promessas de medidas de austeridade. Os resultados econômicos de 2015 – PIB, déficit fiscal, endividamento, perda dos graus de investimento, etc., lançaram as expectativas de reversão para um prazo muito maior.

3. A crise política, sublinhada pelo conflito entre os poderes políticos, foi lançada ao espaço com a operação Lava Jato. Quando as baterias pareciam apontar para a Câmara de Deputados, e a dinâmica do impeachment se tornou letárgica, dando à presidente Dilma a sensação de calma, a prisão do líder do governo no Senado, íntimo do poder político, gerou uma expectativa de instabilidade. Duas semanas depois parecia ter passado.

4. As delações premiadas -tipo serial killer político- a partir das delcíadas, e as que virão e os detalhes das que já foram feitas e não vazadas, terminaram com a ilusão de calmaria. A percepção de metralhadora giratória investigativa foi superada quando ela parou de girar e apontou para o ex-presidente Lula e a atual presidente Dilma. O câmbio e a bolsa reagiram positivamente, mostrando que a queda da presidente é o único elemento de estabilização nesse momento.

5. Lula é levado para depor e a sensação de instabilidade política e social volta simultaneamente.  Lula, imaginando que ainda tem força para mobilizar as massas, dá sua palavra de ordem: Vamos resolver isso nas ruas. Ou seja, na marra. Não podia haver um sinal mais claro de insegurança jurídica e desmonte político e social.

6. Quem Lula vai mobilizar nas ruas? As massas? Provavelmente não. Mas parte delas, como a CUT, os movimentos sociais mais ideologizados, MST, políticos de retórica de esquerda, etc. O ex-ministro Gilberto Carvalho não perdeu tempo e afirmou que o que aconteceu com Lula dá unidade e mobiliza a base -digamos- orgânica do Lulismo.

7. Mas as principais medidas de ajuste fiscal e estabilidade monetária que estão em discussão, colocadas pela presidente Dilma e pelo governo, pelo empresariado e setores políticos moderados da esquerda são exatamente aquelas que prejudicam a unidade e a mobilização daqueles segmentos. Reforma da Previdência, abertura do pré-sal ao setor privado, aumento de impostos a partir da CPMF, e por aí vai.

8. Mas a unidade e mobilização nas ruas de que fala Lula e a esquerda só ocorrerá se essas medidas de ortodoxia fiscal e de moderação do estatismo forem lançadas na lata de lixo. O retardamento do processo de impeachment foi um tiro que saiu pela culatra, pois o tempo colocou outra vez na ordem do dia e com mais intensidade, o impeachment. E com Lula e Dilma como foco. Isso tudo num ano de eleições nacionais municipais com maior pressão sobre as torneiras.

9. Sendo assim, a tendência é que a crise vai se agravar, a política, a econômica e a social. E que não tangencie as instituições, como tenta Lula após seu depoimento.

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AS PRIMÁRIAS MOSTRAM A CRISE E FRAGMENTAÇÃO DOS DOIS GRANDES PARTIDOS NOS EUA!

(THE ECONOMIST/ESTADO DE S. PAULO, 05) 1.  Os partidos políticos nunca são monolíticos. Como seus integrantes estão cansados de saber, reinam em seu interior as rivalidades e a fragmentação. Apesar disso, especialmente em democracias bipartidárias, eles resistem. Suportam as pressões centrífugas atendendo às reivindicações de seus eleitores, dividindo os frutos do butim entre as facções internas e adaptando-se a mudanças externas. Conseguem mesmo, no mais das vezes, parecer relativamente coesos ao fazer isso.

2. Durante a maior parte do século 20, a maioria dos americanos sabia mais ou menos quais eram as bandeiras de seus dois partidos. O momento atual, porém, é de anormalidade. Embora os cientistas políticos tenham demorado um pouco para se dar conta do fenômeno, o fato é que os partidos políticos americanos parecem mais fragmentados que de costume. A situação dos republicanos é particularmente delicada. Mas as divisões internas dos democratas, ainda que menos evidentes, também são profundas.

3. Durante o governo Obama, os democratas perderam 900 cadeiras em Legislativos estaduais, 11 governadores, 69 cadeiras na Câmara dos Deputados e 13 no Senado. Isso ajuda a explicar por que Hillary não teve de enfrentar um pretendente mais jovem, que encarnasse a oposição a ela no interior do partido. Promessa. Nas duas corridas presidenciais que disputou, Obama fez uso de um aparato próprio, que não se confundia com a estrutura partidária. Hillary assumiu o compromisso de reconstruir o partido se vencer a eleição.

4. Não há nada de imutável no atual alinhamento partidário americano.  As eleições de 2016 podem marcar um novo realinhamento partidário.  Mas também pode ter consequências deletérias se os únicos posicionamentos dos quais eles resolverem se aproximar forem os brutalmente populistas. Os partidos políticos existem para processar conjuntos complexos de questões e transformá-los em escolhas binárias. É impossível imaginar uma grande democracia que se mantenha saudável sem contar com eles. No entanto, em 2020, lembrando-se da campanha de Trump, os candidatos mais fortes talvez partam do princípio de que, no fim das contas, não precisam tanto assim de seus partidos.

07 de março de 2016

LULA NÃO SERÁ MAIS CANDIDATO A PRESIDENTE EM 2018! DILMA E SUA CARA DE BOTOX!

1. A mobilização dos militantes e simpatizantes de Lula, ao ser anunciada a sua condução para depoimento no dia 04/03, foi pífia. Somando todos os grupos que foram às ruas em S. Paulo e outras cidades, não se chega a 3 mil pessoas. Mais tarde, a lista de fatos detalhada pelo MP, que investiga a Lava-Jato, criou a certeza que condenações –maiores ou menores- serão inevitáveis. Mas como Lula não tem imunidade, esses processos correrão na justiça num tempo muito maior do que seria no STF, com toda a cobertura e o respectivo desgaste.

2. A reação de Lula foi dizer que correrá o Brasil, falando às pessoas e denunciando as arbitrariedades, segundo ele. E desde já –como elemento mobilizador –se declara candidato a presidente em 2018. Uma estratégia de frustração. Com sua larga experiência em comícios sindicais ou políticos, seu termômetro mostrará uma temperatura tão baixa que a depressão será inevitável. O centenário truque retórico de se vitimizar já não cola mais. As lágrimas –forçadas- não convencem.

3. Mas é a única forma de gerar esperança e expectativa de poder em seus militantes. Mas não vai correr o risco de encerrar sua carreira pública com uma derrota e até não chegar no segundo turno. Afinal, será uma eleição de seis candidatos experimentados (Marina, Alvaro Dias, Ciro Gomes, Aécio e PMDB, além, claro, do PT). O PT lançará um candidato com cruz na testa, como dizia Brizola, ou seja, militante de lealdade reconhecida. A tarefa deste será defender Lula e Dilma e não ganhar a eleição, mesmo que não saiba disso.

4. Os sábios do Instituto Lula continuam sonhando com um pedido de licença de Dilma por tempo indeterminado em razão de doença (depressão…). Com isso, se antecipa a ida de Lula e seu PT de estimação para a oposição, onde se sentem mais cômodos. Atirando, a animação será muito maior. Criará expectativa, ilusória.

5. Enquanto isso, Dilma se defende como pode, pedalando e com doses de sertralina. E à tarde faz seus discursos no palácio, cercada de ministros animadores e –sempre- com sua permanente cara de botox. Até quando?

6. (Eliane Catanhede – Estado de S. Paulo, 04) É o Fim do Projeto do PT. a) A sexta-feira, 4 de março de 2016, é também um marco: ninguém está acima da Lei.  Com Lula depondo na Polícia Federal e acossado, junto com a presidente Dilma Rousseff, pelas acusações de Delcídio Amaral, não há outra conclusão possível senão a óbvia: é o fim do projeto do PT.

b) A Lava Jato engoliu Lula e, com ele, o projeto de eternização do PT no poder. Há provas de que havia uma triangulação criminosa: o dinheiro saía da Petrobrás, passava pelas empreiteiras e parte dele ia para o ex-presidente em forma de pagamentos dissimulados de palestras, viagens pelo mundo, o sítio de Atibaia e o triplex do Guarujá. Lula, portanto, seria beneficiário dos desvios da maior companhia brasileira, hoje uma das empresas mais endividadas do mundo. Sem falar na Operação Zelotes…

c) Tudo isso configura um cerco a Lula e a Dilma que, apesar de dependerem visceralmente um do outro, entram na dolorosa fase do “salve-se quem puder” ou, de outra forma, “cada um por si”. Dilma está totalmente isolada em seus palácios, enquanto Lula se despe da roupagem do “Lulinha paz e amor” e conclama suas tropas para a guerra. A possibilidade de impeachment de Dilma é cada vez mais real e a próxima etapa do processo deve ocorrer nas ruas. As bandeiras vermelhas, em minoria, vão tentar ganhar no grito – ou na pancadaria.

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TAXA DE DESEMPREGO ENTRE OS JOVENS DISPARA!

(Folha de SP, 06) 1. A taxa de desocupação entre jovens de 18 a 24 anos, que ficou em 16,8% em 2015 e foi a que mais cresceu entre os grupos etários, começa a preocupar especialistas em mercado de trabalho, que vislumbram uma geração perdida em poucos anos. No ano passado, o salto na taxa de desemprego desse grupo foi de 4,7 pontos percentuais em relação a 2014, enquanto na média geral da população das grandes metrópoles o aumento foi de dois pontos percentuais.

2. A tendência de deterioração do emprego entre os jovens já mostra acentuação na virada deste ano. Os dados do IBGE de janeiro de 2016 apontam elevação ainda maior, de seis pontos, em relação a janeiro de 2015. Tradicionalmente, o desemprego dos mais jovens é superior ao das outras faixas etárias, mas, segundo Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, o que alerta desta vez é a intensidade da disparada.

04 de março de 2016

35% DOS VEREADORES DO RIO MUDARAM DE PARTIDO NESTA LEGISLATURA ATÉ 03/03/2016!

De 51 Vereadores, 18 mudaram de partido, sendo que 3 mudaram 2 vezes.

Átila Nunes – Se elegeu pelo PSL e está no PMDB
Dr. Carlos Eduardo – Se elegeu pelo PSB e está no Solidariedade
Dr. Jairinho – Se elegeu pelo PSC e está no PMDB
Dr. João Ricardo – Se elegeu pelo PSDC, passou pelo Solidariedade e está no PMDB
Dr. Jorge Manaia – Se elegeu pelo PDT e está no Solidariedade
Eduardão – Se elegeu pelo PSDC e está no PMDB
Jefferson Moura – Se elegeu pelo PSOL e está na REDE
Jorge Braz – Se elegeu pelo PMDB e está SEM PARTIDO
Junior da Lucinha – Se elegeu pelo PSDB e está no PMDB
Leonel Brizola Neto – Se elegeu pelo PDT e está no PSOL
Marcelino D’Almeida – Se elegeu pelo PSB e está no PP
Marcelo Arar – Se elegeu pelo PT e está SEM PARTIDO
Marcio Garcia – Se elegeu pelo PR e está na REDE
Paulo Messina – Se elegeu pelo PV, passou pelo Solidariedade e está no PMDB
Professor Rogério Rocal – Se elegeu pelo PSDC e está SEM PARTIDO
Renato Moura – Se elegeu pelo PTC e está no PDT
Rosa Fernandes – Se elegeu pelo PMDB, passou pelo Solidariedade e voltou ao PMDB
Verônica Costa – Se elegeu pelo PR e está no PMDB

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ESTADOS AUMENTAM O IMPOSTO SOBRE DOAÇÕES E HERANÇAS! NO RIO VAI CRESCER 25%!

1. Dia 29 de março (90 dias após a aprovação da lei 7.174 de 28/12/2015), começa a ser cobrada a nova alíquota do Imposto sobre Doações e Heranças no Estado do Rio de Janeiro. Crescerá de 4% para 4,5% para valores até 400 mil UFIR ou R$ 1,2 milhão em 2016 e de 4% para 5% para valores maiores que 400 mil UFIR. Ou seja, um crescimento de 12,5% e 25% respectivamente.

2. Em 2015 o governo do Estado do Rio de Janeiro arrecadou R$ 680 milhões de reais conforme publicado no Diário Oficial de fins de janeiro/2016. Mas nesse mesmo Diário Oficial –em outra tabela- se somarmos mês a mês o recolhimento, chegamos a R$ 850 milhões de reais. Fica a dúvida. A expectativa de crescimento de receita –portanto- estará em torno de R$ 150 milhões em 2016. Entre 2104 e 2015 o crescimento nominal dessa arrecadação foi de uns 25%, antecipando o aumento da alíquota que viria.

3. A Folha de S. Paulo em 22/02 informou que esse imposto vem tendo forte crescimento em S.Paulo. “A Secretaria da Fazenda de São Paulo apertou o cerco a devedores do imposto sobre heranças e doações (ITCMD), o que levou a um crescimento de 39% na arrecadação com o tributo em 2015.  O esforço de fiscalização, teve início em 2014, quando o número de autuações passou a subir de forma mais intensa. No ano passado, o ITCMD gerou R$ 2,4 bilhões em arrecadação para o Estado.”

4. Em Editorial de 29/02, a Folha de S.Paulo informou que 12 dos 27 Estados aumentaram a alíquota do imposto sobre heranças e doações. “Mais por necessidade do que por algum senso de justiça tributária, os governos dos Estados lançaram-se a uma ofensiva de aumento do imposto sobre doações e heranças.  Neste 2016, as alíquotas elevaram-se em 12 das 27 unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal –em casos como o do Rio de Janeiro, onde aprovou-se a alta no apagar das luzes do ano passado, o início da cobrança ainda aguarda o prazo legal de 90 dias. A tendência de crescimento dessa arrecadação antecede a mudança de alíquotas. O governo paulista, que mantém inalterada a taxação de 4%, obteve R$ 2,4 bilhões com o imposto em 2015, numa vigorosa expansão real de 27%.”

03 de março de 2016

TRUMP E O VOTO EVANGÉLICO… HETERODOXO!

1. Uma curiosidade sobre as primárias americanas e que deveria ser analisada por aqui. Na Super-Terça, Trump ganhou na Georgia, Alabama, Arkansas, Tennessee, somando à vitória em South Carolina, Estados que fazem parte do Cinturão da Bíblia, de maioria evangélica. Apesar de ser casado 3 vezes; quase nunca tocar em temas como aborto e valores da família; e admitir ter sido infiel, Trump tem recebido o apoio dos evangélicos.  

2. Segundo o site Christianity Today, os evangélicos se identificam mais com Ted Cruz, mas o NY Times, a CNN; e o pastor Robert Jeffress, da First Baptist Church de Dallas, em entrevista à NPR, explicam que, em geral, os evangélicos, hoje, não estão procurando um representante religioso, um líder moral, mas sim alguém que possa resolver problemas que consideram importantes, como Economia, Saúde e política externa (imigração, terrorismo).

3. Além de ser visto como um líder forte; sem medo; que fala para o evangélico marginalizado, pobre, sobre como melhorar a economia; conta a favor de Trump o fato de sua campanha ser autossustentada, sem ajuda externa e, portanto, sem interferência do lobby de Washington ou de grandes empresas. Ou seja, conta também com o fator da antipolítica.

4. O pastor Jeffress aponta ainda que a decisão da Suprema Corte, em favor do casamento do mesmo sexo, foi um duro golpe contra os evangélicos. Então, segundo ele, os evangélicos estão chegando à conclusão de que não podem depender do governo para assegurar os valores bíblicos tradicionais. Sendo assim, que o governo se foque em problemas práticos como a imigração, economia e segurança nacional. E se é isso que se espera do governo, que o presidente seja um líder forte e um “resolvedor de problemas”.

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“O BALDE DE LAMA DIÁRIO”! GOVERNO DO PT!

(Editorial do Estado de SP, 03) 1. Dilma cede mais uma vez à pressão dos petistas e substitui outro ministro, agora o da Justiça, acusado de não “controlar” a Polícia Federal, ao mesmo tempo que a defesa de Lula, atendendo à determinação de “partir para cima” dos “inimigos” do ex-presidente, em petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) protesta.

2.  Essa é a perversa confrontação diária imposta aos brasileiros a partir do instante em que começou a cair a máscara do populismo que escancarou as portas do poder para os corruptos. E enquanto a Polícia, o Ministério Público e a Justiça, de um lado, e os donos do poder e seus caríssimos advogados, de outro, contam a história do ciclo de poder lulopetista, o governo fraco e inoperante de Dilma Rousseff prossegue impávido na tarefa de ampliar o pântano em que atolou o País.

3. É mais do mesmo, como se fosse da rotina dos brasileiros o juntar de pelo menos um balde por dia ao mar de lama da política lulopetista.

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“TUITADAS PODEM AUMENTAR AUDIÊNCIA NA TV”!

(Ligia Mesquita – Outro Canal – Folha de S. Paulo, 03) 1. Em levantamento inédito, o Kantar Ibope analisou no país, a pedido do Twitter, a correlação entre audiência e o número de tuitadas sobre as atrações, com base em 295 exibições de 16 programas nas TVs aberta e paga, entre janeiro e agosto de 2015.

2. Em episódios pontuais, o estudo indica que os tuítes podem ter contribuído para aumentar em até 13% a audiência média de uma atração. E em 46% das transmissões, constatou-se correlação entre audiência e o número de tuitadas sobre elas.

3. Dentro desse universo, abordando a presença de causalidade (relação de causa e efeito), verificou-se que em 23% das exibições os comentários sobre determinado programa causaram aumento de ibope; e em 26%, a audiência gerou o crescimento de posts no Twitter.

4. “MasterChef” (Band) e “Verdades Secretas” (Globo) estão entre as atrações em que os tuítes mais geraram ibope.

02 de março de 2016

ALGUNS PONTOS PARA REFLEXÃO NO DATAFOLHA DE 24-25/02/2016!

1. Em que governo houve mais corrupção? Dilma 34% / Collor e Lula 20% / FHC 7%.  Obs.: A imagem de corrupção no governo Dilma ser muito maior que no de Collor é surpreendente e mostra a impossibilidade de recuperação de imagem de seu governo.

2. Na lista de personagens para eleitor dar nota de confiança, vence o Ministro Joaquim Barbosa, mesmo anos após o julgamento do caso do mensalão:  5,8.  Marina Silva vem em segundo com 5,3, ficando, inclusive, acima do Juiz Sergio Moro que teve 4,7, o que surpreendente. E reforça a imagem ética de Marina.  

3. Sabe do caso do Triplex de Lula? Sabe 63%. Não sabe 37%. Lula foi beneficiado? Sim 62%. Não 13%. Não sabe 25%. / E no caso do Sítio em Atibaia. Lembra? 62%. Não lembra 37%.  / Lula foi beneficiado? Sim 57%. Não 29%.

4. Para 80% a economia como um todo piorou. 14% dizem que vai ficar como está e 5% que vai melhorar. / Quando se trata da sua própria economia (renda, emprego, inflação…), 30% dizem que vai ficar como está nos próximos meses. 24% dizem que vai piorar. 43% dizem que vai melhorar.

5. Câmara de Deputados deve aprovar o impeachment de Dilma? Sim 60%. Não 34%. / Dilma deveria renunciar? Sim 58%. Não 37%.  
6. A reprovação ao Congresso caiu cinco pontos (de 53% para 48%). Rejeição a Dilma alcança 64%. Em março de 2015 era de 62%.

7. 49% afirmam que não votariam em Lula de jeito nenhum.

8. Na corrida presidencial o deputado Jair Bolsonaro cresceu para 7% e já é o quarto.  Aécio caiu para 24%. Lula tem 20% e Marina 19%.

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ELEIÇÕES NA IRLANDA!

1. Nem sempre o crescimento econômico favorece quem governa. O PIB na Irlanda cresceu 6,9% em 2015 e o PIB per capita alcança U$ 50 mil. É verdade que antes foram aplicadas medidas duras de ajuste fiscal. São 158 cadeiras exigindo uma maioria de 80 deputados.

2. A aliança entre os liberais e os trabalhistas não obteve maioria dessa vez. O curioso é que a derrota concentrou-se fundamentalmente nos trabalhistas (socialdemocratas), que tinham 37 deputados e passaram a ter 6. Os liberais elegeram 49.  Os conservadores subiram de 20 para 44 deputados. E os nacionalistas de 14 para 22. Os liberais -Fine Gael- têm 10 dias para tentar costurar alianças.

3. Importante sublinhar que esta pulverização sem maioria eleitoral se deu também na Espanha que até agora está sem governo.  É bom lembrar que isso ocorreu na Bélgica anos atrás e que o país seguiu em frente “sem governo” por alguns meses, tocado pela máquina.